11 de maio de 2007

Descontraída, Marina se abriga sob lona de hits

Resenha de show
Título: Topo Todas
Artista: Marina Lima (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Circo Voador (RJ)
Data: 10 de maio de 2007
Cotação: * * *

"A Lapa é sempre assim?", perguntou Marina, fazendo charme, ao voltar para o bis do show Topo Todas, que chegou ontem ao Rio de Janeiro (depois de passar discreto por Niterói) em concorrida apresentação no Circo Voador, armado no boêmio bairro da Lapa. Diante da esfuziante resposta afirmativa do animado público, ela emendou: "Quero recuperar o tempo perdido". Sim, por incrível que possa parecer, Marina nunca tinha pisado no palco do Circo, referência obrigatória quando se fala em nomes que comandaram o estouro do pop rock no mercado nacional dos anos 80. Marina, embora projetada na década anterior, se integrou rapidamente à turma. Mas nunca cantara no Circo. E foi na casa da Lapa que ela se abrigou sob a lona de hits colecionados em 29 anos de estrada.

A propósito, Topo Todas é show estradeiro, moldado para matar a saudade dos fãs que querem ouvi-la cantar sucessos como Uma Noite e 1/2 e À Francesa. Não é exatamente um novo show, posto que reedita números e truques cênicos do anterior Primórdios, porém adiciona ao roteiro músicas que fizeram a fama de Marina.

Embora sem o viço dos áureos tempos, a voz soou com mais vida do que em apresentações recentes (sobretudo na primeira parte). Descontraída, e gata todo dia aos 50 anos, Marina fez a sua festa. Esbanjou simpatia e reviveu músicas alheias que tornou suas por conta de sua nítida assinatura estilística. Ainda É Cedo, Beija-Flor ("É um axé meu, mas é um axé"), Me Chama, Nada por mim (com direito a agradecimentos para os autores Paula Toller e Herbert Vianna)... O público se esbaldou. Sem tanto teatro (mas mantendo o desmaio encenado após desossar Nervos de Aço), Marina Lima ofereceu o que a platéia queria. E ela correspondeu com euforia e o forte coro espontâneo de músicas como Nosso Estranho Amor e Virgem. A voz pode já não ser a mesma, mas o fino cancioneiro da artista continua atual e infalível. Foi uma delícia revê-la em turnê mais descompromissada, menos cabeça. Se houve compromisso, foi com satisfação do público. E ele se esbaldou sob a lona de hits.

10 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O público sabe o que quer. os artistas é que ás vezes encucam e preferem agradar os críticos. se esse show passar por BH, tô na primeira fila.

11 de maio de 2007 às 13:04  
Anonymous Anônimo said...

cada vez mais afônica.

11 de maio de 2007 às 13:43  
Anonymous Anônimo said...

Estive ontem no show, que achei o melhor de Marina dos últimos anos. O palco de proporções menores tem mais a ver com a Marina de hoje, acho que possibilita a intimidade que tem a ver com ela e casa melhor com seu vocal. Já tinha visto vários shows dela, mas foi emocionante ouvir ao vivo, pela primeira vez, ‘Nada por mim’ e, especialmente, ‘Nosso estranho amor’. Chamou a atenção o fato do público cantar na cadência das versões originais, muitas vezes em tempo diferente da cantora. As introduções de ‘Virgem’ e ‘Fullgás’ foram muito empolgantes e o desfecho com ‘Uma noite e meia’ foi demolidor. Pessoalmente, acho que ela deveria tirar todas as inéditas do ‘Lá nos prímórdios’, que acho bem chatas (‘Anna Bella’ já saiu, felizmente).
Em vez de repetir ‘Difícil’ (que abre o show) no bis, ela podia cantar ‘Charme do mundo’, ‘Pessoa’, ‘Nem luxo nem lixo’ ou tantas outras coisas boas que ficam de fora. Mas é um ótimo programa, ver uma grande artista em cena, feliz da vida.

11 de maio de 2007 às 14:05  
Anonymous Anônimo said...

Marina Lima tem a seu favor a grife própria de música contemporânea e competente. A voz há muito a deixou, mas a sua assinatura é única. Melhor do que tantas com vozeirão a serviço de nada.

11 de maio de 2007 às 15:08  
Anonymous Anônimo said...

Marina tinha q para de cantar e só compor. Paga menos mico...

11 de maio de 2007 às 18:45  
Anonymous Anônimo said...

O 'Acustico 'ela não terminou a turnê
O 'Promódios' também não ?

12 de maio de 2007 às 07:38  
Anonymous Anônimo said...

Pra mim ela sempre será Marina Linda!

12 de maio de 2007 às 14:37  
Blogger Daniel said...

O Show foi bem legal, a voz da Marina ta BEM melhor, mas ainda deficiente. Como já disseram, Marina Lima, com ou sem voz, tem uma concepção musical única.

13 de maio de 2007 às 04:27  
Anonymous Anônimo said...

É que Marina tem estilo, elegância, verdade. Contemporânea nem nenhuma forçação de barra. Linda, um luxo!!!

14 de maio de 2007 às 09:39  
Anonymous Anônimo said...

BINGO!
Marina é para a música POP o mesmo que a Bethânia é para a MPB: puro luxo.
Falei POP e MPB apenas para contextualizar. Não curto estas definições fechadas. Enfim..;

14 de maio de 2007 às 11:31  

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