6 de janeiro de 2009

Guitarras amplificam a melancolia de Morrissey

Resenha de CD
Título: Years of Refusal
Artista: Morrissey
Gravadora: Decca
/ Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Se alguém começar a escutar aleatoriamente o nono álbum de estúdio de Morrissey pela décima faixa, You Were Good in your Time, pode supor que Years of Refusal oferece mais do mesmo. You Were Good in your Time é uma balada de cinco melancólicos minutos, adornada com cordas e turbinada com ruídos e efeitos em seu minuto final. Contudo, Years of Refusal se distingue na recente discografia solo de Morrissey pela predominância das guitarras. São elas que temperam a tristeza e a desesperança recorrentes na música do ex-Smith em músicas como Something Is Squeezing my Skull, Mama Lay Softly on the Riverbed e Black Cloud. Estas três faixas abrem o CD e anunciam o tom roqueiro de Years of Refusal, cujo lançamento - previsto inicialmente para setembro de 2008 - foi remarcado para 16 de fevereiro de 2009. É o primeiro disco de inéditas de Morrissey na Decca, gravadora na qual ele estreou em 2008 com Greatest Hits, a coletânea que antecipou duas - All You Need Is me e That's How People Grow Up - das 12 faixas de Years of Refusal.

Disponível (extra-oficialmente) na internet desde domingo, 4 de janeiro de 2009, Years of Refusal flagra Morrissey com a energia que faltou em seu álbum anterior, Ringleader of the Tormentors (2006), produzido com pompa por Tony Visconti. Eventualmente pesado, seu nono disco não chega a ser tão bom quanto You Are the Quarry - o vigoroso álbum de 2004 que marcou a retomada da carreira solo de Morrissey, produzido pelo mesmo Jerry Finn que pilota o novo álbum - mas apresenta faixas bem interessantes como a vibrante One Day Goodbye Will Be Farewell - de contorno até pop (na medida em que Morrissey consegue soar pop) - e I'm Throwing my Arms around Paris, bela música que remete ao som do The Smiths, o grupo que projetou Morrissey nos anos 80. No meio de tantas guitarras, proeminentes em faixas como Sorry Doesn't Help, há o acento mariachi de When Last I Spoke to Carol e há densos climas emocionais como o de It's Not your Birthday Anymore, tema que adquire tom quase épico em seus cinco minutos e nove segundos. Na faixa final, Morrissey recorre novamente às guitarras para proclamar uma suposta autosuficiência em I'm Ok by Myself, o rock mais nervoso do disco. No todo, Years of Refusal apaga em alto e bom som a má-impressão deixada pelo pálido Ringleader of the Tormentors.

3 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Se alguém começar a escutar aleatoriamente o nono álbum de estúdio de Morrissey pela décima faixa, You Were Good in your Time, pode supor que Years of Refusal oferece mais do mesmo. You Were Good in your Time é balada de cinco melancólicos minutos, adornada com cordas e turbinada com ruídos e efeitos em seu minuto final. Contudo, Years of Refusal se distingue na recente discografia solo de Morrissey pela predominância das guitarras. São elas que temperam a tristeza e a desesperança recorrentes na música do ex-Smith em músicas como Something Is Squeezing my Skull, Mama Lay Softly on the Riverbed e Black Cloud. Estas três faixas abrem o CD e anunciam o tom roqueiro de Years of Refusal, cujo lançamento - previsto inicialmente para setembro de 2008 - foi remarcado para 16 de fevereiro de 2009. É o primeiro disco de inéditas de Morrissey na Decca, gravadora na qual ele estreou em 2008 com Greatest Hits, a coletânea que antecipou duas - All You Need Is me e That's How People Grow Up - das 12 faixas de Years of Refusal.

Disponível (extra-oficialmente) na internet desde domingo, 4 de janeiro de 2009, Years of Refusal flagra Morrissey com a energia que faltou em seu álbum anterior, Ringleader of the Tormentors (2006), produzido com pompa por Tony Visconti. Eventualmente pesado, seu nono disco não chega a ser tão bom quanto You Are the Quarry - o vigoroso álbum de 2004 que marcou a retomada da carreira solo de Morrissey, produzido pelo mesmo Jerry Finn que pilota o novo álbum - mas apresenta faixas bem interessantes como a vibrante One Day Goodbye Will Be Farewell - de contorno até pop (na medida em que Morrissey consegue soar pop) - e I'm Throwing my Arms around Paris, bela música que remete ao som do The Smiths, o grupo que projetou Morrissey nos anos 80. No meio de tantas guitarras, proeminentes em faixas como Sorry Doesn't Help, há o acento mariachi de When Last I Spoke to Carol e há densos climas emocionais como o de It's Not your Birthday Anymore, tema que adquire tom quase épico em seus cinco minutos e nove segundos. Na faixa final, Morrissey recorre novamente às guitarras para proclamar uma suposta autosuficiência em I'm Ok by Myself, o rock mais nervoso do disco. No todo, Years of Refusal apaga em alto e bom som a má-impressão deixada pelo pálido Ringleader of the Tormentors.

6 de janeiro de 2009 às 12:51  
Anonymous Anônimo said...

Para um EMEPEBISTA doente e convicto como eu, até que gosta muito do The Smiths e algumas músicas solo de Morrisey, como Suedehead e Everyday is like sunday... mas tanta melancolia já encheu o saco. Morrisey deveria era arrumar um namorado mais bonito que o Johnny Marr e parar de se lamentar.

6 de janeiro de 2009 às 13:07  
Blogger Pedro Progresso said...

Morrisey e a Diana Krall tiraram foto pro disco na sequencia né? Mesmo lugar, mesma idéia, mesmo fotógrafo e quase o mesmo layout.
Adoro a industria fonografica economizando.

6 de janeiro de 2009 às 13:38  

Postar um comentário

<< Home