Convidados valorizam registro de DVD de Israel
Título: 13 Parcerias com Cazuza
Artista: George Israel (em fotos de Mauro Ferreira)
Convidados especiais: André Ramiro, Dadi, Elza Soares, Fred Israel, Leo Israel, Leo Jaime, Marcelo Novaes, Ney Matogrosso, Nilo Romero, Pepeu Gomes, Os Roncadores e Sandra de Sá
Local: Canecão (RJ)
Data: 2 de junho de 2010
Cotação: * * *
Saxofonista do Kid Abelha, George Israel não nasceu com o dom do canto, embora solte a voz eventualmente em discos e shows do grupo - que volta à cena ainda em 2010 - e tenha aproveitado o hiato do trio para construir carreira solo que já contabiliza três discos. O terceiro é o recém-lançado 13 Parcerias com Cazuza, CD em que Israel reúne a maioria das músicas que fez com Cazuza (1958 - 1990). E, como a poesia vigorosa do Exagerado pede vozes igualmente fortes, Israel se cercou no disco de solistas como Sandra de Sá e Ney Matogrosso. Convidados que, em parte, compareceram à gravação do primeiro DVD solo do artista, feita no Rio de Janeiro (RJ), na noite de 2 de junho de 2010, em show no Canecão cujo roteiro enfileirou 14 parcerias de Israel com Cazuza - as 13 do CD e mais Andróide sem Par, tema cantado por George com Fred Israel, seu filho baixista. E foram justamente os convidados que deram gás a um show que iniciou morno e sem pegada - no bloco que agregou Brasil, Completamente Blue, Mina e De Quem É o Poder? (em registro suave que tirou a força dos questionamentos da letra) - e começou a esquentar com a entrada d'Os Roncadores (Gustavo Contreiras e Rodrigo Sha) em Amor, Amor. Contudo, o primeiro real bom momento do show foi Blues do Ano 2000, muito por conta da presença de Pepeu Gomes. O solo hendrixiano do guitarrista encorpou o blues, finalizado com duelo travado entre a guitarra de Pepeu e o saxofone de Israel. Na sequência, após a insossa A Inocência do Prazer (música lançada por Dulce Quental), Ney Matogrosso foi convocado ao palco e valorizou 4 Letras, como já havia feito no disco. Pena que, com a mudança da data da gravação por conta do efêmero fechamento do Canecão, Marcelo D2 não pôde comparecer no show de 2 de junho. Sua substituição pelo rapper André Ramiro prejudicou a releitura modernosa de Brasil, mesmo que Elza Soares tenha reeditado sua (boa) participação do disco. Ramiro discursa mal e improvisa pior ainda. Sem falar que errou feio a letra ao falar "desinformante" em vez de "desimportante" - como escrito por Cazuza. Da mesma forma, a intervenção de Ramiro na ginasial A Burguesia - número climático no qual Dadi, produtor do CD, tocou guitarra - foi pálida, sem a pegada de Tico Santa Cruz, convidado da música no disco. Em contrapartida, Sandra de Sá, que pouco faz no álbum por Solidão que Nada, valorizou a música no palco do Canecão num dos números mais quentes da noite. Seus vocais no refrão "Viver é bom / Nas Curvas da Estrada / Solidão que Nada" foram arrepiantes e puseram a alma de Cazuza na gravação. Já os delírios contidos na letra de Nabucodonosor foram embaçados pelo caráter performático do número, feito com adesões de Leo Jaime e do ator dublê de músico Marcelo Novaes (responsável pela gaita que imprimiu tom country-blues ao tema). Israel, os convidados de Nabucodonosor e a banda - que incluía o baterista Guto Goffi, do grupo Barão Vermelho - desceram para a plateia, finalizando a música entre as mesas do Canecão, em mise-en-scène charmosa. Enfim, Cazuza já ganhou tributos mais coesos. Ainda assim, alguns convidados - Ney Matogrosso e Sandra de Sá, em especial - contribuíram para que o balanço da noite fosse positivo.
