30 de agosto de 2010

Richie cativa cariocas ao reativar usina de hits

Resenha de Show
Título: Brazilian Tour 2010
Artista: Lionel Richie (em foto de Mauro Ferreira)
Local: HSBC Arena (RJ)
Data: 29 de agosto de 2010
Cotação: * * * * 1/2
Injustamente jogado na vala comum da música kitsch por conta do alto teor de glicose de suas baladas, o repertório de Lionel Richie é a trilha sonora de toda uma geração que, ao longo dos anos 70, dançou ao som do soul e do r & b funkeado do grupo The Commodores e depois - já na década de 80 - curtiu as baladas e a diluição pop desse som da Motown quando o artista partiu em carreira solo. Aos 61 anos de vida e 42 de carreira, Richie reativou sua poderosa usina de hits na noite de 29 de agosto de 2010 ao subir ao palco da HSBC Arena para fazer seu primeiro show no Rio de Janeiro (RJ). Com vitalidade e simpatia, o cantor não deu sinais de decadência. Ao contrário: Richie se mostrou em perfeita forma vocal e, com ajuda de afiada banda que garantiu a pressão do som, ele cativou os fãs cariocas que encheram a Arena para ouvir os hits de Richie. E eles, os hits, se fizeram presentes em sua quase totalidade (Truly foi uma das poucas ausências sentidas no roteiro ágil que contabilizou 20 músicas em menos de uma hora e meia).
Com direito a telões de alta definição, Richie fez show azeitado, coeso e sedutor. Hello - uma de suas baladas mais conhecidas - abriu o roteiro na forma de vinheta, mixada com o bate-estaca eletrônico de Everybody Dance Now (música da banda C & C Music Factory). Mas Richie em pessoa somente deu o ar da graça a partir da dançante All Around the World. E logo veio o primeiro hit, Easy, do repertório dos Commodores. De início, a música foi tocada com fidelidade ao arranjo da gravação original - como, aliás, todos os sucessos alinhados no show - mas, na sequência, ganhou suingue inusitado. Após dois temas menores de sua usina de hits, Ballerina Girl e Running with the Night (número de alta voltagem no qual o cantor pôs a plateia de pé), Richie dispensou a banda e se sentou ao piano para, com banais dotes de tecladista, entoar as baladas Still, Oh No e Stuck on You. Incentivado pela vibração do artista, o público se deixou levar pelo romantismo das baladas e pela irresistível batida pop de temas como You Are, fazendo coro e uma corrente de boa energia que deu leveza e aura especial ao primeiro show carioca do artista. Galante, Richie cortejou as mulheres da plateia - e foi cortejado por elas - ao solicitar o coro feminino em Three Times a Lady e, mais tarde, ao pedir que elas cantassem a parte de Diana Ross na balada Endless Love. "Quem precisa de Diana?", gracejou, ao ser prontamente atendido. Ao fim de Dancing on the Ceiling e em outros momentos do show, Richie chegou a bater palmas para o público. O afago no ego dos fãs foi justo. Foi a sintonia entre público e artista que valorizou o show, cujo roteiro abriu generosos espaços para o repertório do Commodores - Fancy Dancer, Lady (You Bring me Up), Sail on - e culminou com o funkaço Brick House, revivido à moda da Motown. No primeiro bis, vieram as inevitáveis Hello - com direito à projeção de um globo espelhado no telão - e All Night Long. No segundo, Richie improvisou o trecho inicial de We Are the World, em memória do amigo e parceiro Michael Jackson (1958 - 2009). E acabou-se o que foi doce. Compositor talentoso, ainda não valorizado na medida de sua importância, Lionel Richie saiu definitamente do palco da HSBC Arena, prometendo retornar ao Rio de Janeiro em 2011 para reencontrar seu público ávido por ouvir seus hits all night long. Tomara que ele cumpra a promessa!

