24 de junho de 2010

Em cena, Tiê voa linear no tempo da delicadeza

Resenha de Show
Título: Sweet Jardim
Artista: Tiê (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro de Arena - Caixa Cultural RJ
Data: 23 de junho de 2010
Cotação: * * *
Em cartaz (no RJ) até quinta-feira - 24 de junho de 2010
No show que a trouxe de volta aos palcos cariocas, Tiê interpretou canção de Thiago Pethit, Mapa-Múndi, que reitera a irmandade musical que os aproxima. Inclusive em cena. Como Pethit, Tiê alça voo linear no palco. Seu folk confessional e sensível soa uniforme no show - em cartaz até esta quinta-feira, 24 de junho de 2010, no Teatro de Arena da Caixa Cultural RJ. Linearidade natural que já se anuncia nos dois primeiros números, Passarinho e Dois, e que se confirma ao fim da apresentação. Tiê tem humor, canta bem e exibe em cena a personalidade que inexiste na maioria das jovens cantoras que tentam lugar ao sol no mundo da música. Contudo, seu delicado cancioneiro nem sempre cativa em cena como no disco. O show, a propósito, expande a atmosfera minimalista do primeiro álbum de Tiê, Sweet Jardim (2009). Alternando-se no violão e no piano, a cantora se apresenta somente na companhia do guitarrista Plínio Profeta. Por ter produzido o bom CD, Profeta traduz bem no palco o minimalismo do som de Tiê. Sua guitarra econômica realça a ternura de Te Valorizo. Profeta também brilha ao simular os sons de uma caixinha de música em A Bailarina e o Astronauta. Ainda assim, nem sempre as músicas são mostradas no show com o fino acabamento do disco. Sem a guitarra de Jr. Tostoi em Assinado Eu, o órgão pilotado por Humberto Barros na espirituosa Aula de Francês e o coral de amigos que tempera Chá Verde, para citar somente três bossas do disco, os temas tendem a se igualar no show. O que não tira o mérito da produção autoral da compositora. Stranger But Mine é pop redondo cantado por Tiê em inglês desenvolto. Tão redondo quanto Se Enamora, o sucesso da infantil Turma do Balão Mágico que a cantora insere no bis, a pedido do público (a música, de 1984, entrou como faixa-bônus na reedição do disco distribuída pela Warner Music). No fim, Tiê voa sobre melodia espacial do grupo Os Mutantes, Ando Meio Desligado, sem mudar de tom, com a mesma delicadeza linear do início do show. Descontada tal linearidade, o voo de Tiê é seguro...

7 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

No show que a trouxe de volta aos palcos cariocas, Tiê interpretou canção de Thiago Pethit, Mapa-Múndi, que reitera a irmandade musical que os aproxima. Inclusive em cena. Como Pethit, Tiê alça voo linear no palco. Seu folk confessional e sensível soa uniforme no show - em cartaz até esta quinta-feira, 24 de junho de 2010, no Teatro de Arena da Caixa Cultural RJ. Linearidade natural que já se anuncia nos dois primeiros números, Passarinho e Dois, e que se confirma ao fim da apresentação. Tiê tem humor, canta bem e exibe em cena a personalidade que inexiste na maioria das jovens cantoras que tentam lugar ao sol no mundo da música. Contudo, seu delicado cancioneiro nem sempre cativa em cena como no disco. O show, a propósito, expande a atmosfera minimalista do primeiro álbum de Tiê, Sweet Jardim (2009). Alternando-se no violão e no piano, a cantora se apresenta somente na companhia do guitarrista Plínio Profeta. Por ter produzido o bom CD, Profeta traduz bem no palco o minimalismo do som de Tiê. Sua guitarra econômica realça a ternura de Te Valorizo. Profeta também brilha ao simular os sons de uma caixinha de música em A Bailarina e o Astronauta. Ainda assim, nem sempre as músicas são mostradas no show com o fino acabamento do disco. Sem a guitarra de Jr. Tostoi em Assinado Eu, o órgão pilotado por Humberto Barros na espirituosa Aula de Francês e o coral de amigos que tempera Chá Verde, para citar somente três bossas do disco, os temas tendem a se igualar no show. O que não tira o mérito da produção autoral da compositora. Stranger But Mine é pop redondo cantado por Tiê em inglês desenvolto. Tão redondo quanto Se Enamora, o sucesso da infantil Turma do Balão Mágico que a cantora insere no bis, a pedido do público (a música, de 1984, entrou como faixa-bônus na reedição do disco distribuída pela Warner Music). No fim, Tiê voa sobre melodia espacial do grupo Os Mutantes, Ando Meio Desligado, sem mudar de tom, com a mesma delicadeza linear do início do show. Descontada tal linearidade, o voo de Tiê é seguro...

24 de junho de 2010 às 00:17  
Anonymous Anônimo said...

Essa cantora é muito superestimada. Pra mim é uma cantora da noite com voz pequena e agradável. E só!!

24 de junho de 2010 às 11:05  
Anonymous Anônimo said...

Então fique com uma voz grande e desagradável, ora essa.
Bonita ela!

24 de junho de 2010 às 17:10  
Anonymous Anônimo said...

Prefiro uma voz grande e agradável e com personalidade, coisa rara hoje em dia.

24 de junho de 2010 às 17:44  
Anonymous Anônimo said...

eu sei que é questão de gosto, mas ela me pareceu muito sem sal quando a vi cantando em São Paulo... e o mais engraçado foi que li uma entrevista com o diretor da universal, a gravadora dela (certo?), dizendo que a Tiê é o produto da casa para a parcela do público "jovem e inteligente". Bem, eu não gosto, portanto não consumo, e tenho 21 anos, sou jovem. Será que eu não sou inteligente? kkkk esses caras falam cada coisa...
Maria Aparecida -Rio de Janeiro

25 de junho de 2010 às 21:30  
Anonymous Anônimo said...

A gravadora dela agora é a Warner, mas ela ainda não lançou nenhum disco com eles.[o primeiro foi gravado de forma independente e só depois de já bem conhecido ela assinou com a gravadora pra relançamento]

Quanto a Tiê eu acho q é a prova q o mais simples possível pode ser tão belo. Num mundo onde tudo é absurdamente corrido e os artistas tentam colocar tanta informação em tudo, do arranjo à empostação de voz, vem alguém como a Tiê e torna tudo tão mais leve e simples q não consigo não gostar, sou completamente fã dela e da "turma" dela[Pethit, Tulipa...]

Felipe - MG

25 de junho de 2010 às 23:31  
Blogger PlinioProfeta said...

Obrigado por ter ido ao show e pela otima critica Mauro. Abs Plinio Profeta

28 de junho de 2010 às 09:48  

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