'Tempo Quente' esfria voz de Marina Machado
Resenha de CD
Título: Tempo Quente
Artista: Marina Machado
Gravadora: Nascimento
Música / EMI Music
Cotação: * * 1/2
Para quem já ouviu a voz calorosa de Marina Machado, que até já transitou pelo rock, Tempo Quente é banho de água fria na discografia da cantora mineira. Em seu terceiro CD solo, a intérprete adota estilo cool em flerte com a new bossa que evoca o som de Bebel Gilberto já na primeira das 15 faixas do disco, Tempo Quente, inspirada composição do mineiro Anderson Guerra. Aliás, os conterrâneos da artista dominam a ficha técnica.
Ao mesmo tempo em que esfria o canto de Marina Machado, remetendo ao disco cool feito pela cantora com Flávio Henrique, Tempo Quente pode aquecer sua carreira, até então confinada aos limites de Minas Gerais - ainda que Marina tenha percorrido o Brasil e o mundo como convidada de Milton Nascimento na turnê internacional do show Pietá. Generoso, o padrinho aceitou editar o disco da afilhada por seu selo, Nascimento Música, e ainda pôs sua voz em Discovery, música do sempre antenado Lula Queiroga.
O álbum tem unidade e amarra repertório irregular com sua costura de new bossa, ora com altas doses de eletrônica (como em Assim, música de Moreno Veloso), ora num tom próximo do folk (como em Simplesmente, boa canção da lavra de Samuel Rosa com o letrista Chico Amaral). A propósito, o guitarrista do Skank dá o ar da graça, como vocalista convidado, em Grilos, um lado B da dupla Roberto e Erasmo Carlos que se ajusta bem ao conceito do disco. Outro convidado, Seu Jorge - além de assinar a derramada Seu Olhar - pôs voz suave em Otimismo num tom aveludado que realça a atmosfera cool do CD. A música é das melhores de um repertório que ainda inclui dois temas de Milton Nascimento, Lília (recordado com vocalises por Marina) e Unencounter, a versão em inglês de Canção da América que soa sem emoção e até inapropriada para um disco de sentimentos contidos. Também jogam contra as duas músicas do mineiro Affonsinho, Disco Voador e Vagalume, ambas insossas. No todo, Tempo Quente dá ar mais contemporâneo ao canto de Marina Machado. Mas contemporaneidade não é sinônimo de evolução... embora - justiça seja feita - o álbum tenha lá seus bons momentos.
Título: Tempo Quente
Artista: Marina Machado
Gravadora: Nascimento
Música / EMI Music
Cotação: * * 1/2
Para quem já ouviu a voz calorosa de Marina Machado, que até já transitou pelo rock, Tempo Quente é banho de água fria na discografia da cantora mineira. Em seu terceiro CD solo, a intérprete adota estilo cool em flerte com a new bossa que evoca o som de Bebel Gilberto já na primeira das 15 faixas do disco, Tempo Quente, inspirada composição do mineiro Anderson Guerra. Aliás, os conterrâneos da artista dominam a ficha técnica.
Ao mesmo tempo em que esfria o canto de Marina Machado, remetendo ao disco cool feito pela cantora com Flávio Henrique, Tempo Quente pode aquecer sua carreira, até então confinada aos limites de Minas Gerais - ainda que Marina tenha percorrido o Brasil e o mundo como convidada de Milton Nascimento na turnê internacional do show Pietá. Generoso, o padrinho aceitou editar o disco da afilhada por seu selo, Nascimento Música, e ainda pôs sua voz em Discovery, música do sempre antenado Lula Queiroga.
O álbum tem unidade e amarra repertório irregular com sua costura de new bossa, ora com altas doses de eletrônica (como em Assim, música de Moreno Veloso), ora num tom próximo do folk (como em Simplesmente, boa canção da lavra de Samuel Rosa com o letrista Chico Amaral). A propósito, o guitarrista do Skank dá o ar da graça, como vocalista convidado, em Grilos, um lado B da dupla Roberto e Erasmo Carlos que se ajusta bem ao conceito do disco. Outro convidado, Seu Jorge - além de assinar a derramada Seu Olhar - pôs voz suave em Otimismo num tom aveludado que realça a atmosfera cool do CD. A música é das melhores de um repertório que ainda inclui dois temas de Milton Nascimento, Lília (recordado com vocalises por Marina) e Unencounter, a versão em inglês de Canção da América que soa sem emoção e até inapropriada para um disco de sentimentos contidos. Também jogam contra as duas músicas do mineiro Affonsinho, Disco Voador e Vagalume, ambas insossas. No todo, Tempo Quente dá ar mais contemporâneo ao canto de Marina Machado. Mas contemporaneidade não é sinônimo de evolução... embora - justiça seja feita - o álbum tenha lá seus bons momentos.
20 Comments:
Achei o trabalho uma delícia.Mauro se voce pesquisar bem vai encontrar num antigo trabalho dela em parceria com o Flávio Henrique,que ela ja se apresentava cool.Marina como bem disse o Milton é uma "camaleoa".E ser New Bossa,Cool é ser contemporâneo?E sua cotação 2,5 é que é uma gelada para esse belo CD.
quer dizer q a voz do milton é "correta"?
,
vinicius
Gosto muito do CD da Marina Machado com o Flávio Henrique, bem cool, com uma atmosfera jazzística, belíssimos arranjos e músicas que caiam super bem para o seu timbre. Depois ela tomou outro rumo nos trabalhos seguintes, talvez buscando uma "modernidade" que para mim não lhe caiu bem. Me desinteressei. Mas canta bem.
