17 de novembro de 2007

Caixa expõe fase em que 'El Rey' perde a coroa

Resenha de caixa de CDs
Título: Pra Sempre em Espanhol Volume 02
Artista: Roberto Carlos
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * 1/2

A edição do volume dois da caixa Pra Sempre em Espanhol - com mais onze álbuns feitos por Roberto Carlos para o mercado fonográfico de língua hispânica - expõe forçosamente fase em que El Rey começou a perder a coroa, ainda que continue entronizado na preferência popular por súditos de pouca ambição estética. A caixa abriga onze discos lançados no exterior entre 1982 e 1993 - todos onze inéditos no Brasil. Foi justamente a partir da primeira metade da década de 80 que a obra romântica de Roberto perdeu o brilho da década de 70 - período de grande inspiração, mesmo que sua música de sensualidade calculada já não tivesse a aura de rebeldia da Jovem Guarda e já soasse embranquecida, sem o tom negro do soul que tingiu a fase de maior inspiração do compositor (entre 1968 e 1971, os anos de firme transição para a maturidade).

Para colecionadores da obra fonográfica do cantor, a caixa exibe grande alto valor documental. Os onze discos escondem músicas gravadas exclusivamente para o mercado latino e nunca incluídas nos álbuns brasileiros de Roberto Carlos. No entanto, trata-se de músicas menores que nada acrescentam ao repertório do cantor. São de autoria de Roberto Livi, o produtor de alguns discos feitos por Roberto em espanhol naquela fase de inspiração rala. Somente súditos muito fiéis poderão encontrar algum prazer na audição de temas como Tristes Momentos (do álbum Volver, de 1988), Me Has Echado al Ouvido e Poquito a Poco (ambas do disco Pájaro Ferido, de 1990). Inclusive porque os arranjos pasteurizados da época já encobrem qualquer eventual traço forte dessas canções.

Em que pesem eventuais variações de repertório, os onze discos são cópias (mais ou menos fiéis) dos álbuns lançados pelo Rei no Brasil no ano anterior. As insossas capas são inclusive similares. A propósito, como nas cinco boas caixas anteriores da coleção Pra Sempre, todos os discos são embalados em graciosas miniaturas das capas dos LPs originais. Um mimo real que valoriza a caixa, embora o repertório de inspiração rala ouvido nos onze títulos de Pra Sempre em Espanhol Vol. 02 dilua a importância destes discos na obra internacional de Roberto Carlos. A partir de 1982, as emoções nunca mais foram as mesmas para súditos de El Rey...

10 Comments:

Blogger Josué Ribeiro said...

ola Mauro. Muito boa sua observacao. Roberto na verdade, dorme confortadamente na cama macia que a midia brasileira criou para ele. Nunca vi algo interessante na obra dele, exceto sua fase jovem guarda. www.musicapopulardobrasil.blogspot.com

17 de novembro de 2007 às 15:55  
Anonymous Anônimo said...

'O rei perde a cora'.

Para quem, cara pálida?!

18 de novembro de 2007 às 10:12  
Anonymous Anônimo said...

Essas caixas do Roberto Carlos poderiam ter terminado na segunda (até 1979). Depois disso, o resto aproveitável da obra dele caberia num único cd de 10 faixas...

18 de novembro de 2007 às 11:10  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, gosto do seu blog, to sempre visitando. Mas, acho que você poderia ser mais imparcial se não gosta da fase mais atual do Roberto! Ninguém é obrigado a gostar dele, nem do trabalho dele, agora ficar julgando por si só não é bom! Principalmente porque muitos preconceituosos que aqui chegam se deleitam em "elogios" ao rei, depois de suas palavras, até depreciativas, em dizer que quem curte Rc não tem ambições estéticas! Tenha dó de você mesmo! Sei ouvir Chico, Tom, Roberto, Djavan, Fabio Jr, Fagner, Adilson Ramos, enfim, todos eles tem algo bom a nos oferecer! Porque ficar comparando? As notas musicais podem ser diferentes, mas juntas formam uma linda melodia! E a música brasileira é riquíssima porque abrange a todos! Agora, abaixo ao preconceito tá ok? Desculpe o desabafo!

18 de novembro de 2007 às 18:07  
Anonymous Anônimo said...

Josué, vc precisa conhecer os discos de 66 à 71, ali é que está o tesouro do rei.

Jose Henrique

18 de novembro de 2007 às 19:19  
Anonymous Anônimo said...

Sinceramente... Roberto Carlos não soube a hora de aposentar-se.

E fica ai, lançando disco todo ano e, ainda por cima, estas caixas inúteis, só pra aumentar sua fortuna.

Discordo de um ponto. Se ele foi "rei", era "rei" do que exatamente?

18 de novembro de 2007 às 23:49  
Anonymous Anônimo said...

Em terra de cego quem tem um olho continua sendo REI.

Não há no país outro cantor com o carisma e o apelo popular do Roberto. O cara vai de A a Z. Com mais de 40 anos de carreira e ainda reverenciado. Isso não é pouco.

Nosso REI merece o nosso respeito.
E nossos aplausos.
Abraços!

otto

19 de novembro de 2007 às 10:35  
Anonymous Anônimo said...

Curioso como alguns que nada fazem pelo país ainda lançam mão de vir criticar Roberto Carlos! Talvez ele não seja rei, o rei seja o Flavio, mas rei de falar abobrinhas! Rapaz, compra se quiser, mas não coloca açucar no angu dos outros rapaz!!!

20 de novembro de 2007 às 16:46  
Anonymous Anônimo said...

FLAVIO HERCULANO, NUNCA VI UM COMENTÁRIO TÃO JUSTO QUANTO AO LANÇAMENTO DESSES CDS, ATÉ PORQUE MINHA MÃE ME FORÇOU A BAIXAR TUDO NA INTERNET, ESSA FOI A CONDIÇÃO PRA ELA ME DAR UMA GRANA PRA EU POR VELOX EM MINHA CASA E O COMENTÁRIO DELE FOI SUPER JUSTO, É SÓ UMA ESTRATÉGIA DA SONY POIS PERDEU ESPAÇO, SE UNIU À BMG E PRECISA LANÇAR MAIS CDS E MAIS CDS E MAIS CDS, AINDA QUE SEJAM DESCARTÁVEIS E NADA ACRESCENTÁVEIS AOS NOSSOS DESEJOS MUSICAIS, JÁ SE FOI, E EM MATÉRIA DE REI, O BRASIL SEMPRE FOI MUITO POBRE À COMEÇAR PELA POLÍTICA, PASSANDO PELA MÚSICA E DEPOIS POR TUDO...
FLAVIO HERCULANO VC É SIMPLESMENTE DEMAIS!!!! VOU FAZER UM ORKUT PRA VC!!!

21 de novembro de 2007 às 19:35  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, especula-se que nesse final de ano, o rei não lançará mais nada. Nem ineditas, nem cd/dvd de miami, e pela primeira vez em decadas, não teremos o tradicional lançamento. Você tem como confirmar isso?

Obrigado!

28 de novembro de 2007 às 19:06  

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