15 de agosto de 2010

CD 'Vermelho' joga Nina Becker em fogo brando

Resenha de CD
Título: Vermelho
Artista: Nina Becker
Gravadora: YB Music
Cotação: * * *

Vermelho é - em tese - um disco quente que se contrapõe à frieza do silêncioso Azul. Os CDs marcam a dupla estreia solo de Nina Becker no mercado fonográfico. Assim como Azul, Vermelho tem produção assinada pela própria Nina em parceria com Maurício Tagliari e Carlos Eduardo Miranda. O diferencial do CD Vermelho reside no fato de ter sido gravado com a banda carioca Do Amor - formada por Gabriel Bubu (guitarra), Gustavo Benjão (guitarra), Marcelo Callado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo). O quarteto cult - que agrega dois dos três integrantes da BandaCê, de Caetano Veloso - situa Nina Becker longe da fervura. Apesar de Vermelho ser um disco supostamente mais caloroso do que Azul, as dez músicas são cozinhadas em fogo brando que remete à delicadeza melancólica do CD supostamente mais cool. A releitura de Lágrimas Negras (Jorge Mautner e Nelson Jacobina), por exemplo, se ajustaria aos tons desbotados de Azul. O mesmo podendo ser dito da canção Do Avesso (Nina Becker e Nervoso), destaque do repertório de Vermelho. Em contrapartida, o clima quase lúdico de Superluxo (Nina Becker e Nervoso) e de Toc Toc - samba de Rubinho Jacobina no qual sobressai o timbre da guitarra de Gabriel Bubu - contrasta com a densidade silenciosa do outro disco. Com seus timbres antenados, o quarteto Do Amor parece preencher todos os vazios de músicas como De um Amor em Paz (parceria de Domenico Lancellotti com o tradicional sambista Délcio Carvalho) e Tropical Poliéster (tema assinado pela cantora com os músicos da banda). Acima de comparações e de rótulos, Azul e Vermelho esboçam uma personalidade forte para Nina Becker. Se todo Carnaval tem seu fim, a folia solo da boa cantora - projetada na Orquestra Imperial - parece estar apenas no começo.

4 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Vermelho é - em tese - um disco quente que se contrapõe à frieza do silêncioso Azul. Os CDs marcam a dupla estreia solo de Nina Becker no mercado fonográfico. Assim como Azul, Vermelho tem produção assinada pela própria Nina em parceria com Maurício Tagliari e Carlos Eduardo Miranda. O diferencial do CD Vermelho reside no fato de ter sido gravado com a banda carioca Do Amor - formada por Gabriel Bubu (guitarra), Gustavo Benjão (guitarra), Marcelo Callado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo). O quarteto cult - que agrega dois dos três integrantes da BandaCê, de Caetano Veloso - situa Nina Becker longe da fervura. Apesar de Vermelho ser um disco supostamente mais caloroso do que Azul, as dez músicas são cozinhadas em fogo brando que remete à delicadeza melancólica do CD supostamente mais cool. A releitura de Lágrimas Negras (Jorge Mautner e Nelson Jacobina), por exemplo, se ajustaria aos tons desbotados de Azul. O mesmo podendo ser dito da canção Do Avesso (Nina Becker e Nervoso), destaque do repertório de Vermelho. Em contrapartida, o clima quase lúdico de Superluxo (Nina Becker e Nervoso) e de Toc Toc - samba de Rubinho Jacobina no qual sobressai o timbre da guitarra de Gabriel Bubu - contrasta com a densidade silenciosa do outro disco. Com seus timbres antenados, o quarteto Do Amor parece preencher todos os vazios de músicas como De um Amor em Paz (parceria de Domenico Lancellotti com o tradicional sambista Délcio Carvalho) e Tropical Poliéster (tema assinado pela cantora com os músicos da banda). Acima de comparações e de rótulos, Azul e Vermelho esboçam uma personalidade forte para Nina Becker. Se todo Carnaval tem seu fim, a folia solo da boa cantora - projetada na Orquestra Imperial - parece estar apenas no começo.

15 de agosto de 2010 às 12:58  
Anonymous Anônimo said...

Gostei mais do Vermelho que do Azul. Apesar de não ser intenso como a cor requer tem umas canções legais como madrugada branca e Toc toc. No entanto ainda não consegui absorver essa atmosfera dita 'cult' de alguns indies brasileiros, acho normalmente chato, ralentado e sem pulsação (ao estilo Céu). Se é pra ser melancólico eu prefiro os tons do trip hop do Air, Charlotte Gainsbourg e afins, que já influenciaram bons trabalhos no Brasil como Sozinha minha (Adriana Maciel) ou mesmo o melancólico e interessante Nocturno de Bia Krieger e os primeiros do Romulo Fróes.

15 de agosto de 2010 às 16:02  
Anonymous Anônimo said...

Nina Becker tem a inteligência necessária para se tornar uma nova cantora fundamental. Um repertório cheio de letras inesperadas e melodias que afirmam essas diferenças. Meus dois álbuns de cabeceira nesse momento

16 de agosto de 2010 às 11:03  
Blogger lurian said...

O cd é uma clara referência de inpiração à Lágrimas negras tema Galcostiano.

10 de março de 2011 às 17:56  

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