18 de julho de 2010

Moska exercita a arte de ser pop no CD 'Muito'

Resenha de CD
Título: Muito
Artista: Moska
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * *

Espécie de lado A de Muito Pouco, o projeto duplo ora lançado por Moska em belo box que embala dois CDs e em edições avulsas, Muito é disco com som de banda em que o cantor se exercita na arte de ser pop ao longo de nove canções autorais que totalizam 33 minutos. Já na primeira faixa - Devagar, Divagar ou de Vagar? - salta aos ouvidos a arquitetura pop (no caso, moldada por arranjos de metais) que põe em segundo plano a poesia das letras. Dentro dessa estrutura pop, o compositor roça a perfeição em Canção Prisão - tema metalinguístico de refrão redondo - e em Soneto do teu Corpo, a parceria com Leoni lançada por Mart'nália no álbum Menino do Rio (2005). Já Muito Pouco - a música que batiza o projeto duplo - se ressente em Muito da inevitável comparação com a gravação primorosa de Maria Rita, mais visceral. Mas, a rigor, qualquer comparação é injusta por ser Moska um cantautor que dá sua versão para as próprias músicas sem pretensão de ser o intérprete delas. Nessa rota autoral, ele transita eventualmente por outros ritmos sem se desviar do trilho pop. Se Ainda ganha contornos de tango pela adesão do grupo argentino Bajofondo (também presente em Muito Pouco), Pêndulo - tema de inspiração mais rala - se insinua como samba entre o morro (evocado na percussão detalhista de Marcos Suzano) e a gafeira (citada pelos metais arranjados com leveza). Completam o repertório Deve Ser o Amor, Quantas Vidas Você Tem? - música que já esteve em rotação na trilha sonora da novela A Favorita (TV Globo, 2008) - e Antes de Começar. Embora por vezes irregular, Muito é um salutar exercício pop de Moska - compositor sempre interessante.

4 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Espécie de lado A de Muito Pouco, o projeto duplo ora lançado por Moska em belo box que embala dois CDs e em edições avulsas, Muito é disco com som de banda em que o cantor se exercita na arte de ser pop ao longo de nove canções autorais que totalizam 33 minutos. Já na primeira faixa - Devagar, Divagar ou de Vagar? - salta aos ouvidos a arquitetura pop (no caso, moldada por arranjos de metais) que põe em segundo plano a poesia das letras. Dentro dessa estrutura pop, o compositor roça a perfeição em Canção Prisão - tema metalinguístico de refrão redondo - e em Soneto do teu Corpo, a parceria com Leoni lançada por Mart'nália no álbum Menino do Rio (2005). Já Muito Pouco - a música que batiza o projeto duplo - se ressente em Muito da inevitável comparação com a gravação primorosa de Maria Rita, mais visceral. Mas, a rigor, qualquer comparação é injusta por ser Moska um cantautor que dá sua versão para as próprias músicas sem pretensão de ser o intérprete delas. Nessa rota autoral, ele transita eventualmente por outros ritmos sem se desviar do trilho pop. Se Ainda ganha contornos de tango pela adesão do grupo argentino Bajofondo (também presente em Muito Pouco), Pêndulo - tema de inspiração mais rala - se insinua como samba entre o morro (evocado na percussão detalhista de Marcos Suzano) e a gafeira (citada pelos metais arranjados com leveza). Completam o repertório Deve Ser o Amor, Quantas Vidas Você Tem? - música que já esteve em rotação na trilha sonora da novela A Favorita (TV Globo, 2008) - e Antes de Começar. Embora por vezes irregular, Muito é um salutar exercício pop de Moska - compositor sempre interessante.

18 de julho de 2010 às 10:59  
Blogger Unknown said...

não...

o pop aqui deve ser vangloriado. Porque a densidade tem sempre de sobrepor o leve e feliz?

O Muito é bem superior ao Pouco que decorre ralo pela sua despretensão.

Moska Muito sempre.

18 de julho de 2010 às 12:37  
Anonymous Anônimo said...

Moska me cansa. De uns bons anos pra cá, ele parece querer ser cool demais o tempo todo.

18 de julho de 2010 às 14:05  
Blogger Luca said...

O crítico do Globo disse que devia ser um disco em vez de dois. Não ouvi os discos do Moska... mas uma peneira nas músicas cai bem pra qualquer artista

18 de julho de 2010 às 15:30  

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