15 de maio de 2009

Ópera-rock que oscila entre baladas e pop punk

Resenha de CD
Título: 21st Century Breakdown
Artista: Green Day
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * 1/2
Em 2004, o trio norte-americano Green Day fez barulho com seu forte álbum American Idiot, editado quando a gestão do ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, atingia picos de impopularidade entre os povos que condenavam sua política antiguerra. Cinco anos depois, o grupo tenta reeditar aquele barulho com 21st Century Breakdown, seu oitavo álbum de estúdio, lançado nos EUA nesta sexta-feira, 15 de maio de 2009. Trata-se de disco ambicioso que, na concepção do Green Day, pode ser encarado como uma ópera-rock dividida em três atos (Heroes and Cons, Charlatans and Saints e Horseshoes and Handgrenades) e 18 músicas que giram em torno da saga de jovem casal punk, Christian e Gloria. É bom? Sim, o CD é bom na medida em que pode ser bom o mix de baladas com pop punk que caracteriza o som coeso do grupo. Nesse sentido, 21st Century Breakdown roça o êxito e até a virulência de American Idiot.
Como já sinalizara o primeiro ótimo single do álbum, Know your Enemy, o produtor Butch Vig conseguiu capturar no estúdio a energia do grupo. O CD tem pegada. E, no resumo da ópera, o álbum desce bem com seus temas de tom ora épico (a faixa-título, 21st Century Breakdown), ora baladeiro (21 Guns e Last Night on Earth, por exemplo). Sim, há muitas baladas no repertório. O que muda é o tempero. ¡Viva la Gloria! - para citar somente uma das mais bonitas - foi incrementada com piano à moda de Elton John. Contudo, para quem procurar pelo pop punk típico do Green Day, a dica é começar a ouvir o álbum por faixas como Christian's Inferno. Entre alfinetadas nas instituições religiosas (East Jesus Nowhere) e incursões bem rasteiras pelo universo musical latino-americano (Peacemaker, com levada de leve cento mexicano), o álbum (às vezes...) se perde na sua ambição. Mas tem urgência e conceito coerente com a obra do trio, pois Christian e Gloria (perfilada em Last of the American Girls) formam um casal de american idiots perdidos na América esfacelada da era pós-Bush, à espera de que Barack Obama reconstrua o tal sonho americano...

1 Comments:

Anonymous Gus said...

lendo assim, parece que já ouvi esse disco antes mesmo de escutá-lo

16 de maio de 2009 às 17:24  

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