'Cadillac' roda sem pressão por blues e racismo
Resenha de blu-ray
Título: Cadillac
Records
Direção: Darnell
Martin
Elenco: Adrien
Brody, Jeffrey
Wright, Beyoncé
Knowles, Mos Def,
Columbus Short
e outros
Edição: Sony
Pictures
Cotação: * * *
Estreado em 5 de dezembro de 2008 nos cinemas dos Estados Unidos, o filme Cadillac Records está sendo lançado no Brasil diretamente em DVD e em blu-ray paralelamente à edição de sua trilha sonora em CD pela Sony Music. Por contar a história da Chess Records, a gravadora que propagou nos anos 50 o blues eletrificado de Chicago, o filme soa interessante para todos que se interessam pela evolução da música norte-americana. Contudo, do ponto de vista estritamente cinematográfico, Cadillac Records roda sem a devida pressão. Sobretudo no início. A trama demora a engrenar. Falta pressão também ao áudio 5.1 true hd do blu-ray (a imagem está aceitável para os padrões da alta definição, sem ser especialmente perfeita e sedutora). Contudo, consumidores de discos vão logo se deixar enredar pela história da gravadora, nomeada Chess Records pelos irmãos Leonard e Phil Chess, este inexplicavelmente suprimido do roteiro. Quem aparece em cena como o criador da Chess é somente Leonard (Adrien Brody). Cadillac Records faz alusão no título ao automóvel que era símbolo de status e ascensão social na Chicago dos anos 50. Leonard Chess presenteava artistas como Muddy Watters (Jeffrey Wright) e Little Walter (Columbus Short) com cadillacs, espécie de recompensa pelas vendas alentadas de seus discos. Mas nem tudo eram flores. Drogas pesadas como a heroína já estavam em cena. E a ferida do racismo apodrecia a olho nu. Ambas ceifaram vidas e carreiras. E o filme tem o mérito de mostrar como a repressão branca atuou com firmeza para diluir o sucesso de Chuck Berry (Mos Def), cantor e músico pioneiro na transformação do blues elétrico no som que viria a ser denominado rock'n'roll. Preso no auge, o negro Chuck acabou involuntariamente cedendo espaço para que o branco Elvis Presley (1935 - 1977) dominasse a cena emergante do rock. Mas, na segunda metade do filme, quem (quase) domina a cena é a estrela Beyoncé Knowles, numa atuação digna como Etta James, a cantora de blues que se envolveu com Leonard e com a heroína. Mas já havia o rock e, por conta dele, os discos de blues foram amargando vendas descendentes, o que gerou a inevitável falência e venda da Chess Records, gravadora lendária cuja história forte e original rendeu esse filme que, embora bom, poderia ser melhor...
Título: Cadillac
Records
Direção: Darnell
Martin
Elenco: Adrien
Brody, Jeffrey
Wright, Beyoncé
Knowles, Mos Def,
Columbus Short
e outros
Edição: Sony
Pictures
Cotação: * * *
Estreado em 5 de dezembro de 2008 nos cinemas dos Estados Unidos, o filme Cadillac Records está sendo lançado no Brasil diretamente em DVD e em blu-ray paralelamente à edição de sua trilha sonora em CD pela Sony Music. Por contar a história da Chess Records, a gravadora que propagou nos anos 50 o blues eletrificado de Chicago, o filme soa interessante para todos que se interessam pela evolução da música norte-americana. Contudo, do ponto de vista estritamente cinematográfico, Cadillac Records roda sem a devida pressão. Sobretudo no início. A trama demora a engrenar. Falta pressão também ao áudio 5.1 true hd do blu-ray (a imagem está aceitável para os padrões da alta definição, sem ser especialmente perfeita e sedutora). Contudo, consumidores de discos vão logo se deixar enredar pela história da gravadora, nomeada Chess Records pelos irmãos Leonard e Phil Chess, este inexplicavelmente suprimido do roteiro. Quem aparece em cena como o criador da Chess é somente Leonard (Adrien Brody). Cadillac Records faz alusão no título ao automóvel que era símbolo de status e ascensão social na Chicago dos anos 50. Leonard Chess presenteava artistas como Muddy Watters (Jeffrey Wright) e Little Walter (Columbus Short) com cadillacs, espécie de recompensa pelas vendas alentadas de seus discos. Mas nem tudo eram flores. Drogas pesadas como a heroína já estavam em cena. E a ferida do racismo apodrecia a olho nu. Ambas ceifaram vidas e carreiras. E o filme tem o mérito de mostrar como a repressão branca atuou com firmeza para diluir o sucesso de Chuck Berry (Mos Def), cantor e músico pioneiro na transformação do blues elétrico no som que viria a ser denominado rock'n'roll. Preso no auge, o negro Chuck acabou involuntariamente cedendo espaço para que o branco Elvis Presley (1935 - 1977) dominasse a cena emergante do rock. Mas, na segunda metade do filme, quem (quase) domina a cena é a estrela Beyoncé Knowles, numa atuação digna como Etta James, a cantora de blues que se envolveu com Leonard e com a heroína. Mas já havia o rock e, por conta dele, os discos de blues foram amargando vendas descendentes, o que gerou a inevitável falência e venda da Chess Records, gravadora lendária cuja história forte e original rendeu esse filme que, embora bom, poderia ser melhor...
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Estreado em 5 de dezembro de 2008 nos cinemas dos Estados Unidos, o filme Cadillac Records está sendo lançado no Brasil diretamente em DVD e em blu-ray paralelamente à edição de sua trilha sonora em CD pela Sony Music. Por contar a história da Chess Records, a gravadora que propagou nos anos 50 o blues eletrificado de Chicago, o filme soa interessante para todos que se interessam pela evolução da música norte-americana. Contudo, do ponto de vista estritamente cinematográfico, Cadillac Records roda sem a devida pressão. Sobretudo no início. A trama demora a engrenar. Falta pressão também ao áudio 5.1 true hd do blu-ray (a imagem está aceitável para os padrões da alta definição, sem ser especialmente perfeita e sedutora). Contudo, consumidores de discos vão logo se deixar enredar pela história da gravadora, nomeada Chess Records pelos irmãos Leonard e Phil Chess, este inexplicavelmente suprimido do roteiro. Quem aparece em cena como o criador da Chess é somente Leonard (Adrien Brody). Cadillac Records faz alusão no título ao automóvel que era símbolo de status e ascensão social na Chicago dos anos 50. Leonard Chess presenteava artistas como Muddy Watters (Jeffrey Wright) e Little Walter (Columbus Short) com cadillacs, espécie de recompensa pelas vendas alentadas de seus discos. Mas nem tudo eram flores. Drogas pesadas como a heroína já estavam em cena. E a ferida do racismo apodrecia a olho nu. Ambas ceifaram vidas e carreiras. E o filme tem o mérito de mostrar como a repressão branca atuou com firmeza para diluir o sucesso de Chuck Berry (Mos Def), cantor e músico pioneiro na transformação do blues elétrico no som que viria a ser denominado rock'n'roll. Preso no auge, o negro Chuck acabou involuntariamente cedendo espaço para que o branco Elvis Presley (1935 - 1977) dominasse a cena emergante do rock. Mas, na segunda metade do filme, quem (quase) domina a cena é a estrela Beyoncé Knowles, numa atuação digna como Etta James, a cantora de blues que se envolveu com Leonard e com a heroína. Mas já havia o rock e, por conta dele, os discos de blues foram amargando vendas descendentes, o que gerou a inevitável falência e venda da Chess Records, gravadora lendária cuja história forte e original rendeu esse filme que, embora bom, poderia ser melhor...
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