Tiago & Juvenal pegam a estrada do bom sertão
Resenha de CD
Título: Tiago & Juvenal
Artista: Tiago & Juvenal
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * 1/2
A novela Paraíso sai do ar esta semana, porém Tiago e Juvenal - os peões violeiros do remake da trama de Benedito Ruy Barbosa - vão continuar em cena. É que seus intérpretes Rodrigo Sater e Yassir Chediak formaram na vida real dupla sertaneja batizada com os nomes das personagens e estão lançando o primeiro CD do duo. Tiago & Juvenal - o disco - é encarado pela gravadora Som Livre como mais um produto musical originado do folhetim ruralista, como denuncia a frase "Os violeiros da novela Paraíso" cunhada na capa do álbum. Contudo, é justo reconhecer que o disco tem lá seus encantos. As vozes de Rodrigo e Yassir não são especialmente brilhantes, mas se harmonizam bem. Além do mais, a dupla acerta ao cultuar as tradições da música caipira em repertório com mais altos do que baixos. As regravações de Amanheceu, Peguei a Viola (Renato Teixeira) e Vida, Vida Marvada (Rolando Boldrin) soam tão corretas quanto sedutoras. Há também a boa sacada de pegar O Trem das 7, bela incursão de Raul Seixas (1945 - 1989) pelo universo sertanejo. Dentre os temas autorais, vale destacar Te Amo em Sonhos, toada da lavra de Rodrigo, Almir Sater e Paulo Simões. A cantora Paula Fernandes é convidada da faixa. E por falar em Almir Sater, ele toca viola em outra boa inédita, Estrela de Boiadeiro, parceria de Rodrigo com Márcio de Camillo na qual Sérgio Reis também figura como convidado. Em clima mais animado, Feijão Queimado (Raul Torres e José Rielli) garante a dança nos arrasta-pés. O acordeom de Toninho Ferragutti valoriza o registro. Quase no mesmo tom dançante, Ai, que Falta de Ar flerta com malícia de raiz mais populista. Igualmente menos inspirada, a toada romântica Do Princípio até o Fim - pontuada pelo violino de Nicolas Krassik - peca pela poesia mais rala. Na sequência, boas recriações das lavras de Lupicínio Rodrigues (Felicidade - com direito a um quarteto de cordas regido por Edu Morelenbaum), Joubert de Carvalho (De Papo pro Ar, parceria com Olegário Mariano trazida para o universo dos arrasta-pés) e Fagner (Serenou na Madrugada) ratificam que Tiago & Juvenal pegaram a estrada sertaneja mais adequada. Podem ter vida longa.
Título: Tiago & Juvenal
Artista: Tiago & Juvenal
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * 1/2
A novela Paraíso sai do ar esta semana, porém Tiago e Juvenal - os peões violeiros do remake da trama de Benedito Ruy Barbosa - vão continuar em cena. É que seus intérpretes Rodrigo Sater e Yassir Chediak formaram na vida real dupla sertaneja batizada com os nomes das personagens e estão lançando o primeiro CD do duo. Tiago & Juvenal - o disco - é encarado pela gravadora Som Livre como mais um produto musical originado do folhetim ruralista, como denuncia a frase "Os violeiros da novela Paraíso" cunhada na capa do álbum. Contudo, é justo reconhecer que o disco tem lá seus encantos. As vozes de Rodrigo e Yassir não são especialmente brilhantes, mas se harmonizam bem. Além do mais, a dupla acerta ao cultuar as tradições da música caipira em repertório com mais altos do que baixos. As regravações de Amanheceu, Peguei a Viola (Renato Teixeira) e Vida, Vida Marvada (Rolando Boldrin) soam tão corretas quanto sedutoras. Há também a boa sacada de pegar O Trem das 7, bela incursão de Raul Seixas (1945 - 1989) pelo universo sertanejo. Dentre os temas autorais, vale destacar Te Amo em Sonhos, toada da lavra de Rodrigo, Almir Sater e Paulo Simões. A cantora Paula Fernandes é convidada da faixa. E por falar em Almir Sater, ele toca viola em outra boa inédita, Estrela de Boiadeiro, parceria de Rodrigo com Márcio de Camillo na qual Sérgio Reis também figura como convidado. Em clima mais animado, Feijão Queimado (Raul Torres e José Rielli) garante a dança nos arrasta-pés. O acordeom de Toninho Ferragutti valoriza o registro. Quase no mesmo tom dançante, Ai, que Falta de Ar flerta com malícia de raiz mais populista. Igualmente menos inspirada, a toada romântica Do Princípio até o Fim - pontuada pelo violino de Nicolas Krassik - peca pela poesia mais rala. Na sequência, boas recriações das lavras de Lupicínio Rodrigues (Felicidade - com direito a um quarteto de cordas regido por Edu Morelenbaum), Joubert de Carvalho (De Papo pro Ar, parceria com Olegário Mariano trazida para o universo dos arrasta-pés) e Fagner (Serenou na Madrugada) ratificam que Tiago & Juvenal pegaram a estrada sertaneja mais adequada. Podem ter vida longa.
