2 de abril de 2009

Caetano escreve sobre segundo álbum de Aydar

Nas lojas em abril de 2009, com a participação de Zeca Pagodinho, o segundo álbum de Mariana Aydar - Peixes, Pássaros, Pessoas - apresenta treze músicas inéditas. Produzido por Kassin e por Duani, autor (sozinho ou em parceria) de sete faixas, o CD chegará às lojas com a distribuição da Universal Music e às mãos dos formadores de opinião com texto de apresentação escrito por Caetano Veloso, admirador de Aydar desde o lançamento do primeiro trabalho da artista, Kavita 1, um dos melhores discos editados em 2006. Eis o texto antenado de Caetano sobre Peixes, Pássaros, Pessoas e sobre a importância do aparecimento de intérpretes como Aydar:

"Quando ouvi o primeiro CD de Mariana Aydar (faz um ano, mais?) fiquei muito impressionado com a firmeza, a calma e a originalidade de uma jovem grande cantora dentro da tradição brasileira de cantoras grandes. O lançamento agora deste segundo álbum confirma a personalidade artística dessa paulistana com longas passagens pelo litoral Sul da Bahia.

O vínculo com o samba amadurecido e modernizado se comprova. Os ecos da infância artística no mundo do forró estão talvez mais presentes do que antes. A parceria com Duani de música e de vida traz segurança e graça a essas filiações. O encontro mágico com a caboverdiana Mayra Andrade (encontro cuja dimensão celestial pode ser vista e ouvida também no filminho disponível no YouTube das duas cantando a canção Tunuka sentadas no chão da rua de uma cidade grande) mostra o poder da musicalidade, a sutileza do processo de modernização da música brasileira e o mistério do destino da expansão lusitana pelo mundo, no nascedouro da modernidade.

Escrevo com apenas os sons das faixas desse novo disco: não recebi nem pedi ficha técnica, títulos das canções ou quaisquer créditos. Talvez esse seja o jeito certo para abordar modestamente o trabalho de uma mulher de maneiras tão diretas, de clima tão saudavelmente carnal e de pensamentos e disciplinas tão transcendentalistas.

Mariana abre o disco com um samba super-samba e o fecha com uma melodia de samba ad libitum em diálogo com guitarras (violões) em sons experimentais. Entre os dois, há xote caribeado, baladas e muito samba. Em dueto com Zeca Pagodinho, ela confessa que do samba não pode se livrar. O samba domina o álbum - sem fazer deste um disco de sambas. Pode-se dizer que assim o domina mais do que se apresentasse oficialmente como um disco de sambas: é a atração irresistível pelo samba que orienta o estilo e o repertório, não uma decisão pré-existente nesse sentido.

Há quem veja pouca importância ou novidade no aparecimento de uma geração de jovens cantoras atraídas pelo samba. Em geral, são pessoas que confundem importância com novidade - e que não sabem onde há novidade de fato. Para mim é novidade que haja Mariana, com sua voz desaforada e tranquila reafirmando a riqueza do canto das mulheres em nosso país. E que o faça de uma perspectiva naturalmente moderna e relaxadamente consciente dessa modernidade. O Brasil nunca se curará do seu antigo ensimesmamento forçando um olhar só para fora de si: se fizer assim, estará se convencendo de que o relevante é necessariamente o que passa longe de nós. Parece que instituímos o seguinte: quanto mais evidente e radical se consiga fazer parecer que essa distância é, mais relevante se prova a música produzida. O que é a consequência extrema do ensimesmamento. Meu entusiasmo com o surgimento de cantoras-cantoras, conhecedoras de como se canta em português brasileiro há décadas - e ao mesmo tempo à vontade com a música popular global - se deve à minha desconfiança em face dos que fingem só amar o que pareça inalcançável pelo Brasil. Isso pode significar apenas que não se ama nada. Mariana - como Roberta Sá, Maria Rita ou Mônica Salmaso - é uma prova de que, ao encorpar-se em sua história, a música popular brasileira se reconhece relevante para o mundo. E o mundo só dá mostras de que continuará a atentar para isso". Caetano Veloso.
Eis as 13 músicas inéditas do álbum Peixes, Pássaros, Pessoas:
1. Florindo (Duani)
2. Palavras Não Falam (Kavita)
3. Beleza (Luísa Maita e Rodrigo Campos) - com Mayra Andrade
4. Aqui em Casa (Duani e Kavita)
5. Pras Bandas de Lá (Duani)
6. Manhã Azul (Duani e Nuno Ramos)
7. Tá? (Carlos Rennó, Pedro Luís e Roberta Sá)
8. Peixes (Nenung)
9. Nada Disso É pra Você (Rômulo Fróes e Clima)
10. Poderoso Rei (Duani)
11. O Samba me Persegue (Duani) - com Zeca Pagodinho
12. Teu Amor É Falso (Duani)
13. Tudo que Eu Trago no Bolso (Kavita e Nuno Ramos)

