Inspirado, Aguiar solta sua voz em 'Transeunte'
Resenha de CD
Título: Transeunte
Artista: Mauro Aguiar
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2
Letrista de temas de Guinga e de José Miguel Wisnik, entre outros compositores, Mauro Aguiar sai da sombra de seus parceiros e se posiciona sob os holofotes em Transeunte. Aguiar debuta como intérprete em bom disco que evoca sem saudosismo tradições da melhor música produzida no Brasil, mesmo quando incursiona por ritmos estrangeiros como fox (Dreams e Mentiras, em duo com Marianna Leporace) e salsa (Incinero, pérola lustrada com Zé Paulo Becker recém-pescada por Ney Matogrosso para o repertório de seu show Beijo Bandido). Dentro da rota nacional, a produção de Mário Sève formata com elegância repertório que transita por samba (Sambaqui, feito com Kalu Coelho), canção (Os Olhos da Cara, parceria com Guinga entoada com rigor estilístico por Paula Santoro), frevo (Calunga) e baião ( o saliente Baião da Guanabara). Única composição em que o letrista se aventura como melodista (em parceria com Kalu Coelho), Canária na Área - tributo às cantoras que povoam o território musical do Brasil - mostra que Aguiar bebe na fonte de mestres como Chico Buarque. O saxofone do produtor Mário Sève envolve a valsa Onírica com o mesmo virtuosismo com que o trompete de Jessé Sadoc pontua o Pagode Jazz Sardinha's Club, sinalizando a presença marcante dos sopros dos arranjos. Pela natural intimidade com o repertório, a voz sempre bem colocada de Aguiar valoriza sua obra autoral sem que o cantor debutante se imponha com real brilho no time dos que vivem do ofício. Ainda assim, a impressão é sempre positiva. Entre a inspirada música que abre o disco - O Salto, parceria com Edu Kneip que retrata o malabarista Xangô, personagem lendário do Largo da Carioca (RJ) - e o não menos inspirado acalanto que o fecha (Nana, Nina, Não - com a harpa celestial de Cristina Braga e a voz do parceiro Edu Krieger), Transeunte joga luz sobre obra que situa Mauro Aguiar em lugar de honra na dinastia da tal MPB.
Título: Transeunte
Artista: Mauro Aguiar
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2
Letrista de temas de Guinga e de José Miguel Wisnik, entre outros compositores, Mauro Aguiar sai da sombra de seus parceiros e se posiciona sob os holofotes em Transeunte. Aguiar debuta como intérprete em bom disco que evoca sem saudosismo tradições da melhor música produzida no Brasil, mesmo quando incursiona por ritmos estrangeiros como fox (Dreams e Mentiras, em duo com Marianna Leporace) e salsa (Incinero, pérola lustrada com Zé Paulo Becker recém-pescada por Ney Matogrosso para o repertório de seu show Beijo Bandido). Dentro da rota nacional, a produção de Mário Sève formata com elegância repertório que transita por samba (Sambaqui, feito com Kalu Coelho), canção (Os Olhos da Cara, parceria com Guinga entoada com rigor estilístico por Paula Santoro), frevo (Calunga) e baião ( o saliente Baião da Guanabara). Única composição em que o letrista se aventura como melodista (em parceria com Kalu Coelho), Canária na Área - tributo às cantoras que povoam o território musical do Brasil - mostra que Aguiar bebe na fonte de mestres como Chico Buarque. O saxofone do produtor Mário Sève envolve a valsa Onírica com o mesmo virtuosismo com que o trompete de Jessé Sadoc pontua o Pagode Jazz Sardinha's Club, sinalizando a presença marcante dos sopros dos arranjos. Pela natural intimidade com o repertório, a voz sempre bem colocada de Aguiar valoriza sua obra autoral sem que o cantor debutante se imponha com real brilho no time dos que vivem do ofício. Ainda assim, a impressão é sempre positiva. Entre a inspirada música que abre o disco - O Salto, parceria com Edu Kneip que retrata o malabarista Xangô, personagem lendário do Largo da Carioca (RJ) - e o não menos inspirado acalanto que o fecha (Nana, Nina, Não - com a harpa celestial de Cristina Braga e a voz do parceiro Edu Krieger), Transeunte joga luz sobre obra que situa Mauro Aguiar em lugar de honra na dinastia da tal MPB.
