Jornalista arranca confissões das vozes do Brasil
Apresentadora do cult programa Vozes do Brasil na rádio paulista Eldorado FM, a jornalista Patrícia Palumbo pegou emprestado, em 2002, o título do programa para dar nome ao livro em que reuniu entrevistas com nomes da música brasileira. Cinco anos depois, a jornalista apresenta o segundo volume, com prefácio de Lenine, a propósito um dos entrevistados do primeiro livro. "É a continuação de uma peça fundamental para entender a música brasileira", conceitua o compositor a respeito do sedutor Vozes do Brasil 2 (Editora DBA, 204 páginas, R$ 69).
Com amplo conhecimento da obra dos entrevistados, a jornalista extrai boas confissões de Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Elba Ramalho, Fernanda Abreu, Jussara Silveira, Mônica Salmaso, Nando Reis, Pato Fu, Rita Lee, Tom Zé e Zizi Possi. Confissões que não entram no terreno sensacionalista, mas que revelam o modo com estes artistas pensam, vivem e fazem música (nos casos dos compositores). Eis relatos das vozes entrevistadas pela jornalista:
"Claro que, para o compositor, a Bethânia gravar a música dele é um rito de passagem. Não sei se confirmação é a melhor palavra, mas, evidentemente, ninguém nunca mais é o mesmo depois de ter música gravada por Maria Bethânia...". Adriana Calcanhotto
"Compor canções populares, simples, é coisa bem natural. Eu as faço como se isso fosse uma dor, mas também as faço com prazer - eu gosto de falar às pessoas, de me comunicar com elas dessa forma. Sou uma apaixonada, sinto amor...". Ana Carolina
"Sempre acho que meus discos são fracos. Mas tem um disco meu que é muito bom, que eu elegeria como o melhor de todos: o 'Solar', que tem duas fases, uma ao vivo e outra em estúdio. Esse é bom pra caramba, é bem-feito, bem-produzido". Elba Ramalho
"Na música, um cantor sempre começa imitando outro. Eu não consegui imitar. Sempre gostei muito mais de homem cantando do que de mulher. No palco, os meus ídolos são Mick Jagger, Michael Jackson e Prince, mais que Madonna". Fernanda Abreu
"Em nenhum momento, procurei imitar Gal. Ela é uma referência natural, assim como Bethânia - que, por mais explosiva que seja, é às vezes a coisa mais cool do mundo. Por incrível que pareça, alguns homens me ensinaram mais que as mulheres a cantar. Foi o caso de João Gilberto, Paulinho da Viola e outros que nem são considerados grandes cantores. Como Péricles Cavalcanti. Assistir a um show dele é aprender a cantar...". Jussara Silveira
"Sou menos cantora arquetípica e mais musicista. Quando já sabia que queria cantar e estava xeretando, surgiram modelos que me serviram de escola. A Zizi Possi com 'Sobre Todas as Coisas', que é maravilhoso. E o Ney Matogrosso, que já fazia esse tipo de coisa, com 'Pescador de Pérolas', que era um disco ET - um cantor popular que grava um concerto". Mônica Salmaso
"A Nara Leão, eu comecei a ouvir a por causa dos meus pais, e ela me apresentou ao Roberto Carlos. Eu era pequena e, até então, achava que a Nara era supermais importante que o Roberto. E, de certa forma, é - porque é outro tipo de importância, de intérprete, que é fundamental. As primeiras coisas que você escuta são as coisas que tocam na sua casa. Felizmente, o que tocava lá em casa era muito bom: Nara, Paulinho da Viola, Clara Nunes...". Fernanda Takai (do Pato Fu)
"...O melhor lugar do mundo é o palco. Nossa! É uma coisa de louco mesmo. Eu tinha cólicas todos os meses, dor de cabeça, dor de dente, dor de tudo. Todo o mundo meio que sabia das minhas nóias, mas eu entrava no palco e acabava tudo. Tenho pavor de barata, mas, se eu vejo uma no palco, sou capaz de pegá-la. É sensacional. Perdi a vergonha e estou sem ela até hoje". Rita Lee
