11 de agosto de 2010

Roque não reza pela cartilha de Roberta e Trio

Raro caso de artista que recusa o discurso politicamente correto ao dar entrevista, Roque Ferreira fez ressalvas ao primoroso CD Quando o Canto É Reza, lançado por Roberta Sá e pelo Trio Madeira Brasil neste mês de agosto de 2010. A julgar por recente depoimento dado pelo compositor baiano à repórter Roberta Pennafort, do jornal O Estado de S. Paulo, Roque não reza pela cartilha de Roberta e do trio. Na visão do compositor, o disco "perdeu em baianidade". Eis o que pensa o autor do (belo) samba de roda Chita Fina de acordo com a reportagem do jornal paulista:

"O disco está bem feito. Eu achei legal. Ela (Roberta Sá) canta bonito, é muito afinada. A Roberta e o Trio Madeira Brasil fizeram a leitura deles sobre o meu trabalho. Mas, se fosse eu a gravar, seria diferente. O disco é light, e o samba-de-roda não é light. É um samba que tem grande quantidade de percussão, o que no disco da Roberta não tem. Isso não tira o mérito. Eu fico muito grato pela homenagem. O trio é maravilhoso".

"O disco perdeu em baianidade, ficou mais MPB. Eu sou comprometido com a realidade musical do Recôncavo. As melodias são bonitas, as harmonias são simples. Eles sofisticaram as harmonias. É bonito, mas, se eu mostrar pro pessoal do Recôncavo, eles não vão acreditar".

Embora educado, Roque Ferreira não deixou de expressar certa decepção com o disco no bom depoimento dado à jornalista de O Estado de S. Paulo. É compreensível. Roberta Sá e o Trio Madeira Brasil tiraram o compositor do altar afro-baiano em que está entronizada a maior parte de sua obra. Nisso reside o mérito do irretocável disco. Se seguisse com fidelidade a cartilha de Roque, como faz com muita propriedade a cantora baiana Mariene de Castro, Quando o Canto É Reza talvez não soasse tão ousado, tão sofisticado e tão especial. Talvez não fosse, em suma, o grande disco que é pelo fato de apresentar outra refinada visão para uma obra já tão enraizada nas tradições rítmicas do Recôncavo Baiano.

83 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Raro caso de artista que recusa o discurso politicamente correto ao dar entrevista, Roque Ferreira fez ressalvas ao primoroso CD Quando o Canto É Reza, lançado por Roberta Sá e pelo Trio Madeira Brasil neste mês de agosto de 2010. A julgar por recente depoimento dado pelo compositor baiano à repórter Roberta Pennafort, do jornal O Estado de S. Paulo, Roque não reza pela cartilha de Roberta e do trio. Na visão do compositor, o disco "perdeu em baianidade". Eis o que pensa o autor do (belo) samba de roda Chita Fina de acordo com a reportagem do jornal paulista:

"O disco está bem feito. Eu achei legal. Ela (Roberta Sá) canta bonito, é muito afinada. A Roberta e o Trio Madeira Brasil fizeram a leitura deles sobre o meu trabalho. Mas, se fosse eu a gravar, seria diferente. O disco é light, e o samba-de-roda não é light. É um samba que tem grande quantidade de percussão, o que no disco da Roberta não tem. Isso não tira o mérito. Eu fico muito grato pela homenagem. O trio é maravilhoso".

"O disco perdeu em baianidade, ficou mais MPB. Eu sou comprometido com a realidade musical do Recôncavo. As melodias são bonitas, as harmonias são simples. Eles sofisticaram as harmonias. É bonito, mas, se eu mostrar pro pessoal do Recôncavo, eles não vão acreditar".

Embora educado, Roque Ferreira não deixou de expressar certa decepção com o disco no bom depoimento dado à jornalista de O Estado de S. Paulo. É compreensível. Roberta Sá e o Trio Madeira Brasil tiraram o compositor do altar afro-baiano em que está entronizada a maior parte de sua obra. Nisso reside o mérito do irretocável disco. Se seguisse com fidelidade a cartilha de Roque, como faz com muita propriedade a cantora baiana Mariene de Castro, Quando o Canto É Reza talvez não soasse tão ousado, tão sofisticado e tão especial. Talvez não fosse, em suma, o grande disco que é pelo fato de apresentar outra refinada visão para uma obra já tão enraizada nas tradições rítmicas do Recôncavo Baiano.

11 de agosto de 2010 às 11:44  
Anonymous Anônimo said...

Bom, se a dose de baianidade está abaixo do esperado eu não sei. O que importa é que o CD é nunca menos que excelente. Voz e instrumentais realmente primorosos. Parabéns!

11 de agosto de 2010 às 11:49  
Anonymous Anônimo said...

Ele queria um disco regional, o que agradaria o "pessoal do Recôncavo", mas NÃO agradaria a maioria dos demais ouvintes...

E claro que só poderia resultar em um "disco mais MPB", é Roberta Sá e Trio Madeira Brasil, helooooooo!

11 de agosto de 2010 às 12:07  
Anonymous Presidente said...

Antes que qualquer comentário, PARABÉNS ao Mauro pelo uso pleno da democracia nesse espaço mais do que agradável. Valeu, mesmo, Mauro. É assim que se faz crítica, é assim que se faz jornalismo!

Mudando a prosa...

A música de Roque pertence ao Roque. É de Roque, é do Recôncavo. A propriedade do discurso é compatível com a propriedade artística (com duplo sentido).

Roberta e o Trio não criaram nada de novo: apenas gravaram Roque. Se tivessem gravado outro grande compositor, o resultado seria o mesmo: enfadonho! O Trio faz mais um disco com interpretações corretas, mas frias da bela música popular brasileira.

Enfim, viva a diversidade musical deste país. E viva a discórdia. :-)

Presidente

11 de agosto de 2010 às 12:22  
Anonymous Anônimo said...

Não acho que se deve dar tanto valor a essa opinião. Não me parece ser necessariamente uma opinião definitiva: o papel do intérprete não é traduzir as intenções do compositor, mas se imprimir na sua obra.

Ainda não ouvi o disco da Roberta, mas acho que é muito comum compositores não gostarem de gravações importantes da sua obra. Dennis Brean, por exemplo, odiava João Gilberto, mas hoje só é lembrado, se o é, pela gravação de "Bahia com H" do próprio. Acho que acontece muito.

11 de agosto de 2010 às 12:29  
Anonymous Anônimo said...

Isso é pra Roberta aprender a fazer homenagens a quem de direito merece. Roque é apenas um compositor mediano. Tem taaaaaaantos compositores melhores pra Roberta gravar. Até agora não entendi esse tributo. Se ela fizesse algo de Edu Lobo ou ate´um Lenine, estaria tendo uma mehor opção.

