O som da Motown ecoa com brilho em musical
Resenha de Musical
Título: O Som da Motown
Idealização e direção: Renato Vieira e Cláudio Figueira
Elenco: Alcione Marques, Débora Pinheiro, Ellen Wilson,
Simone Centurione e Thalita Pertuzatti
Local: Teatro do Leblon - Sala Marília Pêra (RJ)
Cotação: * * *
Em cartaz de quinta-feira a domingo
Até 20 de dezembro de 2009
Gravadora fundada por Berry Gordy Jr. em dezembro de 1959, em Detroit (Michigan, EUA), a Motown tirou a black music dos guetos negros ao propagar o soul e o rhythm and blues para todos os Estados Unidos e, por tabela, para o mundo. Durante seu período áureo (1961-1972), a companhia lançou e projetou artistas que se tornariam ícones da música negra norte-americana. Entre eles, Michael Jackson (1958 - 2009), Stevie Wonder, Marvin Gaye (1939 – 1984), Gladys Knight, Diana Ross (lançada no trio The Supremes) e o grupo The Temptations. Nomes emblemáticos cujos repertórios figuram entre as cerca de 50 músicas que compõem o roteiro de O Som da Motown, musical criado por Renato Vieira e Cláudio Marques para celebrar os 50 anos da Motown. Em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) até 20 de dezembro de 2009, o musical é, a rigor, um (bom) show teatralizado que se sustenta com as vozes encorpadas das cinco cantoras/atrizes - recrutadas para o elenco através de testes - mas com direito a perucas e trocas de figurinos.
O cenário cheio de brilhos remete à disco music - gênero, aliás, evocado no bloco final com a destoante lembrança de Don't Leave me This Way (o hit da cantora Thelma Houston, lançado em 1976, quando a Motown já havia diluído seu marcante som). Mas o que se ouve no simpático musical carioca são os hits da fase áurea da gravadora. De início, quando as atrizes cantam músicas como I Heard It Through the Grapevine - lançada em 1966 pelo grupo The Miracles, mas popularizada nos anos seguintes nos registros de Marvin Gaye e Gladys Knight and the Pips - parece que o musical vai seguir linha desconexa. Contudo, aos poucos, O Som da Motown vai encontrando seu tom teatral, com blocos mais diferenciados, ainda que não haja no espetáculo uma dramaturgia propriamente dita. Quando existe, a teatralidade é evocada mais pela interação entre as atrizes e pela entonação dada às letras dos clássicos da gravadora. Tendência que já se intensifica nos palcos.
Dentre as cinco vozes do musical, a de Débora Pinheiro é a que exibe brilho maior, atestado pelas interpretações de Theme From Mahogany (Do You Know Where You're Going to?) - balada gravada originalmente por Thelma Houston em 1973, mas propagada na voz cristalina de Diana Ross a partir de 1975 - e de Three Times a Lady, a canção lançada pelo trio The Commodores (na voz de Lionel Richie) em 1978. Alcione Marques também impressiona pelo registro potente que roça o timbre masculino. Já Simone Centurione tem seu momento no terno dueto virtual feito com Michael Jackson - visto e ouvido via telão - em Ben, faixa-título do álbum lançado pelo futuro Rei do Pop em 1972. Juntas, Débora Pinheiro, Ellen Wilson e Thalita Pertuzatti também marcam bela presença em cena ao reviver o trio The Supremes com caracterizações adequadas - como pode ser visto na foto que ilustra a resenha. Enfim, O Som da Motown é musical simples e, por isso mesmo, eficiente. A banda que acompanha ao vivo as cantoras-atrizes é meramente correta e nem de longe reedita a pulsação dos arranjos que deram identidade ao som da companhia de Berry Gordy, mas a força do repertório e das vozes do elenco garante o prazer do espectador. O som da Motown ainda contagia.
Título: O Som da Motown
Idealização e direção: Renato Vieira e Cláudio Figueira
Elenco: Alcione Marques, Débora Pinheiro, Ellen Wilson,
Simone Centurione e Thalita Pertuzatti
Local: Teatro do Leblon - Sala Marília Pêra (RJ)
Cotação: * * *
Em cartaz de quinta-feira a domingo
Até 20 de dezembro de 2009
Gravadora fundada por Berry Gordy Jr. em dezembro de 1959, em Detroit (Michigan, EUA), a Motown tirou a black music dos guetos negros ao propagar o soul e o rhythm and blues para todos os Estados Unidos e, por tabela, para o mundo. Durante seu período áureo (1961-1972), a companhia lançou e projetou artistas que se tornariam ícones da música negra norte-americana. Entre eles, Michael Jackson (1958 - 2009), Stevie Wonder, Marvin Gaye (1939 – 1984), Gladys Knight, Diana Ross (lançada no trio The Supremes) e o grupo The Temptations. Nomes emblemáticos cujos repertórios figuram entre as cerca de 50 músicas que compõem o roteiro de O Som da Motown, musical criado por Renato Vieira e Cláudio Marques para celebrar os 50 anos da Motown. Em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) até 20 de dezembro de 2009, o musical é, a rigor, um (bom) show teatralizado que se sustenta com as vozes encorpadas das cinco cantoras/atrizes - recrutadas para o elenco através de testes - mas com direito a perucas e trocas de figurinos.
