'Exile' exala frescor em reedição com bom bônus
Resenha de CD
Título: Exile on Main St. (reedição de 2010)
Artista: Rolling Stones
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * * * (álbum original) e * * * * (CD-bônus)
Em 1971, ao fugir dos pesados impostos da Inglaterra, os Rolling Stones se refugiaram no Sul da França. Autoexilados na mansão Villa Nellcôte, o grupo criou um dos álbuns clássicos da história do rock e, para muitos, a obra-prima de sua discografia. Concluído com gravações feitas em estúdios de Londres (Inglaterra) e de Los Angeles (EUA), Exile on Main St - editado em maio de 1972 na forma de álbum duplo - não foi um título que rendeu hits para o repertório da banda (apesar de conter Tumbling Dice entre suas 18 faixas originais). Contudo, como coeso disco quase conceitual, Exile on Main St exalou frescor e energia que resistem bem ao tempo - como atesta a reedição luxuosa recém-posta nas lojas de todo o mundo pela Universal Music. A isca para fãs é o CD-bônus com nada menos do que dez gravações inéditas. Duas, Loving Cup e Soul Survivor, são takes alternativos de faixas apresentadas no repertório original, sendo que Soul Survivor conta com o atrativo de trazer Keith Richards nos vocais. Outra, Good Time Women, é a versão embrionária da supra-citada Tumbling Dice. Já as outras sete inéditas são de músicas realmente novas, pescadas no baú daquelas sessões de gravação turbinadas com altas doses de sexo, drogas e rock'n'roll. Diz a lenda que poucas vezes os Stones se renderam com tanta devoção ao trinômio básico do universo pop. Deve ser mesmo verdade, pois a safra de sobras é de bom nível. As sete músicas inéditas estão em sintonia com a sujeira e a energia das 18 faixas do álbum original. Ou seja, a adição recente de elementos aos registros - vocais de Mick Jagger, uma ou outra guitarra de Richards e até a guitarra do antigo stone Mick Taylor (na baladona Plundered my Soul, destaque da safra inédita) - foi feita com tal habilidade que sons novos e antigos se integram com perfeição. Basta ouvir o rock Pass the Wine (Sophia Loren) ou o blues I'm Not Signifying, por exemplo, para perceber que as dez faixas-bônus desta reedição de Exile on Main St não destoam do álbum original (ainda que sejam inevitavelmente inferiores, como são em geral todas as sobras de discos). No todo, é bem azeitada a mistura de rock, blues, soul - em especial, em So Divine (Aladdin Story) - e gospel (evocado nos vocais da balada Following the River). Enfim, a reedição honra o histórico de Exile on Main St - inclusive porque a remasterização primorosa evidencia ainda mais todo o frescor e energia que ainda exala esta obra clássica do rock'n'roll, gerada num período de desordem nas vidas dos Stones.
Título: Exile on Main St. (reedição de 2010)
Artista: Rolling Stones
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * * * (álbum original) e * * * * (CD-bônus)
Em 1971, ao fugir dos pesados impostos da Inglaterra, os Rolling Stones se refugiaram no Sul da França. Autoexilados na mansão Villa Nellcôte, o grupo criou um dos álbuns clássicos da história do rock e, para muitos, a obra-prima de sua discografia. Concluído com gravações feitas em estúdios de Londres (Inglaterra) e de Los Angeles (EUA), Exile on Main St - editado em maio de 1972 na forma de álbum duplo - não foi um título que rendeu hits para o repertório da banda (apesar de conter Tumbling Dice entre suas 18 faixas originais). Contudo, como coeso disco quase conceitual, Exile on Main St exalou frescor e energia que resistem bem ao tempo - como atesta a reedição luxuosa recém-posta nas lojas de todo o mundo pela Universal Music. A isca para fãs é o CD-bônus com nada menos do que dez gravações inéditas. Duas, Loving Cup e Soul Survivor, são takes alternativos de faixas apresentadas no repertório original, sendo que Soul Survivor conta com o atrativo de trazer Keith Richards nos vocais. Outra, Good Time Women, é a versão embrionária da supra-citada Tumbling Dice. Já as outras sete inéditas