11 de agosto de 2010 às 13:20  
Anonymous Anônimo said...

Esse Roque tá acostumado com farinha e calango e chega Roberta e oferece um coq au vin maravilhoso!! Nem ele, nem a galera que o acompanha vão gostar nem entender...Viva Roberta e seu disco maravilhoso!!

11 de agosto de 2010 às 13:22  
Anonymous Tininha said...

Roberta Sá e sua turma devem pensar melhor em quem homenagear numa próxima vez. O Roque Ferreira, segundo a própria Roberta contou ao público em janeiro, durante temporada que fez no Centro Cultural Carioca, esteve o tempo todo em contato com os envolvidos no projeto. Roberta, Pedro Luís e os músicos do Trio Madeira Brasil se deram ao trabalho de ir até a Bahia, passaram dias em contato com ele, ou seja, o Roque sabia do que se tratava, conhecia bem a sonoridade do trabalho da cantora e do Trio Madeira Brasil (que inclusive já haviam gravado juntos "Afefé", do Roque, para uma coletânea da Som Livre chamada "Samba Novo"). Seria mais educado e elegante se ele tivesse vetado a homenagem, em vez de ficar agora dando uma de compositor-de-discurso-autêntico e fazendo ressalvas ao CD (que eu ainda nem ouvi, questiono apenas a postura do compositor). Lamentável.

11 de agosto de 2010 às 14:05  
Anonymous Denilson Santos said...

Será que é por isso que a RS ainda não atualizou o seu site com o conteúdo desse novo cd? Aliás, sequer o menciona. Também não foi divulgada nenhuma agenda de shows.

E eu não me acho em condições de opinar porque ainda não ouvi.

E estou curioso porque, na crítica do Globo, a matéria saiu com uma foto da capa diferente da que foi veiculada aqui no blog do Mauro.

De qualquer forma, acho muito corajoso o Roque se expor assim publicamente, sem meia palavras, coisa rara ultimamente e que me faz respeitá-lo.

abração,
Denilson Santos

11 de agosto de 2010 às 14:06  
Anonymous Anônimo said...

achei sincero o depoimento do Roque, embora sinta que ele tenha uma visão muito fechada sobre sua obra. O disco da Roberta é lindíssimo e o Mauro apontou precisamente onde reside a qualidade da abordagem dela. É justamente por dar um outro olhar sobre a obra dele que o registro se torna incrível, pena que o Roque não perceba o quanto sua obra pode ser plural, mesmo enraizada na tradição.

11 de agosto de 2010 às 15:31  
Anonymous Anônimo said...

Meu Deus! Até quando isso vai durar aqui? Mauro, por favor, nos poupe, acho que esse tipo de postagem só faz com que criemos birras com determinados segmentos e o Roque só emitiu uma opinião.
É claro que a feitura do disco pertence SOMENTE ao artista, produtores e arranjadores. A Roberta fez a escolha dela (a meu ver equivocada também, ficou um disco totalmente comum, sem diversidade no RITMO), temos que respeitar.
Continuo achando um disco clean demais, sem o elemento principal do samba que é o batuque. Abraços e não me leve a mal.

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

11 de agosto de 2010 às 15:33  
Anonymous Anônimo said...

Roque Ferreira é digamos,assim.. meio João Gilberto.
Gênio. Mas, com todo respeito, prefiro ver e ouvir de longe, bem de longe. Isso é chato pra caramba.
E muita gente acha isso, mas como o cara é craque fica-se de não-me-toques.
Roberta fez o que devia ser feito. Mas, poderia ter se poupado e rendido homenagem a outro compositor que fosse mais delicado... mesmo que não gostasse.

Carioca da Piedade

11 de agosto de 2010 às 16:41  
Blogger Carlos Cardoso said...

Eu acho a opinião de Roque super natural.Tenho certeza que Roberta já esperava isso pois é óbvia a mudança de padrão neste CD. Todos estão acostumados com gravaçãoes de Clara Nunes, Maria Bethania e agora Mariene.
Roberta quis fugir do padrão e tudo que foge ao padrão é criticado.
O Próprio Dorival Caymmi comentava que João Gilberto era o único que o agradava em regravações.
Caymmi rejeitou até regravaçãoes feitas por Gal. Claro, ela quis dar outra sonoridade ao cancioneiro de Caymmi. E é isso que Roberta está fazendo.
Viva Roberta. Neste mês tem o show novo dela aqui em Salvador.
Estou ancioso...........

11 de agosto de 2010 às 16:41  
Blogger Jorge Reis said...

Acho normal este comportamento do compositor, o bairrismo (baianos) de determinados artistas da MPB, é tanto que eles perdem a noção...
"Perdeu a bainidade"... ÓTIMO...
Não havia percebido, e estava até desconfiado não ter aparecido nenhum músico fazendo barulho com um prato e talher...
Esse CD de Roberta não é para um talher, é para ser degustado com mil talheres...
EM TEMPO: a pergunta que não quer calar:
O que seria Baianidade ????

11 de agosto de 2010 às 16:48  
Blogger Jorge Reis said...

PARABENS anonimo 11 de agosto de 2010 13:22...
ME PROVOCOU RASGOS DE RISOS...

11 de agosto de 2010 às 16:51  
Blogger Jorge Reis said...

Alguém já paraou para pensar que este compositor, como é muito comum ao pessoal de lá do Reconcavo, está
querendo provocar polêmica para ganhar os seus 15 minutos de fama, as custas de Roberta e do trio ?

11 de agosto de 2010 às 16:54  
Anonymous Anônimo said...

Fico imaginando o que teria achado Noel das fantásticas gravações, só acompanhada do violão, que a Bethânia fez de seus sambas; se Pixinguinha teria aprovado a gravação de seus choros só com violão e cavaquinho (como fizeram Henrique Cazes e Marcello Gonçalves); ou se Vinícius e Tom gostariam das batidinhas eletrônicas que muitos colocam em suas músicas...Independente do que o compositor acha e do mérito das gravações, ainda bem que os intérpretes se arriscam a mudar o universo sonoro dos compositores.

11 de agosto de 2010 às 17:22  
Anonymous Anônimo said...

Se não fosse pra acrescentar algo de seu, Roberta Sá nem deveria gravar o disco. O Roque Ferreira (apesar de ter razão) perdeu uma oportunidade de guardar sua opinião pra si e para os seus, junto com os "comprometimentos" com a realidade musical do RB.

Eu ainda acho a Roberta muito presa nas interpretações, certinha demais, deveria se soltar mais, o suingue dela cantando soa programado e excessivamente decorado, como se ela fizesse sempre as mesmas divisões rítmicas. Mas o resto, musicalidade e principalmente inteligência artística ela tem de sobra, e vai longe.

