7 de maio de 2010

Elizeth resiste divina 20 anos após a sua morte

Faz 20 anos nesta sexta-feira, 7 de maio de 2010, que Elizeth Cardoso (1920 - 1990) saiu definitivamente de cena. Sintoma dos descaminhos da cultura musical brasileira, nenhum lançamento foi programado pela indústria fonográfica para lembrar a data, mas o fato é que o padrão de interpretação da Divina resiste ao tempo como valiosa herança de um outro tempo, de uma outra era. Elizeth ajudou a elevar o padrão da música popular brasileira gravada no século 20. Cantora sofisticada que conseguiu alcançar o gosto popular, Elizeth tinha técnica exemplar que realçou o brilho de uma voz já naturalmente bela. A respiração, a afinação e a emissão eram perfeitas. Um nível tão alto de interpretação pedia um repertório à altura - algo que Elizeth passou a ter somente a partir dos anos 60, sobretudo quando Hermínio Bello de Carvalho passou a direcionar sua discografia. Antes, na primeira metade da década de 50, imersa no universo folhetinesco do samba-canção, a cantora nem sempre acertou no repertório. Contudo, sua obra - no todo - é tão digna quanto a artista, cuidadosa faxineira das canções que encarava cada música como diamante a ser lapidado.

11 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Faz 20 anos nesta sexta-feira, 7 de maio de 2010, que Elizeth Cardoso (1920 - 1990) saiu definitivamente de cena. Sintoma dos descaminhos da cultura musical brasileira, nenhum lançamento foi programado pela indústria fonográfica para lembrar a data, mas o fato é que o padrão de interpretação da Divina resiste ao tempo como valiosa herança de um outro tempo, de uma outra era. Elizeth ajudou a elevar o padrão da música popular brasileira gravada no século 20. Cantora sofisticada que conseguiu alcançar o gosto popular, Elizeth tinha técnica exemplar que realçou o brilho de uma voz já naturalmente bela. A respiração, a afinação e a emissão eram perfeitas. Um nível tão alto de interpretação pedia um repertório à altura - algo que Elizeth passou a ter somente a partir dos anos 60, sobretudo quando Hermínio Bello de Carvalho passou a direcionar sua discografia. Antes, na primeira metade da década de 50, imersa no universo folhetinesco do samba-canção, a cantora nem sempre acertou no repertório. Contudo, sua obra - no todo - é tão digna quanto a artista, cuidadosa faxineira das canções que encarava cada música como diamante a ser lapidado.

7 de maio de 2010 às 09:42  
Blogger CC & BF said...

Elizeth é eterna! Seu brilho, sua magnitude jamais serão ofuscados!!! Acordei, mesmo sem lembrar a data, escutando a "Divina"... No fundo, não há palavras exatas para definir a grandiosidade e a enorme contribuição que esta moça deu a nossa música! Salve, salve sempre!!!

7 de maio de 2010 às 09:56  
Anonymous Anônimo said...

Samba-canção, choro, seresta, samba, bossa nova... sorte a nossa que a sua voz, mesmo servindo algumas vezes a um repertório que não estava à sua altura, não ficou restrita a um único gênero. Há vozes que podem. A Divina podia. Bela lembrança, Mauro!

Vitor (SP)

7 de maio de 2010 às 11:35  
Anonymous Anônimo said...

Mauro ou algum colega deste Blog saberia dizer se a Cantilena das "Bachianas Brasileiras n° 5" cantada pela Elizeth no Municipal de São Paulo em 1964 foi registrado em disco?

7 de maio de 2010 às 11:41  
Anonymous Anônimo said...

O show produzido pelo Herminio Belo de Carvalho e realizado pela Divina, juntamente com o Zimbo Trio, Jacó do Bandolim e o Época de Ouro para o Museu da Imagem e do Som, é antológico. Não canso de ouvi-lo. Os olhos da Carolina do Chico guardam ainda mais dor na poderosa voz d'A Divina.


Fabio de Sampa.

7 de maio de 2010 às 12:00  
Anonymous Luc said...

Tem no youtube.
A letra (não original) era dispensável.
Mas a voz está uma beleza.

7 de maio de 2010 às 12:15  
Anonymous Alexandre Siqueira said...

"Elizeth, aqui vai o presente que você me pediu!" Com essas palavras, Maria Bethânia dedicava "Meiga Presença" em um show numa boate paulistana em 1970. Realmente, Elizeth Cardoso exalava essa presença, essa majestade (sem nunca ter sido Rainha do Rádio) e seu canto é eterno, tal como o de Clara Nunes. Lindíssima lembrança!!! Os artistas da nossa música deveriam ter organizado shows-tributo à "Divina", não acham? Será que alguém se lembrou dessa data?

7 de maio de 2010 às 12:15  
Blogger lurian said...

Elizeth é uma cantora-guia para quem deseja estar sintonizado ao bom gosto. As letras do Vinícius, as composições do Tom, do Baden... estão eternizadas no imaginário e no cancioneiro nacional. Viva a Divina!

7 de maio de 2010 às 16:45  
Blogger Muscleboyg said...

Elizeth é simplesmente a perfeição na forma de cantar.Quem ouvir as suas interpretações chegará facilmente a esta conclusão.Que pena que a sua sucessora,dito por ela própria em entrevista à Leda Nagle,tenha partido antes dela.Elizeth afirmava que a sua sucessora seria Clara Nunes.
Elizeth é hors concours.Há quem goste de Elis,há quem goste de Bethânia,há quem goste de Dalva,há quem goste de Gal,há quem goste de Clara,há quem goste de Ângela,mas todos nós somos unânimes em afirmar a excelência de Elizeth Cardoso.

7 de maio de 2010 às 20:59  
Blogger Cássia said...

Se não me engano, foi a primeira que gravou "Chega de Saudade", e influenciou um exército de artistas.

8 de maio de 2010 às 14:36  
Anonymous Roberto Murilo said...

Minha cantora brasileira predileta.Não merecia o esquecimento a que está relegada pela mídia. Seu antológico show no João Caetano deveria ser reeditado sempre. Não sou tão severo quanto o Mauro a respeito do repertório. Antes do Hermínio, Ela já havia gravado coisas antológicas. Além do histórico Canção do Amor Demais, há toda uma série de sambas da dupla Luiz Reis e Haroldo Barbosa, um disco dedicado a Marino |Pinto, os Lps com Moacyr Silva, um outro dedicado a Vinicius com arranjos do Moacir Santos. Quase tudo que Eliseth gravou é ótimo.

11 de maio de 2010 às 21:31  

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