23 de junho de 2010

'As Máscaras' já deixa entrever o rosto de Leitte

Resenha de CD
Título: As Máscaras
Artista: Claudia Leitte
Gravadora: Sony Music
Cotação: * *

Mesmo ralo, o álbum As Máscaras tem o mérito de começar a delinear uma assinatura musical para a carreira solo de Claudia Leitte. Produzido por Robson Nonato, sob a direção musical do DJ Deeplick e Mikael Mutti, o segundo álbum assinado pela estrela da axé music busca sonoridade própria para a artista, cumprindo a função relegada a segundo plano pelo primeiro real título solo da cantora, Ao Vivo em Copacabana (2008), registro de show que mais parecia coletânea do Babado Novo, o grupo baiano que projetou a artista ao longo dos anos 2000. Nas lojas nesta segunda quinzena de junho de 2010, As Máscaras evita por vezes os clichês do axé com repertório que, se não desvia do caminho das micaretas, flerta com o pop e extrapola eventualmente o circuito afro-baiano. O rap, por exemplo, se faz presente em passagens de Negou o Nagô (Chiclete e Mikael Mutti) e de Famo$.a. - o single que vem a ser a versão light de Billionaire, hit do rapper norte-americano Travie McCoy, convidado da faixa bilíngue. Leitte também derrama seu apreço pelo reggae em temas como Trilhos Fortes (da melodiosa seara pop de Bruno Masi), Flores da Favela (sem a pegada sedutora da gravação do autor Jauperi), Dum Dum (Adelmo Casé, pouco inspirado) e Paixão (a canção sensual de Kledir Ramil, revirada no ritmo jamaicano com alguns toques eletrônicos). Entre o pop, o rap e o reggae, a cantora apela para o cancioneiro rasteiro de Latino - em Sincera, um dos pontos mais baixos do repertório - e para o romantismo trivial (em Don Juan, faixa gravada em dueto com o pagodeiro Belo). Dentro da corda dos trios elétricos, Água (Sérgio Rocha, Zeca Brasileiro e Adson Rocha) parece ser o hit em potencial pela pulsação quente e pelo flerte ligeiro com o kuduro, ritmo africano. Já Xô Pirua (Roger Tom) arrebenta a corda para seguir os blocos mais populistas enquanto Ruas Encantadas (Chiclete e Paulo Bass) reproduz na guitarra as levadas que prometem arrastar multidões habituadas a seguir Leitte pelos Carnavais fora de época. Por sua vez, de olho no lance da Copa, Faz Um (Carlinhos Brown e Alain Tavares) põe em campo a animação ruidosa da torcida brasileira pela Seleção. Fechando a tampa, a chata balada Crime reitera os ralos caminhos percorridos por este disco em que a voz de Claudia Leitte está bem colocada. Entre altos e baixos, o saldo é mediano. As Máscaras deixa entrever possível rosto para Claudia Leitte em sua carreira solo. É upgrade para quem era vista como xerox de Ivete Sangalo!