Flávio

11 de agosto de 2010 às 17:50  
Anonymous Anônimo said...

Roque é conservador e de um talento mediano. Roberta é uma super cantora , capaz de discos muito mais bonitos do que esse que acaba de lançar. Resultado> Vamos esquecer isso e já pensar no próximo...rapidinho....

11 de agosto de 2010 às 18:17  
Anonymous Anônimo said...

"Esse Roque tá acostumado com farinha e calango e chega Roberta e oferece um coq au vin maravilhoso!!"
ADOREI ISSO!!!!

11 de agosto de 2010 às 18:18  
Blogger Julio César Biar said...

A falta de respeito nos comentários é inacreditável. O compositor, aliás todo mundo, tem direito a ter opinião - afinal não é isso que todos que postam comentários aqui têm?
Quanto ao "coq au vin" citado por um dos anônimos é simplesmente risível tal afetação. Roque come é um bom xinxim de galinha, com a graça de Deus!

11 de agosto de 2010 às 18:22  
Anonymous Anônimo said...

Aff, que mal agradecido... Então que entregue todas as composições dele às cantoras regionais, afeitas à baianidade que ele exige, e permaneça no obscurantismo... de onde só saiu por causa das gravações de Bethânia e agora pelo belo CD de Roberta e Trio Madeira.

11 de agosto de 2010 às 18:32  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, por essa postura vc é um dos maiores críticos de música do país. Muito bacana a opinião do Roque. Ele foi um homem de coragem. Isso é muito bonito. Além de ser um grande compositor, é um grande homem. Não é qualquer cantora que interpreta um grande autor. Roque é um grande autor. Abraços e carinho ao Roque!
Concordo com tudo que ele disse com categoria.

11 de agosto de 2010 às 19:38  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com o Roque e concordo com a Roberta... Depois de "Laranjeira" eu esperava - como o Roque - um álbum na mesma linha. Mas RS me (nos) surpreendeu verdadeiramente com um disco classudo, sofisticado.

11 de agosto de 2010 às 21:05  
Anonymous Anônimo said...

O disco é primoroso e está na lista dos melhores do ano. Mas não deixo também de admirar a opinião de Roque, num meio em que fazer média está acima da média.
O que seria do Azul se não fosse o Vermelho como diria Nina Becker.
Ricardo Sérgio

11 de agosto de 2010 às 21:44  
Anonymous Vagner - Lapa said...

Primeiro não vejo esse disco como uma homenagem, mesmo se fosse, quem disse que o homenageado é OBRIGADO a gostar do resultado, temos vários exemplos de autores que destestam as adaptações das suas obras. Continuo achando que Pedro Luis e o Trio Madeira Brasil se equivocaram, aliás o trio madeira Brasil é sempre competente, mas possui uma didatura linear de sonoridade que tudo que eles tocam ficam com essa cara de "Trio Madeira Brasil". Quanto a Roberta, não acho que ela esteja chateada com as opiniões do Roque, e acredito que ele tenha dito isso para eles ainda durante a produção do disco, mas respeitou as escolhas da artista.
Duas coisas me incomodam, uma está relacionada a ideologia das palavras, a crítica relaciona este trabalho como um refinamento da obra do Roque, e isso é falso, pois a obra dele já é refinada, assim como toda cultura e musicalidade afro, dizer que trocar tambor por cordas é refinar uma obra é algo antigo e muito perigoso. Tornar harmonioas mais complexas também não pode ser comparado com refinamento, que em outra leitura seria o mesmo que tornar melhor.
A segunda coisa que me incomoda está em relação a Roberta lançar este precipitado CD (para ela como cantora e para o Roque em relação a projeção da sua obra na MPB). Me parece que a intenção era realmnete alçar um vôo, ser considerada, já, uma das melhores cantoras brasileiras. Aí não dá. Ainda não.

11 de agosto de 2010 às 22:45  
Anonymous WILLIAM SILVA said...

Fiquei surpreso com as declarações de Roque, porém compreendo o que ele almeja com tais. O disco ficou bom se classificarmos com "mais um cd qualquer de MPB". Nada inovador e não diz a que veio definitivamente por mais que o Mauro, quem eu respeito,tenha o achado espetacular. Para mim, o maior mérito do disco foi evidenciar que a obra de Roque é sim plural. Mas o resultado do disco deixa claro, que da maneira em que está o CD, qualquer uma (ou um) faria igualzinho. Um balde de água fria na fervura e na visceralidade da música popular brasileira, da melodia e da sonoridade de Roque. Infelizmente, esse canto não reza, ele apenas canta... E um canto simples; belo, mas simples.

11 de agosto de 2010 às 23:37  
Anonymous Anônimo said...

O disco é lindo e bem chato.

11 de agosto de 2010 às 23:53  
Anonymous Anônimo said...

Tentei, com boa vontade, ouvir o disco, mas cansei rápido. Há uma uniformidade que cansa, como, aliás, acontece em vários projetos desse tipo. É o mesmo compositor, a mesma cantora, os mesmos músicos, os mesmos arranjadores, ou seja, uma mesmice do começo ao fim. O disco da Bethânia cantando Roberto e Erasmo, por exemplo, tem esse mesmo problema, entre outros. Quando ouço falar de um projeto assim já fico com pé atrás.

Flávio

12 de agosto de 2010 às 00:50  
Anonymous Anônimo said...

O CD é lindo e Roberta Sá é uma grande intérprete que se destaca no nosso universo musical. Ela dará passos mais largos e não tardará a ter maior reconhecimento, merecidamente. Roque Ferreira tem o direito a sua opinião, afinal são suas as composições. Não acho que ele tenha cometido nenhuma grosseria.

12 de agosto de 2010 às 08:27  
Anonymous Julia said...

Que cansativa está ficando essa discussão! Roberta e o Trio fizeram a leitura deles sobre a obra do Roque. Completamente natural. Vou até citar um exemplo. Roberta, em seu segundo disco, gravou Novo Amor, composição de Edu Krieger. COMPLETAMENTE diferente da original. E mais diferente ainda da versão da Maria Rita. Três leituras completamente diferentes da mesma música. Houve crítica por isso??? Não! Por que? Porque o Krieger não saiu na mídia dizendo se gostou ou não gostou. Ou talvez - caberia um obviamente aqui? - porque não é tão valorizado ainda como o Roque é.

Além disso, quem já ouviu as três versões, sabe que as três são maravilhosas. Mas é questão de gosto. E gosto, é uma questão que DEFINITIVAMENTE não se discute.

Roque não foi infeliz nem mal agradecido. Ele apenas opinou sobre a própria música. Roberta e Trio fizeram um trabalho delicado e de bom gosto. Gosto esse que só cabe à eles definir qual é.

