Compilação revive o canto lírico de Bidu Sayão
A carioca Balduína de Oliveira Sayão - bem mais conhecida como Bidu Sayão (1902 - 1999) - foi a única intérprete brasileira a obter reconhecimento mundial na área do canto lírico. Para quem quer recordar ou conhecer a voz de Bidu, o selo curitibano Revivendo está lançando a coletânea O Luar da Minha Terra (foto). A compilação reúne 21 gravações da artista em seleção que mistura modinha (Canção da Felicidade), canção popular (A Casinha Pequenina), árias (de Madame Buterfly e Bodas de Fígaro, de Puccini e Mozart, respectivamente) e um clássico de Heitor Villa-Lobos (Bachianas Brasileiras nº 5). Há dois temas de O Guarani, de Carlos Gomes.
9 Comments:
o Brasil não conhece Bidu, nunca valorizou seus feitos. Uma lástima, mais uma...
A gravadora Revivendo é uma das instituições mais importantes da cultura nacional. O resgate que ela faz da Música Brasileira do passado é digno de todos os elogios. Pena que são poucos os críticos que fazem resenhas sobre seus muitos lançamentos.
Mauro, é certo que Bidu Sayão foi a cantora lírica brasileira mais reconhecida no exterior, mas não é a única. Se me permite, cito duas que fizeram importantes carreiras:
-a contralto Maura Moreira, do elenco fixo da Ópera de Colônia (Alemanha). Atuou em diversas produções na Europa Ocidental e gravou obras de Brahms, Wagner, Bach, Haydn, entre outros.
-a soprano Eliane Coelho, do elenco fixo da Ópera de Viena, onde detém o honroso título de 'Kammersängerin'. Já foi convidada para cantar nas mais importantes casas da Europa, como o Teatro Alla Scala e a Ópera de Berlim.
-a gente também não pode esquecer do grande tenor Aldo Baldin, falecido há alguns anos, que atuou nas Óperas de Roma, Berlim, Colônia, no Festival de Salzburg e nos Estados Unidos. Especialista em oratórios e cantatas, gravou para a Deutsche Grammophon (a mais importante na área de música clásica) e para a Philips. Tive a sorte de assistir uma vez ao Aldo Baldin na Sala Cecilia Meirelles.
Mas a Bidu teve merecidamente uma grande homenagem do povo carioca no carnaval de 95, no desfile da Beija-Flor. Bidu a época declarou que aquele momento seria o seu último Canto do Cisne!Abraços,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
No Mercado Livre estão vendendo discos da Bidu Sayão, quase de graça. Não compro porque já tenho mas prá quem estiver interessado www.mercadolivre.com.br
Oi, Luc
Me lembrei do soprano brasileiro Céline Imbert, que fez furor com sua interpretação de Carmen na ópera de mesmo nome no início da década de 80.
Eu era novo na época, mas me lembro que a crítica considerou a interpretação dela uma das melhores de todos os tempos (confesso que nunca a ouvi).
Agora há também as cantoras de câmara que não fazem ópera. Aí eu acho que há muitas outras cantoras brasileiras reconhecidas internacionalmente, você concorda?
Quanto à Bidu Sayão, eu amo a gravação dela da Bachiana nº 5, que teve regência do próprio Villa-Lobos. Na época em que eu estudei canto lírico, meu professor me mostrou essa gravação como um exemplo de "boca chiusa". Maravilhoso.
abração,
Denilson
E aí, Denilson, tudo bem?
Alguém vai ter que me explicar um dia esse negócio de 'bocca chiusa'. Como é que faz para cantar de boca fechada e ser ouvido na última fila do teatro?
É bem verdade que, na Cantilena das Bachianas n.5, Villa-Lobos aliviou o lado do cantor, fazendo um acompanhamento orquestral leve, à base de 'pizziccatos' dos violinos. Ele entendia do riscado.
Pois é, Luc
Só sei que "bocca chiusa" é difícil pra burro. E tem que ser feito com orientação, pois pode causar danos às pregas vocais.
Por isso o meu professor na época me mostrou essa gravação da Bidu Sayão como um exemplo de "bocca chiusa" bem executado.
Mas realmente o arranjo do Villa-Lobos levou em conta esse fato, valorizando a interpretação da Bidu Sayão.
abração,
Denilson
Não se esqueçam de Constantina Araújo, a mais famosa depois de Bidu ou tão quanto.
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