22 de maio de 2009

Sai de cena Zé Rodrix, autor de 'Casa no Campo'

Difícil não destacar no obituário de Zé Rodrix (1947 - 2009) a autoria - dividida com o parceiro Tavito - de Casa no Campo, a canção lançada por Elis Regina em 1972. Simples e bela, a música propagou os ideais de paz & amor do movimento hippie, que, àquela altura, já agonizava. Contudo, sua atividade como cantor e como compositor foi intensa ao longo dos anos 70. E, para quem não viveu essa década, talvez seja difícil dimensionar a popularidade da música múltipla de José Rodrigues Trindade, morto aos 61 anos, em São Paulo (SP), na madrugada desta sexta-feira, 22 de maio de 2009. A carreira propriamente dita começou em 1967 nos festivais. Rodrix chegou a lançar um disco como integrante do conjunto Momento Quatro, mas sua fase artística mais expressiva tem início em 1970 com sua entrada em outro grupo, o Som Imaginário. Na sequência, veio o trio Sá, Rodrix & Guarabyra, cultuado ainda hoje por tribo fiel por conta de seu rock rural. O trio foi desfeito em meados dos anos 70, mas foi reativado em 2001 (Sá, Rodrix & Guarabyra acabaram de fazer um álbum de inéditas, Amanhã, programado para ser lançado neste ano de 2009 pela gravadora Som Livre). Em sua carreira solo, o cantor logo emplacou hits radiofônicos como Soy Latino Americano, mas, a partir dos anos 80, década em que integrou o grupo Joelho de Porco, foi priorizando seu trabalho como publicitário (era compositor de jingles). A volta ao disco se deu apenas em 2001, com um registro ao vivo e retrospectivo do trio Sá, Rodrix & Guarabyra, Outra Vez na Estrada. Eis, a propósito, a boa discografia de Zé Rodrix:
Momento Quatro (1968) - Momento Quatro
Som Imaginário (1970) - Som Imaginário
Passado, Presente & Futuro (1972) - Sá, Rodrix & Guarabyra
Terra (1973) - Sá, Rodrix & Guarabyra
I Acto (1973)
Quem Sabe Sabe, Quem Não Sabe Não Precisa Saber (1974)
Motel (1975) - Trilha sonora do filme
Soy Latino Americano (1976)
O Esquadrão da Morte (1976) - Trilha sonora do filme
Quando Será? (1977)
Hora Extra (1978)
Sempre Livre (1979)
Saqueando a Cidade (1983) - Joelho de Porco
18 Anos Sem Sucesso (1988) - Joelho de Porco
Outra Vez na Estrada - Ao Vivo (2001) - Sá, Rodrix & Guarabyra
Amanhã (2009) - com Sá, Rodrix & Guarabyra