Ponto final.

12 de agosto de 2010 às 08:34  
Anonymous Anônimo said...

De acordo com a opinião do Outras Palavras e as pessoas deveriam procurar saber primeiro quem é Roque Ferreira. O cara está na estrada há anos e já foi gravado por várias cantoras da MPB. Merece o mínimo de respeito.
Acho graça é que a citada gravação de Laranjeira (no disco anterior) agradou a todos, mas a sonolência de Quando Canto é reza é admirada por uns e hostilizada por outros, nada mais natural.
Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

PS: Para o MEU GOSTO errou feio. Será um bom remédio quando estiver con insônia, além do que o disco é chato e a voz da Roberta é linda, admirável e graciosa. Servirá como canção de ninar.

12 de agosto de 2010 às 08:48  
Anonymous Anônimo said...

"Esse Roque tá acostumado com farinha e calango e chega Roberta e oferece um coq au vin maravilhoso!!"
Adorei isso (2) também.!

12 de agosto de 2010 às 09:12  
Anonymous Marcelo said...

Só de curiosidade: a Roberta conseguiu bater a quantidade de posts que rolam quando se fala alguma coisa da Gal ? Porque se sim, isso deve ser levado em consideração. Agora me surgiu uma outra questão: quem estaria então apta a realizar esse disco de uma forma que Roque ficasse plenamente satisfeito ? Ivete ? Daniela ? Margarete ? Claudia Leitte ? Gilmelândia ? Como é difícil fazer música boa nesse país ...
Vai com tudo Roberta, quem faz as mesmas coisas consegue sempre os mesmos resultados.

12 de agosto de 2010 às 09:51  
Anonymous Anônimo said...

Ao anônimo desinformado do dia 11 de agosto às 13:22h: No Recôncavo baiano não se come calango. Isso certamente vc assistiu em alguma novela da Globo, mas é uma referência ao sertão nordestino, e não ao Recôncavo. No Recôncavo se comem maravilhosas moquecas de peixe, camarão, ostras, polvo, etc, com muito vatapá, caruru, etc.

Retornando ao disco: Roque é um excelente compositor. Acredito que, assim como um sambista tradicional carioca preferiria suas criações na voz de Beth Carvalho que na de uma cantora identificada com um universo mais pop ou mais sofisticado, é NORMAL que o Roque identifique mais suas composições com uma linha de interpretação afim, o que não significa de forma alguma algo como desaprovação. Apenas uma prefer~encia de cunho absolutamente pessoal. Caetano Veloso (que também é do Recôncavo, caso os desinformados não saibam), certa vez disse que não gostou da forma que Elis REgina interpretou a sua vanção "Gente" no show "Transversal do Tempo. É uma simples questão de identificação com o ponto de vista do intérprete, que nem sempre é o mesmo que o do autor.

12 de agosto de 2010 às 10:05  
Anonymous Anônimo said...

Acho que Roque ficaria feliz se fosse uma cantora de samba.

12 de agosto de 2010 às 10:16  
Anonymous Anônimo said...

" Duas coisas me incomodam, uma está relacionada a ideologia das palavras, a crítica relaciona este trabalho como um refinamento da obra do Roque, e isso é falso, pois a obra dele já é refinada, assim como toda cultura e musicalidade afro, dizer que trocar tambor por cordas é refinar uma obra é algo antigo e muito perigoso. Tornar harmonioas mais complexas também não pode ser comparado com refinamento, que em outra leitura seria o mesmo que tornar melhor.
A segunda coisa que me incomoda está em relação a Roberta lançar este precipitado CD (para ela como cantora e para o Roque em relação a projeção da sua obra na MPB). Me parece que a intenção era realmnete alçar um vôo, ser considerada, já, uma das melhores cantoras brasileiras. Aí não dá. Ainda não."

fantastico!

12 de agosto de 2010 às 10:40  
Anonymous Anônimo said...

É sempre muito perigoso um intérprete ler a obra de alguém. É preciso saber o que essa obra tem de fundamental e se deve-se ou não mexer nisso e alterar a sua essência. Nesse caso, Roberta mexeu e aparentemente não agradou ao autor. Ninguém melhor que o Roque para opinar sobre sua própria obra. Só ele sabe sabe exatamente o que quer dizer com ela. Se o trabalho pode agradar aos fãs de Roberta e a críticos como Mauro, o fato de não ter agradado a Roque sempre será uma pedra no sapato. Foi ele quem concebeu tudo. E aqui não se trata de uma ou outra música: é a leitura de uma obra inteira, em que o autor não se identifica. Isso será sempre um problema pra Roberta.

12 de agosto de 2010 às 10:42  
Anonymous Anônimo said...

Para o MEU GOSTO Roberta ACERTOU EM CHEIO!!!

12 de agosto de 2010 às 10:45  
Blogger Jorge Reis said...

anonimo de 12 de agosto de 2010 10:05
Vc acabou de me matar uma curiosidade, porque Elis teria colocado Caetano no "Limbo", ele foi mal educado e merecidamente deportado para lá...
Lá aonde limbo ou reconcavo, fiquei confuso...
"Esse Roque tá acostumado com farinha e calango e chega Roberta e oferece um coq au vin maravilhoso!!"
Adorei isso (3) também.!

12 de agosto de 2010 às 11:11  
Anonymous Anônimo said...

Acabei de ouvir o cd. é chato mesmo para ouvir inteiro. Se for para ouvir 2 ou 3 faixas por dia, ai é bonitinho, afinado, bacana. Mas ouvir inteiro não dá não, fica tudo igual. Prefiro as musicas do roque com mais percussão.

Edu - abc

12 de agosto de 2010 às 11:42  
Anonymous Anônimo said...

"Esse Roque tá acostumado com farinha e calango e chega Roberta e oferece um coq au vin maravilhoso!!"

Essa frase me soa extremamente preconceituosa e ofensiva isso sim. Coisa de gente que não conhece nada sobre o Recôncavo baiano (é ignorante) nem quer saber (é alienada).

12 de agosto de 2010 às 11:46  
Anonymous Anônimo said...

O CD é chato de ouvir em sequência. Uma coisa ou outra se salva.
Roberta deveria deixar Roque para Marienne, Bethânia, enfim, suas asceclas.
RS é menos ortodoxa (Bethania tb foi menos ortodoxa, hoje em dia é outra coisa)
Resumindo: O CD é cansativo, redundante (apesar dos arranjos menos xiitas), Roque não tá com essa bola toda e Roberta perdeu uma boa chance de avançar na carreira. Sempre soube esolher repertório mas aqui derrapou. Feio. Neste sentido, o baiano tem razão. Roberta poderia passar sem essa. Ele também.

12 de agosto de 2010 às 12:20  
Anonymous Anônimo said...

