Fábio Jr. atenua carga caipira de hits sertanejos
Resenha de CD
Título: Romântico
Artista: Fábio Jr.
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *
Romântico é o disco em que Fábio Jr. se aventura por (ótimo) repertório sertanejo sob a habitual ótica popular. Contudo, pela beleza da maior parte das 13 canções selecionadas, o CD é o único do cantor nos últimos anos que equilibra mais acertos do que erros. A produção de Guto Graça Mello procura trazer os clássicos caipiras para o universo do intérprete sem patinar na modernice pop. A ideia de usar o grupo vocal Ponto 4 para simular o efeito de uma segunda voz funciona bem em algumas faixas, em especial em Cabecinha no Ombro (Paulo Borges). O próprio Fábio está cantando bem sem carregar nos tons - qualidade perceptível nas regravações de hits como Fio de Cabelo (Darci Rossi e Marciano) e É o Amor (Zezé Di Camargo & Luciano), este prejudicado pelos vocais arranjados por Juliano Cortuah. No todo, Romântico - 25º título da discografia do cantor - atenua a carga caipira dos amores sertanejos. A rigor, o acordeom de Julinho Teixeira é o único instrumento a sublinhar a origem ruralista de composições como Amizade Sincera (Renato Teixeira) - aliás, uma das músicas mais bonitas do CD ao lado de No Rancho Fundo (Ary Barroso e Lamartine Babo). Soa mais elegante do que o sotaque caipira forjado na introdução falada de Cabocla Tereza (Raul Torres e João Pacífico) e em alguns versos de Rio de Piracicaba (Rio de Lágrimas), o clássico de Piraci, Tião Carreiro e Lourival dos Santos. Enfim, o disco tem méritos. Por isso mesmo, é lamentável que esteja sendo promovido com a aguada versão de Don't Know Why, o hit de Norah Jones que, na letra em português de Sylvia Massari, virou Amar É Perdoar. A versão roda na trilha sonora da novela Cama de Gato, mas é péssimo cartão-de-visitas para um disco que roça a elegância em vários momentos. E por falar em novela, a regravação de Alma Gêmea - num registro mais suave, condizente com a harmonia do disco - soa meramente oportunista. Deve ter entrado a pedido da gravadora Sony Music pelo fato de a Rede Globo estar reprisando a trama de Walcyr Carrasco que propaga a canção de Peninha - gravada originalmente por Fábio em álbum de 1993 - na abertura. Oportunismos à parte, o CD encerra com Românticos, balada de Vander Lee que, embora tenha sido bem gravada por Fábio, soa deslocada no repertório. No geral, justiça seja feita, Romântico é upgrade na discografia rala do cantor. Que acerta ao baixar os tons e, assim, realçar a real beleza e os sentimentos sinceros entranhados nessas (subestimadas) pérolas do universo sertanejo.
Título: Romântico
Artista: Fábio Jr.
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *
Romântico é o disco em que Fábio Jr. se aventura por (ótimo) repertório sertanejo sob a habitual ótica popular. Contudo, pela beleza da maior parte das 13 canções selecionadas, o CD é o único do cantor nos últimos anos que equilibra mais acertos do que erros. A produção de Guto Graça Mello procura trazer os clássicos caipiras para o universo do intérprete sem patinar na modernice pop. A ideia de usar o grupo vocal Ponto 4 para simular o efeito de uma segunda voz funciona bem em algumas faixas, em especial em Cabecinha no Ombro (Paulo Borges). O próprio Fábio está cantando bem sem carregar nos tons - qualidade perceptível nas regravações de hits como Fio de Cabelo (Darci Rossi e Marciano) e É o Amor (Zezé Di Camargo & Luciano), este prejudicado pelos vocais arranjados por Juliano Cortuah. No todo, Romântico - 25º título da discografia do cantor - atenua a carga caipira dos amores sertanejos. A rigor, o acordeom de Julinho Teixeira é o único instrumento a sublinhar a origem ruralista de composições como Amizade Sincera (Renato Teixeira) - aliás, uma das músicas mais bonitas do CD ao lado de No Rancho Fundo (Ary Barroso e Lamartine