17 de junho de 2009

Fagner conceitua o CD com que festeja 60 anos

Fagner vai fazer 60 anos em 13 de outubro de 2009. A data é festejada com álbum de inéditas, Uma Canção no Rádio, nas lojas em breve pela gravadora Som Livre. O CD tem intervenções de Gabriel O Pensador (em Martelo) e de Zeca Baleiro (parceiro de Fagner na faixa-título). Eis o texto (claro e objetivo) escrito pelo próprio Fagner para conceituar o disco, de repertório romântico:
"A idéia deste CD começou a surgir quando ouvi pela primeira vez o cantor cearense Oliveira do Ceará, meu conterrâneo, que eu não conhecia. Passou uma noite cantando para mim várias de suas músicas, que me encantaram. Foi uma surpresa. A partir dali, comecei a selecionar algumas delas e terminei por gravar Regra do Amor, Amor Infinito e Martelo.
Fui apresentado ao Clemente Magalhães pelo produtor Marcelo Froes e então começamos um trabalho que evoluiu para a concretização de todo o CD. Regra do Amor e Amor Infinito são músicas românticas com mensagens simples que logo encontraram suas formas da maneira que sempre gravei esse tipo de canção. Para a música Martelo, Clemente sugeriu que mostrássemos a Gabriel O Pensador já que o tema é bastante instigante e poderia despertar o interesse do Gabriel em fazer a participação no CD. Para minha surpresa, o Menino Pensador não só gostou do tema, como de bate-pronto escreveu ao seu estilo os versos que canta. Embora falando do mesmo tema, são duas leituras distintas para os dias cheios de violência e injustiça social que vivemos.
Neste mesmo período, comecei a trabalhar com meus parceiros Zeca Baleiro e Fausto Nilo e também fiz minha primeira parceria com Chico Cesar, na canção Farinha Comer. Essa música já estava combinada há algum tempo. Mandei a música pro Chico num dia e no dia seguinte ele mandou a letra com versos de grande poeta. Com Zeca fiz Uma Canção no Rádio, também título do CD. A participação de Zeca se dá logo na abertura da faixa. É um fato raro o artista convidado abrir a canção, mas, no meu entender, é apenas a continuidade do trabalho que fizemos recentemente e que se revelou de grande afinidade. A Voz do Silêncio foi feita com Fausto Nilo, parceiro mais antigo. É uma balada que nos remete às canções dos Beatles.
A canção que abre esse CD, Muito Amor, eu já havia gravado em 2001 e regravado ao vivo no CD Me Leve. Foi uma canção que agradou bastante ao meu público, mas, mesmo assim ,achava que ainda faltava outra leitura musical e resultou nesse tango, bem ao estilo do tango eletrônico que está se fazendo hoje. Aproveitei a sanfona do Italo Almeida para tirar som de bandoneon.
Como sempre, incluo em meus discos alguma canção nordestina e as escolhidas foram Me dá Meu Coração e Flor do Mamulengo, duas canções já conhecidas do público do Nordeste que mereciam uma levada mais universal, já que elas haviam sido gravadas em estilo regional.
Sonetos é uma canção de amor simples e direta e me foi mandada pelo compositor Domer, de quem eu já havia gravado Certeza, em 2001, e que está bem dentro do espírito romântico do disco.
Por fim, quero elogiar o trabalho de todos que estiveram envolvidos nesse projeto, especialmente Edinho, Humberto, Amaro Pena, Erivanes (Fortaleza) – sempre conectados com o estúdio do Rio – e Clemente Magalhães e sua equipe de músicos e técnicos do Corredor 5. Todos fizeram de tudo para que o trabalho saísse com muita competência e carinho -como vai chegar aos ouvintes.
Este é o CD que comemora meus 60 anos de vida e que diz bem o momento que estou vivendo musicalmente e motivado naquilo que mais gosto de fazer com a música.
Por que o título?
Uma Canção no Rádio pode resumir todo o sentimento do trabalho no seu contexto poético e musical além da referência que faz ao rádio, destino natural de músicas que são feitas para chegar aos ouvintes, relevando cada vez mais sua importância na comunicação". Raimundo Fagner

