Sambalanço (e outras levadas) do singular Lulu
Resenha de CD
Título: Singular
Artista: Lulu Santos
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2
Em seu álbum anterior, Long Play (Som Livre, 2007), Lulu Santos priorizou os grooves funkeados sem deixar de cair no samba em faixas como Boa Vida. Neste 22º disco, Singular, lançado neste mês de dezembro de 2009, o cantor prioriza o samba no seu balanço pop sem descartar o funk, presente na atualização de Perguntas (II) - um tema do disco Popsambalanço e Outras Levadas (1989) - e na demolidora desconstrução de Zazueira (música de Jorge Ben Jor que Lulu revisitou em estúdio para o tributo ao vivo O Baile do Simonal). O samba parece pontuar o CD Singular porque Lulu acentua com sua guitarra as levadas de popsambalanço dos dois temas instrumentais, Spydermonkey e Restinga, que abrem e fecham o álbum formatado (com fartas doses de eletrônica) pelo próprio Lulu ao lado do tecladista Hiroshi Mizutani. Entre um e outro, há até samba - Procedimento - em uma moldura quase tradicional. Entre um e outro, há também mais exemplos do fino acabamento da obra deste hábil arquiteto do pop nacional. Fulcio é sério candidato a hit nacional. Trata-se de bolero pop de pegada envolvente. Por sua vez, Baby de Babylon já virou merecidamente sucesso radiofônico. É o esfuziante tema dançante - que remete à efervescência da disco music - feito sob encomenda para a trilha sonora da novela Viver a Vida. Na' Boa também tem os encantos que não estão tão visíveis em Duplo Mortal. Fora da seara autoral, o intérprete Lulu adiciona levadas de samba a Black and Gold - um tema do repertório do cantor, compositor e produtor australiano Sam Sparro - e turbina Atropelada (Jorge Ailton e Apoena) com grooves espertos. Enfim, Singular - o disco, não a faixa-título (de menor inspiração) - reafirma a inquietude do artista. Lulu Santos continua relevante porque sempre inventa moda - ou pelo menos tenta - em vez de ficar apegado às ondas do passado. Ele sabe que nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Nem mesmo o popsambalanço que formatou há vinte anos num disco visionário de 1989 em que se permitiu ignorar a fórmula do sucesso em favor de outras levadas. Como neste singular Singular.
Título: Singular
Artista: Lulu Santos
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2
Em seu álbum anterior, Long Play (Som Livre, 2007), Lulu Santos priorizou os grooves funkeados sem deixar de cair no samba em faixas como Boa Vida. Neste 22º disco, Singular, lançado neste mês de dezembro de 2009, o cantor prioriza o samba no seu balanço pop sem descartar o funk, presente na atualização de Perguntas (II) - um tema do disco Popsambalanço e Outras Levadas (1989) - e na demolidora desconstrução de Zazueira (música de Jorge Ben Jor que Lulu revisitou em estúdio para o tributo ao vivo O Baile do Simonal). O samba parece pontuar o CD Singular porque Lulu acentua com sua guitarra as levadas de popsambalanço dos dois temas instrumentais, Spydermonkey e Restinga, que abrem e fecham o álbum formatado (com fartas doses de eletrônica) pelo próprio Lulu ao lado do tecladista Hiroshi Mizutani. Entre um e outro, há até samba - Procedimento - em uma moldura quase tradicional. Entre um e outro, há também mais exemplos do fino acabamento da obra deste hábil arquiteto do pop nacional. Fulcio é sério candidato a hit nacional. Trata-se de bolero pop de pegada envolvente. Por sua vez, Baby de Babylon já virou merecidamente sucesso radiofônico. É o esfuziante tema dançante - que remete à efervescência da disco music - feito sob encomenda para a trilha sonora da novela Viver a Vida. Na' Boa também tem os encantos que não estão tão visíveis em Duplo Mortal. Fora da seara autoral, o intérprete Lulu adiciona levadas de samba a Black and Gold - um tema do repertório do cantor, compositor e produtor australiano Sam Sparro - e turbina Atropelada (Jorge Ailton e Apoena) com grooves espertos. Enfim, Singular - o disco, não a faixa-título (de menor inspiração) - reafirma a inquietude do artista. Lulu Santos continua relevante porque sempre inventa moda - ou pelo menos tenta - em vez de ficar apegado às ondas do passado. Ele sabe que nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Nem mesmo o popsambalanço que formatou há vinte anos num disco visionário de 1989 em que se permitiu ignorar a fórmula do sucesso em favor de outras levadas. Como neste singular Singular.