Com amplo conhecimento da obra dos entrevistados, a jornalista extrai boas confissões de Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Elba Ramalho, Fernanda Abreu, Jussara Silveira, Mônica Salmaso, Nando Reis, Pato Fu, Rita Lee, Tom Zé e Zizi Possi. Confissões que não entram no terreno sensacionalista, mas que revelam o modo com estes artistas pensam, vivem e fazem música (nos casos dos compositores). Eis relatos das vozes entrevistadas pela jornalista:
"Claro que, para o compositor, a Bethânia gravar a música dele é um rito de passagem. Não sei se confirmação é a melhor palavra, mas, evidentemente, ninguém nunca mais é o mesmo depois de ter música gravada por Maria Bethânia...". Adriana Calcanhotto
"Compor canções populares, simples, é coisa bem natural. Eu as faço como se isso fosse uma dor, mas também as faço com prazer - eu gosto de falar às pessoas, de me comunicar com elas dessa forma. Sou uma apaixonada, sinto amor...". Ana Carolina
"Sempre acho que meus discos são fracos. Mas tem um disco meu que é muito bom, que eu elegeria como o melhor de todos: o 'Solar', que tem duas fases, uma ao vivo e outra em estúdio. Esse é bom pra caramba, é bem-feito, bem-produzido". Elba Ramalho
"Na música, um cantor sempre começa imitando outro. Eu não consegui imitar. Sempre gostei muito mais de homem cantando do que de mulher. No palco, os meus ídolos são Mick Jagger, Michael Jackson e Prince, mais que Madonna". Fernanda Abreu
"Em nenhum momento, procurei imitar Gal. Ela é uma referência natural, assim como Bethânia - que, por mais explosiva que seja, é às vezes a coisa mais cool do mundo. Por incrível que pareça, alguns homens me ensinaram mais que as mulheres a cantar. Foi o caso de João Gilberto, Paulinho da Viola e outros que nem são considerados grandes cantores. Como Péricles Cavalcanti. Assistir a um show dele é aprender a cantar...". Jussara Silveira
"Sou menos cantora arquetípica e mais musicista. Quando já sabia que queria cantar e estava xeretando, surgiram modelos que me serviram de escola. A Zizi Possi com 'Sobre Todas as Coisas', que é maravilhoso. E o Ney Matogrosso, que já fazia esse tipo de coisa, com 'Pescador de Pérolas', que era um disco ET - um cantor popular que grava um concerto". Mônica Salmaso
"A Nara Leão, eu comecei a ouvir a por causa dos meus pais, e ela me apresentou ao Roberto Carlos. Eu era pequena e, até então, achava que a Nara era supermais importante que o Roberto. E, de certa forma, é - porque é outro tipo de importância, de intérprete, que é fundamental. As primeiras coisas que você escuta são as coisas que tocam na sua casa. Felizmente, o que tocava lá em casa era muito bom: Nara, Paulinho da Viola, Clara Nunes...". Fernanda Takai (do Pato Fu)
"...O melhor lugar do mundo é o palco. Nossa! É uma coisa de louco mesmo. Eu tinha cólicas todos os meses, dor de cabeça, dor de dente, dor de tudo. Todo o mundo meio que sabia das minhas nóias, mas eu entrava no palco e acabava tudo. Tenho pavor de barata, mas, se eu vejo uma no palco, sou capaz de pegá-la. É sensacional. Perdi a vergonha e estou sem ela até hoje". Rita Lee
20 Comments:
Relamente só "tem" medalhão (?) nessa lista!
O primeiro livro "Vozes do Brasil" é maravilhoso, além de ter uma das últimas entrevistas dada pela Cássia Eller.
A Patrícia Palumbo é uma excelente jornalista. Ela apresenta o "Conversa Afinada" na TV Educativa, em que fica evidente o seu profundo conhecimento sobre música brasileira e o respeito que ela tem pelos artista que entrevista.
Vou comprar correndo...
Valeu, Mauro, pela dica.
abração,
Denilson
Com esse estilo de fazer longas entrevista, a Patricia consegue coisas Maravilhosas, além de ser fã dos artistas, sou fã da Patricia...