34 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Nas lojas em abril de 2009, com a participação de Zeca Pagodinho, o segundo álbum de Mariana Aydar - Peixes, Pássaros, Pessoas - apresenta treze músicas inéditas. Produzido por Kassin e por Duani, autor (sozinho ou em parceria) de sete faixas, o CD chega às lojas com a distribuição da Universal Music e às mãos dos formadores de opinião com texto de apresentação escrito por Caetano Veloso, admirador de Aydar desde o lançamento do primeiro trabalho da artista, Kavita 1, um dos melhores discos editados em 2006. Eis o texto antenado de Caetano sobre Peixes, Pássaros, Pessoas e sobre a importância do aparecimento de intérpretes como Aydar:

"Quando ouvi o primeiro CD de Mariana Aydar (faz um ano, mais?) fiquei muito impressionado com a firmeza, a calma e a originalidade de uma jovem grande cantora dentro da tradição brasileira de cantoras grandes. O lançamento agora deste segundo álbum confirma a personalidade artística dessa paulistana com longas passagens pelo litoral Sul da Bahia.

O vínculo com o samba amadurecido e modernizado se comprova. Os ecos da infância artística no mundo do forró estão talvez mais presentes do que antes. A parceria com Duani de música e de vida traz segurança e graça a essas filiações. O encontro mágico com a caboverdiana Mayra Andrade (encontro cuja dimensão celestial pode ser vista e ouvida também no filminho disponível no YouTube das duas cantando a canção Tunuka sentadas no chão da rua de uma cidade grande) mostra o poder da musicalidade, a sutileza do processo de modernização da música brasileira e o mistério do destino da expansão lusitana pelo mundo, no nascedouro da modernidade.

Escrevo com apenas os sons das faixas desse novo disco: não recebi nem pedi ficha técnica, títulos das canções ou quaisquer créditos. Talvez esse seja o jeito certo para abordar modestamente o trabalho de uma mulher de maneiras tão diretas, de clima tão saudavelmente carnal e de pensamentos e disciplinas tão transcendentalistas.

Mariana abre o disco com um samba super-samba e o fecha com uma melodia de samba ad libitum em diálogo com guitarras (violões) em sons experimentais. Entre os dois, há xote caribeado, baladas e muito samba. Em dueto com Zeca Pagodinho, ela confessa que do samba não pode se livrar. O samba domina o álbum - sem fazer deste um disco de sambas. Pode-se dizer que assim o domina mais do que se apresentasse oficialmente como um disco de sambas: é a atração irresistível pelo samba que orienta o estilo e o repertório, não uma decisão pré-existente nesse sentido.

Há quem veja pouca importância ou novidade no aparecimento de uma geração de jovens cantoras atraídas pelo samba. Em geral, são pessoas que confundem importância com novidade - e que não sabem onde há novidade de fato. Para mim é novidade que haja Mariana, com sua voz desaforada e tranquila reafirmando a riqueza do canto das mulheres em nosso país. E que o faça de uma perspectiva naturalmente moderna e relaxadamente consciente dessa modernidade. O Brasil nunca se curará do seu antigo ensimesmamento forçando um olhar só para fora de si: se fizer assim, estará se convencendo de que o relevante é necessariamente o que passa longe de nós. Parece que instituímos o seguinte: quanto mais evidente e radical se consiga fazer parecer que essa distância é, mais relevante se prova a música produzida. O que é a consequência extrema do ensimesmamento. Meu entusiasmo com o surgimento de cantoras-cantoras, conhecedoras de como se canta em português brasileiro há décadas - e ao mesmo tempo à vontade com a música popular global - se deve à minha desconfiança em face dos que fingem só amar o que pareça inalcançável pelo Brasil. Isso pode significar apenas que não se ama nada. Mariana - como Roberta Sá, Maria Rita ou Mônica Salmaso - é uma prova de que, ao encorpar-se em sua história, a música popular brasileira se reconhece relevante para o mundo. E o mundo só dá mostras de que continuará a atentar para isso". Caetano Veloso.