6 Comments:
Em seu álbum anterior, Long Play (Som Livre, 2007), Lulu Santos priorizou os grooves funkeados sem deixar de cair no samba em faixas como Boa Vida. Neste 22º disco, Singular, lançado neste mês de dezembro de 2009, o cantor prioriza o samba no seu balanço pop sem descartar o funk, presente na boa inédita Perguntas (II) e na demolidora desconstrução de Zazueira (o tema de Jorge Ben Jor que Lulu revisitou em estúdio para o tributo ao vivo O Baile do Simonal). O samba parece pontuar o CD Singular porque Lulu acentua com sua guitarra as levadas de popsambalanço dos dois temas instrumentais, Spydermonkey e Restinga, que abrem e fecham o álbum formatado (com fartas doses de eletrônica) pelo próprio Lulu ao lado do tecladista Hiroshi Mizutani. Entre um e outro, há samba - Procedimento Normal - em uma moldura quase tradicional. Entre um e outro, há também mais exemplos do fino acabamento da obra deste hábil arquiteto do pop nacional. Fulcio é sério candidato a hit nacional. Trata-se de bolero pop de pegada envolvente. Por sua vez, Baby de Babylon já virou merecidamente sucesso radiofônico. É o esfuziante tema dançante - que remete à efervescência da disco music - feito sob encomenda para a trilha sonora da novela Viver a Vida. Na' Boa também tem os encantos que não estão tão visíveis em Duplo Mortal. Fora da seara autoral, o intérprete Lulu adiciona levadas de samba a Black and Gold - um tema do repertório do cantor, compositor e produtor australiano Sam Sparro - e turbina Atropelada (Jorge Ailton e Apoena) com grooves espertos. Enfim, Singular - o disco, não a faixa-título (de menor inspiração) - reafirma a inquietude do artista. Lulu Santos continua relevante porque sempre inventa moda - ou pelo menos tenta - em vez de ficar apegado às ondas do passado. Ele sabe que nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Nem mesmo o popsambalanço que formatou há vinte anos num disco visionário de 1989 em que se permitiu ignorar a fórmula do sucesso em favor de outras levadas. Como neste singular Singular.
Olá Mauro, A música Perguntas não é inédita, apesar de estar com novo arranjo, por isso recebe o "II". Ela foi gravada pelo Lulu no "Popsambalanço e outras levadas". Coincidência ou não, o disco completou 20 anos em 2009. E a letra de Perguntas continua tão atual, hein!
Abs,
Bernie Walbenny
www.mtv.com.br/belem
Lulu tinha que fazer um disco de interpréte. Assim como fez com Zazueira... Gravar ao seu modo esses clássicos maravilhosos. Lulu!! Nos surpreenda!!
Grato, Bernie, não tinha me tocado que era a mesma música. Abs, MauroF
Gostei muito de Atropelada.
Mostra que Lulu está antenado, como sempre esteve.
E mais, mostra pra galera mais nova que ele ainda é um dos maiores guitarristas do brasil. Muito bom!
concordo com o Luan, fiquei apaixonada pela música Atropelada, escuto várias vezes. Que bom saber que novos compositores estão surgindo e com essa capacidade tamanha.Bela escolha do Lulu.
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