Corcos não suja pop do Capital em 'Das Kapital'
Resenha de CD
Título: Das Kapital
Artista: Capital Inicial
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *
A audição de Ressurreição, faixa que abre 0 12º álbum de inéditas do Capital Inicial, Das Kapital, faz supor leve alteração na receita pop do grupo que, embora surgido no início da década de 80, conseguiu chegar ao fim dos anos 2000 com público renovado e rejuvenescido. Há certa sujeira na (boa) faixa - provável efeito da escalação de David Corcos (um fã de metal que já trabalhou com o Planet Hemp) para produzir o CD - que sinaliza mudança na fórmula. Contudo, tal mudança não se confirma ao longo das onze músicas do disco. Já distante do punk de sua origem brasiliense, o quarteto continua, em essência, o mesmo - como mostra o grudento refrão pop de Depois da Meia-Noite, faixa estrategicamente escolhida pela gravadora Sony Music para promover o álbum nas rádios e televisões. O que, no caso, não é exatamente ruim. Entre rocks como Melhor e baladas como Eu Quero Ser Como Você, Das Kapital se situa no mesmo bom nível de Rosas e Vinho Tinto (2002) e giGAntE! (2004), superando Eu Nunca Disse Adeus (2007), álbum raso em que o quarteto se refugiou no universo adolescente. A propósito, a colaboração de Alvin L. nas letras de nove das 11 músicas não basta para desviar o Capital dessa rota juvenil - como atestam os versos de A Menina que Não Tem Nada. Mas é justo reconhecer que Alvin contribui para elevar o nível (não muito alto) das letras cantadas por Dinho Ouro Preto de maneira geralmente uniforme. Como uniformes também parecem soar os solos do guitarrista Yves Passarell. No todo, a produção de David Corcos azeita o som do Capital sem trair o atual conceito do grupo no mercado e, sobretudo, sem fazer vir à tona a alma punk do início. Músicas como Eu Sei Quem Eu Sou e Vamos Comemorar (com boa pegada que vai ganhando intensidade à medida em que a faixa avança) são destinadas a um público que talvez nem conheça a velha Veraneio Vascaína que assombrava alguns jovens da Capital que, num dia já distante, expressaram algum inconformismo com o chamado sistema. Homens roqueiros que, hoje a caminho dos 50 anos, já compactuam com esse sistema que devora ideologias, mas premia com a longevidade os que se submetem às suas leis de mercado...
Título: Das Kapital
Artista: Capital Inicial
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *
A audição de Ressurreição, faixa que abre 0 12º álbum de inéditas do Capital Inicial, Das Kapital, faz supor leve alteração na receita pop do grupo que, embora surgido no início da década de 80, conseguiu chegar ao fim dos anos 2000 com público renovado e rejuvenescido. Há certa sujeira na (boa) faixa - provável efeito da escalação de David Corcos (um fã de metal que já trabalhou com o Planet Hemp) para produzir o CD - que sinaliza mudança na fórmula. Contudo, tal mudança não se confirma ao longo das onze músicas do disco. Já distante do punk de sua origem brasiliense, o quarteto continua, em essência, o mesmo - como mostra o grudento refrão pop de Depois da Meia-Noite, faixa estrategicamente escolhida pela gravadora Sony Music para promover o álbum nas rádios e televisões. O que, no caso, não é exatamente ruim. Entre rocks como Melhor e baladas como Eu Quero Ser Como Você, Das Kapital se situa no mesmo bom nível de Rosas e Vinho Tinto (2002) e giGAntE! (2004), superando Eu Nunca Disse Adeus (2007), álbum raso em que o quarteto se refugiou no universo adolescente. A propósito, a colaboração de Alvin L. nas letras de nove das 11 músicas não basta para desviar o Capital dessa rota juvenil - como atestam os versos de A Menina que Não Tem Nada. Mas é justo reconhecer que Alvin contribui para elevar o nível (não muito alto) das letras cantadas por Dinho Ouro Preto de maneira geralmente uniforme. Como uniformes também parecem soar os solos do guitarrista Yves Passarell. No todo, a produção de David Corcos azeita o som do Capital sem trair o atual conceito do grupo no mercado e, sobretudo, sem fazer vir à tona a alma punk do início. Músicas como Eu Sei Quem Eu Sou e Vamos Comemorar (com boa pegada que vai ganhando intensidade à medida em que a faixa avança) são destinadas a um público que talvez nem conheça a velha Veraneio Vascaína que assombrava alguns jovens da Capital que, num dia já distante, expressaram algum inconformismo com o chamado sistema. Homens roqueiros que, hoje a caminho dos 50 anos, já compactuam com esse sistema que devora ideologias, mas premia com a longevidade os que se submetem às suas leis de mercado...
3 Comments:
A audição de Ressurreição, faixa que abre 0 12º álbum de inéditas do Capital Inicial, Das Kapital, faz supor leve alteração na receita pop do grupo que, embora surgido no início da década de 80, conseguiu chegar ao fim dos anos 2000 com público renovado e rejuvenescido. Há certa sujeira na (boa) faixa - provável efeito da escalação de David Corcos para produzir o CD - que sinaliza mudança na fórmula. Contudo, tal mudança não se confirma ao longo das onze músicas do disco. Já distante do punk de sua origem brasiliense, o quarteto continua, em essência, o mesmo - como mostra o grudento refrão pop de Depois da Meia-Noite, faixa estrategicamente escolhida pela gravadora Sony Music para promover o álbum nas rádios e televisões. O que, no caso, não é exatamente ruim. Entre rocks como Melhor e baladas como Eu Quero Ser Como Você, Das Kapital se situa no mesmo bom nível de Rosas e Vinho Tinto (2002) e giGAntE! (2004), superando Eu Nunca Disse Adeus (2007), álbum raso em que o quarteto se refugiou no universo adolescente. A propósito, a colaboração de Alvin L. nas letras de nove das 11 músicas não basta para desviar o Capital dessa rota juvenil - como atestam os versos de A Menina que Não Tem Nada. Mas é justo reconhecer que Alvin contribui para elevar o nível (não muito alto) das letras cantadas por Dinho Ouro Preto de maneira geralmente uniforme. Como uniformes também parecem soar os solos do guitarrista Yves Passarell. No todo, a produção de David Corcos azeita o som do Capital sem trair o atual conceito do grupo no mercado e, sobretudo, sem fazer vir à tona a alma punk do início. Músicas como Eu Sei Quem Eu Sou e Vamos Comemorar (com boa pegada que vai ganhando intensidade à medida em que a faixa avança) são destinadas a um público que talvez nem conheça a velha Veraneio Vascaína que assombrava alguns jovens da Capital que, num dia já distante, expressaram algum inconformismo com o chamado sistema. Homens roqueiros que, hoje a caminho dos 50 anos, já compactuam com esse sistema que devora ideologias, mas premia com a longevidade os que se submetem às suas leis de mercado...
ah, eu ouvi o disco no site deles uns dias atrás, e achei Um tremendo mais do mesmo... já deu!!
Volta pro seu inovador Restart, anonimo.
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