2 de abril de 2009 às 23:48  
Anonymous Anônimo said...

Com a mãe que ela tem, Dona Bia Aydar, até o Papa escreve texto pra ela.

3 de abril de 2009 às 00:39  
Anonymous Lurian said...

O Kassim (produtor) é também amigo do Moreno Veloso... De formas que não vejo com imparcialidade os comentários... Eu, diferentemente de Caê não vejo tantas qualidades assim na Mariana Aydar, timbre comum, tem ritmo (sem dúvidas), mas falta muito pra ser ovacionada ou chegar ao nível de intensidade de uma Mônica Salmaso, ou a graciosidade de Roberta Sá. Em termos de Marianas, prefiro a M. Baltar!

3 de abril de 2009 às 08:41  
Anonymous Anônimo said...

Acho engraçado comparar as cantoras. É como se elas fossem feitas em lotes nas fábricas. Aydar não tem mesmo a técnica da Salmaso, a graciosidade de Roberta Sá, nem o carisma da Maria Rita, e tantas outras marcas das novas cantoras que surgiram nessa década como Céu, Mariana Baltar, Marina Machado. Mas a Mariana Aydar tem o frescor e a ousadia que faz com que queiramos compará-las. Aydar e a nova geração de cantoras brasileiras exalam essa naturalidade no canto e a diversidade do repertório. Já ouvi uma faixa no Myspace e fiquei bem curioso.

3 de abril de 2009 às 09:03  
Anonymous Léo said...

"É como se elas fossem feitas em lotes nas fábricas. "

Mas diante da falta de personalidade e originalidade dessas novas cantoras, é isso mesmo que parece...

3 de abril de 2009 às 09:32  
Blogger Ju Oliveira said...

não gosto da maior parte das faixas do primeiro disco dela, mas acho que ela tem uma voz bastante especial e um som original, sim...

Por sinal, concordo inteiramente com o ultimo paragrafo do texto do Caetano. disse tudo e disse bem!

3 de abril de 2009 às 10:48  
Anonymous Paty-Patrícia said...

Esperem pra ouvir o cd antes de tirarem suas conclusões.

Cada cantora tem seu estilo e o próprio Caetano diz isso.

Acredito que independente de quem seja a mãe dela ou o amigo do produtor, para uma pessoa escrever uma resenha, ela tem que ter vontade, tem que ter ouvido o cd e outras coisas mais. Ninguém pôs uma arma na cabeça dele e pediu pra escrever, se ele escreveu é pq quis. Vivam com isso!

3 de abril de 2009 às 10:48  
Anonymous Anônimo said...

Belo texto! Mariana tem graciosidade sim e talento também. Já provou logo de cara em Kavita 1.

3 de abril de 2009 às 11:37  
Anonymous karol said...

Adorei esse texto !! a mari arrebenta ,tem uma voz incomparavel e é uma bela interprete ..quem ja foi no show dela sabe do que estou falando !! Salve kavita ...

3 de abril de 2009 às 14:07  
Anonymous Anônimo said...

Não entendo porque as pessoas antes de ver o lado bom das coisas, sempre acham o que criticar.
Talvez a inveja explique tudo isto.
O que importa se Mariana é filha de tal, se Caetano teve a iniciativa de escrever isto por aquilo?
São palavras lindas, e muito mais do que sobre a Mariana, Caetano fala de algo muito mais profundo: o preconceito que nós brasileiros temos com aquilo que produzimos de melhor, a nossa cultura.
Antes mesmo de ouvirmos o novo CD, já estamos aqui, criticando.
Porque não se abrir ao que vem de novo?
Medo?
É muito triste esta postura superficial e rancorosa ante o desconhecido.
Gosto do trabalho da Mariana, apesar de achar que ela não ousou muito no seu primeiro CD. Porém, vejo um caminho belo sendo traçado, quando vejo suas interpretações fervorosas nos shows.
Que venha este novo disco!!! Que suas músicas sejam tão ousadas quanto a capa!!!
Que Mariana traga em suas músicas o que ela mostra no palco: um jeito de se expressar visceral!

