21 de dezembro de 2006

Coleção traz, de fato, a obra essencial de Chico

Resenha de CD
Título: Chico Buarque Essencial
Artista:
Chico Buarque
Gravadora:
Universal Music
Cotação:
* * * * *

Compositor que vem trilhando refinados caminhos harmônicos em seus últimos e espaçados CDs, mas sem a inspiração melódica de outrora, Chico Buarque tem reeditados - de forma avulsa - 17 discos de sua fase áurea em coleção arquitetada pela gravadora Universal. Em 2001, todos os álbuns já haviam sido reembalados majestosamente na caixa Construção, que tinha virado raridade nas lojas até ser reposta em catálogo em meados de 2006. Cinco anos depois, os discos passaram por uma nova remasterização - a cargo do técnico Luigi Hoffer, sempre hábil na tarefa de depurar o som sem modificar os timbres das matrizes originais - e reafirmam sua força na série Chico Buarque Essencial. São obras-primas.

Carioca, álbum de inéditas lançado por Buarque em maio, perde feio na comparação com qualquer disco de estúdio da coleção. Foi no período 1970 - 1986 que o compositor solidificou a construção de sua obra genial, iniciada nos anos 60 na RGE com compactos e com três álbuns reeditados em 2006 pela Som Livre na bem-vinda caixa Os Primeiros Anos. Os 17 CDs da Universal Music exibem o compositor - então ainda tímido como cantor - em época áurea, já dono de precoce maturidade. Basta reouvir álbuns do porte e do quilate de Construção (1971), Meus Caros Amigos (1976), Chico Buarque (1978) e Vida (1980) para atestar a supremacia dessa fase da obra do artista. São desses 17 discos que vieram o cancioneiro que ainda reverbera bem forte no imaginário popular.

Nos anos 70, a criatividade de Chico jorrava profícua. A ponto de ele lançar um disco a cada ano. Podiam até ser trilhas de peças de teatro como Calabar (cujo disco, de 1973, pela primeira vez é reeditado de forma avulsa com a bela capa censurada pelo regime militar) ou Ópera do Malandro (1979). Ou mesmo de um filme, caso de Quando o Carnaval Chegar, em cuja trilha, de 1972, o compositor apresentou sete músicas inéditas. Entre elas, Baioque. Foi a fase também de registros de shows emblemáticos como o que uniu Chico a Caetano Veloso - encontro perpetuado no álbum Chico e Caetano Juntos e ao Vivo (1972). Enfim, a magnífica série reapresenta o melhor do melhor compositor vivo do Brasil (ao lado de Dorival Caymmi...) e faz jus ao seu título: é essencial!!!!

11 Comments:

Anonymous Anônimo said...

as gravadoras continuam abusando
primeiro a emi coloca nas lojas uma caixa com os dvds do chico mais um dvd bonus, porque não lancaram junto com as caixas triplas ou com os dvds avulsos. e nós que compramos a colecao toda, sejam as caixas triplas ou os avulsos como ficamos, isto é abuso de poder economico, quero reembolso.
o mesmo agora ocorre com os discos do chico.
comprei a caixa carissima para descobrir que os cds apesar da qualidade grafica tem uma péssima masterização. e poucos meses depois relançam os mesmos discos com nova masterização abuso abuso abuso, quero meu dinheiro de volta.

21 de dezembro de 2006 às 05:31  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, francamente eu não saberia chegar à obra 'essencial' do Chico pois, diferente de Caetano - outro gênio - acho que tudo o que vem de sua lavra é diferenciado. Claro que a fagulha de genialidade não pode permear as 12 faixas de um mesmo CD mas um Chico menos inspirado ainda me parece superior à produção que rola por aí. Aliás, considero seus dois últimos CDs sensacionais.
Grande abraço. Bom final de ano e um GRANDE 2007.

21 de dezembro de 2006 às 08:35  
Anonymous Anônimo said...

Olha, fiquei tentado muito tempo em comprar a caixa do Chico. Mas não conseguia uma informação(se você deu a info Mauro eu a perdi)exata sobre a qualidade dos cds da Caixa construção.Hesitei, depois saiu de catalogo, recolocaram em catalogo, e agora, chega uma informação precisa de que foi feita nova remasterização.Eu tenho "vida" com aquela faixinha na capa dizendo remas...mas é péssima a qualidade.
Bem, realmente devo dizer que eles querem lucrar, e lucrar, sem o mínimo custo.Pura burrice, pois se respeitassem nossos bolsos e nossa inteligência, lucrariam muito mais. Acredito que essa história de remasterização será infinita. Pois, a cada nova estação aparecerá um novo leitor de cd, um novo aparelho, um novo computador e la vão eles colocar na capa do Cd : Os discos de Chico Buarque agora remasterizados com aparelhos de ultima geração criados na estação lunar x 1o não sei o que. Depois inventaram, como no caso do Caetano, os cds com a reprodução das capas originais, depois os cds com capas originais e as sobras de studio. Enfim, nos dirão: a época do Cd terminou, adquira agora mesmo as músicas do disco do Chico Buarque com projeções em 5 dimensões(?)isso tudo para ser usufruído no seu leitor de mp3-405x1100.Enfim, a indústria segue o seu ritmo.Bom senso, cabe a nós,pois irão fazer sempre mais esse tipo de operação.Eu espero os Cds da Elis que a Trama, se Deus quiser e o João Marcelo também, irão lançar. Comprarei os discos do Chico, que finalmente poderei ouvir com um som razoavel.E chega. Pois se fosse pra continuar teria que levantar a questão sobre os cds da Gal Costa( o som é bem aquém do que poderia ser. Então daqui a pouco teremos todos os da Gal remasterizados também.
O Milton remasterizou o Clube da esquina em Abbey road em 98, e a trama está já com projeto de remasterizar de novo.
ha! Ha! Ha!
Poderíamos falar da caixa do Caetano que custava o olho da cara, e que agora eles separaram?Não dá!
Mas nesta história ficam faltando(eles deveriam se envergonhar disso) os Discos do Jards Macalé o primeiro e o segundo, que pra ouvir precisa-se ter o Lp que custa na faixa dos $120.Na mesma onda, não entendo como o Primeiro disco solo do Ney matogrosso não saiu em CD.

