30 de outubro de 2009

Tetê solta mais pássaros da garganta em 'Babel'

Resenha de CD
Título: Babel Eyes
- Musique des Langues
Vierges
Artista: Tetê Espíndola
e Philippe Kadosch
Gravadora: Multicrea
Cotação: * * *

Tetê Espíndola solta outros pássaros de sua garganta em Babel Eyes, disco gravado em 2008 em que retoma sua parceria com o compositor francês Philippe Kadosch, com quem dividiu em 2001 o CD Voz Voix Voice. Trabalho de difícil assimilação, posto que seu repertório foi todo criado por Kadosch a partir de fragmentos da prosódia de línguas mortas ou já em processo de extinção, Babel Eyes foi construído com sons extraídos do arsenal de uma orquestra formada por 12 músicos de diversas nacionalidades, sob a liderença de Kadosch. Além da voz aguda de Tetê, o Brasil contribui com os sons do percussionista Zé Eduardo Nazário Zen. A atmosfera é experimental. Se Mawaca propõe em sete longos minutos a interação do idioma Bantu com a linguagem digital dos bits, Kaprolin faz viagem pelos sons de arcaica escrita silábica, originada na Ilha de Creta. Em alguns momentos, Babel Eyes remete à intrincada escritura sonora de Arrigo Barnabé, a quem - certamente não por acaso... - é dedicado o tema Indiu, erguido em Babel Eyes com base na língua da tribo Tupi em curiosa interação com a música indiana. Tudo soa meio estranho - e como não haveria de soar? - para ouvidos habituados aos sons das selvas das cidades. Contudo, há real inventividade no disco, ainda inédito neste mercado brasileiro tão pouco receptivo a Tetê.

5 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Tetê Espíndola solta outros pássaros de sua garganta em Babel Eyes, disco gravado em 2008 em que retoma sua parceria com o compositor francês Philippe Kadosch, com quem dividiu em 2001 o CD Voz Voix Voice. Trabalho de difícil assimilação, posto que seu repertório foi todo criado por Kadosch a partir de fragmentos da prosódia de línguas mortas ou já em processo de extinção, Babel Eyes foi construído com sons extraídos do arsenal de uma orquestra formada por 12 músicos de diversas nacionalidades, sob a liderença de Kadosch. Além da voz aguda de Tetê, o Brasil contribui com os sons do percussionista Zé Eduardo Nazário Zen. A atmosfera é experimental. Se Mawaca propõe em sete longos minutos a interação do idioma Bantu com a linguagem digital dos bits, Kaprolin faz viagem pelos sons de arcaica escrita silábica, originada na Ilha de Creta. Em alguns momentos, Babel Eyes remete à intrincada escritura sonora de Arrigo Barnabé, a quem - certamente não por acaso... - é dedicado o tema Indiu, erguido em Babel Eyes com base na língua da tribo Tupi em curiosa interação com a música indiana. Tudo soa meio estranho - e como não haveria de soar? - para ouvidos habituados aos sons das selvas das cidades. Contudo, há real inventividade no disco, ainda inédito neste mercado brasileiro tão pouco receptivo a Tetê.

30 de outubro de 2009 às 18:35  
Anonymous Anônimo said...

Ainda espero trabalhos mais comerciais e de qualidade de Tetê. Não aguento mais esse experimentalismo dela.

30 de outubro de 2009 às 19:57  
Anonymous Anônimo said...

Graças a Deus temos Tetê Espíndola para nos remeter a outros sons, outras vozes, outros mundos musicais.
Tetê sabe os caminhos que trilha e por isso não se rende ao "comercial". E nas poucas vezes que o fez recentemente, não foi também assimilada. Então pra que ficar dando murro em ponta de faca?
Gosto dessa Tetê de "Babel Eyes", "Voz voix voice", da antológica "pássaros na garganta" e da brejeirice de "E va por ar" e "Anahí" em parceria com sua irmã Alzira.

31 de outubro de 2009 às 15:56  
Anonymous Anônimo said...

Eu prefiro a Tetê de JUDIARIA, QUE SERÁ, ESQUINAS, CARINHOSO, etc etc...

31 de outubro de 2009 às 16:50  
Anonymous Anônimo said...

Viva Tetê, única, corajosa, experimental, criativa, ATREVIDA, BRASILEIRA....

31 de outubro de 2009 às 21:41  

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