"Elis teria colocado Caetano no "Limbo""

Que limbo, meu filho? Caetano Veloso NUNCA precisou de Elis Regina pra ser o que é. O fato de Elis depois desse episódio, não ter gravado mais nenhuma canção de Caetano não quer dizer muita coisa, primeiro pq ela morreu 5 anos depois (poderia ter gravado às dezenas), segundo pq Caetano nunca foi um compositor recorrente no repertório de Elis.

12 de agosto de 2010 às 12:50  
Anonymous Anônimo said...

Roberta achou que deveria "refinar" a obra de Roque, enriquecê-la, sendo que ao fazer isso a empobreceu. Relacionar uma obra tão bonita com algo chato e apresentá-lo para o seu público dessa maneira é dar a obra do autor um sentido ruim. Pensando assim, como autor, também diria que não gostei, que não sou eu e minha obra que estão ali.

12 de agosto de 2010 às 12:51  
Anonymous Anônimo said...

Com calango, sem calango, com ou sem farinha, com muqueca ou seja o que for, Roque não merece isso tudo. Roberta sim, merece muito mais!!

12 de agosto de 2010 às 13:05  
Anonymous Leo said...

R.Sá ainda não deveria 'se debruçar' na obra de um único compositor. Pra quê? 'valorizá-lo'? mas ela ainda precisa de muito laralaiá pra isso, concorda?
E olha q ela tem feito seu papel direitinho e tem investido na voz e no repertório, mas está LONGE de credenciar um compositor com tantos anos de estrada.
Por outro lado acho o repertório do cara muito 'tribal' e realmente, nada a ver com a carreira da cantora. Embora ela tenha se saído bem no samba...de roda, cirandas, etc...tem mais possibilidades do que as giras do Recôncavo.
Achei tudo sem gração, essa a verdade. Espero que Roberta não leve isso para o palco e efetivamente dê uma sacudida em seu repertório que, embora de qualidade, já vinha se repetindo (agora, então...).
Saravá, Roberta!!!

12 de agosto de 2010 às 15:39  
Anonymous Anônimo said...

Na minha modesta opinião, Roberta errou. Errou porque mexeu na essência de coisas que não deveria mexer, em um universo que não é o dela, e o autor, com a autoridade que tem sobre sua obra, não achou apropriado. Errou querendo acertar, mas errou. Normal, acontece. É digerir e avançar. No entanto, algumas perguntas: será que tudo foi feito à revelia de Roque? Será que ele não sabia o que estavam fazendo com a sua obra? Será que não ouviu nada antes? Será que só percebeu a falta da sua tão cara "baianidade" depois do CD pronto?

12 de agosto de 2010 às 15:45  
Anonymous Anônimo said...

Não adianta o Mauro dizer que o CD de Sá é fantástico, se o dono da obra, não acha. Isso é importante. Roque é um gênio! E gênio sabe o qu diz. Se Roque não fosse um gênio, por que Sá perderia tempo, em um disco inteiro, com as composições dele.

12 de agosto de 2010 às 16:25  
Anonymous Anônimo said...

"Esse Roque tá acostumado com farinha e calango e chega Roberta e oferece um coq au vin maravilhoso!!"
Adorei isso (4) também.!

Tem gente que não entendeu o que o Mauro escreveu. O dono do blog disse que a obra de Roberta e trio apresenta uma OUTRA visão refinada das composições do Sr. em questão. Em momento algum o blogueiro fez pouco caso ou desmereceu as batidas associadas ao "recôncavo baiano".

Roberta sabe o que faz, e o faz muito bem!

12 de agosto de 2010 às 16:42  
Anonymous Anônimo said...

Penso a arte de maneira plural. E a discussão quando construtiva e bem fundamentada, com argumentos criativos é bem vinda. A arte de qualidade desperta nossos sentimentos e sensibilidade. É o caso tanto da obra de Roque quanto do cd de Roberta Sá e Trio Madeira.

Porém quando as pessoas começam a se valer de frases e pensamentos preconceituosos só estão reforçando o perverso preconceito racial e cultural contra negros e nordestinos e outros, tão nefasto e abominável. A piadinha parece sempre ser engraçada, mas no fundo ela é brutal e covarde.

Quem conhece o disco solo de Roque Ferreira pode ouvir ali um grande refinamento aliado a uma grande simplicidade. E isso é difícil de alcançar. É um cd primoroso que não canso de ouvir, uma obra de arte. Concordo assim com o comentário que reconhece na obra de Roque bastante refinamento e que, portanto não há um refinamento maior nesse outro trabalho e igualmente que “trocar tambor por cordas seria refinar” a tradição dos tambores afro-brasileiros é altamente refinada. Mas infelizmente nossos ouvidos não são educados para conhecê-la. Mas isso é outra discussão.

O Cd de Roberta é muito bom também e ela deveria sim ter feito o cd! O trabalho nos arranjos é elaborado e ela canta muito bem. Penso que ela fez uma leitura pessoal, e só poderia ser assim, muito bem trabalhada sobre a obra de Roque, mas dificilmente o timbre da voz dela poderia nos remeter a tradição afro-brasileira (samba de roda, candomblé, Ijexá, etc...) é preciso de muita vivência nesse ambiente para se chegar a esse molho, para se “temperar, a voz, com dendê”. E obviamente essa não era a intenção dela. Por isso o disco não poderia perder em “baianidade”. A cantora e os músicos não possuem essa vivência. Mas também não é preciso ser norte-americano para tocar jazz...

Roberta é uma cantora de música popular, que além de arte é um produto cultural, e busca agradar a um público, o maior possível. Ela escolheu um autor que está “na moda” é bom para ela, é bom também para o Roque, pois ela “também está na moda” e não há nada de politicamente incorreto no fato do Roque expressar a opinião dele. Se ele fosse fazer seria obviamente diferente. Roque trabalha calcado na tradição e parece ter um respeito reverencial a essa tradição, poucos o fazem com propriedade e talento.

O disco realmente é leve, light, como parece ser Roberta Sá, o que a meu ver é grande qualidade. Roberta e o Trio Madeira trabalham sempre com profunda reverência sobre a música que produzem, aponte ela para qual direção for e isso é ser Artista. E com todo respeito ao Mauro Ferreira, também é bom para ele colocar esse post o que gera todos os comentários...o que nos faz pensar...

Marcelo.

12 de agosto de 2010 às 17:55  
Anonymous CHICO BOLIVAR said...

