Dá no Coro exalta o negro em CD de cores vivas
Resenha de CD
Título: Negro Cor
Artista: Dá no Coro
Gravadora: Fina Flor
Cotação: * * * * 1/2
Formado em 1995, no Rio de Janeiro (RJ), o grupo Dá no Coro chegou à cena carioca com apresentações de natureza performática. Negro Cor é seu primeiro excelente CD, gravado em estúdio e editado neste mês de março de 2009 pela gravadora indie carioca Fina Flor. Trata-se de um grupo que entrelaça vozes e percussão com criatividade para exaltar a negritude em repertório de múltiplas tonalidades e latitudes. Às vezes, o orgulho negro aparece de forma explícita como no funk Olhos Coloridos - marco do cancioneiro black nacional, lançado por Sandra de Sá em 1981 - e no reggae que dá nome ao disco. Em outras vezes, a negritude se manifesta através do reforço do elo com a África, matriz da música negra que dá o tom em grande parte do mundo. Essa raiz afro é desenvacada em faixas como Sougnou Société (belo tema tradicional do Senegal, adaptado por Sérgio Sansão, um dos arranjadores do grupo), Navio Negreiro / Escravos (Toni Vargas) - medley em que o Dá no Coro costura música e poesia, recitada por Marcello Caldeira - e Milagres do Povo (Caetano Veloso, 1985). A música composta pelo compositor baiano para a trilha sonora da minissérie Tenda dos Milagres é cantada a capella de início. A percussão entra a partir do refrão. Aliás, a interação das vozes sempre bem timbradas - mérito de Sérgio Sansão, produtor do CD e diretor do grupo - é o que dá um colorido todo especial ao disco do Dá no Coro. Com exceção de Relampiano (Lenine e Moska, 1997), cantada em tons mais trivais, todas as músicas de Negro Cor são valorizadas pelas vozes harmonizadas do grupo. Louva-a-Deus (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1997), Jorge de Capadócia (Jorge Ben Jor, 1975) e Milagreiro (Djavan, 2001 - com o violão do convidado Raphael Gemal evocando o sotaque cigano do registro original do autor) ganham cores vivas por conta dos estupendos arranjos vocais. Já na primeira faixa - Angilalanga, tema tradicional da África do Sul, entoado em xosa, dialeto banto falado pelo povo xosa - as vozes do Dá no Coro até emocionam. Quando o álbum chega ao fim, com a bem-sacada lembrança do samba Coisa de Pele (Jorge Aragão e Acyr Marques, 1986), fica a certeza de que Negro Cor é um grande disco que reafirma a força arrepiante dos tambores e das vozes que sempre se fizeram ouvir, em todas as épocas e lugares, na luta em favor da igualdade racial.
Título: Negro Cor
Artista: Dá no Coro
Gravadora: Fina Flor
Cotação: * * * * 1/2
Formado em 1995, no Rio de Janeiro (RJ), o grupo Dá no Coro chegou à cena carioca com apresentações de natureza performática. Negro Cor é seu primeiro excelente CD, gravado em estúdio e editado neste mês de março de 2009 pela gravadora indie carioca Fina Flor. Trata-se de um grupo que entrelaça vozes e percussão com criatividade para exaltar a negritude em repertório de múltiplas tonalidades e latitudes. Às vezes, o orgulho negro aparece de forma explícita como no funk Olhos Coloridos - marco do cancioneiro black nacional, lançado por Sandra de Sá em 1981 - e no reggae que dá nome ao disco. Em outras vezes, a negritude se manifesta através do reforço do elo com a África, matriz da música negra que dá o tom em grande parte do mundo. Essa raiz afro é desenvacada em faixas como Sougnou Société (belo tema tradicional do Senegal, adaptado por Sérgio Sansão, um dos arranjadores do grupo), Navio Negreiro / Escravos (Toni Vargas) - medley em que o Dá no Coro costura música e poesia, recitada por Marcello Caldeira - e Milagres do Povo (Caetano Veloso, 1985). A música composta pelo compositor baiano para a trilha sonora da minissérie Tenda dos Milagres é cantada a capella de início. A percussão entra a partir do refrão. Aliás, a interação das vozes sempre bem timbradas - mérito de Sérgio Sansão, produtor do CD e diretor do grupo - é o que dá um colorido todo especial ao disco do Dá no Coro. Com exceção de Relampiano (Lenine e Moska, 1997), cantada em tons mais trivais, todas as músicas de Negro Cor são valorizadas pelas vozes harmonizadas do grupo. Louva-a-Deus (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1997), Jorge de Capadócia (Jorge Ben Jor, 1975) e Milagreiro (Djavan, 2001 - com o violão do convidado Raphael Gemal evocando o sotaque cigano do registro original do autor) ganham cores vivas por conta dos estupendos arranjos vocais. Já na primeira faixa - Angilalanga, tema tradicional da África do Sul, entoado em xosa, dialeto banto falado pelo povo xosa - as vozes do Dá no Coro até emocionam. Quando o álbum chega ao fim, com a bem-sacada lembrança do samba Coisa de Pele (Jorge Aragão e Acyr Marques, 1986), fica a certeza de que Negro Cor é um grande disco que reafirma a força arrepiante dos tambores e das vozes que sempre se fizeram ouvir, em todas as épocas e lugares, na luta em favor da igualdade racial.