são de músicas realmente novas, pescadas no baú daquelas sessões de gravação turbinadas com altas doses de sexo, drogas e rock'n'roll. Diz a lenda que poucas vezes os Stones se renderam com tanta devoção ao trinômio básico do universo pop. Deve ser mesmo verdade, pois a safra de sobras é de bom nível. As sete músicas inéditas estão em sintonia com a sujeira e a energia das 18 faixas do álbum original. Ou seja, a adição recente de elementos aos registros - vocais de Mick Jagger, uma ou outra guitarra de Richards e até a guitarra do antigo stone Mick Taylor (na baladona Plundered my Soul, destaque da safra inédita) - foi feita com tal habilidade que sons novos e antigos se integram com perfeição. Basta ouvir o rock Pass the Wine (Sophia Loren) ou o blues I'm Not Signifying, por exemplo, para perceber que as dez faixas-bônus desta reedição de Exile on Main St não destoam do álbum original (ainda que sejam inevitavelmente inferiores, como são em geral todas as sobras de discos). No todo, é bem azeitada a mistura de rock, blues, soul - em especial, em So Divine (Aladdin Story) - e gospel (evocado nos vocais da balada Following the River). Enfim, a reedição honra o histórico de Exile on Main St - inclusive porque a remasterização primorosa evidencia ainda mais todo o frescor e energia que ainda exala esta obra clássica do rock'n'roll, gerada num período de desordem nas vidas dos Stones.
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Em 1971, ao fugir dos pesados impostos da Inglaterra, os Rolling Stones se refugiaram no Sul da França. Autoexilados em mansão em Nellcôte, o grupo criou um dos álbuns clássicos da história do rock e, para muitos, a obra-prima de sua discografia. Concluído com gravações feitas em estúdios de Londres (Inglaterra) e Los Angeles (EUA), Exile on Main St - editado em maio de 1972 na forma de álbum duplo - não foi um título que rendeu hits para o repertório da banda (apesar de conter Tumbling Dice entre suas 18 faixas originais). Contudo, como coeso disco quase conceitual, Exile on Main St exalou frescor e energia que resistem bem ao tempo - como atesta a reedição luxuosa recém-posta nas lojas de todo o mundo pela Universal Music. A isca para fãs é o CD-bônus com nada menos do que dez gravações inéditas. Duas, Loving Cup e Soul Survivor, são takes alternativos de faixas apresentadas no repertório original, sendo que Soul Survivor conta com o atrativo de trazer Keith Richards nos vocais. Outra, Good Time Women, é a versão embrionária da supra-citada Tumbling Dice. Já as outras sete inéditas são de músicas realmente novas, pescadas no baú daquelas sessões de gravação turbinadas com altas doses de sexo, drogas e rock'n'roll. Diz a lenda que poucas vezes os Stones se renderam com tanta devoção ao trinômio básico do universo pop. Deve ser mesmo verdade, pois a safra de sobras é de bom nível. As sete músicas inéditas estão em sintonia com a sujeira e a energia das 18 faixas do álbum original. Ou seja, a adição recente de elementos aos registros - vocais de Mick Jagger, uma ou outra guitarra de Richards e até a guitarra do antigo stone Mick Taylor (na baladona Plundered my Soul, destaque da safra inédita) - foi feita com tal habilidade que sons novos e antigos se integram com perfeição. Basta ouvir o rock Pass the Wine (Sophia Loren) ou o blues I'm Not Signifying, por exemplo, para perceber que as dez faixas-bônus desta reedição de Exile on Main St não destoam do álbum original (ainda que sejam inevitavelmente inferiores, como são em geral todas as sobras de discos). No todo, é bem azeitada a mistura de rock, blues, soul - em especial, em So Divine (Aladdin Story) - e gospel (evocado nos vocais da balada Following the River). Enfim, a reedição honra o histórico de Exile on Main St - inclusive porque a remasterização primorosa evidencia ainda mais todo o frescor e energia que ainda exala esta obra clássica do rock'n'roll, gerada num período de desordem nas vidas dos Stones.
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