Tucunduva ecoa Raul com acidez antimoderna
Resenha de CD
Título: Antimoderno
Artista: Marcio
Tucunduva
Gravadora: Etanoise
Cotação: * * * 1/2
Certo de que a vida pode ser cheia de som e fúria, Marcio Tucunduva fala o que pensa, sem papas na sua língua ácida - opção escancarada pelo bocão aberto exposto na capa de seu mordaz CD Antimoderno. "Eu que não nasci no berço da MPB / Não vou brincar de fazer samba", avisa logo na faixa-título, que abre o disco já no tom roqueiro do trabalho produzido e arranjado pelo próprio Tucunduva em parceria com Marcos Ottaviano. No berço do rock, guitarras dialogam com a MPB e com música nordestina - como em Parafuso Horário, cantado no tempo veloz da embolada e do repente mais arretado - sem deixar de explicitar a influência de Raul Seixas (1945 - 1989), o roqueiro brasileiro que cruzou com sagacidade os sons de Elvis Presley (1935 - 1977) e Luiz Gonzaga (1912 - 1989). Impossível ouvir Entre a Cana e o Tédio sem lembrar da ironia corrosiva do Maluco Beleza. Até porque a voz de Tucunduva lembra a de Raulzito, sobretudo em Que Sabe a Cabra? - cuja letra incorpora versos de Cotidiano (Chico Buarque) e cita Papagaio do Futuro, de Alceu Valença, outra referência que ecoa ao longo das 10 faixas deste disco que expõe o tédio urbano que anestesia e desnorteia o Homem. "Olha quanta banda para lançar / Quanto lixo para ouvir / Mas não eu tô legal, hein... / Vou parar o meu carro / Passeio ao contrário / Do que pede o movimento", alerta Tucunduva em Olha Quanta Coisa. Entre ecos fortes de Raul, o roqueiro paulista destila sua crítica ácida e tira onda dos mudernos, injetando adrenalina e sangue quente na veia do já anêmico rock brazuca dos anos 2000.
Título: Antimoderno
Artista: Marcio
Tucunduva
Gravadora: Etanoise
Cotação: * * * 1/2
Certo de que a vida pode ser cheia de som e fúria, Marcio Tucunduva fala o que pensa, sem papas na sua língua ácida - opção escancarada pelo bocão aberto exposto na capa de seu mordaz CD Antimoderno. "Eu que não nasci no berço da MPB / Não vou brincar de fazer samba", avisa logo na faixa-título, que abre o disco já no tom roqueiro do trabalho produzido e arranjado pelo próprio Tucunduva em parceria com Marcos Ottaviano. No berço do rock, guitarras dialogam com a MPB e com música nordestina - como em Parafuso Horário, cantado no tempo veloz da embolada e do repente mais arretado - sem deixar de explicitar a influência de Raul Seixas (1945 - 1989), o roqueiro brasileiro que cruzou com sagacidade os sons de Elvis Presley (1935 - 1977) e Luiz Gonzaga (1912 - 1989). Impossível ouvir Entre a Cana e o Tédio sem lembrar da ironia corrosiva do Maluco Beleza. Até porque a voz de Tucunduva lembra a de Raulzito, sobretudo em Que Sabe a Cabra? - cuja letra incorpora versos de Cotidiano (Chico Buarque) e cita Papagaio do Futuro, de Alceu Valença, outra referência que ecoa ao longo das 10 faixas deste disco que expõe o tédio urbano que anestesia e desnorteia o Homem. "Olha quanta banda para lançar / Quanto lixo para ouvir / Mas não eu tô legal, hein... / Vou parar o meu carro / Passeio ao contrário / Do que pede o movimento", alerta Tucunduva em Olha Quanta Coisa. Entre ecos fortes de Raul, o roqueiro paulista destila sua crítica ácida e tira onda dos mudernos, injetando adrenalina e sangue quente na veia do já anêmico rock brazuca dos anos 2000.
4 Comments:
Certo de que a vida pode ser cheia de som e fúria, Marcio Tucunduva fala o que pensa, sem papas na sua língua ácida - opção escancarada pelo bocão aberto exposto na capa de seu mordaz CD Antimoderno. "Eu que não nasci no berço da MPB / Não vou brincar de fazer samba", avisa logo na faixa-título, que abre o disco já no tom roqueiro do trabalho produzido e arranjado pelo próprio Tucunduva em parceria com Marcos Ottaviano. No berço do rock, guitarras dialogam com a MPB e com música nordestina - como em Parafuso Horário, cantado no tempo veloz da embolada e do repente mais arretado - sem deixar de explicitar a influência de Raul Seixas (1945 - 1989), o roqueiro brasileiro que cruzou com sagacidade os sons de Elvis Presley (1935 - 1977) e Luiz Gonzaga (1912 - 1989). Impossível ouvir Entre a Cana e o Tédio sem lembrar da ironia mordaz do Maluco Beleza. Até porque a voz de Tucunduva lembra a de Raulzito, sobretudo em Que Sabe a Cabra? - cuja letra incorpora versos de Cotidiano (Chico Buarque) e cita Papagaio do Futuro, de Alceu Valença, outra referência que ecoa ao longo das 10 faixas deste disco que expõe o tédio urbano que anestesia e desnorteia o Homem. "Olha quanta banda para lançar / Quanto lixo para ouvir / Mas não eu tô legal, hein... / Vou parar o meu carro / Passeio ao contrário / Do que pede o movimento", alerta Tucunduva em Olha Quanta Coisa. Entre ecos fortes de Raul, o roqueiro paulista destila sua crítica ácida e tira onda dos mudernos, injetando adrenalina e sangue quente na veia do já anêmico rock brazuca dos anos 2000.
Só um comentário que diz tudo sobre isso:
"(...)no mundo da arte a atitude pseudorrebelde mal consegue esconder o processo de domesticação e enquadramento de todas as diferenças."
Luciano Trigo em "A Grande Feira"
Fui.
Fiquei curioso, anda tão dificil um disco de rock nacional com qualidade!
Não vai fazer samba, mas faz algo ainda mais óbvio: a maldita, ditada e regrada, fusão de "MPB" com um Rock bem caxias. O sonho das gravadoras.
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