12 de julho de 2009

Almas lavadas por velhas e boas emoções reais


Resenha de Show
ItaúBrasil - Roberto Carlos no Maracanã
Título: RC 50 - Roberto Carlos 50 Anos
Artista: Roberto Carlos (em fotos de Rodrigo Amaral)
Local: Maracanã (RJ)
Data: 11 de julho de 2009
Cotação: * * * *
"Que prazer rever vocês!!". Já ao entrar no palco e saudar de forma convencional as estimadas 68 mil pessoas que se agitavam nas cadeiras e nas arquibancas do Maracanã na expectativa de ver sua primeira apresentação no maior estádio carioca, Roberto Carlos sinalizou que as emoções da noite seriam as mesmas dos últimos anos. De fato, do início (com a tradicional Emoções) ao fim (com a sagrada Jesus Cristo) do show apresentado na noite de sábado, 11 de julho de 2009, o Rei reafirmou cânones de sua obra e afagou o ego dos súditos com declarações de amor que reforçaram os elos do cantor com um público que não espera e nem cobra inovações dele. Público que saiu do Maracanã de alma lavada, tanto pela chuva (que se intensificou em Caminhoneiro a ponto de o cantor interromper a apresentação por mais de dez minutos, indeciso se deveria dar continuidade ao show) como pelas velhas e boas emoções reais. Recicladas em cerca de 30 músicas tocadas ao longo de duas horas e meia. Quando o grupo RC-9 tocou os últimos acordes de Jesus Cristo, aos nove minutos deste domingo, 12 de julho, ninguém duvidava de que Roberto Carlos continua entronizado no trono popular já ocupado pelo cantor desde 1965.
O som não esteve à altura do evento. Insistente, a chuva também atrapalhou. Contudo, o show cumpriu a alta expectativa. Com arranjos orquestrais regidos pelo maestro Eduardo Lajes (uma seção de cordas foi adicionada à habitual banda e se fez ouvir em números como Nossa Senhora), Roberto apresentou um mix das emoções que pautaram sua música ao longo dos 50 anos. Passaram pelo roteiro as arrogâncias juvenis dos anos 60 (Eu Sou Terrível, em emblemático reencontro com Erasmo Carlos e Wanderléa), as paixões embebidas em sensualidade dos anos 70 (merecedoras de bloco que destaca Cavalgada num exuberante arranjo que culmina em passagem instrumental de ambiência progressiva), as dores de amores dos anos 80 (Do Fundo do meu Coração, uma de suas últimas canções românticas que fazem jus ao nome do cantor) e as fixações dos anos 90 (Mulher Pequena, número dispensável num espetáculo de tamanha grandeza). Tudo pontuado pela inabalável fé religiosa, que já se insinua atemporal.
O Rei sabe como seduzir os súditos. Mais uma vez, Roberto fez seu público se sentir importante. "Quero ouvir", sentenciou repetidas vezes, reivindicando o coro popular em músicas como Além do Horizonte. As pausas e suspiros de Outra Vez também não são novidades. Assim como o jogo de sedução armado ao violão arranhado em Detalhes. Nada é novo. Mas, ao mesmo tempo, tudo parece novo no jogo de cena. Mérito de um cantor de carisma imensurável. Mérito de um compositor de canções que sempre usaram formas simples para falar de amor. Velhos tempos. Belos dias de Roberto. Como o sábado chuvoso de 11 de julho de 2009...

18 Comments:

Anonymous Diogo ! said...

Assisti o show pela tv e fiquei incomodado quando a chuva começou a cair. Mas parece que o prefeito do Rio, Eduardo Paes não estava.( Apareceu bem a vontade, em pé, no gargarejo ... rsrs ).Momento engraçado da transmissão !

Queria " Detalhes " só em voz e violão, pena que o arranjo que entrou depois e atrapalhou a interpretação do rei ...

No todo, esperava mais novidades e mais convidados. Ao menos as minhas preferidas ( " Proposta " , " Sentado a Beira de um caminho " , " Por isso estou aqui " ... ) ele cantou.


Viva o Rei !
Diogo Santos
Balneario Camboriu - SC

12 de julho de 2009 às 15:46  
Blogger Luanda Cozetti said...

Que delícia de relato,queridão!
Qd eu era menina,o meu sonho de vida perfeita,era: casar,morar numa casa cor de rosa e ter tooodos os discos do Roberto Carlos!rs!
Missão cumprida,menos a casa cor de rosa,mas eu chego lá!
Parabéns pelo blog,venho aqui quase todos os dias e sempre tem novidade!
Um beijo cá da lusitânea,
Luanda!

