Com graça, romance de Orth vai do lixo ao luxo
Título: Romance Vol. II
Artista: Marisa Orth (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 23 de maio de 2009
Cotação: * * *
Em cartaz no Rio até domingo - 24 de maio - às 19h30m
E em Santos (SP), no dia 20 de junho, no Teatro Coliseu
Paralelamente à carreira de atriz que a projetou nacionalmente na televisão e no teatro, Marisa Orth sempre fez sua incursões pela música. Integrou nos anos 80 o grupo paulista Luni e, na década seguinte, revirou o baú brega da MPB ao lado da Banda Vexame. Há, a propósito, muito da graça da Vexame no show solo de Orth, Romance Vol. II, que, após temporada em São Paulo (SP), chegou ao Rio de Janeiro (RJ) no Teatro Rival, onde fica em cartaz até este domingo, 24 de maio de 2009. Com humor, a intérprete costura músicas e textos em roteiro que retrata os altos e baixos da paixão. Embora nem seja original, o conceito funciona com ela.
O repertório vai do lixo - Massage for Men, único hit de Sharon, a dançarina de TV que ensaiou carreira de cantora em 1982 no embalo do sucesso popular de Gretchen - ao luxo com a mesma graça. Não importam, no caso, os limitados dotes vocais de Orth. O que está em cena é um show performático, veículo para a artista exercitar seu talento de comediante. Como a platéia embarca de imediato na proposta, Romance Vol. II - cuja graça já começa no título, pois nunca houve o primeiro volume - resulta leve e divertido. Sobretudo quando a atriz se mistura com a cantora. Como em Lama, o número em que Orth simula estar bêbada. E como no momento em que relata as suas primeiras experiências afetivas em cidade do interior paulista - com humor ácido e ferino.
Após abrir o espetáculo com rocks do repertório de Erasmo Carlos (Minha Fama de Mau, 1965) e Rita Lee (Fruto Proibido, 1975), a artista vai pontuando cada música com seus comentários espirituosos. Entre os dois hits undergrounds do Luni (Oi e The Best, este bisado no fim em dueto com a diretora do show, Natália Barros), há números de platéia e um clima que vai do cabaré ao vitrolão das casas nordestinas. A hilária Insanidade Temporária - parceria de André Abujamra com Flávio de Souza que versa sobre a mulher que dilacerou o marido numa crise de TPM - exemplifica a habilidade da intérprete ao brincar com o universo da música dita cafona, base do roteiro dos shows da saudosa Banda Vexame.
Do ponto de vista estritamente musical, é preciso ressaltar a qualidade da banda - Carneiro Sândalo (bateria, egresso da banda Vexame), Paulo Bira (baixo), Alê Prade (nos teclados), Marco Camarano (guitarra, violão e cavaquinho) e Hugo Hori (saxofone e flauta) - e também o acerto de reviver no ritmo do blues Sofre, amargurado lado B da obra de Tim Maia (1942 - 1998). É quando a voz de Orth cresce e aparece. Entre hit do efêmero grupo inglês 10cc (I'm Not in Love, cantado no original em inglês e depois traduzido à moda dos programas de flashbacks das FMs) e tema menos conhecido do fino repertório do grupo Secos & Molhados (Amor), o show desce redondo até o número final, As Dores do Mundo, um dos clássicos do primeiro álbum de Hyldon. No bis, a artista se leva a sério como cantora em Demais, a música de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, inevitavelmente associada a Maysa (1936 - 1977). Mas é ao falar de amor com humor que Marisa Orth realmente entretém sua platéia. Como cantora, ela é (ótima) atriz.
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Resenha de Show
Título: Romance Vol. II
Artista: Marisa Orth (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 23 de maio de 2009
Cotação: * * *
Em cartaz no Rio até domingo - 24 de maio - às 19h30m
E em Santos (SP), no dia 20 de junho, no Teatro Coliseu
Paralelamente à carreira de atriz que a projetou nacionalmente na televisão e no teatro, Marisa Orth sempre fez sua incursões pela música. Integrou nos anos 80 o grupo paulista Luni e, na década seguinte, revirou o baú brega da MPB ao lado da Banda Vexame. Há, a propósito, muito da graça da Vexame no show solo de Orth, Romance Vol. II, que, após temporada em São Paulo (SP), chegou ao Rio de Janeiro (RJ) no Teatro Rival, onde fica em cartaz até este domingo, 24 de maio de 2009. Com humor, a intérprete costura músicas e textos em roteiro que retrata os altos e baixos da paixão. Embora nem seja original, o conceito funciona com ela.
