Devota do samba, Luiza estreia segura em disco
Resenha de CD
Título: Devoção
Artista: Luiza Dionizio
Gravadora: CCC Discos
/ Universal Music
Cotação: * * * 1/2
"Você não pode cantar meu samba assim sem alma / Ter que ter calma pra poder compreender / ... / Que o samba não é só um momento", manda recado - através dos versos escritos por Ratinho para o samba Alma - Luiza Dionizio, cantora carioca que debuta bem em disco com Devoção. Luiza é do ramo. E é também da Vila da Penha, bairro do subúrbio carioca retratado com romantismo idealizado em Vila do meu Coração, parceria de dois compositores criados no mesmo bairro, Luiz Carlos Máximo e Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008). Do baú deste grande compositor que saiu precocemente de cena, Luiza pesca o inédito samba Braços de Lã, aquecido com a poesia positivista do autor. Cantora de voz quente, Luiza estreia com segurança no mercado fonográfico, sem recorrer ao óbvio ou ao fácil para montar o repertório do CD produzido por Paulão Sete Cordas. Repertório que adquire contornos afros em Preceito (Toninho Geraes e Roque Ferreira), em Conceição da Praia (Luiz Carlos Máximo) - que celebra as águas com a mesma devoção religiosa que banha Mar de Jangada (Evandro Lima e Toninho Nascimento) - e no ijexá Oxum Ololá, que fecha Devoção em grande estilo. De estilo mais tradicional e melodioso, o samba Tempos Depois (Wanderley Monteiro e Nelson Rufino) se impõe no repertório ao lado do supra-citado Alma (Ratinho) e de Jardim das Oliveiras (Délcio Carvalho), tributo reverente à escola de samba Império Serrano, encorpado pelas vozes da Velha Guarda da tradicional agremiação do Carnaval do Rio de Janeiro (RJ). Contudo, é preciso ressaltar o faro da intérprete para garimpar repertório. Antes Assim (samba de quadra de Wilson Moreira), Pensando Bem - parceria de Martinho da Vila e João de Aquino, gravada por Martinho no lado B de LP, Verso e Reverso (1982), ignorado pelas rádios - e Último Verso (dolente samba de Elton Medeiros e Clóviz Bezno, gravado por Elton em 1980 e pontuado pelo acordeom de Kiko Horta no registro de Luiza Dionizio) bem poderiam passar como temas inéditos, posto que desconhecidos até pelo devotos mais fervorosos do samba. Enfim, Devoção marca a estreia segura de cantora para quem o samba nunca foi mero momento ou trampolim para a mídia. Luiza veio para ficar...
Título: Devoção
Artista: Luiza Dionizio
Gravadora: CCC Discos
/ Universal Music
Cotação: * * * 1/2
"Você não pode cantar meu samba assim sem alma / Ter que ter calma pra poder compreender / ... / Que o samba não é só um momento", manda recado - através dos versos escritos por Ratinho para o samba Alma - Luiza Dionizio, cantora carioca que debuta bem em disco com Devoção. Luiza é do ramo. E é também da Vila da Penha, bairro do subúrbio carioca retratado com romantismo idealizado em Vila do meu Coração, parceria de dois compositores criados no mesmo bairro, Luiz Carlos Máximo e Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008). Do baú deste grande compositor que saiu precocemente de cena, Luiza pesca o inédito samba Braços de Lã, aquecido com a poesia positivista do autor. Cantora de voz quente, Luiza estreia com segurança no mercado fonográfico, sem recorrer ao óbvio ou ao fácil para montar o repertório do CD produzido por Paulão Sete Cordas. Repertório que adquire contornos afros em Preceito (Toninho Geraes e Roque Ferreira), em Conceição da Praia (Luiz Carlos Máximo) - que celebra as águas com a mesma devoção religiosa que banha Mar de Jangada (Evandro Lima e Toninho Nascimento) - e no ijexá Oxum Ololá, que fecha Devoção em grande estilo. De estilo mais tradicional e melodioso, o samba Tempos Depois (Wanderley Monteiro e Nelson Rufino) se impõe no repertório ao lado do supra-citado Alma (Ratinho) e de Jardim das Oliveiras (Délcio Carvalho), tributo reverente à escola de samba Império Serrano, encorpado pelas vozes da Velha Guarda da tradicional agremiação do Carnaval do Rio de Janeiro (RJ). Contudo, é preciso ressaltar o faro da intérprete para garimpar repertório. Antes Assim (samba de quadra de Wilson Moreira), Pensando Bem - parceria de Martinho da Vila e João de Aquino, gravada por Martinho no lado B de LP, Verso e Reverso (1982), ignorado pelas rádios - e Último Verso (dolente samba de Elton Medeiros e Clóviz Bezno, gravado por Elton em 1980 e pontuado pelo acordeom de Kiko Horta no registro de Luiza Dionizio) bem poderiam passar como temas inéditos, posto que desconhecidos até pelo devotos mais fervorosos do samba. Enfim, Devoção marca a estreia segura de cantora para quem o samba nunca foi mero momento ou trampolim para a mídia. Luiza veio para ficar...
