18 de março de 2008

Luiza Possi exibe no palco a evolução do disco

Resenha de show
Título: A Vida É Mesmo Agora
Artista: Luiza Possi (convidada especial: Zélia Duncan)
Local: Estrela da Lapa (RJ)
Data: 11 de março de 2008
Em cartaz: às terças-feiras de março de 2008
Cotação: * * *

Luiza Possi vem progredindo a cada disco, buscando a MPB e um pop mais adulto que passa longe do idiotizante repertório juvenil de seu início de carreira. A evolução aparece nítida no palco da casa carioca Estrela da Lapa, onde Luiza cumpre temporada às terças-feiras de março, sempre com um convidado especial (o show desta terça-feira, 18 de março, contará com intervenção de Isabella Taviani). A boa presença cênica da artista fica evidente já no primeiro número - o medley que reúne Gandaia das Ondas, Pedra e Areia e Iemanjá. Além de já exibir segurança vocal incomum para sua idade, Luiza é do tipo de intérprete que canta também com o corpo. Seu gestual faz parte de seu show. Por conta da genética, um ou outro trejeito eventualmente lembra a expressão cênica de sua mãe, Zizi Possi, mas, no caso de Luiza, é justo reconhecer que ela já estreou no mercado com o cordão umbilical cortado - algo que não aconteceu de imediato com Maria Rita, para citar o exemplo de outra boa cantora filha de outra grande cantora. Luiza até evoca Zizi, mas tem jeito próprio.
Como já mostrara no DVD e CD ao vivo A Vida É Mesmo Agora, cujo repertório é a base do show, Luiza Possi ainda não tem vivência suficiente para encarar uma música como Tango de Nancy. Mas também faz progressos neste sentido. Chico Buarque por Chico Buarque, sua graciosa leitura de Folhetim, em tons suaves, soa melhor no palco do que no registro feito para a trilha sonora nacional da novela Duas Caras (a gravação vai entrar como faixa-bônus na próxima tiragem do disco de Luiza). Tomara, aliás, que a cantora continue priorizando grandes compositores nos próximos álbuns sem cair na tentação de se impor como compositora além da conta. Até porque a parceria que fez com Dudu Falcão e que Luiza mostra no show, Eu Espero, de acento bluesy, patina na trivialidade. Seria prudente se dedicar ao canto.
No show de 11 de março, a convidada foi Zélia Duncan, que, cheia de charme e cumplicidade com a jovem colega, fez harmoniosos duetos com Luiza em músicas como Um Jeito Assim (com um clima meio de cabaré), Benditas, Mulher Segundo meu Pai e Último Adeus. Zélia deixou a certeza de estar participando do show por prazer - não somente por generosidade. No bis, depois de Luiza entoar Over the Rainbow e Sina, Zélia ainda voltou e reviveu O Meu Lugar em dueto com a cantora que viu crescer, fechando bem um show enxuto, simpático e competente (a banda é afiada) que sinaliza que Luiza Possi tem tudo para crescer e aparecer ainda mais. Basta ter rigor ao selecionar seu repertório...

27 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Depois da longa lista de comentarios, teve uma coisa que não foi dita sobre a Zizi possi e o trabalho que vem fazendo.Não teria nisso tudo, uma preocupação em fazer um diferencial entre o trabalho anterior e o atual com a intenção, de não ocupar um suposto espaço que hoje ocupa a Luiza.O que acham?

18 de março de 2008 às 04:46  
Anonymous Anônimo said...

De fato Luisa é afinadíssima e é carismática, apesar de me parecer tímida. Confesso que resisto à sua música justamente por causa do repertório. Ouvi o CD mais recente, mas acho que ainda não foi o suficiente para demonstrar o quanto esta menina é boa. Concordo com a tua visão Mauro: a seleção do repertório deve ser muito bem cuidada.

18 de março de 2008 às 08:45  
Anonymous Anônimo said...

Coisa que Luiza não é, é afinada. Tem uma voz insegura e cheia de falhas. É simpática, bonita, mas não basta. A única filha de cantora que mostrou ao que veio é Maria Rita. Porque Mariana Belém, Luiza Possi, Luciana Mello, Simoninha e tantos outros não passaram de uns 2 cds e não emplacam de jeito e maneira!! Nem sempre filho de peixe dá uma boa peixada...

18 de março de 2008 às 09:48  
Blogger Flávia C. said...

Bacana. Vida longa e próspera para ela. Ainda não foi suficiente para me chamar atenção, mas quem sabe um dia, né?

P.S.: Ah, Anônimo 9:48, desses filhos de peixe que você citou aí, eu gosto do Simoninha, e o irmão dele, Max de Castro, sem dúvida é interessante!

18 de março de 2008 às 10:42  
Anonymous Anônimo said...