8 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Injustamente jogado na vala comum da música kitsch por conta do alto teor de glicose de suas baladas, o repertório de Lionel Richie é a trilha sonora de toda uma geração que, ao longo dos anos 70, dançou ao som do soul e do r & b funkeado do grupo The Commodores e depois - já na década de 80 - curtiu as baladas e a diluição pop desse som da Motown quando o artista partiu em carreira solo. Aos 61 anos de vida e 42 de carreira, Richie reativou sua poderosa usina de hits na noite de 29 de agosto de 2010 ao subir ao palco da HSBC Arena para fazer seu primeiro show no Rio de Janeiro (RJ). Com vitalidade e simpatia, o cantor não deu sinais de decadência. Ao contrário: Richie se mostrou em perfeita forma vocal e, com ajuda de afiada banda que garantiu a pressão do som, ele cativou os fãs cariocas que encheram a Arena para ouvir os hits de Richie. E eles, os hits, se fizeram presentes em sua quase totalidade (Truly foi uma das poucas ausências sentidas no roteiro ágil que contabilizou 20 músicas em menos de uma hora e meia).
Com direito a telões de alta definição, Richie fez show azeitado, coeso e sedutor. Hello - uma de suas baladas mais conhecidas - abriu o roteiro na forma de vinheta, mixada com o bate-estaca eletrônico de Everybody Dance Now (música da banda C & C Music Factory). Mas Richie em pessoa somente deu o ar da graça a partir da dançante All Around the World. E logo veio o primeiro hit, Easy, do repertório dos Commodores. De início, a música foi tocada com fidelidade ao arranjo da gravação original - como, aliás, todos os sucessos alinhados no show - mas, na sequência, ganhou suingue inusitado. Após dois temas menores de sua usina de hits, Ballerina Girl e Running with the Night (número de alta voltagem no qual o cantor pôs a plateia de pé), Richie dispensou a banda e se sentou ao piano para, com banais dotes de tecladista, entoar as baladas Still, Oh No e Stuck on You. Incentivado pela vibração do artista, o público se deixou levar pelo romantismo das baladas e pela irresistível batida pop de temas como You Are, fazendo coro e uma corrente de boa energia que deu leveza e aura especial ao primeiro show carioca do artista. Galante, Richie cortejou as mulheres da plateia - e foi cortejado por elas - ao solicitar o coro feminino em Three Times a Lady e, mais tarde, ao pedir que elas cantassem a parte de Diana Ross na balada Endless Love. "Quem precisa de Diana?", gracejou, ao ser prontamente atendido. Ao fim de Dancing on the Ceiling e em outros momentos do show, Richie chegou a bater palmas para o público. O afago no ego dos fãs foi justo. Foi a sintonia entre público e artista que valorizou o show, cujo roteiro abriu generosos espaços para o repertório do Commodores - Fancy Dancer, Lady (You Bring me Up), Sail on - e culminou com o funkaço Brick House, revivido à moda da Motown. No primeiro bis, vieram as inevitáveis Hello - com direito à projeção de um globo espelhado no telão - e All Night Long. No segundo, Richie improvisou o trecho inicial de We Are the World, em memória do amigo e parceiro Michael Jackson (1958 - 2009). E acabou-se o que foi doce. Compositor talentoso, ainda não valorizado na medida de sua importância, Lionel Richie saiu definitamente do palco da HSBC Arena, prometendo retornar ao Rio de Janeiro em 2011 para reencontrar seu público ávido por ouvir seus hits all night long. Tomara que ele cumpra a promessa!

30 de agosto de 2010 às 12:05  
Anonymous Anônimo said...

O show foi mara! Só lamento por Lionel ter cortado Endless Love à metade da linda letra.

30 de agosto de 2010 às 14:27  
Anonymous Barci said...

Não cantou "Ballerina Girl" em homenagem a filha que hoje é mais famosa que ele?

30 de agosto de 2010 às 14:36  
Anonymous Anônimo said...

PELA RESENHA O MAURO SE JOGOU NESSE SHOW !

30 de agosto de 2010 às 18:06  
Anonymous Anônimo said...

Este foi o set list:

All around the world
Penny lover
Easy / My love
Ballerina girl
Running with the night
Still
Oh no
Stuck on you
You are
Three times a lady
Dancing on the ceiling
Sail on
Say you, say me
Fancy dancer
Lady (you bring me up)
Endless love
Brick house

bis
Hello
All night long
We are the world

30 de agosto de 2010 às 20:02  
Blogger Unknown said...

Showzão, Mauro!Também senti a auência de Truly, mas me acabei tanto dançar. Lionel é 10!

30 de agosto de 2010 às 20:14  
Anonymous Barci said...

sorry,não me liguei.

31 de agosto de 2010 às 09:12  
Anonymous Anônimo said...

Adoro Lionel. Sinto muita falta desse tempo em que a música negra americana tinha lindas melodias e elegância, com gente como Lionel e Diana Ross dando as cartas. Ainda hoje acho que Diana Ross é a melhor cantora negra americana. Hoje em dia é só vulgaridade das desvairadas cantoras de R&B gritando feito loucaa e os horripilantes rappers, visual e musicalmente falando.

31 de agosto de 2010 às 23:10  

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