16 de dezembro de 2006

Entrevistas expõem a ideologia de Renato Russo

Resenha de DVD
Título:
Entrevistas MTV
Artista:
Renato Russo
Gravadora:
Deckdisc
Cotação:
* * *


"Rock é marketing", define um sincero Renato Russo (1960 - 1996) na melhor das três entrevistas deste DVD, a rigor um produto de marketing criado para faturar com o resistente culto à memória do líder da Legião Urbana, morto há dez anos. "Eu não faço as coisas por dinheiro, mas o dinheiro é a motivação principal. Sou capitalista", dispara o cantor no mesmo longo papo sem querer ser ou parecer idealista.

O pensamento eloquaz do artista atenua o caráter oportunista do DVD, que reúne 142 minutos de três entrevistas concedidas por Renato à MTV. A mais consistente - Passado, Presente e Futuro, feita em maio de 1994 no apartamento do cantor, em Ipanema (RJ) - é exibida em sua forma bruta, sem edição. O líder da Legião Urbana historia a gênese da banda com detalhes e disserta sobre cada álbum do grupo. É interessante vê-lo defender muito bem o argumento de que o melancólico CD V (1990) era, na realidade, menos depressivo e pesado do que o incensado disco As Quatro Estações (1989), tido como um trabalho mais alegre, embora V tenha sido um produto da desilusão do artista com a era de Collor.

Das duas entrevistas menores oferecidas como bônus, a realizada por Zeca Camargo em maio de 1993, também no apartamento do astro, é a mais interessante. Aparentando estar mais fragilizado e menos equilibrado emocionalmente, Renato Russo se queixa da imprensa e expõe a sua descrença na idéia de romantismo. Mais protocolar, o programa MTV no Ar usou a gravação do primeiro disco solo do cantor como pretexto para entrevistá-lo em 30 de março de 1994, no estúdio carioca Discover. Pouco acrescenta...

Reunidas neste DVD, cujo menu e créditos são sonorizados com versão instrumental de Monte Castelo, arranjada com cordas e flauta pelo maestro Jota Moraes, as três entrevistas montam bom painel do pensamento lúcido e articulado de Renato Russo, sem desfazer a aura mitológica alimentada em torno do (genial) artista.

12 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Oportunismo? Como assim, cara pálida? Compra quem quer. Lá fora tem um monte de dvd de artista importante. Acho mais é que o Brasil tem de seguir o exemplo e lembrar de quem se foi e fez pelo país.

16 de dezembro de 2006 às 16:56  
Anonymous Anônimo said...

O que foi que o Renato Russo fez pelo país? Se dependesse de mim, ele e o Humberto Gessinger caíriam no esquecimento

17 de dezembro de 2006 às 18:02  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com o Natmoes 16 ! Duas malas sem alça que sem acham o " cara "

19 de dezembro de 2006 às 07:12  
Anonymous Anônimo said...

RRusso, realmente, nunca me disse NADA. Além de ter sido o maior baixo astral...sem o brilho que algumas dessas figuras até tem.

19 de dezembro de 2006 às 15:31  
Anonymous Anônimo said...

Renato Russo como Cazuza foram os dois grandes poetas dos anos 80. Comparo-os nas devidas proporções pela sua sensibilidade poética com os grandes compositores da MPB. Vivo em uma cidade que idolatra e com razão RR.
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

19 de dezembro de 2006 às 21:25  
Anonymous Anônimo said...

Renato Russo nunca foi um poeta, sempre quis ser um profeta e um péssimo profeta... O Cazuza ganha dele de longe..

20 de dezembro de 2006 às 10:05  
Anonymous Anônimo said...

Prefiro Hebert Vianna

22 de dezembro de 2006 às 06:48  
Anonymous Anônimo said...

Eu tb Dudu, prefio o Herbert e de longe

23 de dezembro de 2006 às 02:20  
Blogger Aventuras de LegionFu said...

Será que estamos falando do mesmo Renato Russo? ô povinho despeitado... alos com bugalhos!

27 de maio de 2007 às 08:16  
Anonymous Anônimo said...

Se estão falando do mesmo Renato Russo não sei, mas cada um vê de uma forma.
Quem não gosta, não gosta e pronto, as musicas que ele criou, duvido quem não saiba se quer uma linha...
Por mais recaidas que ele teve e tbm por ser homossexual isso faz com que muitas pessoas não gostem dele, mas à quem goste, como eu, e acho que ele foi um poeta sim, cada um é tem um poeta dentro de si, e pelas musicas dele ele mostrou pra gente como ele foi um grande poeta!
E o que ele fez pro nosso país? Simplismente pra quem sabe escutar musica, entende o que ele quis passar nas letras deles.
Sozinho ele não ia muda o país, ninguém é capaz.

16 de janeiro de 2008 às 19:42  
Blogger may said...

#quem insiste julgar os outros sempre tem alguma coisa pra esconder!! mayra silva apolinario

25 de outubro de 2012 às 05:07  
Blogger T Augusto said...

Recalque...
País de sabotadores.
Em qualquer outro país no globo, um individuo colocaria a produção artistica nativa no podio e não seu umbigo e ouvido.
Se não gosta de Renato russo ou de Cazuza, problema é seu, mas daí a menosprezar a produção dos dois em criterios mimados e subjetivos isso é falta de cultura.
Juízo de Valor não justifica nem Jesus meu filho...
Vá estudar e, se criticar, critique em processos cientificos ou academicos - ou ligue pra tua mãe e compartilhe sua opinião, que essa sim não tá nem ai se vc não é capaz de escrever um "geração Coca-Cola" e fazer virar hit, no país do créu antes de abrir a boca pra sabotar.
-Ah, e dizer que é algo é opinião pessoal não o isenta de ser corrigido.

15 de maio de 2013 às 01:23  

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