18 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Mesmo ralo, o álbum As Máscaras tem o mérito de começar a delinear uma assinatura musical para a carreira solo de Claudia Leitte. Produzido por Robson Nonato, sob a direção musical do DJ Deeplick e Mikael Mutti, o segundo álbum assinado pela estrela da axé music busca sonoridade própria para a artista, cumprindo a função relegada a segundo plano pelo primeiro real título solo da cantora, Ao Vivo em Copacabana (2008), registro de show que mais parecia coletânea do Babado Novo, o grupo baiano que projetou a artista ao longo dos anos 2000. Nas lojas nesta segunda quinzena de junho de 2010, As Máscaras evita por vezes os clichês do axé com repertório que, se não desvia do caminho das micaretas, flerta com o pop e extrapola eventualmente o circuito afro-baiano. O rap, por exemplo, se faz presente em passagens de Negou o Nagô (Chiclete e Mikael Mutti) e de Famo$.a. - o single que vem a ser a versão light de Billionaire, hit do rapper norte-americano Travie McCoy, convidado da faixa bilíngue. Leitte também derrama seu apreço pelo reggae em temas como Trilhos Fortes (da melodiosa seara pop de Bruno Masi), Flores da Favela (sem a pegada sedutora da gravação do autor Jauperi), Dum Dum (Adelmo Casé, pouco inspirado) e Paixão (a canção sensual de Kledir Ramil, revirada no ritmo jamaicano com alguns toques eletrônicos). Entre o pop, o rap e o reggae, a cantora apela para o cancioneiro rasteiro de Latino - em Sincera, um dos pontos mais baixos do repertório - e para o romantismo trivial (em Don Juan, faixa gravada em dueto com o pagodeiro Belo). Dentro da corda dos trios elétricos, Água (Sérgio Rocha, Zeca Brasileiro e Adson Rocha) parece ser o hit em potencial pela pulsação quente e pelo flerte ligeiro com o kuduro, ritmo africano. Já Xô Pirua (Roger Tom) arrebenta a corda para seguir os blocos mais populistas enquanto Ruas Encantadas (Chiclete e Paulo Bass) reproduz na guitarra as levadas que prometem arrastar multidões habituadas a seguir Leitte pelos Carnavais fora de época. Por sua vez, de olho no lance da Copa, Faz Um (Carlinhos Brown e Alain Tavares) põe em campo a animação ruidosa da torcida brasileira pela Seleção. Fechando a tampa, a chata balada Crime reitera os ralos caminhos percorridos por este disco em que a voz de Claudia Leitte está bem colocada. Entre altos e baixos, o saldo é mediano. As Máscaras deixa entrever possível rosto para Claudia Leitte em sua carreira solo. É upgrade para quem era vista como xerox de Ivete Sangalo!

23 de junho de 2010 às 00:18  
Anonymous Anônimo said...

Vuvuzela disse..

A máscara dessa garota é real, é a verdade da cara dela, boa moça, alegre, feliz com a carreira, famili,a fama, revistas de ti ti ti. Mas lamento vê-la uma péssima cantora cujo marketing se torna abusivo, chato, melancólico.
Basta a outra. Quando é que a Bahia vai inovar nesse campo?
Quem nasceu na axé, se esbarrará na axe , oxente..
Pena que o tempo passadas e o povo nao percebe Roberto Mendes, Jussar Silveira. E essa capa? Coisa de dá dó. Mas ela pode não é?

23 de junho de 2010 às 00:47  
Anonymous Anônimo said...

O dueto com a mulher do Kaká é desse album?

23 de junho de 2010 às 13:46  
Anonymous Anônimo said...

Que desperdício de intelecto resenhar um álbum desses...

23 de junho de 2010 às 15:09  
Anonymous Anônimo said...

realmente essa celebridade nao merece resenha

23 de junho de 2010 às 16:55  
Blogger Jorge Reis said...

Bom ouvir estes comentários e descobrir que existe vida inteligente no BLOG ...
Essa resenha deve ser provocação co Mauro, não pode ser para os fãs da "artista", este texto é longo e eles não suportariam...

23 de junho de 2010 às 17:58  
Anonymous Leandro França said...

O CD realmente seria um amadurecimento na carreira de Leitte gostei da resenha, um cd que mostra por que se tornou em tão pouco tempo em um fenômeno popular, uma voz limpa, com boas melodias, acredito que se torne em pouco tempo um dos cds mais vendidos nesse ano. Sem contar com a inovação em uma capa altamente internacional, que já leva a crermos em uma forte carreira internacional que possa vir a acontecer ao passar do tempo.

23 de junho de 2010 às 21:06  
Blogger Rener Melo said...

Acho que se a comparação for feita do inicio do Babado Novo' até 'As Máscaras.. Claudia Leitte cresceu. Dêem tempo à Claudia Leitte antes de julga-la como uma má cantora. Ivete ja é uma quarentona, e só agora se tornou uma "grande" porque? Porque aprendeu com o tempo. Pois antes cantava musicas péssimas como 'Canibal' e 'Bug Bug Bye Bye'. Ivete evoluiu hoje com 40! Claudia Leitte tem 29. Ja conseguiu tudo o que tem, imagino aos 40..

23 de junho de 2010 às 23:29  
Anonymous Anônimo said...

O hino gospel ' Mesma Luz ' gravada por Carol Celico com Claudia Leitte só está no album gospel da mulher do Kaká. Que claro,não terá resenha aqui, pois sabes lá porquê (ou sabe-se?)Mauro Ferreira não faz. Só de cds de padres e de tecnomacumbas.




Sofia Barreto
Guapimirim/RJ

24 de junho de 2010 às 01:01  
Anonymous Anônimo said...