4 Comments:
A novela Paraíso sai do ar esta semana, porém Tiago e Juvenal - os peões violeiros do remake da trama de Benedito Ruy Barbosa - vão continuar em cena. É que seus intérpretes Rodrigo Sater e Yassir Chediak formaram na vida real dupla sertaneja batizada com os nomes das personagens e estão lançando o primeiro CD do duo. Tiago & Juvenal - o disco - é encarado pela gravadora Som Livre como mais um produto musical originado do folhetim ruralista, como denuncia a frase "Os violeiros da novela Paraíso" cunhada na capa do álbum. Contudo, é justo reconhecer que o disco tem lá seus encantos. As vozes de Rodrigo e Yassir não são especialmente brilhantes, mas se harmonizam bem. Além do mais, a dupla acerta ao cultuar as tradições da música caipira em repertório com mais altos do que baixos. As regravações de Amanheceu, Peguei a Viola (Renato Teixeira) e Vida, Vida Marvada (Rolando Boldrin) soam tão corretas quanto sedutoras. Há também a boa sacada de pegar O Trem das 7, bela incursão de Raul Seixas (1945 - 1989) pelo universo sertanejo. Dentre os temas autorais, vale destacar Te Amo em Sonhos, toada da lavra de Rodrigo, Almir Sater e Paulo Simões. A cantora Paulo Fernandes é convidada da faixa. E por falar em Almir Sater, ele toca viola em outra boa inédita, Estrela de Boiadeiro, parceria de Rodrigo com Márcio de Camillo na qual Sérgio Reis também figura como convidado. Em clima mais animado, Feijão Queimado (Raul Torres e José Rielli) garante a dança nos arrasta-pés. O acordeom de Toninho Ferragutti valoriza o registro. Quase no mesmo tom dançante, Ai, que Falta de Ar flerta com malícia de raiz mais populista. Igualmente menos inspirada, a toada romântica Do Princípio até o Fim - pontuada pelo violino de Nicolas Krassik - peca pela poesia mais rala. Na sequência, boas recriações das lavras de Lupicínio Rodrigues (Felicidade - com direito a um quarteto de cordas regido por Edu Morelenbaum), Joubert de Carvalho (De Papo pro Ar, parceria com Olegário Mariano trazida para o universo dos arrasta-pés) e Fagner (Serenou na Madrugada) ratificam que Tiago & Juvenal pegaram a estrada sertaneja mais adequada. Podem ter vida longa.
Querido Mauro vc escreveu o nome da convidada da dupla no seu texto errado. Você clocou "A cantora Paulo Fernandes é convidada da faixa". Não seria Paula no feminino? Passa mesmo. É uma bobagem, mas somos todos colaboradores do seu simpático blog. E ponto! Abç,
Luiz Carlos - SP
Grato, Luiz Carlos, pela observação atenta do erro.
abs, MauroF
A invasão do chamado "Pagode Romântico" ou "Pagode Maurinho", nos anos 90, serviu para provocar uma reação dos verdadeiros sambistas que estavam esquecidos e hoje o samba tradicional está de novo nas paradas. Acho que o pessoal do estilo "Moda de Viola" também está reagindo aos pseudos sertanejos, pois vem surgindo algumas duplas e cantores cantando músicas com letras que remetem à vida do interior, bem ao estilo Almir Satter e Renato Teixeira, dentre outros. A verdadeira música do sertão.
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