Otto desperta mais focado após 'longo inverno'
Resenha de CD
Título: Certa Manhã
Acordei de Sonhos
Intranquilos
Artista: Otto
Gravadora: Arterial
Music / Rob Digital
Cotação: * * * *
Bom percussionista egresso do Mundo Livre S/A, grupo que o abrigou após breve passagem pela Nação Zumbi, Otto partiu logo para carreira solo, iniciada em 1998 com Samba pra Burro, álbum bem cultuado pela crítica. Condom Black (2001) e Sem Gravidade (2003) - este um trabalho irregular em que o artista dialogou até com a música brega - se encarregaram de diluir a aura cult construída em torno de Otto. Veio um período de crise - marcada pela ruptura com a gravadora Trama - e de afastamento do mercado fonográfico, interrompido com a gravação deste seu quarto álbum de estúdio, Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, cujo coerente título reproduz a frase inicial de A Metamorfose, obra-prima do escritor tcheco Franz Kakfa (1883 - 1924). Lançado em setembro de 2009 nos Estados Unidos, o disco - produzido por Otto em parceria com Pupillo, baterista da Nação Zumbi - ganha edição nacional pelo selo Arterial Music, recém-aberto pela gravadora Rob Digital. Nas lojas do Brasil no início de dezembro, o álbum - o primeiro do artista em seis anos - repõe o som de Otto nos trilhos. Não é obra-prima, mas é bacana...
"Nasceram flores no canto de um quarto escuro. Mas, eu juro, são flores de um longo inverno", ressalta Otto em versos de 6 Minutos, destaque entre as dez faixas do disco. Após longo sono invernal, o artista parece ter despertado com mais foco. Nítido em faixas como Saudade, tema no qual figura Julieta Venegas, convidada também da regravação oportuna de Lágrimas Negras (Nelson Jacobina e Jorge Mautner). Talvez o foco venha do fato de Otto ter se conectado a um time de colaboradores que entende o seu som e o traduz com mais propriedade. Céu participa de O Leite. Pupillo e Dengue põem a pegada da Nação - ou parte dela - no disco. Já Fernando Catatau imprime sua guitarra marcante em temas como Meu Mundo Dança e Naquela Mesa. Aliás, os versos doídos deste samba de Sérgio Bittencourt (1941 - 1979) também traduzem bem o espírito de um álbum que expia dores. "Aqui é festa amor e há tristeza em minha vida", reitera Otto no refrão inebriante de Filha. Crua - com cordas dispostas com certa tensão - e a afro Janaína confirmam a sensação de acerto do CD, por mais que o repertório do álbum nem sempre esteja à altura dos músicos que o embalam com equilíbrio entre sons orgânicos e eletrônicos. Belo despertar!
Título: Certa Manhã
Acordei de Sonhos
Intranquilos
Artista: Otto
Gravadora: Arterial
Music / Rob Digital
Cotação: * * * *
Bom percussionista egresso do Mundo Livre S/A, grupo que o abrigou após breve passagem pela Nação Zumbi, Otto partiu logo para carreira solo, iniciada em 1998 com Samba pra Burro, álbum bem cultuado pela crítica. Condom Black (2001) e Sem Gravidade (2003) - este um trabalho irregular em que o artista dialogou até com a música brega - se encarregaram de diluir a aura cult construída em torno de Otto. Veio um período de crise - marcada pela ruptura com a gravadora Trama - e de afastamento do mercado fonográfico, interrompido com a gravação deste seu quarto álbum de estúdio, Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, cujo coerente título reproduz a frase inicial de A Metamorfose, obra-prima do escritor tcheco Franz Kakfa (1883 - 1924). Lançado em setembro de 2009 nos Estados Unidos, o disco - produzido por Otto em parceria com Pupillo, baterista da Nação Zumbi - ganha edição nacional pelo selo Arterial Music, recém-aberto pela gravadora Rob Digital. Nas lojas do Brasil no início de dezembro, o álbum - o primeiro do artista em seis anos - repõe o som de Otto nos trilhos. Não é obra-prima, mas é bacana...
