15 de maio de 2009

Sem critério, coletânea agrega 'divas populares'

Resenha de CD
Título: Divas Populares
Artista: Vários
Gravadora: Discobertas
/ Coqueiro Verde
Cotação: * *

Para fãs da música dita cafona ou brega, a coletânea dupla Divas Populares vai ser alvo de natural interesse. O produtor Marcelo Fróes reuniu em dois CDs 30 gravações de 18 cantoras que lideraram as paradas mais populares entre 1971 e 1988. O CD 1 apresenta 15 fonogramas dos anos 70. O CD 2 foca a década de 80. Infelizmente, desta vez, Fróes não incrementou a coletânea com informações sobre a origem das faixas e das cantoras. O disco poderia informar, por exemplo, que Cláudia Telles estreou no mercado fonográfico com retumbante sucesso, em 1976, com o compacto que trazia a canção Fim de Tarde, de Mauro Motta e Robson Jorge. E que, no ano seguinte, bisou o sucesso com outro tema sentimental dos autores, Eu Preciso te Esquecer, propagado na trilha sonora nacional da novela Locomotivas (Rede Globo, 1977). Faltou também um foco mais definido na seleção do repertório. Vanusa, é certo, transitou pela cancioneiro popular, mas sua gravação de Paralelas (Belchior), feita em 1975, tangenciou o universo da MPB (a coletânea também apresenta outros dois hits dessa cantora, Manhãs de Setembro e Sonhos de um Palhaço, boas músicas lançadas em 1973 e 1974, respectivamente). Vanusa pode ter carregado nas tintas em alguns registros, mas sua obra nunca roçou o nível rasteiro de gravações de Lilian (Sou Rebelde, 1978), Elizângela (Pertinho de Você, 1979) e de Adriana (I Love You Baby, Pra Sempre Vou te Amar e Combinado Assim, hits da segunda metade dos anos 80). É difícil também entender qual o critério que levou o produtor a selecionar gravações de Amelinha (Foi Deus que Fez Você, 1980) e de Tetê Espíndola (Escrito nas Estrelas, 1985), cantoras não identificadas com o universo musical brega. Conceitos à parte, a compilação revive nomes como Kátia (Lembranças e Cedo pra mim, duas baladas de Roberto e Erasmo Carlos que pairam acima da média da produção atual da dupla), Marisinha (Mais uma Vez), Rosana (Nem um Toque e, claro, O Amor e o Poder) e Rosemary (Jóia), entre outras cantoras, deixando a certeza de que o brega das décadas de 70 e 80 é muito chique na comparação com o cancioneiro popularesco dos anos 2000. Ouça...sem preconceito!

13 Comments:

Anonymous Joel said...

a-do-ro vanusa! ela é uma diva. as outras... prefiro não comentar...

15 de maio de 2009 às 19:23  
Anonymous Anônimo said...

"cantoras não identificadas com o universo musical brega"

Divas populares =Divas bregas? já isso nao é preconceito?

16 de maio de 2009 às 08:24  
Anonymous Anônimo said...

Evinha é brega??????

16 de maio de 2009 às 09:40  
Anonymous Anônimo said...

Verônica Sabino é brega??????

16 de maio de 2009 às 09:41  
Anonymous Anônimo said...

Todas são cafonas.

16 de maio de 2009 às 12:58  
Anonymous Anônimo said...

O crítico foi preconceituoso, não o projeto. As canções fazem parte do imaginário musical feminino, independente de serem brega, romântico, MPB ou "festival". É um belo conjunto de canções que não se acha facilmente por aí, ainda que praticamente todo mundo saiba cantar tudo de cabo a rabo.
É o tipo de projeto pra fazer as pessoas pensarem um pouco no preconceito que nos enfiaram goela abaixo durante tantos anos e que agora perdeu o sentido.

16 de maio de 2009 às 22:55  
Anonymous Anônimo said...

todas ali viveram do brega, apesar de que algumas tentaram disfarçar com uma produção mais elaborada, caso de amelinha.
claudia telles, depois de amargar o ostracismo por conta deste mesmo repertório, deu um salto e foi muito bem vinda na bossa nova, onde devia desde o começo ter pego a herança de sua mãe. pena que nem todas tenham capacidade para este salto.
a única exceção é tetê espíndola, seu único sucesso brega (que por azar ganhou um festival) trouxe para ela um público que não é o seu, e que logo se afastou quando ela voltou a cantar e gravar seu repertório usual, cheio de experimentalismo e ecologia. infelizmente este mesmo sucesso a marcou como cantora brega aos olhos de um outro público que poderia sim gostar de seu trabalho.

17 de maio de 2009 às 07:19  
Anonymous Anônimo said...

A Elizângela a que se referiu o autor do texto é a Elizângela atriz???

17 de maio de 2009 às 14:13  
Anonymous Anônimo said...

sim, elisangela gravou disco. e até q a música é bem gostosinha, bem no estilo disco romantic do final dos anos 70

17 de maio de 2009 às 17:46  
Anonymous Anônimo said...

Adoro o meu compacto da Elizângela!!
Pera aí, cadê a JOANNA nesse cd?

18 de maio de 2009 às 20:08  
Anonymous Anônimo said...

Joanna também está no CD, se não me engano em pelo menos duas faixas.

18 de maio de 2009 às 23:09  
Blogger Altos Brotos said...

Não achei justa a crítica do nobre Mauro Ferreira, mas acho que o autor não sacou a intenção da coletânea. O critério desta compilação foi reunir canções de extremo sucesso popular, que ficaram famosas em vozes femininas, independente dos estilos e /ou movimento do qual cada uma faz ou fazia parte. É um disquinho muito bem montado, isso sim. Só lamento também a falta de informações no encarte. Mas trata-se de uma idéia tão legal que dá margem para um segundo volume igualmente bom, que poderia reunir coisas como "Asa Morena" (Zizi Possi) com "Vou Pra Casa Rever Os Meus Pais" (da sumida Bianca) e "Fatalidade" (Diana).

15 de junho de 2009 às 00:07  
Anonymous karina said...

Vanusa é uma das grandes divas da mpb, infelizmente muitas vezes injustiçada.

3 de agosto de 2009 às 16:19  

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