Solo, Brown explana sua atuação plural na MPB
Título: MPB Solo
Artista: Carlinhos Brown (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Poeira (RJ)
Data: 4 de maio de 2010
Cotação: * * * *
Presença raríssima em palcos cariocas, Carlinhos Brown ficou no centro da arena do Teatro Poeira, na noite de 4 de maio de 2010, para gravar a abertura da temporada de 2010 do programa MPB Solo, veiculado pela rádio MPB FM apenas no portal da emissora. Em conversa intermediada pelo apresentador Toni Platão, Brown expôs sua atuação plural na música brasileira, ainda não avaliada e dimensionada com justiça pela parte da crítica musical que vê em Brown somente o fornecedor de hits para cantoras associadas à axé music. Munido de violões, guitarra e berimbau, o tribalista cantou em clima acústico os principais sucessos de sua versátil produção autoral ,que ganhou visibilidade nacional a partir de 1989, ano em que Caetano Veloso - que já integrara Brown à sua banda como percussionista - gravou Meia-Lua Inteira, hit do álbum Estrangeiro. Brown tocou Meia-Lua Inteira no berimbau - da forma como compôs a música - mas a música com que abriu o roteiro, numa segura versão a capella, foi Leva eu Sodade, toada de Tito Guimarães e Alberto Cavalcanti, gravada em 1962 por Nilo Amaro e seus Cantores de Ébano. Falante, até verborrágico (o que levou Platão a intervir para direcionar a conversa musicada), Brown reviveu músicas como Argila (de seu primeiro álbum solo, Alfagamebetizado, editado em 1996), Aganju (composição de Carlito Marrón, o álbum espanhol de 2004 em que o artista enfatizou a influência ibérica na cultura musical baiana) e Pedindo pra Voltar (a canção que a Timbalada lançou em disco em 2006 e que ganhou visibilidade ao ser cantada por Marisa Monte ao longo da temporada do show Universo Particular). Brown, aliás, ressaltou a importância de ter virado parceiro de Marisa. "Na minha efervescência de fazer música quente, Marisa me ajudou muito na canção", explicou Brown, que cantou Magamalabares (tema de sua lavra que a cantora gravou em 1996 no disco duplo Barulhinho Bom) e Segue o Seco (música de sua autoria que Marisa incluiu no álbum Verde Anil Amarelo Cor-de-Rosa e Carvão, de 1994). Na sequência, o compositor entoou o primeiro grande sucesso popular de sua parceria com Marisa, Amor, I Love You (2000), pretexto para alfinetar o patrulhamento ideológico de quem identificou suposto ranço de breguice na música. "Como se a arara não tivesse várias cores! Até a arara azul tem um pouco de amarelo...", argumentou, metafórico e seguro de sua libertária ideologia musical. Foi aplaudido pela platéia que incluía nomes como a cantora Fernanda Abreu (lembrada por valorizar o funk) e o empresário Luiz Oscar Niemeyer. Em seguida, na guitarra, Brown tocou Velha Infância - um dos megahits do único álbum originado do projeto Tribalistas (2002) - e Quanto ao Tempo, a balada embebida em soul que os Paralamas do Sucesso lançou no ritmo do reggae no CD Brasil Afora (2009). Entre um número e outro, Brown lembrou Uma Brasileira, o sucesso composto com Herbert Vianna e fornecido para o repertório dos Paralamas. No fim, cantou em Yorubá, mostrou a porção de canção que há em sucessos da folia baiana, como Rapunzel, e se despediu ao som de Busy Man. Comunicativo, Carlinhos Brown defendeu suas ideias com a mesma desenvoltura com que expôs sua rica musicalidade. Que retorne logo aos palcos cariocas para um show efervescente!!!
8 Comments:
Presença raríssima em palcos cariocas, Carlinhos Brown ficou no centro da arena do Teatro Poeira, na noite de 4 de maio de 2010, para gravar a abertura da temporada de 2010 do programa MPB Solo, veiculado pela rádio MPB FM apenas no portal da emissora. Em conversa intermediada pelo apresentador Toni Platão, Brown expôs sua atuação plural na música brasileira, ainda não avaliada e dimensionada com justiça pela parte da crítica musical que vê em Brown somente o fornecedor de hits para cantoras associadas à axé music. Munido de violões, guitarra e berimbau, o tribalista cantou em clima acústico os principais sucessos de sua versátil produção autoral ,que ganhou visibilidade nacional a partir de 1989, ano em que Caetano Veloso - que já integrara Brown à sua banda como percussionista - gravou Meia-Lua Inteira, hit do álbum Estrangeiro. Brown tocou Meia-Lua Inteira no berimbau - da forma como compôs a música - mas a música com que abriu o roteiro, numa segura versão a capella, foi Leva eu Sodade, toada de Tito Guimarães e Alberto Cavalcanti, gravada em 1962 por Nilo Amaro e seus Cantores de Ébano. Falante, até verborrágico (o que levou Platão a intervir para direcionar a conversa musicada), Brown reviveu músicas como Argila (de seu primeiro álbum solo, Alfagamebetizado, editado em 1996), Aganju (composição de Carlito Marrón, o álbum espanhol de 2004 em que o artista enfatizou a influência ibérica na cultura musical baiana) e Pedindo pra Voltar (a canção que a Timbalada lançou em disco em 2006 e que ganhou visibilidade ao ser cantada por Marisa Monte ao longo da temporada do show Universo Particular). Brown, aliás, ressaltou a importância de ter virado parceiro de Marisa. "Na minha efervescência de fazer música quente, Marisa me ajudou muito na canção", explicou Brown, que cantou Magamalabares (tema de sua lavra que a cantora gravou em 1996 no disco duplo Barulhinho Bom) e Segue o Seco (música de sua autoria que Marisa incluiu no álbum Verde Anil Amarelo Cor-de-Rosa e Carvão, de 1994). Na sequência, o compositor entoou o primeiro grande sucesso popular de sua parceria com Marisa, Amor, I Love You (2000), pretexto para alfinetar o patrulhamento ideológico de quem identificou suposto ranço de breguice na música. "Como se a arara não tivesse várias cores! Até a arara azul tem um pouco de amarelo...", argumentou, metafórico e seguro de sua libertária ideologia musical. Foi aplaudido pela platéia que incluía nomes como a cantora Fernanda Abreu (lembrada por valorizar o funk) e o empresário Luiz Oscar Niemeyer. Em seguida, na guitarra, Brown tocou Velha Infância - um dos megahits do único álbum originado do projeto Tribalistas (2002) - e Quanto ao Tempo, a balada embebida em soul que os Paralamas do Sucesso lançou no ritmo do reggae no CD Brasil Afora (2009). Entre um número e outro, Brown lembrou Uma Brasileira, o sucesso composto com Herbert Vianna e fornecido para o repertório dos Paralamas. No fim, cantou em Yorubá, mostrou a porção de canção que há em sucessos da folia baiana, como Rapunzel, e se despediu ao som de Busy Man. Comunicativo, Carlinhos Brown defendeu suas ideias com a mesma desenvoltura com que expôs sua rica musicalidade. Que retorne logo aos palcos cariocas para um show efervescente!!!
fala demais, compõe demais
Brown sempre foi genial. Que descubram isso.
Oi, Mauro, gostaria de ver uma resenha sua sobre o filme "Os EUA x John Lennon", em cartaz aqui no Rio de Janeiro. Abraços.
Marisa não saiu de casa para ouvi-lo?
Foi uma noite memorável!
Brown é genial!
Um dos maiores talentos da MPB contemporânea.
É um baita compositor e canta bem!
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