21 de dezembro de 2006 às 09:48  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, pela primeira vez vejo você dar 5 estrelas. Está certo, isso tem que ficar reservado para o 'primus inter pares', nosso Chico Buarque de Hollanda.

Concordo que há uma concentração de obras-primas no período que você indicou (1970-1986). Gostaria apenas de mencionar algumas canções pós-1986: Cadê Você, Estação Derradeira, Na Ilha de Lia no Barco de Rosa, Todo o Sentimento, Valsa Brasileira, Futuros Amantes, Piano na Mangueira, Como um Samba de Adeus, Nego Maluco, A Moça do Sonho. Você dirá: quase todas são parcerias com Edu Lobo, Tom Jobim, Cristóvão Bastos, Caetano Veloso.

Esse é o meu ponto. Chico Buarque é, além de poeta maior, um músico de talento. A maioria das canções de sua lavra são muito boas (vide Apesar de Você, As Vitrines, Até Pensei, Cotidiano).

Entretanto, quando compôs em parceria com músicos do gabarito dos acima mencionados, sem esquecer de Francis Hime, o resultado foram as obras-primas que a gente conhece.

Acredito que a questão dos parceiros é crucial em qualquer análise da obra de Chico Buarque.

21 de dezembro de 2006 às 11:27  
Anonymous Anônimo said...

Meninos, me valho do post do MELHOR para desejar a todos um Natal alegre e partilhado, e que em 2007 haja mais justiça, mais afetuosidade e menos violência.
Gostaria que as pessoas se tornassem mais civilizadas, se respeitassem mais, mutuamente, e ao planeta onde residimos todos. E não deixem jamais de amar e cuidar dos animais.
Votos de paz!

21 de dezembro de 2006 às 11:43  
Anonymous Anônimo said...

ESSENCIAL é o próprio CHICO.

21 de dezembro de 2006 às 15:08  
Anonymous Anônimo said...

Não dá pra descartar NENHUM album de Chico Buarque . Todos são essenciais . Até esse último " Carioca " acho ótimo .
Não tenho mas quero o " Paratodos " e " Cidades " . Se alguém quiser me presentear , agradeceria muito . Entre em contato comigo pelo email abaixo : caxias.diogo@bol.com.br ( rsrsrs!)
Até amigos que curtem rock , gostam e/ou respeitam Chico Buarque . Como diz o Mauro é o maior compositor vivo brasileiro . Caymmi é singular mas como disse Nana " anda muito preguiçoso , desde Maricotinha não fez mais nada " .

22 de dezembro de 2006 às 00:05  
Anonymous Anônimo said...

CHICO , OBRIGADO POR TUDO TÁ ?
EU AMO VOCÊ .
( AH ! EU QUERIA TODOS ESSES CDS ! EU QUERO !! )

22 de dezembro de 2006 às 04:55  
Anonymous Anônimo said...

Eu queria ter todos . Mas queria que Marisa Monte também tivesse essa coleção . Eu explico . Goste ou não , Marisa Monte é a cantora mais importante a surgir no Brasil nos ultimos 20 anos e nunca regravou um clássico de Chico Buarque . Ela já regravou Caetano Veloso , Roberto Carlos , Gilberto Gil , Paulinho da Viola e Moraes Moreira mas Chico Buarque não . Porquê será Mauro ?
Marisa , por favor , visite a discografia de Chicão !

22 de dezembro de 2006 às 06:39  
Anonymous Anônimo said...

Não é a primeira vez que Mauro concede cinco estrelas, basta ver a resenha do maravilhoso show Dentro do Mar tem Rio, assim como dos novos e incríveis CDs da Bethânia. Quero aproveitar para parabenizar essa cantora espetacular que consegue se superar a cada trabalho produzido.

22 de dezembro de 2006 às 18:07  
Anonymous Anônimo said...

VERDADE , MARISA SÓ GRAVOU " SAMBA E AMOR " CHICO MERECE MARISA

25 de dezembro de 2006 às 07:50  

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