12 de julho de 2009 às 15:50  
Blogger Mauro Ferreira said...

"Que prazer rever vocês!!". Já ao entrar no palco e saudar de forma convencional as estimadas 68 mil pessoas que se agitavam nas cadeiras e nas arquibancas do Maracanã na expectativa de ver sua primeira apresentação no maior estádio carioca, Roberto Carlos sinalizou que as emoções da noite seriam as mesmas dos últimos anos. De fato, do início (com a tradicional Emoções) ao fim (com a sagrada Jesus Cristo) do show apresentado na noite de sábado, 11 de julho de 2009, o Rei reafirmou cânones de sua obra e afagou o ego dos súditos com declarações de amor que reforçaram os elos do cantor com um público que não espera e nem cobra inovações dele. Público que saiu do Maracanã de alma lavada, tanto pela chuva (que se intensificou em Caminhoneiro a ponto de o cantor interromper a apresentação por mais de dez minutos, indeciso se deveria dar continuidade ao show) como pelas velhas e boas emoções reais. Recicladas em cerca de 30 músicas tocadas ao longo de duas horas e meia. Quando o grupo RC-9 tocou os últimos acordes de Jesus Cristo, aos nove minutos deste domingo, 12 de julho, ninguém duvidava de que Roberto Carlos continua entronizado no trono popular já ocupado pelo cantor desde 1965.
O som não esteve à altura do evento. Insistente, a chuva também atrapalhou. Contudo, o show cumpriu a alta expectativa. Com arranjos orquestrais regidos pelo maestro Eduardo Lajes (uma seção de cordas foi adicionada à habitual banda e se fez ouvir em números como Nossa Senhora), Roberto apresentou um mix das emoções que pautaram sua música ao longo dos 50 anos. Passaram pelo roteiro as arrogâncias juvenis dos anos 60 (Eu Sou Terrível, em emblemático reencontro com Erasmo Carlos e Wanderléa), as paixões embebidas em sensualidade dos anos 70 (merecedoras de bloco que destaca Cavalgada num exuberante arranjo que culmina em passagem instrumental de ambiência progressiva), as dores de amores dos anos 80 (Do Fundo do meu Coração, uma de suas últimas canções românticas que fazem jus ao nome do cantor) e as fixações dos anos 90 (Mulher Pequena, número dispensável num espetáculo de tamanha grandeza). Tudo pontuado pela inabalável fé religiosa, que já se insinua atemporal.
O Rei sabe como seduzir os súditos. Mais uma vez, Roberto fez seu público se sentir importante. "Quero ouvir", sentenciou repetidas vezes, reivindicando o coro popular em músicas como Além do Horizonte. As pausas e suspiros de Outra Vez também não são novidades. Assim como o jogo de sedução armado ao violão arranhado em Detalhes. Nada é novo. Mas, ao mesmo tempo, tudo parece novo no jogo de cena. Mérito de um cantor de carisma imensurável. Mérito de um compositor de canções que sempre usaram formas simples para falar de amor. Velhos tempos. Belos dias de Roberto. Como o sábado chuvoso de 11 de julho de 2009...

12 de julho de 2009 às 15:52  
Anonymous Anônimo said...

Mauro vi o show pela TV.Lindo!Gosto da fase Roberto até anos 70.
Depois essa coisa de mulher pequena e óculos,são dispensáveis.
Nem parece o mesmo compositor de Detalhes e Cavalgada.Só que ele é Rei mesmo.Eu sabia todas as letras das músicas do show de ontem.Gente como o Roberto faz parte de nossas vidas!Cantei tudo no coração!Que pena Roberto não ter continuado a nos brindar com músicas puras de amor.Eram músicas simples,mas bem construídas,lindas poesias do povo.Roberto é mesmo especial!

12 de julho de 2009 às 16:54  
Anonymous Anônimo said...

Não há outro artista brasileiro com a representatividade de RC. Não há.
O cara faz parte da (boa) família, é de casa, é de carne e osso, e ainda faz canções que fazem parte da vida de todos os seus co-cidadãos. Não é o máximo???
Este senhor deve ter muito orgulho de sua existência.

12 de julho de 2009 às 17:50  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, desculpa aí mas a gente não viu o mesmo show!!! O que aconteceu com o som? E o Roberto tava zangado porque? Não valeu essas 4 estrelas, cara, não valeu.

12 de julho de 2009 às 18:44  
Blogger Everaldo Farias said...

Impecável, maravilhoso, eterno! Esse é nosso rei e sabe honrar a coroa que o povo o concedeu!

Abraços!

12 de julho de 2009 às 21:08  
Anonymous Anônimo said...

falar de RC é quase falar da gente mesmo.
viva o REI!!!