Ela deveria se preocupar em evoluir seu canto e repertório. Como compositora ela é boa cantora. O seu disco anterior "Escuta" é irregular. Não sei o que leva alguém a gravar Isabela Taviani (que canta e compõe mal).
Luiza Possi tem seu valor. Precisa cultivá-lo.

Os outros filhos de peixe citados, são músicos competentes sim. Não aparecem na mídia pq fazem um tipo de música que não interessa divulgar. A solução para eles é fazer dueto coma Ivete (chatíssima) Sangalo, que rasa do jeito que é consegue tocar no rádio.

18 de março de 2008 às 11:44  
Anonymous Anônimo said...

Eu gosto muito do que ela vem fazendo.Achei muito legal ela lançar um cd ao vivo onde a maioria das canções eram inéditas ou pelo menos inéditas na sua voz.Gostei dessa urgência em mostrar o que ela quer realmente fazer.
Eu não vi vídeo,mas eu achei muito bonito e forte ela cantando Tango de Nancy no cd.Um dos pontos altos do show.

18 de março de 2008 às 11:58  
Anonymous Anônimo said...

"Por conta da genética, um ou outro trejeito eventualmente lembra a expressão cênica de sua mãe, Zizi...."
Nada mais natural, já que são mãe e filha,no caso de Maria Rita,engraçado que esse quesito da genética,muitas vezes foi esquecido nos meios de comunicação.Parece que pra uma a genética vale,para outra não.Nas duas vezes em que assisti o show do Simoninha, parecia que assistia o show do pai dele,o Wilson Simonal.Sei também que contou a "genética" na semelhança e na bela voz,mas Simoninha canta aquelas músicas mais conhecidas do pai,canta igual ao pai dele e estranhamente,ninguém fala nada.Não estou implicando com vc, viu Mauro,aliás gosto muito de ler o que vc escreve, apenas foi uma constatação do que tenho visto e lido por aí,qdo se referem aos filhos de cantores.

18 de março de 2008 às 13:14  
Anonymous Anônimo said...

O post é sobre a Luiza Possi, mas já que alguns comentários se declinaram para a questão geracional ("filhos de peixes"), considero Jairzinho um grande artista que conseguiu se desvincular da imagem da criança prodígio que era parte do Balão Mágico e passou a fazer uma música bem trabalhada, sem nenhuma acomodação. Sua irmã, Luciana Mello, vem demonstrando amadurecimento e tem talento sim! Também são muito bons Simoninha e Max de Castro, Maria Rita, Bena Lobo, Carol Saboya, Céu, Daniel Gonzaga e outros "filhois de peixe" que poderia citar aqui, mas não quero me estender a uma lista longa. Quanto à Luiza Possi, ela está crescendo cada vez mais. Sei que ela ainda nos fará belas surpresas

18 de março de 2008 às 14:08  
Anonymous Anônimo said...

Ainda que Luiza Possi tenha sido criada ouvindo e vendo a mãe nos palcos (coisa que não ocorreu com Maria Rita), acho que ela precisa de uma identidade própria na voz e nos trejeitos, que ainda lembram muito Zizi Possi. A convivência com certeza exerce influência nesse aspecto, talvez mais do que a genética. Mas já está na idade de se desligar disso e ser apenas ela mesma.

18 de março de 2008 às 14:13  
Anonymous Anônimo said...

Estava no show da Luiza no mesmo dia que vc e Tango De Nancy foi muito emocionante , não sei o que credencia vc s ser critico de musica.

18 de março de 2008 às 14:29  
Anonymous Anônimo said...

Luiza pode ser que venha a ser uma grande cantora... Põe uns 20 anos aí...

18 de março de 2008 às 18:25  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com seu comentário, Mauro. E o bacana é que realmente Luíza apenas 'lembra' em alguns momentos Zizi. Nada de imitação. Influência, sem dúvida. É natural. E está amadurecendo seu trabalho, sim. Mas ainda não chegou ao Tango de Nancy.

Luciana Melo tb tem seu estilo e sua tribo. Jair, seu mano, tb. Mariana, gracinha, não tem talento nem carisma. Nem repertório, nada.
E M. Rita ainda é uma imitação, a meu ver, acintosa, de Elis Regina.

18 de março de 2008 às 21:25  
Anonymous Anônimo said...

luíza canta gostoso, tem personalidade e é uma gata, mas este vestidinho, hein?!.....é pra fazer um gênero 'tô nem aí pra essas baboseiras'???

18 de março de 2008 às 21:51  
Anonymous Anônimo said...

Luiza Possi não dá, né, gente...

19 de março de 2008 às 08:47  
Anonymous Anônimo said...

esse show deve der sido duro de aguentar...

19 de março de 2008 às 10:25  
Anonymous Anônimo said...

