15 de dezembro de 2006

Retrô 2006 - Clipe coroa o bom ano do Skank

Feita em São Paulo, na quarta-feira, 13 de dezembro, a gravação do clipe da canção Mil Acasos - faixa eleita o segundo single do CD Carrossel - coroou mais um bom ano para o Skank (em foto de Weber Pádua). É fato que o grupo mineiro não emplacou hits tão matadores quanto Vamos Fugir e Vou Deixar - líderes das paradas radiofônicas em 2005 - mas Uma Canção É pra Isso, a primeira música de trabalho de Carrossel, foi bem aceita. O álbum já contabiliza respeitáveis 58 mil cópias vendidas, número que deverá aumentar a partir desta semana por conta da chegada às rádios de Mil Acasos, boa parceria de Samuel Rosa e Chico Amaral, de pegada pegajosa, talhada para o sucesso.

Acima de hits e números, Carrossel mostrou mais uma vez que o Skank sabe conciliar requinte e popularidade. Aos 15 anos, idade em que muitas bandas já sinalizam cansaço e repetição, o grupo soou jovial como na sua formação, em 1991, em Belo Horizonte (MG). Em 15 inéditas, baladas em maioria, Carrossel confirmou o acerto do quarteto ao mudar, antes do desgaste, a receita de seu som - hoje já distante da festividade rítmica dos primeiros discos, voltados para o reggae. A mudança deu fôlego para mais 15 anos...

Em giro por sonoridades de folk e do rock dos anos 60 e 70, com referências que foram dos Beatles ao lendário Clube da Esquina, Carrossel rodou bem longe da banalidade imperante nas rádios, roçou o pop perfeito na ensolarada Uma Canção É pra Isso e, no todo, seduziu com músicas como Balada para João e Joana, de refrão envolvente. A evolução harmônica do som do quarteto foi sedimentada com o uso de instrumentos como banjo e trompa. Arranjos de cordas e sopros - a cargo de Artur Andrés - refinaram a camada pop das músicas sem dar ao CD tom camerístico pouco condizente com o espírito jovem das músicas. O resultado foi dez.

Carrossel girou com sutilezas como a alteração do andamento de Notícia, parceria de Samuel Rosa com Humberto Effe cujo arranjo conjuga elementos de rock, folk e country. Ou o tom garageiro de Até o Amor Virar Poeira. Ou ainda os versos de Arnaldo Antunes para Trancoso, balada litorânea com letra que mais parece poesia. Espécie de quinto Skank, Chico Amaral escreveu os versos de oito das 15 inéditas, com destaque para O Som da sua Voz. Entretanto, o melodista Samuel Rosa soube abrir o leque de parceiros. Líder do extinto grupo mineiro Virna Lisi, César Maurício colaborou na balada psicodélica Lugar, em Um Homem Solitário e na canção Seus Passos, que seguiu o plácido curso melódico de Dois Rios, o hit do quarteto em 2003. O supra-citado Humberto Effe assinou ainda a letra de Cara Nua. E Nando Reis voltou a dar o ar da graça em disco do Skank com Eu e a Felicidade, pop rock urdido com violões que tem mais a cara de Nando do que a de Samuel. E, na relação dos autores, houve ainda a boa surpresa da presença do baixista do quarteto, Lelo Zaneti, co-autor de Garrafas, melodia de estranha beleza e sensualidade. E que venham outras de Lelo...

No todo, apesar de sutilezas próprias, Carrossel seguiu a trilha dos antecessores Maquinarama (2000) e Cosmotron (2003) ao unir psicodelia, folk, Beatles, BritPop e Clube da Esquina em coquetel de sabor pop. Uma banda, afinal, é para isso: ser pop. E o Skank atravessou 2006 sem medo de ser (pop)ular e de ser feliz...

1 Comments:

Anonymous José said...

viva skank!

15 de janeiro de 2010 às 12:00  

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