E que vcs arranjem motivos para serem felizes, e parem de ter esta postura velha, enferrujada e CHATA!!!!

3 de abril de 2009 às 16:29  
Anonymous Anônimo said...

Juro que não consigo entender porque alguns insistem em achar que não gostar de algo é inveja. Não seria o contrário: ter-se-ia, eventualmente, inveja de quem é bom, não?

Quanto a não gostar do que é nosso: besteira. Ouve-se muita música brasileira hoje. Agora, ridículo é gostar de alguém só por este alguém ser brasileiro.

3 de abril de 2009 às 16:46  
Blogger Jorge Reis said...

Com texto escrito por Caetano que não consegue escrever sem falar da Bahia, já desqualifica a pobre jovem aspirante a grande cantora...

3 de abril de 2009 às 17:35  
Anonymous Anônimo said...

A Mariana teve mais facilidade do que outros artistas pra chegar à indústria fonográfica? Teve. Ela tem uma família influente no meio? Tem. Mas ela é muitíssimo talentosa, faz música com propriedade, é sofisticada e ousada. É o mesmo caso da Maria Rita; uma grande cantora que foi parar no topo também por ter bons contatos.

Queria eu que as outras favorecidas pela família (Luiza Possi, Wanessa Camargo) tivessem tanto talento e bom gosto assim.

Pedro

3 de abril de 2009 às 17:49  
Anonymous Anônimo said...

O que tem Monica Salmasso nessa história ?

3 de abril de 2009 às 17:58  
Anonymous Anônimo said...

Detalhe: a rua citada por Caetano não é uma rua qualquer de SP. É a "rua" do Sesc Pompeia!!!!

3 de abril de 2009 às 18:01  
Anonymous Anônimo said...

Belo texto de Caetano Veloso, um mestre com as palavras... Gostei do Kavita, acho Mariana Aydar original e segura, e é corajosa ao lançar um disco sem se apoiar em grandes nomes, como mtas contoras fazem. E, como disse o baiano , estilos são estilos, são ótimas as cantoras citadas mas estilo é pessoal. Entre outras, gosto do estilo da Aydar. Mas como falaram, como tem gente desconfiada e infeliz, hein?, deixam rancores pessoais entrarem na jogada,que é isso?, alegria gente!, vamos ouvir o disco primeiro e opinar depois.

3 de abril de 2009 às 18:06  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade dissee..

Ah e essa moça é também uma gata einh?

3 de abril de 2009 às 21:25  
Anonymous Anônimo said...

Há pessoas que resolvem criticar o que está em evidência ou prestes a ficar em evidência para assim parecerem mais críticos do que os outros. Partem do pressuposto de que tudo o que é evidente precisa ser - negativamente - criticado.

Eu não gosto muito de consensos, então, acho normal que tenha gente que goste e não goste da Mariana Aydar. No entanto, só acho pertinente críticas ou opiniões sobre um artista musical quando são fundamentadas na música que o artista produz.

A Mariana ser filha da Bia Aydar e do Mario Manga não é um problema nem um defeito, é uma influência e um cartão de visitas. Então, cabe a quem visita o talento e a musicalidade dela avaliá-la ou identificar-se com ela (ou não, como diria caetano) apenas pelo que ela apresenta no seu trabalho.

A capa do novo disco ficou bem Woodstock, e sugere algo mais ousado, ou pelo menos mais inventivo do que o primeiro CD, que eu já achei bom.

"Nosso ídolos ainda são os mesmos (velhos) e as aparências não enganam não. Você diz que depois deles (os mesmos de sempre) não apareceu mais ninguém. Você pode até dizer que estou por fora, ou então que estou inventando. Mas é você quem ama o passado e que não vê que o novo sempre vem" (Belchior)

3 de abril de 2009 às 23:05  
Anonymous Anônimo said...

Caramba, a capa do cd é lindíssima!

4 de abril de 2009 às 00:45  
Anonymous Anônimo said...

Ah, tem Roberta Sá no meio, como compositora, que surpresa boa!

