Sucinto, Ney se diz 'estranho' ao receber prêmio
Laureado com o Prêmio Shell de Música 2009 pelo conjunto de sua obra camaleônica, Ney Matogrosso foi sucinto ao receber o troféu em cerimônia realizada na noite de terça-feira, 24 de novembro, na casa carioca Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ). "Eu não sei o que fazer com prêmio. Eu fico meio estranho... Agradeço às pessoas que me indicaram. Confesso que não faço nada na minha vida pensando em prêmio, mas, quando ele vem, é bom. É sinal de que o trabalho alcançou uma dimensão que a gente nem sabe qual é", disse o cantor num breve discurso de agradecimento.
Segundo intérprete a ser contemplado com o Shell desde que uma mudança no regulamento, em 2008, deixou de restringir o prêmio a compositores, Ney - visto acima em foto de Marcos Issa, da Agência Argos - teve sua rica trajetória saudada na abertura da cerimônia em texto lido pela atriz Lucélia Santos. Na sequência, houve discurso de um diretor da empresa e apresentação dos Meninos do Morumbi. Após cantar músicas folclóricas, o grupo encerrou seu set com três sucessos de Ney: Homem com H (1981), O Vira (1973) e América do Sul (1975). Em seguida, coube ao cantor dominar o palco do Vivo com o encerramento da turnê de Inclassificáveis, o show que estreou em setembro de 2007, em Juiz de Fora (MG), e rodou o Brasil durante dois anos. Espetáculo imperativo, de tom bem roqueiro e politizado, Inclassificáveis voltou redondo à cena, mostrando que, aos 68 anos, Ney continua em ótima forma. Contudo, o roteiro - seguido à risca - não resume a obra ainda mutante do artista, alvo do prêmio mais do que justo.
Segundo intérprete a ser contemplado com o Shell desde que uma mudança no regulamento, em 2008, deixou de restringir o prêmio a compositores, Ney - visto acima em foto de Marcos Issa, da Agência Argos - teve sua rica trajetória saudada na abertura da cerimônia em texto lido pela atriz Lucélia Santos. Na sequência, houve discurso de um diretor da empresa e apresentação dos Meninos do Morumbi. Após cantar músicas folclóricas, o grupo encerrou seu set com três sucessos de Ney: Homem com H (1981), O Vira (1973) e América do Sul (1975). Em seguida, coube ao cantor dominar o palco do Vivo com o encerramento da turnê de Inclassificáveis, o show que estreou em setembro de 2007, em Juiz de Fora (MG), e rodou o Brasil durante dois anos. Espetáculo imperativo, de tom bem roqueiro e politizado, Inclassificáveis voltou redondo à cena, mostrando que, aos 68 anos, Ney continua em ótima forma. Contudo, o roteiro - seguido à risca - não resume a obra ainda mutante do artista, alvo do prêmio mais do que justo.
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Laureado com o Prêmio Shell de Música 2009 pelo conjunto de sua obra camaleônica, Ney Matogrosso foi sucinto ao receber o troféu em cerimônia realizada na noite de terça-feira, 24 de novembro, na casa carioca Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ). "Eu não sei o que fazer com prêmio. Eu fico meio estranho... Agradeço às pessoas que me indicaram. Confesso que não faço nada na minha vida pensando em prêmio, mas, quando ele vem, é bom. É sinal de que o trabalho alcançou uma dimensão que a gente nem sabe qual é", disse o cantor em breve discurso de agradecimento. Segundo intérprete a ser contemplado com o Shell desde que uma mudança no regulamento, em 2008, deixou de restringir o prêmio a compositores, Ney teve sua trajetória saudada na abertura da cerimônia em texto lido pela atriz Lucélia Santos. Na sequência, houve discurso de um diretor da empresa e apresentação dos Meninos do Morumbi. Após cantar músicas folclóricas, o grupo encerrou seu set com três sucessos de Ney: Homem com H (1981), O Vira (1973) e América do Sul (1975). Em seguida, coube ao cantor dominar o palco do Vivo com o encerramento da turnê de Inclassificáveis, o show que estreou em setembro de 2007, em Juiz de Fora (MG), e rodou o Brasil durante dois anos. Espetáculo imperativo, de tom roqueiro e politizado, Inclassificáveis voltou redondo à cena, mostrando que, aos 68 anos, Ney continua em ótima forma. Contudo, o roteiro - seguido à risca - não resume a obra ainda mutante do artista, alvo do prêmio mais do que justo.
Poucas vezes, aliás, vi uma premiação tão justa como essa do grande Ney Matogrosso. A importância musical (e histórica) dele é indiscutível. Uma trajetória corajosa, densa e riquíssima. E isso pode ser dito de pouquíssimos artistas. E é claro que Ney foi "sucinto" nos agradecimentos, eu não esperaria outra atitude dele. Ele canta e domina um palco divinamente, e é exatamente por isso que ele não é chegado a discursos e demonstrações demagógicas de emotividade. Ney não precisa disso.
Emanuel Andrade disse..
Ney é pra receber Patrimônio Vivo da MPB. Se formos analisar é o único artista não compositor que respeita, traduz, resgata os verdadeiros compositores da MPB. Um cara que só na era pop dos anos 80 gravou umas beteiradas por causa daquele RPM, mas pelos 99% de sua obra merece aplauso do país inteiro. Um cara que não abre as porteiras para a turma do brega e nem do sertanejo. Ney é boa música no sangue. Nem precisa desses prêmios furados que são jogadas de marketing vazio. Isso é coisa de revista de fofoca. As grandes empresas deviam mesmo era bancar shows dele e de outros talentos grandes para que eles cheguem aos 4 cantos do país, aos rincõesa, a preços populares ou grátis. Isso seria cultura e educação pro povo já que o país não dá, mas banca um filme do Lula.
Mas seria impossível, Mauro, que um único show "resumisse" uma obra tão eclética, vasta e bela como a de Ney Matogrosso. Ney criou seu próprio estilo. Único, zomba dos rótulos, e não pode ser comparado a nada, pois foram suas interpretações viscerais e originalíssimas que criaram sua marca. Assim, ele pode cantar o que quiser, qdo quiser e, principalmente, da maneira que quiser. Deu vontade, ele ataca rrssss...
Então, achei legal ele ter escolhido "Inclassificáveis" p/ a noite da premiação, pois, de certa forma, há muitas facetas de Ney ali. Sei que "Beijo Bandido" é lindo, entendo o fascínio que ele vem despertando, mas não é o Ney performático e provocador que tanto mexeu (e ainda mexe) c/ as estruturas e costumes desse país.
Bonito (e raro) ver um prêmio nas mãos de quem realmente merece. Ainda mais quando o artista está em excelente fase. Nem sempre isso acontece. Salve Ney que representou, mais uma vez, uma honrosa exceção.
Esse show é muito chato. Devia ter apresentado o Beijo Bandido. Esse sim, show e repertório de qualidade, sem invenções modernosas. Ney na essência.
"Inclassificáveis" é lindo e fasciante, em todos os aspectos, desde o repertório, inteligente (pra quem sabe ou pode diferenciar inteligencia de chatice, é claro) e extremamente bem alinhavado, até o visual exuberante, banhado por uma luz linda. Tbem gostei da escolha desse show p/ "ilustrar" o Prêmio Shell, pois nele Ney mostra muitos de seus inesgotáveis talentos e seu apuro visual. Não vi "Beijo Bandido" ainda, ouvi o cd, é maravilhoso, mas qto ao show, não posso avaliar... por enquanto...
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