30 de abril de 2010

Rufus se despe no íntimo álbum 'Songs for Lulu'

Resenha de CD
Título: All Days Are
Nights: Songs for Lulu
Artista: Rufus
Wainwright
Gravadora: Decca
Records / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Rufus Wainwright sempre gostou de excessos - assim como seus ídolos Judy Garland (1922 - 1969) - cujo repertório já revisitou no tributo ao vivo Rufus Does Judy at Carnegie Hall (2007) - e Elton John. Não por acaso, os discos deste cantor e compositor canadense - radicado nos Estados Unidos - sempre foram pautados por pomposos arranjos orquestrais. O que realça o clima inusitado de seu sexto álbum de estúdio, All Days Are Nights: Songs for Lulu, lançado no Brasil neste mês de abril de 2010 pela Universal Music. Trata-se do álbum mais íntimo e pessoal do artista. No lugar das orquestras, há apenas o piano de Rufus a acompanhar sua voz. No lugar da exuberância, há mais introspecção. É que Songs for Lulu reflete o estado de espírito do artista ao longo de 2009, ano em que se agravou o câncer que acabaria matando sua mãe - a cantora canadense Kate McGarrigle (1946 – 2010) - em janeiro deste ano de 2010. Entre três sonetos de Shakespeare (1564 - 1616) musicados por Rufus e uma ária (Les Feux d’Artifice t’Appellent) da primeira ópera composta pelo artista (Prima Donna, 2009), Songs for Lulu destila solidão e tristeza em tons meio sombrios. Despida dos habituais aparatos orquestrais, a música de Rufus nem sempre soa tão sedutora e envolvente às primeiras audições. Entretanto, há certa beleza e certa grandeza em temas como True Loves, Who Are You New York? e Sad with What I Have. A Lulu do título é a atriz norte-americana Louise Brooks (1906 – 1985), estrela de filmes como A Caixa de Pandora (1929). Contudo, Songs for Lulu é menos inspirado nela do que na mãe de Rufus. Por isso, por ora, o artista - gay assumido na vida e na Arte - não quer ficar posando de diva.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Rufus Wainwright sempre gostou de excessos - assim como seus ídolos Judy Garland (1922 - 1969) - cujo repertório já revisitou no tributo ao vivo Rufus Does Judy at Carnegie Hall (2007) - e Elton John. Não por acaso, os discos deste cantor e compositor canadense - radicado nos Estados Unidos - sempre foram pautados por pomposos arranjos orquestrais. O que realça o clima inusitado de seu sexto álbum de estúdio, All Days Are Nights: Songs for Lulu, lançado no Brasil neste mês de abril de 2010 pela Universal Music. Trata-se do álbum mais íntimo e pessoal do artista. No lugar das orquestras, há apenas o piano de Rufus a acompanhar sua voz. No lugar da exuberância, há mais introspecção. É que Songs for Lulu reflete o estado de espírito do artista ao longo de 2009, ano em que se agravou o câncer que acabaria matando sua mãe - a cantora canadense Kate McGarrigle (1946 – 2010) - em janeiro deste ano de 2010. Entre três sonetos de Shakespeare (1564 - 1616) musicados por Rufus e uma ária (Les Feux d’Artifice t’Appellent) da primeira ópera composta pelo artista (Prima Donna, 2009), Songs for Lulu destila solidão e tristeza em tons meio sombrios. Despida dos habituais aparatos orquestrais, a música de Rufus nem sempre soa tão sedutora e envolvente às primeiras audições. Entretanto, há certa beleza e certa grandeza em temas como True Loves, Who Are You New York? e Sad with What I Have. A Lulu do título é a atriz norte-americana Louise Brooks (1906 – 1985), estrela de filmes como A Caixa de Pandora (1929). Contudo, Songs for Lulu é menos inspirado nela do que na mãe de Rufus. Por isso, por ora, o artista - gay assumido na vida e na Arte - não quer ficar posando de diva.

30 de abril de 2010 às 00:14  
Anonymous Suami said...

Mauro,
É sempre um prazer passar aqui e ler teu texto. Tava esperando tuas observações sobre o disco do Rufus como quem espera aquele aval de quem sabe do que fala.
É isso mesmo: vc sabe do que fala.
E o Leave Your Sleep da Natalie Merchant, já escutou?
Conta aí?
Abraço.

30 de abril de 2010 às 08:58  

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