6 Comments:
Saxofonista do Kid Abelha, George Israel não nasceu com o dom do canto, embora solte a voz eventualmente em discos e shows do grupo - que volta à cena ainda em 2010 - e tenha aproveitado o hiato do trio para construir carreira solo que já contabiliza três discos. O terceiro é o recém-lançado 13 Parcerias com Cazuza, CD em que Israel reúne a maioria das músicas que fez com Cazuza (1958 - 1990). E, como a poesia vigorosa do Exagerado pede vozes igualmente fortes, Israel se cercou no disco de solistas como Sandra de Sá e Ney Matogrosso. Convidados que, em parte, compareceram à gravação do primeiro DVD solo do artista, feita no Rio de Janeiro (RJ), na noite de 2 de junho de 2010, em show no Canecão cujo roteiro enfileirou 14 parcerias de Israel com Cazuza - as 13 do CD e mais Andróide sem Par, tema cantado por George com Fred Israel, seu filho baixista. E foram justamente os convidados que deram gás a um show que iniciou morno e sem pegada - no bloco que agregou Brasil, Completamente Blue, Mina e De Quem É o Poder? (em registro suave que tirou a força dos questionamentos da letra) - e começou a esquentar com a entrada d'Os Roncadores (Gustavo Contreiras e Rodrigo Sha) em Amor, Amor. Contudo, o primeiro real bom momento do show foi Blues do Ano 2000, muito por conta da presença de Pepeu Gomes. O solo hendrixiano do guitarrista encorpou o blues, finalizado com duelo travado entre a guitarra de Pepeu e o saxofone de Israel. Na sequência, após a insossa A Inocência do Prazer (música lançada por Dulce Quental), Ney Matogrosso foi convocado ao palco e valorizou 4 Letras, como já havia feito no disco. Pena que, com a mudança da data da gravação por conta do efêmero fechamento do Canecão, Marcelo D2 não pôde comparecer no show de 2 de junho. Sua substituição pelo rapper André Ramiro prejudicou a releitura modernosa de Brasil, mesmo que Elza Soares tenha reeditado sua (boa) participação do disco. Ramiro discursa mal e improvisa pior ainda. Sem falar que errou feio a letra ao falar "desinformante" em vez de "desimportante" - como escrito por Cazuza. Da mesma forma, a intervenção de Ramiro na ginasial A Burguesia - número climático no qual Dadi, produtor do CD, tocou guitarra - foi pálida, sem a pegada de Tico Santa Cruz, convidado da música no disco. Em contrapartida, Sandra de Sá, que pouco faz no álbum por Solidão que Nada, valorizou a música no palco do Canecão num dos números mais quentes da noite. Seus vocais no refrão "Viver é bom / Nas Curvas da Estrada / Solidão que Nada" foram arrepiantes e puseram a alma de Cazuza na gravação. Já os delírios contidos na letra de Nabucodonosor foram embaçados pelo caráter performático do número, feito com adesões de Leo Jaime e do ator dublê de músico Marcelo Novaes (responsável pela gaita que imprimiu tom country-blues ao tema). Israel, os convidados de Nabucodonosor e a banda - que incluía o baterista Guto Goffi, do grupo Barão Vermelho - desceram para a plateia, finalizando a música entre as mesas do Canecão, em mise-en-scène charmosa. Enfim, Cazuza já ganhou tributos mais coesos. Ainda assim, alguns convidados - Ney Matogrosso e Sandra de Sá, em especial - contribuíram para que o balanço da noite fosse positivo.
elementar: sandra e ney é que eram amigos de cazuza. os outros conheceram, se muito
O Mauro gosta dos meus discos (, mas bate na mesma tecla destacando dentro de um leque de sons e canções que apresento o fato que não nasci pra ser cantor. Respeito a opinião, cheguei ao microfone por ser compositor. Esse cd não é um tributo, já que nele só tem musicas que compus com Cazuza. Isso e o fato de ter sido gravado com tratamento que se dá a um cd de musicas ineditas,
traz coesão .
Para se ter uma boa versão não é preciso ser comparada com a original em temperatura, talvez em sensibilidade e beleza. O tempo passou...
Mas convido aos que leram a materia que ouçam as versões desse disco, tanto as quentes qto as mornas, sendo que principalmente estas, outras pessoas classificaram como belas.
De qq maneira valeu a presença do Mauro no Canecão. E já que a unanimidade é burra; aí vai minha opinião! abs George
Sandra de Sá cismou de fazer o visual Cyndi lauper dos anos 80... Amigos do Cazuza a Rorô também era e devia gravar algo, tanta coisa boa q o Caju tem!
Que milagre!
Um projeto de convidados e nao chamaram Seu Jorge e nem a Zelia Duncan????
Então diz aê. Porque André Ramiro?!!!
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