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Formado em 1995, no Rio de Janeiro (RJ), o grupo Dá no Coro chegou à cena carioca com apresentações de natureza performática. Negro Cor é seu primeiro excelente CD, gravado em estúdio e editado neste mês de março de 2009 pela gravadora indie carioca Fina Flor. Trata-se de um grupo que entrelaça vozes e percussão com criatividade para exaltar a negritude em repertório de múltiplas tonalidades e latitudes. Às vezes, o orgulho negro aparece de forma explícita como no funk Olhos Coloridos - marco do cancioneiro black nacional, lançado por Sandra de Sá em 1981 - e no reggae que dá nome ao disco. Em outras vezes, a negritude se manifesta através do reforço do elo com a África, matriz da música negra que dá o tom em grande parte do mundo. Essa raiz afro é desenvacada em faixas como Sougnou Société (tema tradicional do Senegal, adaptado por Sérgio Sansão, um dos arranjadores do grupo), Navio Negreiro / Escravos (Toni Vargas) - medley em que o Dá no Coro costura música e poesia, recitada por Marcello Caldeira - e Milagres do Povo (Caetano Veloso, 1985). A música composta pelo compositor baiano para a trilha sonora da minissérie Tenda dos Milagres é cantada a capella de início. A percussão entra a partir do refrão. Aliás, a interação das vozes sempre bem timbradas - mérito de Sérgio Sansão, produtor do CD e diretor do grupo - é o que dá um colorido todo especial ao disco do Dá no Coro. Com exceção de Relampiano (Lenine e Moska, 1997), cantada em tons mais trivais, todas as músicas de Negro Cor são valorizadas pelas vozes harmonizadas do grupo. Louva-a-Deus (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1997), Jorge de Capadócia (Jorge Ben Jor, 1975) e Milagreiro (Djavan, 2001 - com o violão do convidado Raphael Gemal evocando o sotaque cigano do registro original do autor) ganham cores vivas por conta dos estupendos arranjos vocais. Já na primeira faixa - Angilalanga, tema tradicional da África do Sul, entoado em xosa, dialeto banto falado pelo povo xosa - as vozes do Dá no Coro até emocionam. Quando o álbum chega ao fim, com a bem-sacada lembrança do samba Coisa de Pele (Jorge Aragão e Acyr Marques, 1986), fica a certeza de que Negro Cor é um grande disco que reafirma a força arrepiante dos tambores e das vozes que sempre se fizeram ouvir, em todas as épocas e lugares, na luta em favor da igualdade racial.
Belíssimo CD. Já está comprado, ouvido e aprovado. Bonita a mistura da música folclórica de raiz com "standarts" da MPB com temática negra. MUITO BONITO - E ORIGINAL.
Comprei o cd e fiquei maravilhada com o trabalho desse grupo!!! Realmente são belas vozes e um conjunto harmonico que se forma espetacular!
parabéns!!
Eu não somente os admiro como recomendo que conheçam Grupos como ALMA DE GATO e DÁ NO TOM.
Visitem meu canal musical, aonde mostro um pouco destes grupos
www.youtube.com/fifa1966.
Sou Instrutor FIFA e Produtor Cultural.
Domingos Torres
domingostorres@yahoo.com.br
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