ROQUE TEM VALOR, ROBERTA TEM BOA VONTADE, A PRODUÇÃO FOI BOA, MAS O CD É MAIS PASTEL QUE PICOLÉ DE CHUCHU.
ACHO QUE O CARA FEZ BEM EM DISCORDAR DA 'LEITURA'. SUA OBRA NÃO É REALMENTE UNIVERSAL, QUE PERMITISSE A INTERVENÇÃO E ATÉ REINVENÇÃO DE OUTRO ARTISTA. FIZESSE COMO BETHÂNIA, QUE QUANDO VAI FALAR DE RAÍZES, TERREIROS, SAMBAS DE RODA PINÇA ALGUMA COISA DO CONTERRÂNEO. ASSIM NÃO EXPÕE A MESMICE DO COMPOSITOR. E FICA LEGAL PRA TODO MUNDO.
MENOS REALMENTE É MAIS.

12 de agosto de 2010 às 18:44  
Anonymous Anônimo said...

"Roberta é uma cantora de música popular, que além de arte é um produto cultural, e busca agradar a um público, o maior possível. Ela escolheu um autor que está “na moda” é bom para ela, é bom também para o Roque, pois ela “também está na moda” e não há nada de politicamente incorreto no fato do Roque expressar a opinião dele."

"Esse Roque tá acostumado com farinha e calango e chega Roberta e oferece um coq au vin maravilhoso!!"

Penso que a discussão central sobre este disco ultrapassou a obra, e isso é ótimo. A frase que diz que Roque Ferreira está acostumado a farinha e calango e por isso não pode perceber a beleza da concepção da Roberta é de uma linha de pensamento que infelizmente ainda circula pelo nosso país. Quem pensa assim é como já foi dito ignorante e alienado. Pois a obra do Roque Ferreira já é maravilhosa, e os motivos por ele não ter se sentido bem representado no trabalho de Roberta são muito mais respeitáveis, do que essa relação tosca entre uma obra simples, ligada a raizes africanas e outra de certo elitismo cultural. Pensamentos assim só fazem revelvar que Roberta errou e errou feio. Eu não consigo pensar uma obra de arte desvinculada da realidade e do seu contexto social. Talvez tenha sido difícill para Roberta imaginar seu "refinado" público cantando e gostando do Roque como ele é!

12 de agosto de 2010 às 19:59  
Anonymous Anônimo said...

Alguém falou a bobagem de que Roberta sofisticou a obra de Roque. Meu bem a obra do Roque é pura sofisticação. É tudo lindo. Me poupe! O que aconteceu não foi sofisticação, mas .... Se não o Mauro não publica! rsrsrsr

12 de agosto de 2010 às 20:01  
Anonymous Anônimo said...

Fazer homenagem ao compositor vivo, claro da direito a ele emitir sua opinião, Teresa Cristina fez à Paulinho da Viola, e os comentários foram que era muito parecido com as gravações do Paulinho até os arranjos, Dorina fez a Almir Guineto,l com participação de Almir, Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz.
Bem homenagens é assim, se não quer ouvir a opinião, tem que ser dos que já se foram, né...

Ah, também quanto a frase: Roberta poderia se engasgar com a farinha comm calango néW

12 de agosto de 2010 às 20:14  
Anonymous Leandro/RJ said...

Ouvi o disco e realmente achei enfadonho, mas acho uma grande bobagem classificar como "problema" para a cantora o fato de o autor não ter se identificado com suas releituras!
Certamente isso já aconteceu inúmeras vezes com diversos intérpretes, mas é raro um autor vir a público se manifestar.

Paulo Vanzolini já declarou publicamente não ter gostado da regravação de "Ronda" por Bethânia, mas E DAÍ? O tempo apaga esses detalhes insignificantes, mas a obra permanece (se tiver valor).

Achei bem educado o comentário do autor, nao vi mal-agradecimento algum no que ele disse. Acredito que ele tenha medido muito bem as palavras.

12 de agosto de 2010 às 21:20  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com os post's do anônimo das 19:59 e com alguns pontos do meu Xará. Rola infelizmente um preconceito musical SIM, basta analisar a piadinha PODRE do calango! Abraços e será que os que apedrejam comem caviar?

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

12 de agosto de 2010 às 21:32  
Blogger Leandro Caetano said...

Sou BAIANO e diria que a Baianidade não passa somente pelo fato de comer ou não Calangos (muito menos "MCLanche Feliz"). Comentários PRECONCEITUOSOS, como esse, só reafirmam que, infelizmente, o Brasil ainda não conhece o Brasil!

Roque é essência do Recôncavo, assim como ELOMAR é da Caatinga, Juraildes da Cruz é do Cerrado...

Roberta foi ousada e acredito que ela vai longe, pois é MUITO talentosa.

Depois que ouvi o disco de Roque, percebi que prefiro ouvir suas músicas com o próprio.

Porém, não consigo passar um dia sem ouvir a voz de sereia de Roberta tentando "conhecer o Brasil"...

12 de agosto de 2010 às 22:46  
Anonymous Anônimo said...

Porque será que os nordestinos fazem migração pro sul e pro sudeste? Porque será que os cantores querem sempre fazer sucesso no eixo Rio-Saõ Paulo? Me poupem os idealistas. O Nordeste brasileiro é maravilhoso para nos banharmos naquelas praias maravilhosas e comer um bom camarão a beira mar e SÓ!!! Estrutura para trabalhar DE MANEIRA GERAL , só descendo pro sul do País. Isso não é preconceito. É a constatação de um fato!

12 de agosto de 2010 às 23:11  
Anonymous Anônimo said...

Leandro/RJ
Não se pode desconsiderar o fato de que não se trata de uma interpretação de uma música. É toda uma obra de um compositor, que não se viu no disco. E ele publicamente expôs o seu descontentamento pela intérprete ter mexido no que ele considera a essência do que ele faz. Desculpe, mas grande bobagem é achar que Roberta possa ficar impassível, indiferente a isso. O ser humano e a artista.

13 de agosto de 2010 às 09:36  
Anonymous Anônimo said...

não adianta crítico ficar jogando confete neste cd. está morto, o criador da obra não se vê no trabalho e canto de sá. um disco assim perde em valor e credibilidade. um tiro no pé. acontece. os deuses da bahia são tinhosos. maria bethânia sabe disso. ela pede a bênção antes de tocar em certas canções. Ai, ai, ai... ouvi o cd e é apenas um cd correto. mas não retrata o roque ferreira. tem valor, pois a equipe perdeu tempo e dinheiro nessa produção. agora, se a arrogância existiu em sofisticar o que já era sofisticado em beleza. queda feia do cavalo. roberta, peça uma dica a bethânia de como cantar as coisas do roque ferreira. ela sabe tudo. e roque sempre achou tudo da betânia maravilhoso em suas entrevistas. é como agradar aos funcionários de uma empresa e não agradar ao dono da empresa. não tem graça. desculpa. e roque foi muito elegante em suas colocações. em um meio hipócrita, ele foi educado e sincero. por isso é um gênio. roque já era seu fã, agora te respeito como homem.

