28 de janeiro de 2007

Kassin + 2 roça a canção com bossa antenada

Resenha de CD
Título:
Futurismo
Artista:
Kassin + 2
Gravadora:
Ping Pong
Cotação:
* * *

Um dos produtores mais badalados da cena carioca, Kassin forma trio moderninho com o baterista Domenico Lancelotti e o violonista Moreno Veloso. Cultuado por tribo indie, o grupo já lançou os discos Máquina de Fazer Música (sob a alcunha Moreno + 2), Sincerely Hot (sob o nome Domenico + 2) e Futurismo (sob a liderança de Kassin). Já editado no Japão em maio de 2006 (e com a perspectiva de sair nos Estados Unidos pelo selo Luaka Bop), Futurismo chega ao Brasil neste início de ano com instrumental antenado que adorna repertório irregular. Com suavidade típica da Bossa Nova, Kassin + 2 desvia o trio dos experimentalismos arriscados por Domenico em Sincerely Hot (2004). Mais palatável até do que Máquina de Fazer Música (2000), Futurismo é disco que roça o formato da canção e que acerta quando o olha para o passado como na latina O Seu Lugar, destaque do repertório. É parceria de Kassin com João Donato, que evoca seu suingue (dos anos 70) a bordo de um piano Rhodes.

Entre sambossa (a faixa-título, com direito a discurso de Jorge Mautner), eletrosamba (Ponto Final, com vocal de Rodrigo Amarante) e canção (a bela Pra Lembrar, outro real trunfo do repertório), Kassin monta moderno mosaico de sons que seduz turma formada por gente ilustre como Adriana Calcanhotto (parceria de Kassin na lúdica Quando Nara Ri e convidada de Simbióticos) e o grupo Los Hermanos (presente no indie rock Mensagem). O elemento alienígena de Futurismo é a guitarra que evoca o tecnobrega do Pará na deliciosa Água. Mas o maior problema do disco é que a segunda metade do repertório está aquém do instrumental do trio. Músicas como Antes da Chuva beiram a chatice. Opinião que não deve ser compartilhada pela pequena tribo moderninha a que Futurismo se destina no Brasil.

1 Comments:

Anonymous Paula said...

água é bacana mesmo

22 de fevereiro de 2010 às 18:55  

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