24 de dezembro de 2008

Grupo prolonga festa dos 60 sem originalidade

Resenha de CD / DVD
Título: A Festa
Continua!
Artista: The
Originals
Gravadora:
Universal Music
Cotação: *

Talvez a nostalgia de uma irreal modernidade seja a única razão para a edição deste terceiro CD e DVD do grupo carioca The Originals, formado por ex-integrantes dos conjuntos Renato e seus Blue Caps e The Fevers. A festa, a rigor, já acabou há muito tempo para esses sessentões que, sim, tiveram lá sua importância na formatação do pop mais popular das décadas de 60 (e 70 no caso dos Fevers, cujo auge comercial foi vivido alguns anos depois do apogeu da Jovem Guarda). Contudo, Ed Wilson (voz e violão), Paulo César Barros (voz e baixo), Miguel Plopschi (sax), Pedrinho (bateria e vocal), Cleudir (teclados e vocal) e Guto (bateria e vocal) prolongam essa festa sem um mínimo de originalidade, inclusive quando apresentam a inédita Viva o Rock and Roll (A Festa Continua) na abertura do show. As vozes soam opacas como as imagens capturadas pelo diretor Fausto Villanova em show realizado no Espaço Cultural Veneza (RJ) em 3 de junho de 2008. Ao se revezar entre o sax e a função de mestre de cerimônias, Plopschi acentua o caráter nostálgico da festa ao apresentar com elogios superlativos cada músico ou convidado que entra em cena. Almir Bezerra, o vocalista da fase áurea dos Fevers, é convocado em cinco dos 19 números para reviver hits como Ninguém Vive sem Amor, Mar de Rosas, Vem me Ajudar e Nathalie. Almir soa como um clone de si mesmo. Mas ninguém parece se importar. É como se o show fosse um baile. Sim, o público - também ele saudosista - embarca na onda e faz coro nas músicas. E certamente também cantaria todas se não estivessem ali nomes da pré-história do pop nacional, mas quaisquer outros músicos ou cantores. O show não pode parar. Saudade não tem idade? Talvez. Deve ser por isso que Wanderléa também entra em cena para reviver, sem brilho, seus eternos sucessos da fase da Jovem Guarda. No fim, todos se juntam para cantar Whisky a Go Go, o hit oitentista do Roupa Nova que evoca o clima da festa dos anos 60. Já faz parte do show do The Originals. E a festa continua!!

13 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Talvez a nostalgia de uma irreal modernidade seja a única razão para a edição deste terceiro CD e DVD do grupo carioca The Originals, formado por ex-integrantes dos conjuntos Renato e seus Blue Caps e The Fevers. A festa, a rigor, já acabou há muito tempo para esses sessentões que, sim, tiveram lá sua importância na formatação do pop mais popular das décadas de 60 (e 70 no caso dos Fevers, cujo auge comercial foi vivido alguns anos depois do apogeu da Jovem Guarda). Contudo, Ed Wilson (voz e violão), Paulo César Barros (voz e baixo), Miguel Plopschi (sax), Pedrinho (bateria e vocal), Cleudir (teclados e vocal) e Guto (bateria e vocal) prolongam essa festa sem um mínimo de originalidade, inclusive quando apresentam a inédita Viva o Rock and Roll (A Festa Continua) na abertura do show. As vozes soam opacas como as imagens capturadas pelo diretor Fausto Villanova em show realizado no Espaço Cultural Veneza (RJ) em 3 de junho de 2008. Ao se revezar entre o sax e a função de mestre de cerimônias, Plopschi acentua o caráter nostálgico da festa ao apresentar com elogios superlativos cada músico ou convidado que entra em cena. Almir Bezerra, o vocalista da fase áurea dos Fevers, é convocado em cinco dos 19 números para reviver hits como Ninguém Vive sem Amor, Mar de Rosas, Vem me Ajudar e Nathalie. Almir soa como um clone de si mesmo. Mas ninguém parece se importar. É como se o show fosse um baile. Sim, o público - também ele saudosista - embarca na onda e faz coro nas músicas. E certamente também cantaria todas se não estivessem ali nomes da pré-história do pop nacional, mas quaisquer outros músicos ou cantores. O show não pode parar. Saudade não tem idade? Talvez. Deve ser por isso que Wanderléa também entra em cena para reviver, sem brilho, seus eternos sucessos da fase da Jovem Guarda. No fim, todos se juntam para cantar Whisky a Go Go, o hit oitentista do Roupa Nova que evoca o clima da festa dos anos 60. Já faz parte do show do The Originals. E a festa continua!!

24 de dezembro de 2008 às 12:26  
Blogger Bruno Cavalcanti said...

Olha confesso que essa foi uma das, se não a, resenha mais verdadeira que eu já li! Realmente, eu assisti ao DVD e é meio deprimente ver pessoas que já fizeram uma bela história na música brasileira voltarem a essa mesma história repetidas vezes apenas para (como diria Rita Lee) "ganhar dinheiro e comprar seus remédios geriátricos"... Meio chatinho isso! Mas convenhamos que a eles só lhe resta isso, poucos são os cantores mais antigos que não conseguiram se manter nas paradas(como a própria Rita) e que tem a oportunidade de mostrar algo realmente novo. A Wanderléa, por exemplo... foi uma ótima surpresa o novo disco dela, mas infelizmente não se pode dizer que foi algo idealizado para ela (infelizmente ou felizmente, não sei) e sim por ela! Teve espaço. Mas fica a pergunta, o que o The Originals ainda pode nos mostrar de novo e, ainda por cima, vender? Fica a questão!