14 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Difícil não destacar no obituário de Zé Rodrix (1947 - 2009) a autoria - dividida com o parceiro Tavito - de Casa no Campo, canção lançada por Elis Regina em 1972. Simples e bela, a música propagou os ideais de paz & amor do movimento hippie, que, àquela altura, já agonizava. Contudo, sua atividade como cantor e como compositor foi intensa ao longo dos anos 70. E, para quem não viveu essa década, talvez seja difícil dimensionar a popularidade da música múltipla de José Rodrigues Trindade, morto aos 61 anos, em São Paulo (SP), na madrugada desta sexta-feira, 22 de maio de 2009. A carreira propriamente dita começou em 1967 nos festivais. Rodrix chegou a lançar um disco como integrante do conjunto Momento Quatro, mas sua fase artística mais expressiva tem início em 1970 com sua entrada em outro grupo, o Som Imaginário. Na sequência, veio o trio Sá, Rodrix & Guarabyra, cultuado ainda hoje por tribo fiel por conta de seu rock rural. O trio foi desfeito em meados dos anos 70, mas foi reativado em 2001 (Sá, Rodrix & Guarabyra acabaram de fazer álbum de inéditas, Amanhã, programado para ser lançado neste ano de 2009 pela gravadora Som Livre). Em sua carreira solo, o cantor logo emplacou hits radiofônicos como Soy Latino Americano, mas, a partir dos anos 80, década em que integrou o grupo Joelho de Porco, foi priorizando seu trabalho como publicitário (era compositor de jingles). A volta ao disco se deu apenas em 2001, com um registro ao vivo e retrospectivo do trio Sá, Rodrix & Guarabyra, Outra Vez na Estrada. Eis, a propósito, a boa discografia de Zé Rodrix:
Momento Quatro (1968) - Momento Quatro
Som Imaginário (1970) - Som Imaginário
Passado, Presente & Futuro (1972) - Sá, Rodrix e Guarabyra
Terra (1973) - Sá, Rodrix e Guarabyra
I Acto (1973)
Quem Sabe Sabe, Quem Não Sabe Não Precisa Saber (1974)
Motel (1975) - Trilha sonora do filme
Soy Latino Americano (1976)
O Esquadrão da Morte (1976) - Trilha sonora do filme
Quando Será? (1977)
Hora Extra (1978)
Sempre Livre (1979)
Saqueando a Cidade (1983) - Joelho de Porco
18 Anos Sem Sucesso (1988) - Joelho de Porco
Outra Vez na Estrada - Ao Vivo (2001) - Sá, Rodrix e Guarabyra
Amanhã (2009) - com Sá, Rodrix e Guarabyra

22 de maio de 2009 às 18:02  
Anonymous Anônimo said...

Meu carinho a Zé Rodrigues!
Grande figura!
Deus o receba no céu!

22 de maio de 2009 às 19:02  
Anonymous Felipe dos Santos Souza said...

Eu certa vez comentei, aqui, que Zé Rodrix era um cara com quem eu simpatizava.

Mais do que com a música, com a pessoa. Parecia ter um humor inteligente. Algo que faz falta.

E vai fazer, com a saída de cena de Zé.

22 de maio de 2009 às 19:14  
Anonymous Anônimo said...

Zé Rodrix sempre foi uma figura ímpar. E não era só a casa no campo... Esse balanço aqui publicado dá idéia da força que tinha o artista.
É dele o sintetizador no primeiro disco dos Secos e Molhados, a voz do " é o fim" da gravação básica de "Pra Lenon e McCartney" de Milton.
É o fim, mas o pó da estrada ainda brilha em nosso olhos.
Carioca da Piedade

22 de maio de 2009 às 20:23  
Anonymous Anônimo said...

Que esta grande figura que, infelizmente será mais lembrada agora do que antes como é típico neste país malagradecido e de memória curta e "atualizada", tenha uma casa no campo esperando por ele para onde ele for.
Estava esperando o novo CD desde o começo do ano já que Tavito, o produtor do disco, ralou para achar uma gravadora que distribuísse. Aposto que agora sai rapidinho. Típico, mais uma vez, desse pobre país imediatista.
QUE ELE DESCANSE EM PAZ DEIXANDO PARA NÓS, OU PELO MENOS PARA MIM, FÃ(S) SUA BELA OBRA, SOLO OU COM SÁ & GUARABYRA E JOELHO DE PORCO.

VIVA ZÉ!

22 de maio de 2009 às 22:17  
Anonymous Anônimo said...

No DVD que gravou com Sá & Guarabyra deu um depoimento sobre sua saída do trio e partida para a carreira-solo digno de quem tem coragem e dignidade. COISA RARA.
Se ficaram curiosos: assistam.

Quanto a esta perda: qualquer comentário é redundante. QUE DEUS O TENHA.

22 de maio de 2009 às 23:02  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade

Taí, perdemos uma figura ímpar no seu estilo de ser na cena da MPB. Que Deus reserve um espaço pleno de paz pra ele longe da terra. E que sua discogafia saia de alguma forma para que as novas gerações possam conhecer o talento desse cara que merece uma excelente casa no campo do céu.

22 de maio de 2009 às 23:03  
Anonymous Anônimo said...