A diferença é que Ivete com 30 ou 40 já possuía uma caracterísitca importante que falta à sua xerox: cantar de verdade, sem fazer firulas. Claudia ainda grita muito. Nesse cd, atirou para todos os lados. Clara tentativa de se manter viva no mercado, já que sua música apresenta sinais gritantes de cansaço!

24 de junho de 2010 às 10:15  
Blogger Du, Dudu e Edu said...

Não converso com quem ainda insiste em classificar essa moça como cantora.

24 de junho de 2010 às 13:35  
Anonymous Anônimo said...

PÔ com essa resenha e com esses comentarios chamados firulas de perda de tempo, o mundo fica mesmo triste e malancólico. Pra Ivete e Cláudia o que vale é a conta sempre gorda, estourando. E claro, ir ao programa do Faustão, Sergiunho(que vem decepcionando), Hebe e.... O Resto "É" nós.

24 de junho de 2010 às 16:39  
Blogger Rener Melo said...

AAh, eu realmente não vou ficar brigando com quem não gosta dela. EU comprei o CD. EU gostei. ELA vai vender MUUUITO! ELA vai ganhar muitos prêmios, dinheiro com vendagens, shows e publicidade este ano e ano que vem por causa'' O Bei'jo <3

24 de junho de 2010 às 18:23  
Anonymous Anônimo said...

Fizeram a "lambança" de comparar ela com Ivete... Ivete canta muitíssimo bem. É uma cantora de verdade. Muitos podem não gostar do seu repertório, mas ela é uma excelente cantora. Qualquer pessoa de bons ouvidos e que entenda de canto e música, nota isso. Uma contralto de responsa! E é prestigiada. Desde o início da carreira elogiada por Maria Bethânia, Caetano, Gil... e ainda prestigiado por outros grandes da música. Já gravou composições de Herbert Vianna, Wilson Simonal, Cassiano, Jorge Ben... não se pode comparar Ivete com Cláudia. Até pq agora que Claudia está procurando uma "identidade". Identidade essa que Ivete em 5 anos de carreira, em 98, já havia criado e se consolidado ainda na Banda Eva.
Ivete é um fenômeno popular, da música, do povo e para o povo, que gostem ou não, vai continuar aí reinando nas paradas. Grandes cantoras como Ivete, Daniela Mercury e Margareth não podem ser comparadas com essa "animadora".

E para Cláudia muita sorte nessa nova jornada... Alcançou sucesso e ganhou muita grana... só falta o principal: Prestígio! Não é prestigiada. Aparece mais por polêmicas do que por sua música. Faltam mostrar qual a importância dela na música, alémd e ser uma sombra da Ivete. E com o dinheiro que ganha, devia investir em aulas de canto. E tenho dito!

25 de junho de 2010 às 03:36  
Anonymous Fabiano said...

Infelizmente os caminhos que a indústria musical escolheu desde o final dos anos oitenta para escolher quem serão seus principais investimentos artísticos geram produtos como esse aí. Uma cantora que se preocupa mais com sua imagem do que com técnica vocal, lança um disco com repertório (se é que dá para se chamar assim) confuso e descuidado, e com uma capa de um mau gosto incrível. Ivete perto dela parece até uma Elis Regina.

25 de junho de 2010 às 11:32  
Blogger Unknown said...

Claudia Leitte ta crescendo tanto.. Gosto muito dela. Sobre qualidade.. É estranho.. Porque até Ana Carolina e Calcanhotto que se preocupam tanto com "prestigio" ja foram criticadas.. Tô com o Rener.. Dêem tempo. Tbm concordo que ela está buscando identidade, mas seus shows são muito bons, muito bons mesmo! Com o tempo ela apanha ganhando muito dinheiro e cresce! (;

25 de junho de 2010 às 20:36  
Anonymous Anônimo said...

datemi un martello ... per rompere

26 de junho de 2010 às 22:18  
Blogger Rener Melo said...

'As Máscaras - 'Flores da Favela - 'Dum Dum - 'Paixão - 'Don Juan - 'Crime - 'Agua - 'Trilhos Fortes e 'Faz Um valem muito à pena! ADOOORO. Escutem leitores, antes de virem aqui.. O Beijo

26 de junho de 2010 às 22:49  

Postar um comentário

<< Home