13 de agosto de 2010 às 10:32  
Anonymous Lu Vasques said...

O CD deve estar vendendo à beça, todo mundo ouviu, até eu.
De minha parte: totalmente dispensável. Roberta canta direitinho. E SÓ. O Roque é um compositor de méritos. E SÓ.

O resto são 'baianidades' que, aliás......ADORO!!!!!!

13 de agosto de 2010 às 11:05  
Anonymous Leandro/RJ said...

Anônimo das 9:36, se ela vai ficar indiferente a isso enquanto ser humano e artista, não sei. O q acho é q estão dando uma importância exagerada ao fato de o autor ter feito ressalvas (educadamente) ao trabalho. Não sou fã da cantora, achei o disco chato, mas discordo q a não-idenfificação de Roque Ferreira seja motivo para tanto alarde!
Acredito q o objetivo de Roberta Sá não tenha sido simplesmente agradar ao compositor, mas sim trazer a obra dele para o seu estilo e seu público. Se ela conseguiu isso, é o que realmente importa.

13 de agosto de 2010 às 11:22  
Anonymous Anônimo said...

Migrações sempre aconteceram é sempre vão acontecer. Os Nordestinos vem para Rio e São Paulo porque o Brasil sempre teve políticas desiguais de desenvolvimento. Fico muito assustado com esses pensamentos tão antigos brotando neste site. Acho que estamos regredindo. Gostaria muito que a Roberta falasse sobre este CD. Declarasse suas intenções ao fazê-lo. "Imagina o Brasil ser dividido..." Ouçam essa canção na voz da ELBA!

13 de agosto de 2010 às 11:24  
Anonymous Anônimo said...

Roberta fez um trabalho excelente e o melhor do ano até este momento.
A cantora é livre e não precisa pedir “benção” a ninguém...isto me soa como uma subserviência! Bethânia é uma artista bacana, mas daí a Roberta pedir “licença” é demais !!!
Arrogância é achar que algo não pode ser mudado e que fazer um álbum composto apenas por batuque e samba de roda é o que presta. Quanta ingenuidade!!! Ainda bem que não há apenas gente reacionária no mundo!

13 de agosto de 2010 às 12:17  
Anonymous Anônimo said...

Em 1965 o compositor Noel Rosa ganhou homenagem no disco da Abelha Rainha , Maria Bethania. Posteriormente em 1976, era chegada a vez de Gal Costa escolher o alvo do seu festejo. A flor da Bahia, neste mesmo ano, cantou Caymmi num álbum primoroso de dez faixas. Ao longo desse tempo, outras cantoras fizeram suas homenagens aos Tons, Miltons, Chicos e Robertos. Alguns trabalhos relevantes com acréscimos para a música popular brasileira; em compensação, tantos outros mereciam ter ficado apenas no campo das vontades.

Com menos sorte que as Baianas, em 2010 chega a hora e vez de Roberta Sá. A Jovem cantora, muito mais carioca do que potiguar, que conta apenas com dois discos de estudio ( No Braseiro e Que Belos Estranho dia para se ter Alegria) pulou de um abismo apostando num album temático: homenagear Roque Ferreira em Quando o canto é reza.

Não que o disco seja ruim ou que Roque seja pouco. Não. Mas o tempo é um perigoso vilão para os sem paciência. Roberta apostou num repertório pouco popular, onde se canta muitas músicas de rituais espirituais africanos de um compositor que se esforça muito para acontecer, mas fica alí, respirando com dificuldade.

O golpe final vem com a decepção. Roque Ferreira, em entrevista ao Estado de São Paulo se mostrou insatisfeito com o trabalho da jovem, até então bem sucedida na carreira com os dois discos de estúdio. “Se fosse eu a gravar, seria diferente. O disco é light, e o samba-de-roda não é light. O disco perdeu em baianidade, ficou mais MPB...Bonito, mas, se eu mostrar pro pessoal do Recôncavo, eles não vão acreditar", revela Roque.

Ao que parece, sobrou para o Trio Madeira, grupo que acompanha Roberta nessa turnê, compensar as faltas. A musicalidade e os arranjos desenvolvidos ao longo das 13 faixas merecem atenção e não fazem vergonha a ninguem. Destaque para "Mandingo", "Menino", "Mão do Amor", "Chita Fina" e "Água da minha sede". O disco que canta Roque Ferreira, embora com grande esforço de Roberta e Trio pode deixar de ser reza e virar castigo.

13 de agosto de 2010 às 13:00  
Anonymous Anônimo said...

Sinceramente, acho que se O Roque gostou ou não, pouco ou nada importa. Roberta gravou o cd pros fãs e é isso que conta!!

13 de agosto de 2010 às 13:32  
Blogger Jorge Reis said...

ATÉ QUANDO NESTE PAÍS AS PESSOAS DESINFORMADAS VÃO CONMTINUAR PEDINDO PARA QUE ARTISTAS "NOVOS" PEÇAM CONSELHO A Bethania E Caetano...
COISA CHATA ISSO, ACHO UM PORRE...
JÁ IMAGINARAM SE O HOMEM DA PRE-HISTÓRIA AO INVÉS DE CRIAR E DESBRAVAR NOVO CAMINHOS E EVOLUIR MOEAL, INTELECTUAL E ESPIRITUALMENTE, TENTASSE SEMPRE FICAR COPIANDO SEUS ANTEPASSADOS ?
ARRISCO A DIZER QUE AINDA ANDARÍAMOS CURVADOS, SEM NUNCA DESFRUTAR DAS MARAVILHAS DA RODA, DO FOGO E OUTRAS COISITAS MAIS...
VAI ACONSELHAR A QUE ? A FAZER MAIS DO MESMO?
DESCULPEM, NÃO TO PODENDO COM AFETAÇÃO DE FÃ ENSANDECIDO...

13 de agosto de 2010 às 18:46  
Anonymous Anônimo said...

Sou fã da roberrta mas não gostei do disco. Esperava que agora ela viesse com algo vibrante, contemporâneo, e não com elegia a um compositor com o qual não tem praticamente nada a ver. Comprei o meu, pq compraria de qualquer jeito, mas hj mesmo voltei a ouvir seu outro, Ao Vivo, bem mais empolgante.
E a historia de baianos e calangos pode ser incorretíssima mas morri de rir. Nada grave.

Berta, vc precisa voltar a ouvir Lenine (outro duo???) e o próprio maridão, PL, que é fera. Deixa os roques pra galera do subaé, ok?

13 de agosto de 2010 às 20:08  
Blogger Leandro Caetano said...

Caro "Anônimo 12 DE AGOSTO DE 2010 23:11", já se perguntou porque os sulistas invadiram o Oeste Baiano? E quem construiu Brasília?

