19 de janeiro de 2008

Picnic 'hi-tech' com marca da zorra de vovó Rita

Resenha de show
Título: Picnic
Artista: Rita Lee
Local: Canecão (RJ)
Data: 18 de janeiro de 2008
Em cartaz: 25, 26 e 27 de janeiro de 2008.
Cotação: * * * 1/2

Com pique impensável para seus 60 anos, completados em 31 de dezembro, vovó Rita Lee armou o seu picnic hi-tech no palco do Canecão, no qual deu a partida oficial da turnê de seu novo show. Espirituosa e teatral, Rita apresentou show performático com a marca de sua zorra carnavalesca. Tanto que saiu de cena ao som de duas marchinhas de antigas folias, Chiquita Bacana e Cidade Maravilhosa, emendadas em Lança Perfume, o rockarnaval mais conhecido do repertório feito por Rita com Roberto de Carvalho.

Picnic é show renovado que pega emprestado alguns números de velhos espetáculos. O Bode e a Cabra - a hilária versão de Renato e seus Blue Caps para I Want to Hold your Hand, bem apresentada por Rita com triângulo na mão e chapéu de cangaceiro na cabeça, para realçar o acento nordestino do tema - é herança do show Yê-Yê-Yê de Bamba (2002). Assim como Vítima - com iluminação e as projeções forjando um clima noir, acentuado pelo figurino de detetive usado pela roqueira no número - é lembrança do show A Marca da Zorra (1995). Mas ambos passam como novos, já que a vovó sabe contar histórias em cena para entreter seus netinhos.

Um número de cabaré feito pela vocalista Débora Reis abre o show e prepara a entrada de Rita em cena. A matadora seqüência inicial - com Flagra, Jardins da Babilônia, Mutante e Bem-me-Quer - já bota a platéia no bolso e a prepara para ouvir duas músicas novas, Dinheiro e Tão, lançadas por Rita nos DVDs documentais da caixa Biograffiti (2007). Dinheiro é balada pop sobre o vil metal. Tão é rock enfezado endereçado aos chatos de plantão. Mas ambas as músicas sequer roçam a genialidade da Ovelha em tempos áureos.

Entre os covers dos rocks Roll over Beethoven e Eu Sou Terrível (iniciado em tom lânguido, diverso do registro feito em dueto com Caetano Veloso para a caixa Biograffiti), a cantora apresenta o número de maior originalidade do show: Vingativa, cuja mise-en-scéne é inspirada no grupo As Frenéticas, que gravou a música em seu primeiro LP. Ao lado das vocalistas Débora Reis e Rita Kfouri, a cantora faz caras e bocas. O trio saboreia cada verso da música em tons jocosos que traduzem o espírito brincalhão da intérprete.

Com pouca voz e muitas projeções que possibilitam belos efeitos visuais, vovó Rita desfia todo seu rosário de hits. Entre eles, Doce Vampiro, Ovelha Negra, Agora Só Falta Você e, já no bis, Saúde. As guitarras do vovô Roberto de Carvalho e do filho do casal, Beto Lee, garantem o peso dos rocks. E Rita faz seu carnaval. Sem soar exatamente impactante ou original, porém com a competência e a espirituosidade habituais. Picnic, o show, é garantia de diversão.

27 Comments:

Anonymous Anônimo said...

rita, ney, chico, caetano, betha... todos com seus 60 e poucos... nossos ídolos ainda são os mesmos...

19 de janeiro de 2008 às 08:12  
Anonymous Anônimo said...

Mauro,

Ninguém reclamou do absurdo que estão os ingressos para esse show?
Setor A 200,00 e o pior lugar por
R$100,00?

19 de janeiro de 2008 às 08:15  
Anonymous Anônimo said...

Também achei muito caro os ingressos

19 de janeiro de 2008 às 10:04  
Anonymous Anônimo said...

Ingressos caros demais, lamentável.

Mas no palco, Rita Lee é a melhor, Rita é única.

19 de janeiro de 2008 às 10:27  
Anonymous Anônimo said...

Quando a Elba apresentou seu show no Caneção em novembro de 2007 o ingresso mais caro custava R$100,00.É muita diferença.100% de aumento.Que país é este?

19 de janeiro de 2008 às 10:32  
Anonymous Anônimo said...

Rita é rainha. Seus shows são garantia de diversão sempre. Pena que os preços estejam tão abusivos. Acredito que se fossem mais acessíveis, nossa agora 'vovó do rock' teria que agendar muitas sessões extras.
Mesmo assim, acho que vale um esforço. Ver Rita no palco é satisfação garantida.

19 de janeiro de 2008 às 11:33  
Anonymous Anônimo said...

Alguém chama mick jagger de vovô qnd faz resenha s/ os stones?
Rita propõe um show diverdido para o público e para ela, uma vez que o espetácula não está atrelado a qq lançamenton imediato.
O tom de irônia do jornalista (q parece q odiou ter gostado) é desrespeitoso com uma artista q, além do seu brilho próprio, tem o prestígio de de transitar entre músicos tão distintos como joão gilberto e itamar assumpção.
Excelente blog, mas desta vez pecou lamentavelmente.

19 de janeiro de 2008 às 14:54  
Anonymous Anônimo said...

Quem é pobre que não vá ao show. Compre o disco num magazine popular.

19 de janeiro de 2008 às 15:48  
Anonymous Anônimo said...

gostaria imenso de ouvir a posição - sempre sábia - de Araca a respeito desta questão (o preço dos ingressos)

19 de janeiro de 2008 às 18:43  
Anonymous Anônimo said...

É de pessoas como a Dirce que esse país precisa.

