José situa Villeroy entre a bossa, o pop e o Sul
Resenha de CD
Título: José
Artista: Antonio Villeroy
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * 1/2
A despeito de já contabilizar seis títulos em discografia solo iniciada em 1991, Antonio Villeroy ainda é (muito) mais conhecido na mídia como o compositor que fornece hits para Ana Carolina, de quem virou parceiro habitual. Status que não deverá ser alterado por José, o álbum de inéditas que o artista gaúcho está lançando neste mês de maio de 2010 pela gravadora Biscoito Fino. Aliás, uma balada assinada por Villeroy com Ana, Aqui, reaparece elegante, embalada num arranjo leve que faz com que o registro do autor seja superior ao feito pela cantora em 2006 para o disco duplo Dois Quartos. A questão é que Villeroy não é um intérprete sedutor. Um e Dois, por exemplo, destaque da mediana safra autoral de José, pede uma voz mais imponente - como a da própria Ana - para que fique explicitada sua vocação de canção (pop)ular talhada para o sucesso. Contudo, José é CD produzido com bom acabamento harmônico que situa Villeroy entre a bossa, o pop confessional e o Sul. A ambiência bossa-novista salta logo aos ouvidos em faixas como Recomeço - na qual figura Maria Gadú, a voz da vez - e Quem Eu Quero Bem. O Sul natal é evocado através do acordeom que pontua a milonga Velas pra Todos os Santos, da suingante regravação de Felicidade - canção embebida em melancolia pelo compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974) - e dos versos em espanhol de El Guión, inspirada parceria de Villeroy com Don Grusin e o fiel companheiro conterrâneo e contemporâneo Bebeto Alves. Entre o Sul e a bossa carioca, José agrega Teresa Cristina e o gaitista Gabriel Grossi, convidados de A Flor que Eu te Dei. Mas nem com Teresa a faixa desabrocha. Como bem conceitua o poeta Francisco Bosco no elogioso texto em que apresenta o trabalho produzido por Villeroy com o guitarrista Torcuato Mariano, José é disco urdido em tons menores. Ainda que uma ou outra faixa, como Ouro, persiga tom maior, com seus versos quase épicos. José refina o som de Villeroy sem arrebatar.
Título: José
Artista: Antonio Villeroy
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * 1/2
A despeito de já contabilizar seis títulos em discografia solo iniciada em 1991, Antonio Villeroy ainda é (muito) mais conhecido na mídia como o compositor que fornece hits para Ana Carolina, de quem virou parceiro habitual. Status que não deverá ser alterado por José, o álbum de inéditas que o artista gaúcho está lançando neste mês de maio de 2010 pela gravadora Biscoito Fino. Aliás, uma balada assinada por Villeroy com Ana, Aqui, reaparece elegante, embalada num arranjo leve que faz com que o registro do autor seja superior ao feito pela cantora em 2006 para o disco duplo Dois Quartos. A questão é que Villeroy não é um intérprete sedutor. Um e Dois, por exemplo, destaque da mediana safra autoral de José, pede uma voz mais imponente - como a da própria Ana - para que fique explicitada sua vocação de canção (pop)ular talhada para o sucesso. Contudo, José é CD produzido com bom acabamento harmônico que situa Villeroy entre a bossa, o pop confessional e o Sul. A ambiência bossa-novista salta logo aos ouvidos em faixas como Recomeço - na qual figura Maria Gadú, a voz da vez - e Quem Eu Quero Bem. O Sul natal é evocado através do acordeom que pontua a milonga Velas pra Todos os Santos, da suingante regravação de Felicidade - canção embebida em melancolia pelo compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974) - e dos versos em espanhol de El Guión, inspirada parceria de Villeroy com Don Grusin e o fiel companheiro conterrâneo e contemporâneo Bebeto Alves. Entre o Sul e a bossa carioca, José agrega Teresa Cristina e o gaitista Gabriel Grossi, convidados de A Flor que Eu te Dei. Mas nem com Teresa a faixa desabrocha. Como bem conceitua o poeta Francisco Bosco no elogioso texto em que apresenta o trabalho produzido por Villeroy com o guitarrista Torcuato Mariano, José é disco urdido em tons menores. Ainda que uma ou outra faixa, como Ouro, persiga tom maior, com seus versos quase épicos. José refina o som de Villeroy sem arrebatar.
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A despeito de já contabilizar seis títulos em discografia solo iniciada em 1991, Antonio Villeroy ainda é (muito) mais conhecido na mídia como o compositor que fornece hits para Ana Carolina, de quem virou parceiro habitual. Status que não deverá ser alterado por José, o álbum de inéditas que o artista gaúcho está lançando neste mês de maio de 2010 pela gravadora Biscoito Fino. Aliás, uma balada assinada por Villeroy com Ana, Aqui, reaparece elegante, embalada num arranjo leve que faz com que o registro do autor seja superior ao feito pela cantora em 2006 para o disco duplo Dois Quartos. A questão é que Villeroy não é um intérprete sedutor. Um e Dois, por exemplo, destaque da mediana safra autoral de José, pede uma voz mais imponente - como a da própria Ana - para que fique explicitada sua vocação de canção (pop)ular talhada para o sucesso. Contudo, José é CD produzido com bom acabamento harmônico que situa Villeroy entre a bossa, o pop confessional e o Sul. A ambiência bossa-novista salta logo aos ouvidos em faixas como Recomeço - na qual figura Maria Gadú, a voz da vez - e Quem Eu Quero Bem. O Sul natal é evocado através do acordeom que pontua a milonga Velas pra Todos os Santos, da suingante regravação de Felicidade - canção embebida em melancolia pelo compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974) - e dos versos em espanhol de El Guión, inspirada parceria de Villeroy com Don Grusin e o fiel companheiro conterrâneo e contemporâneo Bebeto Alves. Entre o Sul e a bossa carioca, José agrega Teresa Cristina e o gaitista Gabriel Rossi, convidados de A Flor que Eu te Dei. Mas nem com Teresa a faixa desabrocha. Como bem conceitua o poeta Francisco Bosco no elogioso texto em que apresenta o trabalho produzido por Villeroy com o guitarrista Torcuato Mariano, José é disco urdido em tons menores. Ainda que uma ou outra faixa, como Ouro, persiga tom maior, com seus versos quase épicos. José refina o som de Villeroy sem arrebatar.
Sinceramente, essa capa engessou muito o cara. Ficou parecendo o Célso Viáfora!
Fora isso o cd é bem instigante e muito bem vindo!
Mauro,
o gaitista não seria Gabriel Grossi, com "G"?
Att,
Anderson Falcão.
Grato, Anderson, por detectar o erro de digitação, já corrigido. Abs, MauroF
o disco é excelente e pelo que falou a balconista é o 2º mais vendido da Biscoito Fino, atrás apenas do "Poeta da Cidade" de Martinho da Vila.
Em José, o fornecedor de hits afasta-se do universo de sua maior intérprete Ana Carolina. E isso é a meu ver positivo, pois mostra outra cara de seu trabalho.
Por falar em cara, concordo com o anônimo, Totonho ficou engessado na foto. rs
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