Nossa, que crítica mais equivocada.
Agora Mauro você realmente me surpreendeu! Mais que isso, você decepcionou.
É claro que como crítico, você acha o que quiser, mas dizer que Marina agora virou "cool" e que isso é involução, é, no mínimo, desconhecer o trabalho da artista.
Marina Machado é uma coisa no palco e outra em discos. Como já lembraram, seu disco com Flávio Henrique, e depois, o com o Amaranto é super "cool", com o melhor da expressão.
Como acompanho seus escritos por aqui, já perecebi que você não gosta do trabalho da Bebel Gilberto, mas associar Marina à ela, como se essa última estivesse se rendendo à uma moda e a um estilo é leviano.
Marina Machado é grande, e por isso se permite a transitar pelo rock, pelo pop, pelo samba e pela bossa.
É sua crítica é apressada, leviana e sem embasamento sobre a carreira da artista.
Que triste!
Marcos
Eu acho Marina Machado apenas mediana, soa como a maioria, sem nenhum diferencial. Das capitaneadas por Milton ainda prefiro a Simone Guimarães que pelo menos é boa compositora.
Tambem não concordo com a resenha. Não é um CD facil de ouvir, esperava mais, porem merececia umas três estrela. Tá um CD POP gostoso de ouvir, com letras boas e bons convidados!
Mauro e suas cantoras ...
Mauro vou ouvir e depois volta aqui pra concorda ou discordar. hehehe
bom sabes das novidades ai, caba vei.abraços
Não é um CD fácil de ouvir, mas é um CD pop gostoso de ouvir? As duas coisas ao mesmo tempo???
Acho que nunca tinha lido uma crítica tão improcedente da parte do Mauro.Mas perdoável já que isso é muito raro.
Mauro, agora é que você me deixou zonza mesmo. Na crítica original não tinha o trecho abaixo. Você acrescentou o trecho abaixo pegando carona nos comentários, mas sem assumir a inclusão????????
Estava muito claro que você tinha escrito a crítica sem conhecer, saber, ou até mesmo se lembrar, do CD anterior da Marina com o Flávio.
Tô boba!
"Ao mesmo tempo em que esfria o canto de Marina Machado, remetendo ao disco cool feito pela cantora com Flávio Henrique"
Carla
Carla,acho fabuloso que a gente aqui possa colaborar um pouquinho com o Mauro e nos sentir gratificados por isso e pelo tantão que ele nos oferece.Grande Mauro!
Não, anônimo de 6:39, você não entendeu o espanto da Carla. O que ela tá dizendo é que o Mauro incluiu a referência ao disco da Marina com o Flávio Henrique, depois que os comentários apontavam a leviandade dele em dizer que a Marina estava "copiando" o jeito cool de Bebel Gilberto, sem saber, ou citar, que na verdade, a Marina já tinha feito disco com atmosfera cool bem antes.
Quando o Mauro simplesmente acrescenta essa informação à crítica original, que não tinha, ele não assume que desconhecia o fato, já que embasou sua crítica toda em cima dessa aparente guinada da Marina pelo estilo cool.
Lamentável! Isso para mim tira a credibilidade do Mauro, e faz a gente desconfiar um pouco dos escritos dele, principalmente sobre artistas que nem todo mundo conhece.
Marcos
É isso aí.
Morte ao Mauro!
Rarará.
Menos, menos :p
Estive presente ontem no Palácio das Artes em BH para o lançamento do cd de Marina Machado, e mais uma vez a mineira surpreendeu. Ela tem talento de sobra para transitar onde quer que queira, tem liberdade e alcance vocal admiráveis...arranjos modernos, prá sua brejeirice mineira que é pop, é rock, é Clube da Esquina, e pode ser até cool...sensacional..quem não conhece que ouça, assita ao vivo e então escreva seu comentário.
Bebel Gilberto dispensa apresentações.. é dona de estilo próprio assim como Marina Machado.
"Tempo Quente" mostra uma cantora madura, dona de si, e como disse Nelson Motta recentemente: "Marina Machado é uma neo-tropicalista de luxo". Minas mais uma vez rende-se com orgulho a este talento.
Artur / Produtor Editorial
Oi Mauro, tudo bem?
Venho lhe apresentar o trabalho do grupo Camiranga. Música inédita brasileira.
Nosso CD está disponível pra download no http://musicadaminhagente.blogspot.com/2008/05/camiranga-camiranga.html
Visite tambem nossa pagina:
www.myspace.com/camiranga
Abraço e parabéns pelo blog.
Caro Mauro
Você esta sempre na luta com uma opiniao lucida sobre nossa musica.
Gostaria de pedir sua atençao para minha pagina no myspace:
myspace.com/liabarcellos
Sigo carreira aqui na França divulgando nossa boa MPB
Um grande abraço..
Lia
liabarcellos@ymail.com
E então perguntamos: para que serve a crítica? Que embasamento, senão a idiossincrasia, para chamar de "insossas" as músicas do Affonsinho? Para que serve a crítica, senão para o ato mesquinho e apequenante de dar notas a um trabalho, e, pior, dar 2,5 para esse belo CD da Marina?
Críticas completamente descabidas! O CD está excelente, a interpretacao esta impecavel (exceto talvez na versao em ingles de CANCAO DA AMERICA, onde o ingles nao soa tao natural) e VAGALUMES é muito boa, talvez a melhor do CD.
Concordo plenamente com vc.
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