5 de dezembro de 2009

Biografia altera a visão de filme sobre Simonal

Nada tira o mérito e o caráter histórico de Simonal Ninguém Sabe o Duro que Dei, o filme de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal sobre a ascensão e queda de Wilson Simonal (1938 - 2000). Contudo, é fato que a recém-lançada biografia do cantor, Nem Vem que Não Tem - A Vida e o Veneno de Wilson Simonal, altera a percepção sobre o documentário, recém-editado em DVD (capa acima) pela gravadora Biscoito Fino, com extras que incluem depoimentos inéditos, cenas excluídas e imagens de arquivo que não entraram na edição final do filme. O livro escrito por Ricardo Alexandre reconstitui toda a pendenga política que esvaziou a carreira de Simonal a partir de 1971. Face ao relato detalhista da biografia, o filme - pioneiro ao reabrir o caso com a proeza de conseguir ouvir o contador Raphael Viviani, pivô da confusão que envolveu o nome de Simonal com o Dops - já parece superficial na abordagem dos fatos. Sobretudo por não mostrar o quanto Simonal contribuiu para sua derrocada ao assinar documento que o apresentava como delator e por não detalhar a vida do cantor pós-1971 (os discos e os shows somente ficariam escassos a partir dos anos 80). Ex-diretor da TV Globo, Boni, por exemplo, é entrevistado pelos diretores do filme, mas não é levado a esclarecer a questão do imbróglio de Simonal com a emissora carioca (o livro revela que a Globo chegou a pôr o cantor na geladeira, mas não pela questão política e, sim, por conta da arrogância do artista no trato com Boni e do sério desentendimento do cantor com um sócio que tinha influência na emissora). Nada - vale repetir - tira os méritos do filme, cuja ágil edição lhe deu tom pop que facilitou sua aceitação por um público jovem que mal sabia quem foi Simonal. Contudo, a esclarecedora biografia de Ricardo Alexandre mostra que os diretores poderiam ter dado mais duro na apuração e exposição dos controvertidos fatos da vida do artista. Sensação reforçada pelo DVD ora editado.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Nada tira o mérito e o caráter histórico de Simonal Ninguém Sabe o Duro que Dei, o filme de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal sobre a ascensão e queda de Wilson Simonal (1938 - 2000). Contudo, é fato que a recém-lançada biografia do cantor, Nem Vem que Não Tem - A Vida e o Veneno de Wilson Simonal, altera a percepção sobre o documentário, recém-editado em DVD (capa acima) pela gravadora Biscoito Fino, com extras que incluem depoimentos inéditos, cenas excluídas e imagens de arquivo que não entraram na edição final do filme. O livro escrito por Ricardo Alexandre reconstitui a pendenga política que esvaziou a carreira de Simonal a partir de 1971. Face ao relato detalhista da biografia, o filme - pioneiro ao reabrir o caso com a proeza de conseguir ouvir o contador Raphael Viviani, pivô da confusão que envolveu o nome de Simonal com o Dops - já parece superficial na abordagem dos fatos. Sobretudo por não mostrar o quanto Simonal contribuiu para sua derrocada ao assinar documento que o apresentava como delator e por não detalhar a vida do cantor pós-1971 (os discos e os shows somente ficariam escassos a partir dos anos 80). Ex-diretor da TV Globo, Boni, por exemplo, é entrevistado pelos diretores do filme, mas não é levado a esclarecer a questão do imbróglio de Simonal com a emissora carioca (o livro revela que a Globo chegou a pôr o cantor na geladeira, mas não pela questão política e, sim, por conta da arrogância do artista no trato com Boni e do sério desentendimento do cantor com um sócio que tinha influência na emissora). Nada - vale repetir - tira os méritos do filme, cuja ágil edição lhe deu tom pop que facilitou sua aceitação por um público jovem que mal sabia quem foi Simonal. Mas a esclarecedora biografia de Ricardo Alexandre mostra que os diretores poderiam ter dado mais duro na apuração e exposição dos controvertidos fatos da vida do artista. Sensação reforçada pelo DVD ora editado.

5 de dezembro de 2009 às 11:22  

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