Será que só nós, "nordestinados", migramos?

Concordo plenamente com "Anônimo 13 de agosto de 2010 11:24"!!!

O Brasil ainda não conhece o Brasil!

Talvez Vinícius e Baden já tenham nos dado a resposta pra toda essa questão de Roque e Roberta:

"Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração"
(Samba da Benção)

13 de agosto de 2010 às 20:39  
Anonymous Anônimo said...

Até eu já estou me rendando a este cd. Acabei de escutá-lo duas vezes (sem sacanagem) e agora já me agrada mais. Também é a Roberta, se fosse outra estaria jogado pra escanteio. Abraços,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

PS: A faixa 7 que dá nome ao cd é linda. Dá até vontade de chorar. Vai ser boa assim lá na casa dela.
PS2: Que mané pegar conselhos com Bethânia, Caetano e etc, se pegasse com a Rainha do Samba talvez tivesse mais molho. kkkkkkkkkkkkkkkk

13 de agosto de 2010 às 22:06  
Anonymous Thiago said...

Quando alguém põe base eletrônica na música do Tom o povo cai matando, diz que descaracteriza a obra! Agora quando Roberta Sá transforma samba de roda baiano em SERESTA, tá tudo bem! Sou fã da Roberta, mas fico com o Braseiro e o Que belo[...], esse cd tá CHATO e MORNO!

14 de agosto de 2010 às 13:24  
Anonymous Thiago said...

PS: Ganhe os prêmios que ganhar, continuará sendo chato e morno. Não acreditem em prêmios, acreditem na música!

14 de agosto de 2010 às 13:25  
Anonymous Anônimo said...

Apenas mais um disco. Não gosto do disco da Betania cantando Vinícius de Moraes, por exemplo, acho chato. Dessas "homenagens" fico com Claridade (Alcione) e o perfeito Catavento Girasol (Leila Pinheiro). Acho esse disco precipitado, em tudo, até nas intenções.

14 de agosto de 2010 às 14:09  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, vc está carregando este título de melhor CD do ano solitariamente. Vc e um cara do JB. Os resto dos seus colegas se calaram. Isso pode ser visto no site de Roberta Sá. Vc, inclusive, não é mencionado. Deveriam te mencionar. Será que a equipe de Sá não acha seu blog relevante. Deveriam achar, pois é. Continuo escutando o disco e continuo achando muito chato, parei. Saúde ao Roque Ferreira.

14 de agosto de 2010 às 14:26  
Anonymous Nelson said...

Achei a capa horrível...

14 de agosto de 2010 às 23:04  
Anonymous Anônimo said...

O disco é ótimo em alguns momentos Cocada, To fora, Chita Fina. Roberta domina esses temas leves, ela e o trio não segura a onda é da densidade, aí fica chato mesmo, em alguns momentos até constrangedor. Alguns temas são difíceis mesmo de cantar, principalmente para uma cantora pop como Roberta. Ela deveria ter mantido distância Esqueçam estes momentos e ouçam o que o disco tem de melhor. Roberta, P. Luis, Roque Ferreira e Madeira Brasil estão de Parabéns. Lindo trabalho.

15 de agosto de 2010 às 16:00  
Anonymous Anônimo said...

Jesus! Caridade!
Como esse CD da Roberta Sá é um dos melhores do ano? Dizer isso fica chato! E vc está no meio Mauro, desculpa. É tudo igual. A voz linear. Não tem nada de novo. Foi uma luta árdua para ouvir tudo. Esse é o melhor do ano? O melhor do ano tem q ser uma coisa que vc escuta com alegria, não dor. Roque, meu filho, vc é um guerreiro. Falou até com delicadeza sobre o disco. A grande verdade que ali não tem sofisticação alguma. Tem equívoco. É um disco equivocado, não sofisticado. Apenas isso!
Roque foi gentil em suas palavras. Eu diria que o CD é uma (1) estrela, para o custo de gravação. Constrangedor... Como alguém disse acima com inteligência. Os formadores de opinião precisam escutar melhor as coisas antes de dispararem que é o melhor do ano. Que coisa chata, duas vezes. Ainda bem que o autor é um gênio e colocou a boca no mundo. Mauro, não pense que sou um ignorante. Gosto de coisa sofisticada. Mas não ruim. Sei reconhecer uma coisa e outra. Não vejo sofisticação nesse trabalho de Sá, vejo erro grave de concepção artística.
Lucas - Sorocaba - SP

15 de agosto de 2010 às 18:24  
Anonymous Anônimo said...

Gente,

78 comentários? Vê se que a obra da artistas está atingindo o objetivo que a arte tem que atingir: provocar. Ponto pra Roberta, para o bem e para o mal.

16 de agosto de 2010 às 18:00  
Anonymous Anônimo said...

O que causou 78 comentários não foi a obra e sim a super valorização dada pelo Mauro ao trabalho, assim como ele faz com a Marisa Monte e Maria Bethania.

17 de agosto de 2010 às 00:07  
Anonymous Anônimo said...

Desculpe pelo OFF-post, mas- O preconceito e alienação é tanta, que alguns ainda se atém à imagem do retirante. Cara, isso é coisa do século passado. Emprego no nordeste há aos montes, há até complexos industriais, - e inclusão digital - caso você não saiba. O sudeste ser mais desenvolvido não passa de uma questão política.

[Fim do OFF-post]
Não tinha me manifestado sobre o CD. Ouvi rapidamente de primeira e estranhei muito. Na segunda, me dei conta dos belíssimos arranjos do Trio (Como um - péssimo - tocador de violão, admiro toda a instrumentação). Há músicas legais. A idéia foi válida. Desculpem-me puristas, mas O QUE É O CERNE DA ARTE, ESSA TAL ESSÊNCIA QUE TANTO FALAM TER SIDO DESVIRTUADA? No todo, é válido pelo risco, apesar de ser bem chato. (Somente fico me perguntando como seria a cotação se esse CD fosse da MR) Enfim...

17 de agosto de 2010 às 08:59  
Anonymous Anônimo said...

Olá Mauro!
Tive que vir aqui de novo.
Ainda bem que tem crítico ponderado. Olha o que o Luiz Fernando Vianna, da Folha de São Paulo, escreveu hoje. Aqui o link sobre a opinião de uma pessoa responsável e respeitosa com o trabalho da Roberta Sá. Ele deu o número de estrelas que o trabalho, realmente, merece: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1808201018.htm
Respeito sua opinião, mas o Vianna foi mais feliz em suas colocações.

18 de agosto de 2010 às 18:31  
Blogger ADEMAR AMANCIO said...

83 comentários,contando com o meu.As pessoas adoram uma polêmica.

20 de maio de 2016 às 14:59  

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