24 de dezembro de 2008 às 17:06  
Anonymous Anônimo said...

E tem gente que acha o "Roupa Nova" ruim...

24 de dezembro de 2008 às 18:30  
Anonymous Anônimo said...

Miguel Plopschi é o grande culpado pela queda de popularidade de Sá e Guarabyra na segunda metade dos anos 80. Como eles se recusaram a gravar Sullivan & Massadas, foram postos na geladeira pelo Miguel - então poderoso na gravadora RCA - e tiveram verbas de divulgação cortadas e assim por diante

Não é a toa não que ele põe " Whisky a Go Go " , o hit oitentista do Roupa Nova, nesse trabalho !

25 de dezembro de 2008 às 12:02  
Anonymous Anônimo said...

Tem nada não, anônimo. Sr. Miguel já, já vai ter de arrumar outra profissão ou pedir auxílio-desemprego ao INSS.
Já Sá & Guarabyra muito sucesso e alegria os esperam - com ou sem Zé Rodrix.

25 de dezembro de 2008 às 14:00  
Anonymous Anônimo said...

Sá & Gurabyra (prefiro sem Rodrix). Pagaram caro na época mas tem publico fiel e grande e já estão aí há 37 anos ...

Já Sullivan & Massadas e esse (tal) Miguel ...

26 de dezembro de 2008 às 16:20  
Anonymous Anônimo said...

Terem existido a dupla Sullivan & Massadas, em si não é nenhum problema. Há gosto pra tudo ... o problema é as músicas deles eram impostas para todos os contratados da RCA e ai daquele que não aceitasse a imposição.

Sá & Guarabyra se recusaram a gravar coisa deles, e como resultado foram para a geladeira. Seu último LP pela RCA chama-se " Cartas, Canções e Palavras " apesar de ser bom - como tudo que sempre fazem - sequer teve encarte e nem uma mísera ficha técnica na contra-capa.


Fecho com o leitor Oliveira. Pois Sá & Gurabyra estão aí com musica na novela " Revelação " do SBT, cd novo a ser lançado sem falar que em 1990 ainda emplacaram " Estrela Natureza " na bela trilha de Pantanal. Sem apelar gravando Sullivan & Massadas ....

26 de dezembro de 2008 às 18:46  
Anonymous Anônimo said...

"Cartas, Canções e Palavras" - nunca lançado em CD - além da faixa-título e de "Tabuleiro" possui uma das músicas mais bonitas da dupla e da MPB: "Os Meninos dos Abrolhos".
Discordam ?
Quanto à informação do anônimo anterior é fato. Foi lançado com um desdém impressionante e numa época em que artes gráficas e fichas-técnicas vinham caprichadas.
Espero ansioso mais um novo trabalho desta grande dupla.

26 de dezembro de 2008 às 22:34  
Anonymous Anônimo said...

Alguém sabe onde achar "Cadernos de Viagem", o 2º trabalho solo da dupla, em CD e único lançado pela Continental ?

26 de dezembro de 2008 às 22:55  
Anonymous Anônimo said...

Prezado anônimo de 26 de dezembro às 10:55,
Achei o CD de "Cadernos de Viagem" em um sebo aqui no Rio de janeiro ("Musicalle") e paguei uma nota (coisa de ~R$ 80,00).
Vais ter de "garimpar".
Quanto aos "Meninos dos Abrolhos": assino embaixo!

27 de dezembro de 2008 às 13:12  
Anonymous Anônimo said...

A faixa título de " Cartas, Canções e Palavras " é a minha preferida de Sá & Guarabyra. Pena mesmo não ter em CD ...

27 de dezembro de 2008 às 14:16  
Anonymous Anônimo said...

Concordo,

Terem existido a dupla Sullivan & Massadas, em si não é nenhum problema. Há gosto pra tudo ... (2)


O grande mal foi é a imposição, pois se um belo dia dos anos 80, Sá & Guarabyra tivessem em mãos uma composição de Sullivan & Massadas e achassem interessante gravar - assim como Roberto Carlos, Gal Costa, Ney Matogrosso ... - por mim tudo bem. Ou se ELES achassem que com uma canção de Sullivan & Massadas alavancaria as vendas dos seus albuns ( que não vendiam pouco ... ) e ajudassem a propagar o nome deles como queria o Miguel Plopschi, por mim tudo bem, teriam direito. Mas impor e, com a recusa por a dupla na " geladeira " ?

27 de dezembro de 2008 às 14:23  
Anonymous Anônimo said...

Prezado Diogo,
Concordo e fico indignado também, mas não perca seu tempo com esta Indústria Fonográfica e seus executivos pré-falidos.
Não curto calor e foi na geladeira mesmo que continuei fiel aos grandes Luis Carlos Sá e Guttemberg Guarabyra.
Eles tiveram coragem e nós não fomos preguiçosos e sim, solidários - o que não foi favor nenhum!
Que venha sempre mais e mais Sá & Guarabyra. Se o "Mar virou Sertão" para eles, eles souberam se adaptar.
Já as Multi do disco já tão no "boca-a-boca".

28 de dezembro de 2008 às 13:10  

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