8 Comments:
"Você não pode cantar meu samba assim sem alma / Ter que ter calma pra poder compreender / ... / Que o samba não é só um momento", manda recado - através dos versos escritos por Ratinho para o samba Alma - Luiza Dionizio, cantora carioca que debuta bem em disco com Devoção. Luiza é do ramo. E é também da Vila da Penha, bairro do subúrbio carioca retratado com romantismo idealizado em Vila do meu Coração, parceria de dois compositores criados no mesmo bairro, Luiz Carlos Máximo e Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008). Do baú deste grande compositor que saiu precocemente de cena, Luiza pesca o inédito samba Braços de Lã, aquecido com a poesia positivista do autor. Cantora de voz quente, Luiza estreia com segurança no mercado fonográfico, sem recorrer ao óbvio ou ao fácil para montar o repertório do CD produzido por Paulão Sete Cordas. Repertório que adquire contornos afros em Preceito (Toninho Geraes e Roque Ferreira), em Conceição da Praia (Luiz Carlos Máximo) - que celebra as águas com a mesma devoção religiosa que banha Mar de Jangada (Evandro Lima e Toninho Nascimento) - e no ijexá Oxum Ololá, que fecha Devoção em grande estilo. De estilo mais tradicional e melodioso, o samba Tempos Depois (Wanderley Monteiro e Nelson Rufino) se impõe no repertório ao lado do supra-citado Alma (Ratinho) e de Jardim das Oliveiras (Délcio Carvalho), tributo reverente à escola de samba Império Serrano, encorpado pelas vozes da Velha Guarda da tradicional agremiação do Carnaval do Rio de Janeiro (RJ). Contudo, é preciso ressaltar o faro da intérprete para garimpar repertório. Antes Assim (samba de quadra de Wilson Moreira), Pensando Bem - parceria de Martinho da Vila e João de Aquino, gravada por Martinho no lado B de LP, Verso e Reverso (1982), ignorado pelas rádios - e Último Verso (dolente samba de Elton Medeiros e Clóviz Bezno, gravado por Elton em 1980 e pontuado pelo acordeom de Kiko Horta no registro de Luiza Dionizio) bem poderiam passar como temas inéditos, posto que desconhecidos até pelo devotos mais fervorosos do samba. Enfim, Devoção marca a estreia segura de cantora para quem o samba nunca foi mero momento ou trampolim para a mídia. Luiza veio para ficar...
E meio de campo que já estava embolado ...
Você fez uma leitura precisa do novo trabalho de Luiza Dionizio, uma cantora - sem nenhum exagero - que o Brasil precisa conhecer. Abraços.
Luíza é luxo e riqueza ! salve a Vila da penha !
Pelas palavras do Mauro já fiquei ansioso pra conhecer a nova sambista que surge. Com certeza será bem vinda.
Luiz Leite - Belém/PA
Essa é A SAMBISTA , A VOZ a serviço do SAMBA- que segurança , que força ao cantar, que grave perfeito, que SAMBAS perfeitos,. Tô encantado com esse CD, é pra ouvir" aos pulsos". Adoro todas as novas cantoras surgidas na Lapa- Teresa Cristina, Ana Costa,Mariana Baltar , Nilze Carvalho,Camila Costa,.... mas Luiza Dionisio com certeza È A MELHOR, A NOVA VOZ DO VERDADEIRO SAMBA, SALVE!!!!!!
Todas as cantoras citadas pelo anônimo das 21:52 são legais, mas Verônica Ferriani é especial. Que voz linda essa moça tem. Que divisão no canto. Ela ainda vai figurar como estrela no céu da Lapa e do Brasil.
Luiza veio para ficar... fadada a cantar no Carioca da Gema,Centro Cultural Carioca e,se muito,Teatro Rival. É bom ? É mas é pouco ...
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