Documentário sobre jongo tem narrativa frouxa
Resenha de DVD
Título: O Jongo na Serrinha
- Um Tributo a Mestre Darcy
Gravadora: Rob Digital
Cotação: * *
A idéia de fazer um documentário sobre o jongo - o ritmo seminal que ajudou a gerar o samba - é da maior importância. Mas, infelizmente, Beatriz Paiva, diretora e roteirista de O Jongo na Serrinha - Um Tributo a Mestre Darcy, perdeu a oportunidade de assinar um filme fundamental para a compreensão das origens do ritmo (samba) que caracteriza o Brasil aos olhos e ouvidos estrangeiros.
A roteirista tentou historiar o legado do jongo a partir do grupo Jongo da Serrinha, criado em 2002 na comunidade da Serrinha (RJ) para preservar e difundir o gênero. É fato que o DVD presta grande serviço ao registrar 12 músicas (cinco inéditas) compostas segundo as tradições do jongo. Só que, na ausência de um fio que costure a narrativa, as músicas e as ralas informações se perdem num documentário frouxo. Os entrevistados (todos identificados somente com seus nomes, sem sua função no grupo ou na própria comunidade) empilham declarações inconsistentes. Não por culpa deles, mas por uma provável inércia na condução das entrevistas.
De certa forma, o documentário é - como explicita seu subtítulo - um tributo a Mestre Darcy (1932 - 2001), o cantor, compositor e percussionista que deu início a um processo de revalorização do jongo. Filho de Maria Joana Monteiro, aliás a Vovó Maria Joana Rezadeira, ele fundou no fim dos anos 60 o Grupo Cultural Jongo da Serrinha, introduzindo instrumentos harmônicos no jongo e atraindo os jovens para um ritmo que era já tido como coisa da antiga. Um personagem lendário que pode ser visto no curta de cinco minutos Quem Quase Sabe meu Nome..., dirigido por Guilherme Fernandez em 2002 e apresentado nos extras (o curta é melhor do que o documentário, inclusive no que diz respeito à captação do som - muito abafado no filme de Beatriz Azevedo...).
O documentário patina na superficialidade, desperdiçando idéias e encontros como o que reuniu, em roda na Serrinha, nomes como Beth Carvalho e Sandra de Sá. Beth canta (e dança) Pra que Lavar a Roupa e Mamãe Foi pro Jongo. A propósito, os ótimos números musicais salvam o filme. Ao registrar com imagens músicas como Bendito, Galo Macuco, Preta Velha Jongueira e Saracura (e com direito às letras e a um glossário de termos bantos nos extras), o DVD dá contribuição que poderia ter sido (bem) maior se tivesse havido uma mão firme na estruturação (e condução) da narrativa.
Título: O Jongo na Serrinha
- Um Tributo a Mestre Darcy
Gravadora: Rob Digital
Cotação: * *
A idéia de fazer um documentário sobre o jongo - o ritmo seminal que ajudou a gerar o samba - é da maior importância. Mas, infelizmente, Beatriz Paiva, diretora e roteirista de O Jongo na Serrinha - Um Tributo a Mestre Darcy, perdeu a oportunidade de assinar um filme fundamental para a compreensão das origens do ritmo (samba) que caracteriza o Brasil aos olhos e ouvidos estrangeiros.
A roteirista tentou historiar o legado do jongo a partir do grupo Jongo da Serrinha, criado em 2002 na comunidade da Serrinha (RJ) para preservar e difundir o gênero. É fato que o DVD presta grande serviço ao registrar 12 músicas (cinco inéditas) compostas segundo as tradições do jongo. Só que, na ausência de um fio que costure a narrativa, as músicas e as ralas informações se perdem num documentário frouxo. Os entrevistados (todos identificados somente com seus nomes, sem sua função no grupo ou na própria comunidade) empilham declarações inconsistentes. Não por culpa deles, mas por uma provável inércia na condução das entrevistas.
De certa forma, o documentário é - como explicita seu subtítulo - um tributo a Mestre Darcy (1932 - 2001), o cantor, compositor e percussionista que deu início a um processo de revalorização do jongo. Filho de Maria Joana Monteiro, aliás a Vovó Maria Joana Rezadeira, ele fundou no fim dos anos 60 o Grupo Cultural Jongo da Serrinha, introduzindo instrumentos harmônicos no jongo e atraindo os jovens para um ritmo que era já tido como coisa da antiga. Um personagem lendário que pode ser visto no curta de cinco minutos Quem Quase Sabe meu Nome..., dirigido por Guilherme Fernandez em 2002 e apresentado nos extras (o curta é melhor do que o documentário, inclusive no que diz respeito à captação do som - muito abafado no filme de Beatriz Azevedo...).
O documentário patina na superficialidade, desperdiçando idéias e encontros como o que reuniu, em roda na Serrinha, nomes como Beth Carvalho e Sandra de Sá. Beth canta (e dança) Pra que Lavar a Roupa e Mamãe Foi pro Jongo. A propósito, os ótimos números musicais salvam o filme. Ao registrar com imagens músicas como Bendito, Galo Macuco, Preta Velha Jongueira e Saracura (e com direito às letras e a um glossário de termos bantos nos extras), o DVD dá contribuição que poderia ter sido (bem) maior se tivesse havido uma mão firme na estruturação (e condução) da narrativa.
4 Comments:
se traz as músicas, já tem seu valor
Jongo é sinominio de antologia...
Bruno.
Sinominio? Tsc tsc
foi mal
SINONIMO
Bruno.
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