4 de abril de 2009 às 00:46  
Anonymous Anônimo said...

exatamente o que caetano critica no texto as pessoas estao fazendo agora....instantaneamente!
façam um pouco de silencio e ouçam o cd sem esses pensamentos de suas maes...e depois vejam o q acham...seria interessante n?
abram as portas pro novo entrar!!!
duvido que alguem que ja começou criticando esse trabalho da mariana que o caetano ta elogiando tenha parado pra ouvir...

e pra quem ja ouviu...nem é preciso falar nada...Ah!

4 de abril de 2009 às 00:48  
Anonymous Anônimo said...

Talento a gente tem ou não. Mariana tem. E como disse um blogueiro acima, a família ajuda, mas se a personagem não vale o laser que ilumina o disquinho, se não canta, nem tem carisma... as pessoas acabam deixando-a na seção correta : na cesta seção, no limbo.
Mariana merece não estar lá.
Carioca da Piedade, que já viu a moça puxar bloco na rua, bem depois de Sampaio (que vi ao vivo e em cores, no MAM)

4 de abril de 2009 às 09:31  
Anonymous lobo ... said...

Não se chamará Kavita 2 ?
Quem seria o autor chamado Kavita que aparece em 3 faixas ??

Deixa eu ver se acerto. Com Caetano fazendo o texto ela quer ... mídia. Com um dueto com Zeca Pagodinho ela quer ... sucesso popular. Com um Kassin produzindo ela quer ... status!

Gulosa !!!!!

4 de abril de 2009 às 17:17  
Anonymous Anônimo said...

Pode crer, Lobo, será que foi o Nizan Guanaes que deu as dicas? :>)

PS: Mano Caetano já elogiou Sandy e outras coisas piores.
Ele banalizou seus confetes, virou folclore.

Jose Henrique

4 de abril de 2009 às 18:38  
Anonymous Anônimo said...

Como eu não cultivo a culpa católica, não faço voto de pobreza, nem tenho preconceito com quem faz sucesso (só porque faz sucesso) não vejo problemas em estratégias para tornar mais conhecido e valorizado o trabalho, desde que o artista coloque maior ênfase na música e que a música ocupe lugar central na carreira. Então, esse texto do lobo que repito abaixo pra mim tem um sentido POSITIVO (buscar mídia, popularidade e status)e as estratégias foram bem pensadas. Somadas ao talento da Mariana Aydar deve ter saído um bom disco. Pois as estratégias não precisam ser sem arte e nem a arte sem estratégias.

"Deixa eu ver se acerto. Com Caetano fazendo o texto ela quer ... mídia. Com um dueto com Zeca Pagodinho ela quer ... sucesso popular. Com um Kassin produzindo ela quer ... status!?"

E eu acrescentaria: "com o talento dela ela quer longevidade na carreira"

Salve a Kavita, os peixes, os pássaros e as pessoas.

4 de abril de 2009 às 18:47  
Anonymous Anônimo said...

lobo.
Concordo contigo, e não vejo nada de errado em querer nenhuma das 3 coisas, e nem de buscá-las da maneira que ela buscou, indo atrás desses artistas. Essa é a proposta dela, um caminho escolhido. Resta saber se ela tem diálogo com essas vertentes, se ela fala a linguagem da mídia, do sucesso popular, e da modernidade. Ou se é só uma jogada. Não ouvi o trabalho, portanto não posso falar nada. Mas uma coisa é certa: se ela não cantar, e bem, nada disso adianta. Sem desconfiança, achei estranho o fato de Caetano falar de Bahia, modernidade, samba, opções de produção, cantoras, maneiras de encarar a cultura brasileira, e muito pouco do que mais me interessaria saber: como ela canta, como a sua voz se relaciona com o caminho que escolheu. Mas isso foi um problema do Caetano e não da cantora. O texto em si não despertou meu interesse.

4 de abril de 2009 às 18:59  
Anonymous Anônimo said...

Tem gente que só sabe focar o trabalho dos outros com sua visão limitada da vida, raivas internas "contra esse e contra aquele" mal resolvidas, prontinho pra achar ( ou arranjar) um defeito e, "feliz" da vida, mandar a crítica de grande entendedor de discos ( que ele nem ouviu), altamente conhecedor dos rumos musicais ( sendo que ele só gosta de um tipo de som, aquele que ele acha que é "bonitinho" de ouvir, tá parado no tempo e não "abre alas para o novo"). E ainda por cima tentam criticar o belo texto do Caetano, usando uns "argumentos" de dar pena. Vejam só, sobrou inveja até pro espetacular talento do Caetano...E lembrando: o disco ainda não foi ouvido, mas isso é o de menos, "grandes entendedores" não precisam disso, sabem tudo antes...