12 de julho de 2009 às 22:19  
Anonymous Anônimo said...

Vi pela TV e achei repetitivo, sem nenhuma novidade, Poucos convidados, nem os arranjos mudaram. A plateia só senhoras de mais de 50. A voz de RC ainda é boa e a produção é sempre primorosa, mas precisa inovar. RC apesar de ter 50 anos de carreira pode gravar em apenas 1 DVD, pois todos os shows são iguais.ele precisa descer do salto e deixar de forçar a barra.

13 de julho de 2009 às 00:01  
Anonymous Anônimo said...

O mais ILUMINADO artista da terra brasilis.
Não é a toa que a galera lhe concedeu trono e coroa.
Grande cara!!!!!!!!!!

13 de julho de 2009 às 09:10  
Anonymous Anônimo said...

olha, o Rei vai nu e só a produção dele não vê!! que orquestra era aquela ultrapassada visual e musicalmente? Pior que tudo: Itaú Cultural com Lei Rouanet. Paga brasileiro prá ver showzinho de rei desta república das bananas!! Francamente!!!!

13 de julho de 2009 às 10:55  
Anonymous leo said...

O REI já é de casa, é fera realmente, canta pra cacete, é empático como ninguém, repaginou a cabeleira (aleluia!!!) mas, ok, poderia repaginar tb o repertório.
Todas estas já são de domínio público, viraram quadrinhas, cantigas de ninar...sempre é tempo de dar uma espriguiçada.
Vai lá, bicho!!!

13 de julho de 2009 às 12:00  
Anonymous Anônimo said...

Se for para o Roberto Carlos marcar sua discografia com músicas como Caminhoneiro e Mulher Pequena,é melhor que não componha mais.Está ótimo assim...

13 de julho de 2009 às 13:56  
Anonymous Anônimo said...

Eu adoro caminhoneiro, principalmente na estrada, dia de sol como hoje.
E tb curto imenso a gravação-qualquer-coisa da Calcanhoto para a música.

13 de julho de 2009 às 15:30  
Anonymous Anônimo said...

Merece ser reproduzido em todos:

"GALERA DO BLOG, TODOS QUE APRECIARÃO SEMPRE, QUE JÁ APRECIARAM OU NUNCA APRECIARAM E APRECIARÃO ROBERTO CARLOS:

Eu adoro este blog aqui porque ponho para fora meu lado "crítico de música" frustrado. Poderia escolher vários, mas o nível aqui - concordando ou não com a minha "crítica" - é alto.

NÃO ACHO QUE O SHOW DE ONTEM DEVA SER ANALISADO MUSICAL OU TECNICAMENTE. ERA UMA COMEMORAÇÃO DE UM ARTISTA QUE FEZ HISTÓRIA EM NOSSA MPB E É SEMPRE BOM TERMOS ESSE TIPO DE COMEMORAÇÃO OU HOMENAGEM COM O ARTISTA AINDA VIVO, SEM AQUELA HIPOCRISIA TÍPICA DO SER-HUMANO DE FINGIR TRISTEZA OU PASSAR A GOSTAR DE ALGUÉM DEPOIS DE MORTO. E NESSA LINHA DE PENSAMENTO A HOMENAGEM FOI NOTA 1.000 E O SHOW, COMO UM TODO, TAMBÉM.

Parabéns a Roberto pela brilhante carreira, pela história de vida e pelos fãs que conquistou. E agradeço por ter feito muitas músicas que em algum momento significaram algo para mim ou para alguém. Seja apenas para divertir, seja para emocionar, seja para homenagear, seja para ser a trilha-sonora de um fato importante na vida de cada um de nós.

Querendo ou não ROBERTO É PARTE DA MÚSICA BRASILEIRA - E PARTE IMPORTANTE SENÃO NÃO TERIA A HOMENAGEM.

Abraços aos fãs que a tudo apreciam, aos "estudados em música" que analisam o Rei tecnicamente e aos que nunca gostaram seja por que motivo for."

Dá-lhe, anônimo.

13 de julho de 2009 às 20:56  
Anonymous Anônimo said...

ah sr. Mauro, valeu pela resenha do show do rei! thanks!

14 de julho de 2009 às 18:55  
Blogger Fabiana said...

Eu juro, de pés juntos, q não agüento mais RC!!!

14 de julho de 2009 às 23:35  
Blogger Ju Marinello said...

Assisti um único show do Rei, mas este está memória junto ao meu pote de ouro.
Sensacional!
Adorei a resenha!
Abraço.

19 de julho de 2009 às 09:19  

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