Babo). Soa mais elegante do que o sotaque caipira forjado na introdução falada de Cabocla Tereza (Raul Torres e João Pacífico) e em alguns versos de Rio de Piracicaba (Rio de Lágrimas), o clássico de Piraci, Tião Carreiro e Lourival dos Santos. Enfim, o disco tem méritos. Por isso mesmo, é lamentável que esteja sendo promovido com a aguada versão de Don't Know Why, o hit de Norah Jones que, na letra em português de Sylvia Massari, virou Amar É Perdoar. A versão roda na trilha sonora da novela Cama de Gato, mas é péssimo cartão-de-visitas para um disco que roça a elegância em vários momentos. E por falar em novela, a regravação de Alma Gêmea - num registro mais suave, condizente com a harmonia do disco - soa meramente oportunista. Deve ter entrado a pedido da gravadora Sony Music pelo fato de a Rede Globo estar reprisando a trama de Walcyr Carrasco que propaga a canção de Peninha - gravada originalmente por Fábio em álbum de 1993 - na abertura. Oportunismos à parte, o CD encerra com Românticos, balada de Vander Lee que, embora tenha sido bem gravada por Fábio, soa deslocada no repertório. No geral, justiça seja feita, Romântico é upgrade na discografia rala do cantor. Que acerta ao baixar os tons e, assim, realçar a real beleza e os sentimentos sinceros entranhados nessas (subestimadas) pérolas do universo sertanejo.
5 Comments:
Romântico é o disco em que Fábio Jr. se aventura por (ótimo) repertório sertanejo sob a habitual ótica popular. Contudo, pela beleza da maior parte das 13 canções selecionadas, o CD é o único do cantor nos últimos anos que equilibra mais acertos do que erros. A produção de Guto Graça Mello procura trazer os clássicos caipiras para o universo do intérprete sem patinar na modernice pop. A ideia de usar o grupo vocal Ponto 4 para simular o efeito de uma segunda voz funciona bem em algumas faixas, em especial em Cabecinha no Ombro (Paulo Borges). O próprio Fábio está cantando bem sem carregar nos tons - qualidade perceptível nas regravações de hits como Fio de Cabelo (Darci Rossi e Marciano) e É o Amor (Zezé Di Camargo & Luciano), este prejudicado pelos vocais arranjados por Juliano Cortuah. No todo, Romântico - 25º título da discografia do cantor - atenua a carga caipira dos amores sertanejos. A rigor, o acordeom de Julinho Teixeira é o único instrumento a sublinhar a origem ruralista de temas como Amizade Sincera (Renato Teixeira) - aliás, uma das músicas mais bonitas do CD ao lado de No Rancho Fundo (Ary Barroso e Lamartine Babo). Soa mais elegante do que o sotaque caipira forjado na introdução falada de Cabocla Tereza (Raul Torres e João Pacífico) e em alguns versos de Rio de Piracicaba (Rio de Lágrimas), o clássico de Piraci, Tião Carreiro e Lourival dos Santos. Enfim, o disco tem méritos. Por isso mesmo, é lamentável que esteja sendo promovido com a aguada versão de Don't Know Why, o hit de Norah Jones que, na letra em português de Sylvia Massari, virou Amar É Perdoar. A versão roda na trilha sonora da novela Cama de Gato, mas é péssimo cartão-de-visitas para um disco que roça a elegância em vários momentos. E por falar em novela, a regravação de Alma Gêmea - num registro mais suave, condizente com a harmonia do disco - soa meramente oportunista. Deve ter entrado a pedido da gravadora Sony Music pelo fato de a Rede Globo estar reprisando a trama de Walcyr Carrasco que propaga a canção de Peninha - gravada originalmente por Fábio em álbum de 1993 - na abertura. Oportunismos à parte, o CD encerra com Românticos, balada de Vander Lee que, embora tenha sido bem gravada por Fábio, soa deslocada no repertório. No geral, justiça seja feita, Romântico é upgrade na discografia rala do cantor. Que acerta ao baixar os tons e, assim, realçar a real beleza e os sentimentos sinceros entranhados nessas (subestimadas) pérolas do universo sertanejo.
OLHA ESTE DISCO DE FÁBIO JR ME SURPREENDEU.