O cenário cheio de brilhos remete à disco music - gênero, aliás, evocado no bloco final com a destoante lembrança de Don't Leave me This Way (o hit da cantora Thelma Houston, lançado em 1976, quando a Motown já havia diluído seu marcante som). Mas o que se ouve no simpático musical carioca são os hits da fase áurea da gravadora. De início, quando as atrizes cantam músicas como I Heard It Through the Grapevine - lançada em 1966 pelo grupo The Miracles, mas popularizada nos anos seguintes nos registros de Marvin Gaye e Gladys Knight and the Pips - parece que o musical vai seguir linha desconexa. Contudo, aos poucos, O Som da Motown vai encontrando seu tom teatral, com blocos mais diferenciados, ainda que não haja no espetáculo uma dramaturgia propriamente dita. Quando existe, a teatralidade é evocada mais pela interação entre as atrizes e pela entonação dada às letras dos clássicos da gravadora. Tendência que já se intensifica nos palcos.
Dentre as cinco vozes do musical, a de Débora Pinheiro é a que exibe brilho maior, atestado pelas interpretações de Theme From Mahogany (Do You Know Where You're Going to?) - balada gravada originalmente por Thelma Houston em 1973, mas propagada na voz cristalina de Diana Ross a partir de 1975 - e de Three Times a Lady, a canção lançada pelo trio The Commodores (na voz de Lionel Richie) em 1978. Alcione Marques também impressiona pelo registro potente que roça o timbre masculino. Já Simone Centurione tem seu momento no terno dueto virtual feito com Michael Jackson - visto e ouvido via telão - em Ben, faixa-título do álbum lançado pelo futuro Rei do Pop em 1972. Juntas, Débora Pinheiro, Ellen Wilson e Thalita Pertuzatti também marcam bela presença em cena ao reviver o trio The Supremes com caracterizações adequadas - como pode ser visto na foto que ilustra a resenha. Enfim, O Som da Motown é musical simples e, por isso mesmo, eficiente. A banda que acompanha ao vivo as cantoras-atrizes é meramente correta e nem de longe reedita a pulsação dos arranjos que deram identidade ao som da companhia de Berry Gordy, mas a força do repertório e das vozes do elenco garante o prazer do espectador. O som da Motown ainda contagia.
3 Comments:
Gravadora fundada por Berry Gordy Jr. em dezembro de 1959, em Detroit (Michigan, EUA), a Motown tirou a black music dos guetos negros ao propagar o soul e o rhythm and blues para todos os Estados Unidos e, por tabela, para o mundo. Durante seu período áureo (1961-1972), a companhia lançou e projetou artistas que se tornariam ícones da música negra norte-americana. Entre eles, Michael Jackson (1958 - 2009), Stevie Wonder, Marvin Gaye (1939 – 1984), Gladys Knight, Diana Ross (lançada no trio The Supremes) e o grupo The Temptations. Nomes emblemáticos cujos repertórios figuram entre as cerca de 50 músicas que compõem o roteiro de O Som da Motown, musical criado por Renato Vieira e Cláudio Marques para celebrar os 50 anos da Motown. Em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) até 20 de dezembro de 2009, o musical é, a rigor, um (bom) show teatralizado que se sustenta com as vozes encorpadas das cinco cantoras/atrizes - recrutadas para o elenco através de testes - mas com direito a perucas e trocas de figurinos.
O cenário cheio de brilhos remete à disco music - gênero, aliás, evocado no bloco final com a destoante lembrança de Don't Leave me This Way (o hit da cantora Thelma Houston, lançado em 1976, quando a Motown já havia diluído seu marcante som). Mas o que se ouve no simpático musical carioca são os hits da fase áurea da gravadora. De início, quando as atrizes cantam músicas como I Heard It Through the Grapevine - lançada em 1966 pelo grupo The Miracles, mas popularizada nos anos seguintes nos registros de Marvin Gaye e Gladys Knight and the Pips - parece que o musical vai seguir linha desconexa. Contudo, aos poucos, O Som da Motown vai encontrando seu tom teatral, com blocos mais diferenciados, ainda que não haja no espetáculo uma dramaturgia propriamente dita. Quando existe, a teatralidade é evocada mais pela interação entre as atrizes e pela entonação dada às letras dos clássicos da gravadora. Tendência que já se intensifica nos palcos.
Dentre as cinco vozes do musical, a de Débora Pinheiro é a que exibe brilho maior, atestado pelas interpretações de Theme From Mahogany (Do You Know Where You're Going to?) - balada gravada originalmente por Thelma Houston em 1973, mas propagada na voz cristalina de Diana Ross a partir de 1975 - e de Three Times a Lady, a canção lançada pelo trio The Commodores (na voz de Lionel Richie) em 1978. Alcione Marques também impressiona pelo registro potente que roça o timbre masculino. Já Simone Centurione tem seu momento no terno dueto virtual feito com Michael Jackson - visto e ouvido via telão - em Ben, faixa-título do álbum lançado pelo futuro Rei do Pop em 1972. Juntas, Débora Pinheiro, Ellen Wilson e Thalita Pertuzatti também marcam bela presença em cena ao reviver o trio The Supremes com caracterizações adequadas - como pode ser visto na foto que ilustra a resenha. Enfim, O Som da Motown é musical simples e, por isso mesmo, eficiente. A banda que acompanha ao vivo as cantoras-atrizes é meramente correta e nem de longe reedita a pulsação dos arranjos que deram identidade ao som da companhia de Berry Gordy, mas a força do repertório e das vozes do elenco garante o prazer do espectador. O som da Motown ainda contagia.
O elenco pode ter boa voz, mas elas acham que são Whitney Houston ou Mariah Carey... só sabem gritar!!! Saí de lá com dor de cabeça! Não recomendo!!
Mauro, por favor corrija o nome do co- idealizador/ co-diretor, é Claudio Vieira, não Claudio Marques.
Postar um comentário
<< Home