23 de junho de 2010

Rogê ainda busca língua própria em 'Fala Geral'

Resenha de CD
Título: Fala Geral
Artista: Rogê
Gravadora: Bolacha
Cotação: * * 1/2

Agitador cultural conhecido na prolífica cena indie do Rio de Janeiro (RJ), Rogê já chega ao terceiro disco solo, Fala Geral, sem ter efetivamente chamado a atenção como cantor e compositor. Escorado no suingue carioca, Fala Geral mostra que Rogê ainda não encontrou um idioma próprio e, nessa busca, atira para todos os lados sem acertar um ponto que lhe dê uma identidade mais bem definida. Jeito de Gueixa (Rogê e Gabriel Moura) o situa como mais um diluidor de Jorge Ben Jor. Aliás, sambalanços como A Nega e o Malandro (Rogê e Arlindo Cruz) e Minha Princesa (Rogê, Marlon Sette e Gabriel Moura) parecem direcionados para os bailes da pesada em que já imperaram nomes como Bebeto, outro diluidor de São Jorge. De cara, Fala Geral aclimata a faixa-título na suave temperatura bossa-novista. E o disco não se afasta da praia carioca, mesmo quando transita pelo reggae (O Guerreiro Segue e Mãe Natureza, ambos da lavra solitária do próprio Rogê). Parceria com Arlindo Cruz que logo se destaca no repertório, Amor à Favela é samba cool que radiografa com poesia o cotidiano tenso das comunidades e presta tributo a Cartola (1908 - 1980), de quem cita Ensaboa (omitindo na ficha técnica o nome de Monsueto, parceiro de Cartola no tema). Mais alegre, o samba Mapa da Lapa (Rogê) traça em triviais caminhos melódicos a rota da boemia do bairro carioca que se revitalizou nos últimos 15 anos. Na ânsia de falar geral, Rogê pisa até nos terreiros ancestrais em Tempo Virou, outra parceria com Arlindo Cruz. O que somente reforça a sensação de que Rogê ainda precisa achar seu próprio terreiro para começar a esboçar sua identidade.

3 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Agitador cultural conhecido na prolífica cena indie do Rio de Janeiro (RJ), Rogê já chega ao terceiro disco solo, Fala Geral, sem ter efetivamente chamado a atenção como cantor e compositor. Escorado no suingue carioca, Fala Geral mostra que Rogê ainda não encontrou um idioma próprio e, nessa busca, atira para todos os lados sem acertar um ponto que lhe dê uma identidade mais bem definida. Jeito de Gueixa (Rogê e Gabriel Moura) o situa como mais um diluidor de Jorge Ben Jor. Aliás, sambalanços como A Nega e o Malandro (Rogê e Arlindo Cruz) e Minha Princesa (Rogê, Marlon Sette e Gabriel Moura) parecem direcionados para os bailes da pesada em que já imperaram nomes como Bebeto, outro diluidor de São Jorge. De cara, Fala Geral aclimata a faixa-título na suave temperatura bossa-novista. E o disco não se afasta da praia carioca, mesmo quando transita pelo reggae (O Guerreiro Segue e Mãe Natureza, ambos da lavra solitária do próprio Rogê). Parceria com Arlindo Cruz que logo se destaca no repertório, Amor à Favela é samba cool que radiografa com poesia o cotidiano tenso das comunidades e presta tributo a Cartola (1908 - 1980), de quem cita Ensaboa (omitindo na ficha técnica o nome de Monsueto, parceiro de Cartola no tema). Mais alegre, o samba Mapa da Lapa (Rogê) traça em triviais caminhos melódicos a rota da boemia do bairro carioca que se revitalizou nos últimos 15 anos. Na ânsia de falar geral, Rogê pisa até nos terreiros ancestrais em Tempo Virou, outra parceria com Arlindo Cruz. O que somente reforça a sensação de que Rogê ainda precisa achar seu próprio terreiro para começar a esboçar sua identidade.

23 de junho de 2010 às 09:48  
Anonymous Anônimo said...

eita! que vergonha, esquecer de compositor... tsc tsc, essa galera ainda temuito o que aprender!
Dá-lhe, Mauro!!
Maria Aparecida

25 de junho de 2010 às 21:16  
Anonymous Anônimo said...

vamos para as cançoes.. algumas otimas, belas...outras nem tanto. mas esperar que o trabalho tenha uma identidade... se fosse pra ouvir obra com começo meio e fim ouviria opera (rock claro) mas nao eh o caso.. manda ve rogê... continue atirando pra todos os lados e que seu tiro faça mais vítimas como eu.
abraço!

17 de agosto de 2010 às 00:09  

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