"Nasceram flores no canto de um quarto escuro. Mas, eu juro, são flores de um longo inverno", ressalta Otto em versos de 6 Minutos, destaque entre as dez faixas do disco. Após longo sono invernal, o artista parece ter despertado com mais foco. Nítido em faixas como Saudade, tema no qual figura Julieta Venegas, convidada também da regravação oportuna de Lágrimas Negras (Nelson Jacobina e Jorge Mautner). Talvez o foco venha do fato de Otto ter se conectado a um time de colaboradores que entende o seu som e o traduz com mais propriedade. Céu participa de O Leite. Pupillo e Dengue põem a pegada da Nação - ou parte dela - no disco. Já Fernando Catatau imprime sua guitarra marcante em temas como Meu Mundo Dança e Naquela Mesa. Aliás, os versos doídos deste samba de Sérgio Bittencourt (1941 - 1979) também traduzem bem o espírito de um álbum que expia dores. "Aqui é festa amor e há tristeza em minha vida", reitera Otto no refrão inebriante de Filha. Crua - com cordas dispostas com certa tensão - e a afro Janaína confirmam a sensação de acerto do CD, por mais que o repertório do álbum nem sempre esteja à altura dos músicos que o embalam com equilíbrio entre sons orgânicos e eletrônicos. Belo despertar!
7 Comments:
Bom percussionista egresso do Mundo Livre S/A, grupo que o abrigou após breve passagem pela Nação Zumbi, Otto partiu logo para carreira solo, iniciada em 1998 com Samba pra Burro, álbum bem cultuado pela crítica. Condom Black (2001) e Sem Gravidade (2003) - este um trabalho irregular em que o artista dialogou até com a música brega - se encarregaram de diluir a aura cult construída em torno de Otto. Veio um período de crise - marcada pela ruptura com a gravadora Trama - e de afastamento do mercado fonográfico, interrompido com a gravação deste seu quarto reparador álbum, Certa Amanhã Acordei de Sonhos Intranquilos, cujo coerente título reproduz a frase inicial de A Metamorfose, obra-prima do escritor tcheco Franz Kakfa (1883 - 1924). Lançado em setembro de 2009 nos Estados Unidos, o disco - produzido por Otto em parceria com Pupillo, baterista da Nação Zumbi - ganha edição nacional pelo selo Arterial Music, recém-aberto pela gravadora Rob Digital. Nas lojas do Brasil no início de dezembro, o CD - o primeiro do artista em seis anos - repõe o som de Otto nos trilhos. Não é obra-prima, mas é bacana...
"Nasceram flores no canto de um quarto escurto. Mas, eu juro, são flores de um longo inverno", ressalta Otto em versos de 6 Minutos, destaque entre as dez faixas do disco. Após longo sono invernal, o artista parece ter despertado com mais foco. Nítido em faixas como Saudade, tema no qual figura Julieta Venegas, convidada também da regravação oportuna de Lágrimas Negras (Nelson Jacobina e Jorge Mautner). Talvez o foco venha do fato de Otto ter se conectado a um time de colaboradores que entende o seu som e o traduz com mais propriedade. Céu participa de O Leite. Pupillo e Dengue põem a pegada da Nação - ou parte dela - no disco. Já Fernando Catatau imprime sua guitarra marcante em temas como Meu Mundo Dança e Naquela Mesa. Aliás, os versos doídos deste samba de Sérgio Bittencourt (1941 - 1979) também traduzem bem o espírito de um álbum que expia dores. "Aqui é festa amor e há tristeza em minha vida", reitera Otto no refrão inebriante de Filha. Crua - com cordas dispostas com certa tensão - e a afro Janaína confirmam a sensação de acerto do CD, por mais que o repertório do álbum nem sempre esteja à altura dos músicos que o embalam com equilíbrio entre sons orgânicos e eletrônicos. Belo despertar!
eu acho o cd obra prima.
o melhor desde "samba pra burro".
maduro, seguro e visceral. bem vindo de volta otto!
ps: mauro, o nome do cd esta escrito errado no texto. abraço!
Mauro: No seu texto o título do Cd está errado (Certa "Amanhã"... ao invés de "Certa Manhã ...").
Fica até com erro de concordância.
Grato ao Leo e ao anônimo de 23:27 por detectarem o erro de digitação, já corrigido. Abs, MauroF
Esse CD é muito bom! Recomendo...Otto é o cara!
eu amei a capa do disco. no entanto, eles deveriam tê-lo posicionado de outro modo. da forma que está, ao menos no computador, parece que a perna forma um L... ficou muito bizarro. 'Lotto'.. as letras e a perna têm o mesmo tamanho..
Mas isso não quer dizer alguma coisa. Não acho que isso foi erro, deve ter algum sentido. Não sei ainda qual! :)
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