O repertório vai do lixo - Massage for Men, único hit de Sharon, a dançarina de TV que ensaiou carreira de cantora em 1982 no embalo do sucesso popular de Gretchen - ao luxo com a mesma graça. Não importam, no caso, os limitados dotes vocais de Orth. O que está em cena é um show performático, veículo para a artista exercitar seu talento de comediante. Como a platéia embarca de imediato na proposta, Romance Vol. II - cuja graça já começa no título, pois nunca houve o primeiro volume - resulta leve e divertido. Sobretudo quando a atriz se mistura com a cantora. Como em Lama, o número em que Orth simula estar bêbada. E como no momento em que relata as suas primeiras experiências afetivas em cidade do interior paulista - com humor ácido e ferino.
Após abrir o espetáculo com rocks do repertório de Erasmo Carlos (Minha Fama de Mau, 1965) e Rita Lee (Fruto Proibido, 1975), a artista vai pontuando cada música com comentários espirituosos. Entre os dois hits undergrounds do Luni (Oi e The Best, este bisado no fim em dueto com a diretora do show, Natália Barros), há números de platéia e um clima que vai do cabaré ao vitrolão das casas nordestinas. A hilária Insanidade Temporária - parceria de André Abujamra com Flávio de Souza que versa sobre a mulher que dilacerou o marido numa crise de TPM - exemplifica a habilidade da intérprete ao brincar com o universo da música dita cafona, base do roteiro dos shows da saudosa Banda Vexame.
Do ponto de vista estritamente musical, é preciso ressaltar a qualidade da banda - Carneiro Sândalo (bateria, egresso da banda Vexame), Paulo Bira (baixo), Alê Prade (nos teclados), Marco Camarano (guitarra, violão e cavaquinho) e Hugo Hori (saxofone e flauta) - e também o acerto de reviver no ritmo do blues Sofre, amargurado lado B da obra de Tim Maia (1942 - 1998). É quando a voz de Orth cresce e aparece. Entre hit do efêmero grupo inglês 10cc (I'm Not in Love, cantado no original em inglês e depois traduzido à moda dos programas de flashbacks das FMs) e tema menos conhecido do repertório do grupo Secos & Molhados (Amor), o show desce redondo até o número final, As Dores do Mundo, um dos clássicos do primeiro álbum de Hyldon. No bis, a artista se leva a sério como cantora em Demais, a música de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, inevitavelmente associada a Maysa (1936 - 1977). Mas é ao falar de amor com humor que Marisa Orth realmente entretém sua platéia. Como cantora, ela é (ótima) atriz.
O título do post era prá ser "... do lixo ao luxo?"
Aproveitando a "deixa": estava assistindo ao "Toma lá dá cá" da terça passada - uma das raras exceções que prestam na TV aberta - e fiquei boquiaberto com a voz de Alessandra Maestrine (o talento tá até no nome). Que que é aquilo ?
Essa menina já tem algum registro em mídia física ? Agradeço quem souber informar. Vai cantar bem assim nos quintos do céu. Bela mulher, bela atriz, bela comediante e BELA CANTORA. Ganhou um fã de carterinha. Obrigado ao Miguel.
Adoro a multimídia Marisa. Vi o show e me diverti muito, tanto com a atriz, a comediante como com a cantora.
Só é preciso ir a um show desses desarmado, se é que me entendem.
Mauro, tô engando ou não seria "do luxo ao lixo" ?
Grato aos que observaram o erro do título. abs, MauroF
Vc disse bem Marisa como cantora é ótima atriz.Vi o show em SP.Não iria de novo.Uma vez tá bom.
Associo "Demais" à Angela Rorô.
A Marisa Orth é péssima cantora,infelizmente.No Barsil não temos grandes atrizes que podem cantar.Não temos uma Liza Minelli.A Claudia Raia é um horror.A marília Pera caricata,como se viu no show do Roberto carlos,no Municipal de SP.A Marjorie Estiano sofrível.Portanto,sem mais comentários.É melhor.
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