Olivia revê trajetória no aconchego do palco-lar
Resenha de Show
Título: Cada Um Cada Um
Artista: Olivia Byington
Local: Casa de Cultura Laura Alvim (RJ) Espaço Rogério Cardoso
Data: 5 de julho de 2007
Cotação: * * * *
Em cartaz de quinta-feira a domingo. Até dia 29 de julho
Paralelamente ao lançamento do álbum batizado com seu nome, Olivia Byington estreou temporada no Rio de Janeiro de um novo show, Cada Um Cada Um, em que extrapola o universo autoral do repertório do CD Olivia Byington. Não é um espetáculo de caráter retrospectivo, mas, no roteiro, a cantora revê instantes de sua trajetória no clima aconchegante de um palco que mais parece um cômodo de sua casa - com direito a um computador em cena. É neste tom íntimo e pessoal que Olivia, se acompanhando bem ao violão, vai tecendo uma teia que envolve o espectador no recital.
Com seu canto mais dosado e encorpado, a intérprete abre o show com Mãe da Manhã, linda música de Gilberto Gil que permanecia esquecida no CD O Sorriso do Gato de Alice, gravado por Gal Costa em 1993. De projeto em torno da música de Caetano Veloso que acabou não concretizado, Olivia apresenta Alguém Cantando e Muito Romântico (com inflexões teatrais). De Tom Jobim, a boa cantora recorda Fotografia e Modinha (com Vinicius de Moraes).
E o fato é que a intérprete vai seduzindo sua platéia número após número, com muito bate-papo que contextualiza cada música na sua vida e obra. Se muitos espectadores já sabiam que Lady Jane fora o sucesso de seu primeiro LP, Corra o Risco (1978), todos desconheciam o apreço de um dos quatro filhos da artista, João, pela música sertaneja. Daí a inclusão afetiva de Pense em mim (hit que consolidou a carreira do duo Leandro & Leonardo) em roteiro que lembra em De que Callada Manera o flerte da intérprete com a música cubana no álbum Identidad, gravado por ela em 1982.
A voz de Olivia conserva o brilho - como comprova sua releitura de Clarão (a parceria da cantora com o poeta Cacaso, lançada no álbum Melodia Sentimental, de 1987. À letra original, a artista incorporou versos inéditos de Cacaso, cujo manuscrito é inclusive mostrado à platéia em outro momento cúmplice de um show que começa com o público passando pelo camarim de Olivia antes de poder avistar o palco armado no espaço graciosamente decorado.
Após um número de maior voltagem emocional (Feuilles Mortes, mixado com poema de Fernando Pessoa), a cantora lembra com graça música do disco A Dama do Encantado (1997), no qual abordou - com personalidade - o repertório de Aracy de Almeida (1914 - 1988). É Menina Fricote, que exibe a mesma verve de Uva de Caminhão, tema maliciososo de Assis Valente. Enfim, um show aconchegante que faz muito bem à alma e reafirma a sensibilidade de Olivia Byington (na foto de Felipe Panfili, numa cena do show).
Título: Cada Um Cada Um
Artista: Olivia Byington
Local: Casa de Cultura Laura Alvim (RJ) Espaço Rogério Cardoso
Data: 5 de julho de 2007
Cotação: * * * *
Em cartaz de quinta-feira a domingo. Até dia 29 de julho
Paralelamente ao lançamento do álbum batizado com seu nome, Olivia Byington estreou temporada no Rio de Janeiro de um novo show, Cada Um Cada Um, em que extrapola o universo autoral do repertório do CD Olivia Byington. Não é um espetáculo de caráter retrospectivo, mas, no roteiro, a cantora revê instantes de sua trajetória no clima aconchegante de um palco que mais parece um cômodo de sua casa - com direito a um computador em cena. É neste tom íntimo e pessoal que Olivia, se acompanhando bem ao violão, vai tecendo uma teia que envolve o espectador no recital.
Com seu canto mais dosado e encorpado, a intérprete abre o show com Mãe da Manhã, linda música de Gilberto Gil que permanecia esquecida no CD O Sorriso do Gato de Alice, gravado por Gal Costa em 1993. De projeto em torno da música de Caetano Veloso que acabou não concretizado, Olivia apresenta Alguém Cantando e Muito Romântico (com inflexões teatrais). De Tom Jobim, a boa cantora recorda Fotografia e Modinha (com Vinicius de Moraes).
E o fato é que a intérprete vai seduzindo sua platéia número após número, com muito bate-papo que contextualiza cada música na sua vida e obra. Se muitos espectadores já sabiam que Lady Jane fora o sucesso de seu primeiro LP, Corra o Risco (1978), todos desconheciam o apreço de um dos quatro filhos da artista, João, pela música sertaneja. Daí a inclusão afetiva de Pense em mim (hit que consolidou a carreira do duo Leandro & Leonardo) em roteiro que lembra em De que Callada Manera o flerte da intérprete com a música cubana no álbum Identidad, gravado por ela em 1982.
A voz de Olivia conserva o brilho - como comprova sua releitura de Clarão (a parceria da cantora com o poeta Cacaso, lançada no álbum Melodia Sentimental, de 1987. À letra original, a artista incorporou versos inéditos de Cacaso, cujo manuscrito é inclusive mostrado à platéia em outro momento cúmplice de um show que começa com o público passando pelo camarim de Olivia antes de poder avistar o palco armado no espaço graciosamente decorado.
Após um número de maior voltagem emocional (Feuilles Mortes, mixado com poema de Fernando Pessoa), a cantora lembra com graça música do disco A Dama do Encantado (1997), no qual abordou - com personalidade - o repertório de Aracy de Almeida (1914 - 1988). É Menina Fricote, que exibe a mesma verve de Uva de Caminhão, tema maliciososo de Assis Valente. Enfim, um show aconchegante que faz muito bem à alma e reafirma a sensibilidade de Olivia Byington (na foto de Felipe Panfili, numa cena do show).
5 Comments:
Mauro,
Acho que você esqueceu as estrelinhas, não?
Abraço
Anderson Falcão
Brasília - DF
Valeu, Anderson. Tinha esquecido mesmo a cotação. Grato.
Um grande cantora na sua hora da estrela!
O show é lindo. Suave, delicado e o ambiente q foi criado é de um aconchego fantástico.
Vale super a pena!!!!!
Olivia é sem dúvida a maior cantora do Brasil.
Parabéns pelo sucesso.
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