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Letrista de temas de Guinga e José Miguel Wisnik, entre outros compositores, Mauro Aguiar sai da sombra dos parceiros e se posiciona sob os holofotes em Transeunte. Aguiar debuta como intérprete em bom disco que evoca sem saudosismo tradições da melhor música produzida no Brasil, mesmo quando incursiona por ritmos estrangeiros como fox (Dreams e Mentiras, em duo com Mariana Leporace) e salsa (Incinero, pérola lustrada com Zé Paulo Becker recém-pescada por Ney Matogrosso para o repertório de seu show Beijo Bandido). Dentro da rota nacional, a produção de Mário Sève formata com elegância repertório que transita por samba (Sambaqui, feito com Kalu Coelho), canção (Os Olhos da Cara, parceria com Guinga entoada com rigor estilístico por Paula Santoro), frevo (Calunga) e baião ( o saliente Baião da Guanabara). Única composição em que o letrista se aventura como melodista (em parceria com Kalu Coelho), Canária na Área - tributo às cantoras que povoam o território musical do Brasil - mostra que Aguiar bebe na fonte de mestres como Chico Buarque. O saxofone do produtor Mário Sève envolve a valsa Onírica com o mesmo virtuosismo com que o trompete de Jessé Sadoc pontua o Pagode Jazz Sardinha's Club, sinalizando a presença marcante dos sopros dos arranjos. Pela natural intimidade com o repertório, a voz sempre bem colocada de Aguiar valoriza sua obra autoral sem que o cantor debutante se imponha com real brilho no time dos que vivem do ofício. Ainda assim, a impressão é sempre positiva. Entre a inspirada música que abre o disco - O Salto, parceria com Edu Kneip que retrata o malabarista Xangô, personagem lendário do Largo da Carioca (RJ) - e o não menos inspirado acalanto que o fecha (Nana, Nina, Não - com a harpa celestial de Cristina Braga e a voz do parceiro Edu Krieger), Transeunte joga luz sobre obra que situa Mauro Aguiar em lugar de honra na dinastia da tal MPB.
Mauro,
Sem querer ser chato, mas sendo, mas o nome correto da cantora é Marianna Leporace.
abração,
Denilson Santos
Grato, Denilson. Abs, MauroF
p.s.: você nunca é chato!
Qual a música que a Carol Sabóya e a Monica Salmaso gravaram? A Carol gravou um excelente disco com repertório do Mario Seve em que haviam várias letras do Mauro Aguiar, todas muito boas.
Oi Lurian, tudo bem?
Nem a Carol, nem a Mônica gravaram neste álbum. Carol Saboya foi uma das primeiras cantoras a gravar uma música com letra minha, uma parceria com Guinga: "Baião da Guanabara" ( que neste cd vem interpretada brilhantemente por Barbara Mendes ). Mais tarde ela, Carol, dedicou o cd "Chão Aberto" às Canções de Mário Sève e gravou seis canções minhas com o homenageado. Sorte nossa!
Mônica gravou com o grupo Maogani, no cd Cordas Cruzadas o choro "Guingando", uma reverência minha e do Edu Kneip ao mestre Guinga, que havia nos apresentado.
No CD Transeunte, as cantoras que fazem participações especiais são:
Paula Santoro ( Os Olhos da Cara ), Marianna Leporace ( Dreams e Mentiras ), Cecilia Stanzione ( Incinero )e Barbara Mendes ( Baião da Guanabara.
Um abraço e obrigado.
Mauro Aguiar.
Obrigado pelos esclarecimentos Mauro Aguiar. Eu havia lido outra resenha do cd e creio que entendi errado. Que bom que vc acompanha o blog do Mauro assim como nós e parabéns pelo seu trabalho!!!
Abraços.
Parabéns pela resenha,Mauro ( Ferreira). E,Mauro Aguiar, parabéns pela sua qualidade nas letras, sou muito fã do Guinga e vc está à altura de letristas fabulosos que compõem com ele. Suas letras pra Guingando ( com o Edu Kneip), Concubinato e Canção Desnecessária, por exemplo, são da altura de um Aldir Blanc ou um Paulo César Pinheiro. Parabéns mesmo, vou adquirir o disco e ouvir com prazer.
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