19 de janeiro de 2008 às 19:40  
Anonymous Anônimo said...

só uma correção, Mauro: o box Biograffiti, lançado pela biscoito fino, é de 2007.

E que comentário infeliz o desta Dirce, hein.
Num país onde temos uma imensa desigualdade cultural, ainda vimos pessoas com comportamentos elitizados.
Cultura não deve ser elitizada, separada por classe social, por poder financeiro.
Cultura deve ser distribuída de forma igual a todos.

Francamente.

20 de janeiro de 2008 às 01:46  
Anonymous Anônimo said...

Só mais uma coisa:
E, pessoal, Mauro se refere à Rita como "vovó" devido a felicidade da roqueira com a netinha.
Acho uma forma carinhosa, e não debochada - como quem quer ironizar com a idade.
Pelos menos é isso que transparece.

20 de janeiro de 2008 às 01:49  
Anonymous Anônimo said...

isso aí, dirce.
além do que, as coisas realmente caras o dinheiro não compra. assisti, anos atrás, um show de bárbara srteisand em sua casa sem desembolsar um dólar sequer (na época dólar ainda era dólar). quanto valeria um privilégio desses?

20 de janeiro de 2008 às 10:26  
Anonymous Anônimo said...

Dirce não está sendo elitista. O ingresso do show tem a ver com o cacife do artista e com o local onde ele está se apresentando. Casas noturnas deste porte cobram realmente caro (e o que falar das bebidas, por ex?). Se fosse no Fasano os ingressos custariam o dobro ou mesmo o triplo.
Quem não pode ver Marina Lima no Fasano a aguarde em local mais popular.
É assim que é em qualquer parte do mundo.

20 de janeiro de 2008 às 12:39  
Blogger jorge alves said...

Acho 200 reais muita grana. Acho q chamam ela de vovó por machismo, pois ninguém chama o Caetano assim, nem o Mick Jagger, nem o Chico Buarque. Acho a voz dela linda, pouco extensa mas muito bonita. Alguém viu o shou?

20 de janeiro de 2008 às 17:56  
Anonymous Anônimo said...

Que papo mais cretino.A Senhora là que escreveu sobre pobre não vai ao show. Disse uma imensa idiotisse.
E quem quiz ainda comentar assim com termos como eletista e tal, tambèm.

20 de janeiro de 2008 às 18:13  
Anonymous Anônimo said...

Os ídolos são os mesmos pra quem é preguiçoso e espera que os novos e bons apareçam no Faustão.

Jose Henrique

20 de janeiro de 2008 às 18:18  
Anonymous Anônimo said...

AMO RITA E PAGO O QUANTO EU PUDER PARA VÊ-LA.

20 de janeiro de 2008 às 18:36  
Anonymous Anônimo said...

Os chatos de plantão não entenderam a ironia do Mauro chamado Rita Lee (a rainha do rock'n'roll e do deboche) de vovô. Ela mesma se chama de vovô em tom irônico (já vi isso em entrevistas e shows dela). Portanto, não tem nada de desrespeitoso nisso.

21 de janeiro de 2008 às 00:36  
Anonymous Anônimo said...

Além do mais, inúmeros jornais ingleses chamam sim o Mick Jagger de avô do Rock, e mesmo de dinossauro do rock.

É uma piadinha corrente, inócua para pessoas de bom humor, e querer tirar onde em cima disso é querer aparecer de graça.

21 de janeiro de 2008 às 05:10  
Anonymous Anônimo said...

se vovó rita não trocar este look serguei rapidinho, a netinha vai procurar o lobo mau, correndo.

fui ao show e me diverti à beça. rita continua infernal. zorra total.

incrível como sua geração continua imbatível. e haja fôlego!!!!!!!!!!

21 de janeiro de 2008 às 08:40  
Anonymous Anônimo said...

Rita Lee com pouca voz??????? Que afirmação absurda!!! A voz dela está ótima!

21 de janeiro de 2008 às 10:30  
Anonymous Anônimo said...

Mauro só gosta da voz da ana carolina..... o que importa pra ele é o trovão......

21 de janeiro de 2008 às 14:59  
Anonymous Anônimo said...

10.30, vc é a única criatura do planeta (RL incluída)que não sabe que a voz da grande roqueira é pequena (e pouca). E a vó tem autocrítica, reconhece este fato. Agora só falta você...

21 de janeiro de 2008 às 19:34  
Blogger Doug said...

Chatíssimo esse negócio de ficar camando Rita Lee de vovó, quando ela é, além de muito mais jovial, muito mais nova que a maioria dos colegas de geração dela. A Nana Caymmi, que parece uma BISavó ninguém chama dessa forma.

23 de janeiro de 2008 às 09:36  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse

Todas as nossas intérpretees que gostamos e são aclamadas vez ou outra e encurraladas no blog, deviam ter uma ponta de inveja dessa roqueira que é a única mulher com um "arsenal" de composições absoluta e de sucesso na MPB.E olhe que Rita vem lá dos festivais dos anos 60, caiu do trem do Mutante e foi mais mutante que o grupo.Ela ainda pode...Quem não pode fique só no canto!! Aí quem maos do mesmo sexo escreve canções: Marisa Monte(bem inferior ao talento de Rita), Joyce(ótima), Fátima Guedes(estupenda),Marina(sempre pop)... é por aí. Cantar é cantar, compor BEM não é pra todo mundo.

24 de janeiro de 2008 às 21:36  
Anonymous Anônimo said...

Adorei o show!

Não vi nada demais de Mauro chamar Rita de vovó, até porque ela já é mesmo avó. E daí?

26 de janeiro de 2008 às 09:07  

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