QUANDO VI O TRACK LIST DO TRABALHO, SEM OUVI-LO ACHEI QUE SERIA MAIS UM PROJETO OPORTUNISTA EM CIMA DO ESTILO SERTANEJO, MAS O CARA SURPREENDEU.
A INTERPRETAÇÃO PARA O CLÁSSICO "ESTRADA DA VIDA" DE MILIONÁRIO E JOSÉ RICO, CONSEGUIU DAR Á MÚSICA UMA CONOTAÇÃO BE DIERENTE DO ORIGINAL, É QUASE COMO SE FÁBIO CONTASSE UMA OUTRA ESTÓRIA, DIGA-SE DE PASSAGEM O ARRANJO DA MÚSICA FICOU PRIMOROSO (AFINAL ÁS VEZES MENOS É MAIS).
"TELEFONE MUDO" DO TRIO PARADA DURA, TALVEZ TENHA SIDO A MÚSICA QUE MAIS SE APROXIMOU DO "PÉ NO BARRO", JÁ QUE O ARRANJO PRIVILEGIA O ACORDEOM, MAS MAIS UMA VEZ A INTERPRETAÇÃO DO CANTOR SE SOBRESAI.
QUANDO AO MEU COMENTÁRIO DE "OPORTUNISTA", O MESMO NÃO SE APLICA AO RESULTADO DESTE TRABALHO, MUITO MENOS AO CANTOR, QUE SEMPRE TROCOU FIGURINHAS COM O ESTILO E COM SEUS ARTISTAS.
ALIÁS FÁBIO JÁ DAVA SINAIS DE UM PROJETO COMO ESTE NAS SUAS ÚLTIMAS DUAS TURNÊS, QUANDO ACREESCENTOU NO REPERTÓRIO DOS SHOWS "TOCANDO EM FRENTE".
UM DISCO MUITO BOM!!!!
OLHA ESTE DISCO DE FÁBIO JR ME SURPREENDEU.
QUANDO VI O TRACK LIST DO TRABALHO, SEM OUVI-LO ACHEI QUE SERIA MAIS UM PROJETO OPORTUNISTA EM CIMA DO ESTILO SERTANEJO, MAS O CARA SURPREENDEU.
A INTERPRETAÇÃO PARA O CLÁSSICO "ESTRADA DA VIDA" DE MILIONÁRIO E JOSÉ RICO, CONSEGUIU DAR Á MÚSICA UMA CONOTAÇÃO BE DIERENTE DO ORIGINAL, É QUASE COMO SE FÁBIO CONTASSE UMA OUTRA ESTÓRIA, DIGA-SE DE PASSAGEM O ARRANJO DA MÚSICA FICOU PRIMOROSO (AFINAL ÁS VEZES MENOS É MAIS).
"TELEFONE MUDO" DO TRIO PARADA DURA, TALVEZ TENHA SIDO A MÚSICA QUE MAIS SE APROXIMOU DO "PÉ NO BARRO", JÁ QUE O ARRANJO PRIVILEGIA O ACORDEOM, MAS MAIS UMA VEZ A INTERPRETAÇÃO DO CANTOR SE SOBRESAI.
QUANDO AO MEU COMENTÁRIO DE "OPORTUNISTA", O MESMO NÃO SE APLICA AO RESULTADO DESTE TRABALHO, MUITO MENOS AO CANTOR, QUE SEMPRE TROCOU FIGURINHAS COM O ESTILO E COM SEUS ARTISTAS.
ALIÁS FÁBIO JÁ DAVA SINAIS DE UM PROJETO COMO ESTE NAS SUAS ÚLTIMAS DUAS TURNÊS, QUANDO ACREESCENTOU NO REPERTÓRIO DOS SHOWS "TOCANDO EM FRENTE".
UM DISCO MUITO BOM!!!!
ITAMAR DIAS
itamardias@gmail.com
AHHH,
FÁBIO NÃO É BOBO...
A MÚSICA "ROMÂNTICO" FEZ MUITO SUCESSO NO INTERIOR DE SP E REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO COM UMA DUPLA SERTANEJA...
O CARA SABE DAS COISAS...
ITAMAR DIAS
itamardias@gmail.com
Triste!
Obrigado, eu passo!
Que misturebe, eu não aguento escutar "É o Amor" e " Fio de cabelo". Muito menos "Alma Gêmea"!
Socorro!
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