" ... sua graciosa leitura de Folhetim, em tons suaves, soa melhor no palco do que no registro feito para a trilha sonora nacional da novela Duas Caras (a gravação vai entrar como faixa-bônus na próxima tiragem do disco de Luiza)... "

Falando em tiragens Mauro, como andam as tiragens dos cds??? não disse mais nada sobre isso !

19 de março de 2008 às 15:19  
Anonymous Anônimo said...

Em primeiro lugar, digo que gosto de Luiza mas d. Zélia .... não é seletiva e se comporta como uma espécie de anti- Marisa Monte,chamou, ela vai! Estaria ela empenhada em ser com sua onipresença a Ivete Sangalo da MPB-POP ???!!!

19 de março de 2008 às 15:45  
Anonymous Anônimo said...

Zélia é uma anti-Marisa Monte em alguns outros aspectos também: simpática, boa compositora, inquieta e SUPER SOLICITADA, dados estes e tantos outros atributos.

Maria Bethânia lança disco de 6 em 6 meses e ninguém a aponta como a "Ivete Sangalo da MPB".

Vários pesos e várias medidas.

Anderson Falcão

Brasília - DF

19 de março de 2008 às 21:50  
Anonymous Anônimo said...

Anderson,Zélia Duncan boa compositora ??

Estranho é que seu melhor album é o ' Eu me transformo em outras ' onde só existem regravações e grande parte de suas composições são em parceria com Cristiaan Oyens ... ainda,canta no mesmo tom, o que faz com que dê a idéia de quê sempre canta as mesmas músicas sempre ...

20 de março de 2008 às 08:11  
Anonymous Anônimo said...

Grande Cristiaan Oyens !

Certa vez ele disse que nunca compôs, gravou, tocou com Marisa Monte mas que gostaria muito ...

Eu também gostaria muito que isso acontecesse. E vocês ?

Um abraço a todos !
caxias.diogo@bol.com.br

20 de março de 2008 às 09:26  
Blogger Flávia C. said...

"Maria Bethânia lança disco de 6 em 6 meses e ninguém a aponta como a "Ivete Sangalo da MPB".

Mas também, Anderson, ninguém quer passar a eternidade fritando no mármore do inferno!!!

20 de março de 2008 às 10:11  
Anonymous Anônimo said...

"Mas também, Anderson, ninguém quer passar a eternidade fritando no mármore do inferno!!!"
(risos e mais risos). Adorei a verve da Flávia carolina!

20 de março de 2008 às 11:49  
Anonymous Anônimo said...

Eu quero gostar dessas cantoras. Quero muito. Gostaria que meus ídolos não fossem ainda os mesmos. Faço um esforço, compro os discos, ouço com atenção, fico acordada para ver o Groisman, onde elas aparecem. Escolho as estações de rádio apropriadas. Estou à procura de um timbre diferente, uma frase musical arrepiante, um arranjo inesperado, um repertório de nível, uma mulher que saiba cantar com aquilo que tem entre as pernas.

Nada... São todas meninas bonitinhas, de boas famílias, de bons modos e pequenas vozes.

20 de março de 2008 às 12:34  
Anonymous Anônimo said...

Araca, então, quando puder, vá assistir um show da Maria Rita, penso que ela sabe cantar com aquilo a que vc se refere.Uma cantora que além de cantar,sabe interpretar.Uma cantora-atriz!

20 de março de 2008 às 16:21  
Anonymous Anônimo said...

Bem lembrado, 4:21. Maria Rita é um grande talento. Vou ficar ouvindo Samba Meu no feriado. Valeu!

20 de março de 2008 às 16:55  
Anonymous Anônimo said...

Araca, perdoai-vos; eles não sabem o que falam. Maria Rita??? faz-me rir...
O que vc procura está no Crowne Plaza em SP e se chama Marcia Castro. Irreverente, estilosa, com um repertório criativo e inteligente. 'Da lata'.

20 de março de 2008 às 18:52  
Anonymous Anônimo said...

Luíza é bem jeitosinha, sim. Não dava nada por ela, até prestátenção nas músicas que ouvia na rádio. Nada babaca ou meramente descartável.
Fui tomando gosto e percebendo que essa garota tá no caminho. Sem as estripolias vocais e cênicas da Ana Cañas (pra paulista ver), sem a mesmice refrigerada de Roberta Sá, sem a pretensão cabeça de Vanessa da Mata, Luíza tá marcando seu espaço, com inteligência, personalidade e uma maturidade rara em sua geração.
Aludindo a um comentário aí em cima, concordo que Luíza demonstra na forma de emitir e no gestual cênico influência da mãe, mas realmente a léguas da imitação que Maria Rita faz da sua própria. Apenas quem não tem intimidade com a performance vocal e cênica da Elis não se sente (profundamente) incomodado com a forçação de barra de sua caçula.
Elis influenciou (e influencia) uma legião de cantoras mas imitação gritante só vi em Maria Rita.
ops, genética são outros 500.

21 de março de 2008 às 10:15  

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