18 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Fagner vai fazer 60 anos em 13 de outubro de 2009. A data é festejada com álbum de inéditas, Uma Canção no Rádio, nas lojas em breve pela gravadora Som Livre. O CD tem intervenções de Gabriel O Pensador (em Martelo) e de Zeca Baleiro (parceiro de Fagner na faixa-título). Eis o texto (claro e objetivo) escrito pelo próprio Fagner para conceituar o disco, de repertório romântico:
"A idéia deste CD começou a surgir quando ouvi pela primeira vez o cantor cearense Oliveira do Ceará, meu conterrâneo, que eu não conhecia. Passou uma noite cantando para mim várias de suas músicas, que me encantaram. Foi uma surpresa. A partir dali, comecei a selecionar algumas delas e terminei por gravar Regra do Amor, Amor Infinito e Martelo.
Fui apresentado ao Clemente Magalhães pelo produtor Marcelo Froes e então começamos um trabalho que evoluiu para a concretização de todo o CD. Regra do Amor e Amor Infinito são músicas românticas com mensagens simples que logo encontraram suas formas da maneira que sempre gravei esse tipo de canção. Para a música Martelo, Clemente sugeriu que mostrássemos a Gabriel O Pensador já que o tema é bastante instigante e poderia despertar o interesse do Gabriel em fazer a participação no CD. Para minha surpresa, o Menino Pensador não só gostou do tema, como de bate-pronto escreveu ao seu estilo os versos que canta. Embora falando do mesmo tema, são duas leituras distintas para os dias cheios de violência e injustiça social que vivemos.
Neste mesmo período, comecei a trabalhar com meus parceiros Zeca Baleiro e Fausto Nilo e também fiz minha primeira parceria com Chico Cesar, na canção Farinha Comer. Essa música já estava combinada há algum tempo. Mandei a música pro Chico num dia e no dia seguinte ele mandou a letra com versos de grande poeta. Com Zeca fiz Uma Canção no Rádio, também título do CD. A participação de Zeca se dá logo na abertura da faixa. É um fato raro o artista convidado abrir a canção, mas, no meu entender, é apenas a continuidade do trabalho que fizemos recentemente e que se revelou de grande afinidade. A Voz do Silêncio foi feita com Fausto Nilo, parceiro mais antigo. É uma balada que nos remete às canções dos Beatles.
A canção que abre esse CD, Muito Amor, eu já havia gravado em 2001 e regravado ao vivo no CD Me Leve. Foi uma canção que agradou bastante ao meu público, mas, mesmo assim ,achava que ainda faltava outra leitura musical e resultou nesse tango, bem ao estilo do tango eletrônico que está se fazendo hoje. Aproveitei a sanfona do Italo Almeida para tirar som de bandoneon.
Como sempre, incluo em meus discos alguma canção nordestina e as escolhidas foram Me dá Meu Coração e Flor do Mamulengo, duas canções já conhecidas do público do Nordeste que mereciam uma levada mais universal, já que elas haviam sido gravadas em estilo regional.
Sonetos é uma canção de amor simples e direta e me foi mandada pelo compositor Domer, de quem eu já havia gravado Certeza, em 2001, e que está bem dentro do espírito romântico do disco.
Por fim, quero elogiar o trabalho de todos que estiveram envolvidos nesse projeto, especialmente Edinho, Humberto, Amaro Pena, Erivanes (Fortaleza) – sempre conectados com o estúdio do Rio – e Clemente Magalhães e sua equipe de músicos e técnicos do Corredor 5. Todos fizeram de tudo para que o trabalho saísse com muita competência e carinho -como vai chegar aos ouvintes.
Este é o CD que comemora meus 60 anos de vida e que diz bem o momento que estou vivendo musicalmente e motivado naquilo que mais gosto de fazer com a música.
Por que o título?
Uma Canção no Rádio pode resumir todo o sentimento do trabalho no seu contexto poético e musical além da referência que faz ao rádio, destino natural de músicas que são feitas para chegar aos ouvintes, relevando cada vez mais sua importância na comunicação". Raimundo Fagner

17 de junho de 2009 às 10:02  
Blogger Paulo Gonçalo said...

Estavamos mesmo sentido falta de trabalhos novos de Fagner, que este CD venha cheio de canções que toquem não só nos rádios mas em nossos corações também!

17 de junho de 2009 às 10:20  
Anonymous Anônimo said...

O CD parece dar continuidade ao resgate da identidade de Fagner na MPB, um pouco perdida nas levadas pop que ele tentou e nas baladas Sullivan e Massadas.
A dúvida é se toca no rádio (????)

17 de junho de 2009 às 11:26  
Anonymous Anônimo said...

EM 2008, o Fagner lançou um trabalho novo, "Fortaleza".

17 de junho de 2009 às 18:36  
Anonymous Anônimo said...

A imagem daquela MULTIDÃO cantando quase todas as músicas em um coro só em seu mais recente DVD - anteriormente lançado em CD Duplo - já diz tudo. É de arrepiar e ele merece.

17 de junho de 2009 às 20:20  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse..