Zé Rodrix nos presenteou com belas e inesquecíveis canções. Grande talento que partiu cedo. Valeu Zé!

23 de maio de 2009 às 11:09  
Anonymous Geraldo Medeiros Jr said...

Tive a felicidade de conhecê-lo em Janeiro deste ano, em João Pessoa. Em seguida, vi o show que o trio fez no Festival de Verão. Para mim, um dia inesquecível.

Fico com a lembrança daquele dia e o som vivo de músicas como Casa no Campo e Jesus Numa Moto. Apenas por estas, ele já teria marcado presença da história da música. Mas, felizmente, foram ainda muitas outras.

Zé irá fazer muita falta.

23 de maio de 2009 às 12:28  
Anonymous Anônimo said...

Mestre Jonas vai ter de ceder um espaçozinho para o Zé. E a baleia que se vire.

24 de maio de 2009 às 19:02  
Blogger Rodrigo Hammer said...

Gênio do Rock Brazuca, Zé Rodrix legou a obra-prima Som Imaginário (o primeiro álbum da banda homônima), indiscutivelmente seu melhor momento e marco absoluto do Progressivo nacional. Um talento indiscutível, que na terra de Calypso, Zeca Pagodinho e outras excrecências, fará muita, muita falta.

26 de maio de 2009 às 00:26  
Anonymous Anônimo said...

Toda morte deve ser lamentada, principalmente quando se trata de alguém tão jovem (sim, 61 anos é, para padrões atuais, uma morte jovem).

Porém me irrita um pouco tanto oba oba em torno da obra de Zé Rodrix. Zé Rodrix estava LONGE, muito longe de ser sequer uma figura mediana no panoramada da MPB. Na verdade trata-se de um típico caso de compositor de uma música só: Casa no campo. Forçando a barra dá pra incluir mais duas: Olhos abertos e Soy latino americano, essa última muito fraca, diga-se de passagem. Aliás, as duas primeiras só adquiriram a dimensão que têm por conta da interpretação sempre estupenda de Elis REgina, aquela cantora que transforma em vinho fino até o mais vagabundo vinagre.

No mais a obra de Zé Rodriz é praticamente irrelevante. No Som Imaginário ele não era o único membro, e, vedade seja dita, só se cita o grupo Som Imaginário com tanta frequencia pelo fato deste ter acompanhado dois gigantes, estes sim, da história da MPB: Mílton Nascimento e Gal Costa (cantora que Zé Rodrix detestava).

Sá & Guarabira só deslancharam de verdade seu rock rural depois que viraram dupla.

Na verdade Zé Rodrix parece que é muito mais relevante pra a história dos jingles da publicidade brasileira do que para a história da MPB. Nesta, com toda franqueza, ele é nota de rodapé.

26 de maio de 2009 às 10:11  
Anonymous Roberto said...

Endosso todas as palavras lindas sobre Zé Rodrix. Que pena que ele se foi, tão cedo, com somente 61 anos! Havia conseguido trocar uns poucos e-mails com ele, e infelizmente não consegui ver um de seus shows juntamente com os companheiros Sá e Guarabyra.
Meu apelo às gravadoras! Relancem toda sua obra solo! Com tanto lixo à venda no mercado, não é possível que as obras maravilhosas de Zé Rodrix permaneçam fora de catálogo!

29 de maio de 2009 às 21:53  
Anonymous Anônimo said...

Acho que não é preciso forçar a barra para lembrar outras canções do Zé. O que acontece é que para veicular uma canção da simplismente o dobro do trabalho que se leva para compô-la, e apesar do Zé ter composto, claro com outros, canções famosas que já foram citadas, encontrou também a dificuldade conhecidas por muitos outros e também famosos para que suas obras sejam conhecidas. Zé, só tem amor quem tem amor pra dar, aposto que você também separou aquilo que lhe fez falta e guardou numa ilha dentro de você, tomara que sua obra não seja esquecida assim tão facil. Que Deus o tenha. Abraços, Nilson

2 de junho de 2009 às 09:18  

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