20 de fevereiro de 2009

Peyroux se excede como autora em 'Bare Bones'

Resenha de CD
Título: Bare Bones
Artista: Madeleine
Peyroux
Gravadora: Rounder
/ Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Em seu álbum anterior, Half the Perfect World (2006), a bela cantora norte-americana Madeleine Peyroux já se insinuou como compositora em quatro faixas. Em seu quarto CD, Bare Bones, a cantora se assume de vez como autora, assinando as onze faixas, sozinha ou com parceiros como Larry Klein, produtor do disco. E é justamente por esse excesso de confiança de Peyroux em seu taco autoral que Bare Bones - jogado na internet esta semana, quase um mês antes de seu lançamento oficial, agendado para 10 de março de 2009 - não atinge o pico de sedução de álbuns anteriores da cantora. Peyroux permanece fiel à sua mistura soft de jazz, folk e blues. Contudo, sua safra autoral tem qualidade oscilante. Há grandes momentos como o blues Instead e o folk que dá título a Bare Bones - não por acaso, ambos estão estrategicamente posicionados no início do álbum. Em outro blues, To Love You All Over Again, o canto de Peyroux continua evocando com grande elegância a voz e o estilo da intérprete que parece ser sua maior influência: Billie Holiday (1915 - 1959). Mesmo que o repertório perca muito na comparação com a seleção de álbuns anteriores, Bare Bones mantém um bom nível. Peyroux chora a morte do pai em River of Tears (tema jazzy de ritmo lento), celebra com euforia a chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos (em Somethin' Grand), quase se aproxima do pop em I Must Be Saved (única faixa assinada somente por ela) e esboça um ritmo mais vivaz em You Can't Do me. No todo, conturo, o álbum tem natureza introspectiva, sobretudo quando aposta em climas acústicos como na canção Homeless Happiness. Em inglês, Bares Bones significa Ossos Nus. É um título apropriado para um disco em que Peyroux se desnuda para (tentar) se impor totalmente como compositora. E somente o tempo e a repercussão de Bare Bones vão dizer se a autora vai ser tão festejada quanto a cantora ou se a artista vai ter que recorrer novamente ao porto seguro das produções de compositores como Leonard Cohen em futuros CDs.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Em seu álbum anterior, Half the Perfect World (2006), a bela cantora norte-americana Madeleine Peyroux já se insinuou como compositora em quatro faixas. Em seu quarto CD, Bare Bones, a cantora se assume de vez como autora, assinando as onze faixas, sozinha ou com parceiros como Larry Klein, produtor do disco. E é justamente por esse excesso de confiança de Peyroux em seu taco autoral que Bare Bones - jogado na internet esta semana, quase um mês antes de seu lançamento oficial, agendado para 10 de março de 2009 - não atinge o pico de sedução de álbuns anteriores da cantora. Peyroux permanece fiel à sua mistura soft de jazz, folk e blues. Contudo, sua safra autoral tem qualidade oscilante. Há grandes momentos como o blues Instead e o folk que dá título a Bare Bones - não por acaso, ambos estão estrategicamente posicionados no início do álbum. Em outro blues, To Love You All Over Again, o canto de Peyroux continua evocando com grande elegância a voz e o estilo da intérprete que parece ser sua maior influência: Billie Holiday (1915 - 1959). Mesmo que o repertório perca muito na comparação com a seleção de álbuns anteriores, Bare Bones mantém um bom nível. Peyroux chora a morte do pai em River of Tears (tema jazzy de ritmo lento), celebra com euforia a chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos (em Somethin' Grand), quase se aproxima do pop em I Must Be Saved (única faixa assinada somente por ela) e esboça um ritmo mais vivaz em You Can't Do me. No todo, conturo, o álbum tem natureza introspectiva, sobretudo quando aposta em climas acústicos como na canção Homeless Happiness. Em inglês, Bares Bones significa Ossos Nus. É um título apropriado para um disco em que Peyroux se desnuda para (tentar) se impor totalmente como compositora. E somente o tempo e a repercussão de Bare Bones vão dizer se a autora vai ser tão festejada quanto a cantora ou se a artista vai ter que recorrer novamente ao porto seguro das produções de compositores como Leonard Cohen em futuros CDs.

20 de fevereiro de 2009 às 10:56  
Anonymous Anônimo said...

esperava mais não só como compositora e releituras... e tb q cantasse de uma forma q não lembrasse mais a Billy, pois no cd anterior conseguiu fugir dessa semelhança... gostei de Homeless Happiness, Damn The Circumstances e Our Lady Of Pigalle.

22 de fevereiro de 2009 às 19:36  

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