É isso aí Fagner, manda bala, porque a MPB precisa dos compositores que já fizeram história fazendo nova história. Da turma nova que vem surgindo desde os anos 80, de cada DEZ prestam DOIS.

17 de junho de 2009 às 23:41  
Anonymous Geraldo said...

Nada melhor do que gravar compositores do próprio nordeste. Ao mergulhar nas próprias raízes, ao tempo em que se mostra sintonizado com o som atual, Fagner consegue ser diferente. Diferente com rara beleza.
Pode não ser o melhor disco de sua carreira, mas Uma Canção no Rádio é um belo disco, que toca rapidinho no cd player, exigindo repetição.

18 de junho de 2009 às 00:16  
Anonymous Anônimo said...

Até "borbulhando de amor" ou "deslizando" eu adoro Fagner.
ASSIM COMO GERALDINHO, DEIXOU SUA MARCA REGISTRADA ENTRE OS "NORDESTINOS". Não que eu não goste também de Alceu, Zé Ramalho, Ednardo MAS FAGNER E GERADINHO AZEVEDO SÃO OS "TONS JOBINS" DA MÚSICA NORDESTINA - NÃO TEM CONCORRÊNCIA!

18 de junho de 2009 às 18:34  
Anonymous Anônimo said...

Prezado Geraldo, nenhum de nossos grandes artistas da geração 70 (única!) conseguirá fazer um disco como os da época. Era um momento mágico, sei lá...
Mas mesmo assim, não realizando o SUBLIME já basta o maravilhoso.

18 de junho de 2009 às 18:37  
Anonymous Anônimo said...

No auge de sua fase "brega" Fagner gravou "Lua do Leblon"; "Borbulhas de Amor"; "Pedras que Cantam"; "Você Endoideceu Meu Coração"; "Me Diz"...
Ah se nossos artistas "bregas" tivessem essa competência!

18 de junho de 2009 às 18:41  
Anonymous Anônimo said...

Um dos poucos - Djavan é outro - que consegue ser popular com qualidade. O diferencial é que "apanhou" muito, mas como está acima do bem e do mal não ficou uma cicatriz sequer. VIVA FAGNER!

18 de junho de 2009 às 18:45  
Anonymous Anônimo said...

"Canteiros" fez história na MPB - e olha que foi lançada e depois cortada em seu 1º disco (1º!!).
Foi liberada pelas herdeiras de Cecília Meirelles há uns anos atrás e entrou em tudo que foi disco ao vivo lançado por Fagner desde então. NÃO ENTENDO É A UNIVERSAL NÃO RELANÇAR O DISCO ORIGINAL COM A BELÍSSIMA E INIGUALÁVEL VERSÃO.

18 de junho de 2009 às 19:19  
Anonymous Anônimo said...

De fato, gostemos ou não de Fagner (eu aprecio mas tenho minhas ressalvas), "Canteiros" estaria em minha lista das dez melhores da década de 70. Realmente precisa urgentemente ser digitalizada.

18 de junho de 2009 às 21:20  
Anonymous Anônimo said...

Além de belo compositor, Fagner já gravou mais da metade da MPB - e consagrou muita música alheia que teria passado "em branco" na voz do próprio compositor, cito
"Guerreiro Menino" do saudoso e inesquecível Gonzaguinha como exemplo. ELE É BÃO MESMO.

18 de junho de 2009 às 21:31  
Anonymous Anônimo said...

Se tem uma coisa que Fagner sabe fazer - e isso não se discute - é musicar poema.

18 de junho de 2009 às 21:34  
Anonymous Anônimo said...

ELA É BÃO MESMO (2). Cito outros 2 exemplos do INTÉRPRETE Fagner: "Quem me levará sou eu" e "Viajante". O genial Dominguinhos até gravou - como Gonzaguinha o fez com "Guerreiro Menino" - mas nem de perto alcançaram os registros de Fagner - pelo menos no quesito "eu conheço", "que música bonita" e por aí vai.

20 de junho de 2009 às 13:30  
Anonymous Anônimo said...

Tem também "Sinal Fechado" de Paulinho da Viola que Fagner trouxe a público. Tenho de concordar que é um baita divulgador - e eclético.

21 de junho de 2009 às 14:04  
Blogger Freddy Simões said...

Depois de Luiz Gonzaga, é Raimundo Fagner quem melhor representa o Nordeste na música! Houve uma fase em que ele fez vários discos geniais seguidos: "Quem viver chorará" (1978); "Beleza" (1979); "Eternas ondas" (1980) e o incrível disco "Traduzir-se" (1981).

Sou fã incondicional desse cearense! Ele é a maravilha máxima!!

14 de setembro de 2009 às 13:56  

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