4 de abril de 2009 às 22:39  
Anonymous Anônimo said...

"As estratégias não precisam ser sem arte, nem as artes sem estratégias"
É uma bela verdade.
O problema é quando o artista fica de marionete.
As coisas têm que acontecer de uma maneira mais natural, senão fica fake.

Jose Henrique

5 de abril de 2009 às 02:36  
Anonymous Anônimo said...

Ah! Já é um mérito da Mariana Aydar fazer - por qualquer razão que seja - que o seu novo disco seja o assunto mais discutido desse blog (As estratégias deram certo!). Prefiro uma matéria como essa com críticas e elogios do que uma matéria sobre um artista para o qual só se escrevem elogios, ou um artista para o qual só se escrevem críticas.

Quando muita gente se dispõe a elogiar e outras tantas a criticar é porque não se trata de qualquer trabalho.

P.S. Faço questão de assinar o que escrevo (mesmo escrevendo besteiras), não gosto de bancar "o crítico" que já tem "aquela velha opinião formada sobre tudo" e me esconder no anonimato.

5 de abril de 2009 às 06:59  
Anonymous Anônimo said...

Meu amigo(a) anônimo das 10:39.
É difícil lidar com opiniões como a sua. Você não teve ao menos a capacidade de compreender que em nenhum momento eu critiquei a cantora, pelo contrário, defendi o seu direito de escolher quem quer que seja para escrever sobre o seu trabalho, cantar com ela, ou produzir o seu disco, coisas que estavam sendo colocadas em dúvida em outros comentários. E me eximi totalmente de dar qualquer opinião sobre um trabalho que não conheço. Ponto. Agora, é da mais profunda mediocridade achar que se eu não gostar da maneira que papai Caetano escreveu, eu sou um invejoso e vou arder no fogo do inferno. Visão limitada da vida tem você, que não consegue admitir a possibilidade de opiniões diferentes da sua, e tenta desqualificá-las sem argumentar. Diferentemente do que você tenta fazer com a minha opinião, eu não desqualifiquei o pensamento de ninguém, apenas mostrei aquilo que não gostei no texto do Caetano. Achei que ele deveria ter focado mais na voz e na interpretação dela. Apenas isso. Mas pra você parece ser um sacrilégio invejoso levantar o mínimo questionamento "ao espetacular talento de Caetano". Tente pensar por você mesmo. É saudável ter opinião própria. Mostre quais são os meus "argumentos de dar pena". Aponte ao menos uma vírgula onde eu tenha criticado a cantora. Faça esse exercício. Talvez contribua para você ter opinião própria, e não emprestada de quem você idolatra por aí. Senão vai permanecer nessa cômoda mediocridade.

5 de abril de 2009 às 10:46  
Anonymous Anônimo said...

A Aydar é tão sem graça...
sei lá, não me atrai o estilo dela!
como dizem por ai, gosto é gosto!

5 de abril de 2009 às 15:18  
Anonymous Paty-Patrícia said...

Kavita = Mariana Aydar
Além de tudo, 3 composições próprias e ou com terceiros nesse novo cd.

5 de abril de 2009 às 15:47  
Anonymous Diogo ! said...

Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco...

6 de abril de 2009 às 18:34  
Anonymous Anônimo said...

Eu nunca vi o Caetano escrever sobre uma cantora normal,isto é,sem parentes importantes.Todo mundo sabe disso... Portanto... É muito estranho,isso porque a cantora em questão é apenas uma cantora e nada mais.Não é e não será uma Mônica Salmazo mesmo.Tatento não se aprende na escola de música,se burila na escola de música.Talento se nasce com ele,é o caso de cantar.É o que o meu pai cantor sempre diz.Vamos ver daqui 10,20 anos.Caetano e a Virgínia Rodrigues,sua protegida,onde está?Mande notícias!E olha que ela é ótima...

20 de abril de 2009 às 10:48  

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