Vale muito esse livro
Diego
Bom post. Muito interessante.
Gosto da idéia de cantora-musicista da Mônica Salmaso e tenho a impressão de que isso realmente se aplica ao caso dela.
É uma coisa pouco comum em nosso país de vedetes. Digamos, sua voz seria mais um instrumento do grupo Pau-Brasil(e que instrumento!, com aquela extensão e com aquele timbre caloroso). A idéia me faz lembrar um pouco o Quadro Cervantes.
Mônica Salmaso é uma brisa nova na música brasileira. Não me canso de ouvir.
que bobagem
Parece mesmo muito bom! Pelo menos gostei dos entrevistados e das 'pequenas revelações'.
Patrícia tem um programa na TVE, todo fim de noite, muito bom sobre MPB.
Cada semana é um convidado, é por volta das 11;30 da noite.
Jose Henrique
Isso mesmo José Henrique, chama-se Conversa Afinada que já foi apresentado por Cláudio Lins (com outro nome) e Cuca Lazaroto. Quanto ao depoimento da Fernanda Abreu é por isso que chego a conclusão (apesar de adorá-la) que esta não emplaca nada. Rio 40 graus foi a sua Conceição e olhe lá.
Acho que só uma pessoa morta é capaz de não se cansar de ouvir a Monica Salmaso...
Que cantora chata. Eu não aguento trinta segundos...
luc, mônica salmaso brisa NOVA na música brasileira???
fofo, barroca até cantando um xaxado do chico, mônica seria relativamente 'nova' no início do século passado, mas ficaria imediatamente ultrapassada após a semana de 22.
devo contudo imaginar que mercedes sosa se identifique com sua opinião.
priscas eras, não?!
amplexos.
tiê
Tiê me chamou de velho...
Mônica Salmaso tá mais para Tarsila do Amaral na semana de 22.
Mauro, por falar em Elba, o site oficial da cantora já está com quatro músicas do novo CD, "qual o assunto que mais lhe interessa?". Ótimas. Estranhei não ter uma nota aqui sobre esse tão esperado projeto.
Anônimo também passei essa dica pro Mauro e também estranhei ele não ter dito nada!
Amo Elba e Rita Lee e dessas frases amei a da Rita Lee
Beijinhos Maria
Não costumo fazer isso mas ...
Fernanda Abreu tem entre seus hits : Você pra mim, Veneno da Lata, Garota Sangue Bom e Kátia Flávia. Além da citada Rio 40 graus
De todas as que tiveram suas frases citadas no post só não sou fã de uma ... rsrsrs
Diogo... mais dois hits de Fernanda: o samba É Hoje, e Jorge da Capadócia.
Tiê, apesar de discordar de sua opinião, adorei seu comentário! hahahaha.
Gostei do post, provavelmente gostarei do livro.
E para quem não gosta da Mônica Salmaso cantando, pode ficar tranqüilo, porque ela é fantástica falando. Muito inteligente, crítica, sem afetações... vale a pena. Suas entrevistas são sempre leituras prazerosas (tem uma muito interessante no site www.gafieiras.com.br).
Tiê, amplexos e ósculos de agradecimento. Vc traduziu meu pensamento. Bravos!
Viva a garota sangue bom que tem a melhor presença de palco do Brasil!( Só depois vem Elba e Bethânia )
Quem conhece sabe que Fernanda arrasa !!
Mônica Salmaso, graças a Deus, é nova e moderna sem tentar ser "modernosa". O Brasil precisa de cantoras e cantores simples, sofisticados e delicados como ela, e que não cheirem a música pop moderninha como a maioria dos cantores que fazem sucesso no Brasil hoje. Pq ninguém cria nada de novo aqui!! Só fazem copiar modelos norte-americanos e o povo baba e aplaude pq acha "muderno".
Nem tudo que é bom é moderno e nem tudo que é moderno é bom. Mônica é ótima e graças a Deus não é "moderna". Já basta coisas ridículas como Leela....
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